Welcome To The Coven - Hiatus escrita por Lilindy


Capítulo 7
Capitulo 6 - Um Pequeno Acidente na Aula de Química!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Tudo ok? Espero que sim! Cá estou eu, depois de um mês e alguns dias desde a última postagem. Novamente, peço desculpas. Estou me programando para não demorar tanto nas publicações dos capítulos. Bom, sem mais desculpas, desejo uma boa leitura para todos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/731259/chapter/7

   

 

— Eu não vou participar desse evento ridículo! — Diz Madison enquanto andava até a porta de frente de sua casa.

— Sim Madison, você vai. — Fala seu pai, endireitando sua gravata em frente a um espelho localizado próximo á porta ao lado esquerdo da sala.

A jovem para de andar, cruza os braços, encarando o pai.

— Não, não vou. — Diz ela firmemente, o olhar ainda sobre o homem. Após alguns minutos, Madison solta um suspiro. — O prefeito já está pronto ou eu ainda preciso perder meu precioso tempo o esperando? — Pergunta ela, deixando bem claro seu tédio por está esperando o mais velho.

Seu pai ignora a pergunta e anda até a porta principal, a abrindo e saindo para o exterior. Madison revira os olhos e logo depois o acompanha.

— Quando eu voltar quero que você me diga que se inscreveu para ajudar na organização desse evento beneficente. — Diz ele, seu olhar sobre a filha enquanto os dois caminhavam até o carro do prefeito da cidade. A garota apenas segue caminho, sem nem ao menos lançar um olhar para ele.

Mais alguns passos são dados e os dois entram no veículo.

— Bom dia senhor Montgomery. Bom dia senhorita Madison. — Cumprimenta o motorista particular da família.

— Bom dia Geofrey. — Responde Jonathan, lançando um rápido sorriso para o motorista. A adolescente, por sua vez, ignora as palavras do homem, como sempre fazia. Ela volta-se para o pai após o mesmo se acomodar melhor.

— Eu já disse que não vou participar desse maldito evento! — A garota já estava um pouco contrariada com o assunto. — Eu não nasci para lavar carros de pessoas de classe média e fazer parte de eventos idiotas como esses! Eu não vou fazer o que você mandou!

Madison olha para frente, jogando seu cabelo comprido, loiro claro e liso para trás.

— Madison Montgomery, você é a filha do prefeito e como tal precisa dá o exemplo! Então sim, você vai fazer o que eu mandei e ponto final!

Jonathan tinha uma expressão séria e um tom firme em sua voz. Seu olhar estava sobre a filha, ela ainda permanecia com a mesma postura, não encarando o pai.

O prefeito solta um suspiro breve antes de encostar-se no assento.

— Geofrey, pode seguir.

— Sim, senhor.

O motorista dá partida e segue. Ele deixaria Madison na Spencer e depois levaria o senhor Montgomery até a prefeitura.

                                               ~ ◇~

Violet anda pela biblioteca. Tinha chegado mais cedo com a intenção de estudar para física. A adolescente passa pela a bibliotecária, a senhora Ellen e dá um sorrisinho, um modo de desejar bom dia. A tinha conhecido no dia anterior, quando foi á biblioteca pela primeira vez com Kate e Sarah.

A Green caminha mais um pouco, parando em uma das mesas presentes ali. Ela coloca sua bolsa sobre a mesa, puxando a cadeira, sentando-se depois. A menina abre sua bolsa e retira o caderno e o livro de física. Ele era um pouco grosso e isso provoca uma careta na jovem quando a mesma o observa por um breve período de tempo.

Violet abre o livro e faz o mesmo com seu caderno, dando uma olhada no conteúdo anotado.

Outra careta surge em seu rosto.

Por que tinha que ser ruim naquela matéria? Após um suspiro de desânimo, a estudante inicia sua leitura sobre eletricidade. No entanto, por mais que o assunto fosse interessante, Violet sabia que teria dificuldade em assimilar aquilo. A garota resolve passar as páginas do seu caderno preenchidas com o conteúdo que o professor Anthony tinha dado no dia anterior, apenas para ter noção do quanto tinha que estudar.

— Argh!

A Green abaixa a cabeça e a apóia sobre o livro. Tinha tanta coisa escrita ali! Como ela poderia estudar tudo aquilo se não conseguia nem se concentrar? Violet levanta a cabeça e pega seu celular dentro da bolsa, assim como seus headphones. Ela desbloqueia aparelho e abre a câmera frontal, queria dá uma olhada em seu rosto.

Seus olhos ainda estavam inchados. Um suspiro alto sai de seu interior. Tinha chorado em grande parte da noite anterior depois que chegou a sua casa. A garota ainda não compreendida o porquê de ter sentido tais emoções na noite passada. O porquê de ter sonhado, o porquê de tudo aquilo. Ela só sabia de uma coisa: precisava chorar. Chorar ajudaria, sempre ajudou, não? E foi isso que ela fez.

A estudante fecha a câmera frontal e conecta o celular ao seu headphone. Ela tinha desistido do seu plano de estudar aquela disciplina. Violet passa as folhas de seu caderno e para em uma folha em branco. Pegando seu lápis e borracha, a jovem Green inicia um dos seus passatempos preferidos: desenhar.

Com a música embalando sua atividade, a garota prossegue, traçando as linhas iniciais de seu desenho. Violet adorava desenhar, desde criança tinha esse hábito. Era uma das coisas que mais amava fazer.

— O professor Anthony caprichou na primeira aula dele.

A Green perde um pouco a concentração quando ouve a voz de Sarah. Violet vira o rosto para a esquerda vendo a outra estudante em pé, segurando alguns livros nas mãos. A Wenham tinha um sorriso simples em sua face. A menina sorri de volta.

— Nem me fale. — Violet dá uma olhada no livro e depois volta sua atenção para Sarah. — Será que as aulas dele serão sempre assim?

— Espero que não. — Diz Sarah, um pouco risonha devido à expressão no rosto de Violet ao fazer a pergunta. Wenham senta-se ao lado da Green, direcionando os olhos para o caderno de Violet. — Esse é o Homem - Aranha? — Pergunta ela, o olhar ainda sobre o desenho.

— É sim. Ainda está incompleto, mas é ele sim. — Responde Violet, tirando o fone, passando o caderno para Sarah para que ela pudesse ver melhor o desenho.

— Você desenha bem. — Diz a outra, observando a arte da garota.

— Obrigada. — A Green fecha o livro, o guardando dentro da bolsa, assim como o headphone e seu celular.

Sarah devolve o caderno para Violet, observando a mesma o guardar dentro da bolsa.

— Violet?

A garota vira-se para Sarah assim que termina sua organização.

— Sim?

— Você está bem? Quero dizer, você está bem depois de ontem? — Um olhar preocupado é visível no rosto dela.

— Ah...

Violet pensa um pouco sobre a noite anterior. A impressão que passou a Sarah e a Kate não foi a das melhores. Mal conhecia as meninas e já as tinha assustado daquele jeito. "Que ótimo Violet!"

Estou bem. — Responde a Green, olhando para a outra. — Eu só fiquei um pouco chocada com a cena. — Fala ela, de certa forma aquilo era verdade. — Desculpa por falar com você e Kate daquele jeito.

— Não precisa se desculpar. Acho que eu também ficaria chocada se visse uma cena de assassinato. Está tudo bem. — Sarah lança um olhar de compreensão para ela.

Violet abre um pequeno sorriso, grata pelas palavras dela e pela garota não iniciar uma série de perguntas sobre o ocorrido.

— Bom, acho melhor a gente ir. — Sarah levanta-se a aponta para o relógio pendurado na parede á frente delas.

Oito e quinze. A primeira aula começaria em quinze minutos.

A Green assente e também se levanta. As duas seguem para fora da biblioteca.

                                             ~ ◇~

A jovem Kate ultrapassa a porta principal da Spencer Academy. A garota segurava a alça de sua mochila com uma mão e seu caderno com outra. Ao dobrar o corredor, Kate depara-se com Denise.

— Kate querida, eu estava a sua procura. — A monitora se aproxima da adolescente.

— A minha procura?

— Sim, meu bem. A coordenadora quer falar com você. Tem algo haver com o evento que vai acontecer esse fim de semana.

Denise coloca uma mão sobre o quadril depois de sua fala.

— Ok. Assim que a minha primeira aula acabar, eu vou até a sala dela.

— Não, não. Ela quer falar com você agora.

— Agora, sério? — Um suspiro sai da boca de Kate. Ela tinha dez minutos para chegar à sala de aula e não levar uma bronca do professor de história, o senhor Nathan. 

— É meu bem, agora. E me parece que tem duas garotas lá dentro também. — Denise usa o dedo polegar da mão direita para apontar a porta da coordenação, localizada um pouco mais afastada.

— Tá bem. Estou indo agora. — Kate dá ênfase na última palavra e já se põem a dar os primeiros passos em direção a sala da coordenação. — Tchau Denise.

— Tchau meu bem. Mande lembranças ao seu namorado bonitão.

Kate olha para trás ainda andando e sorri com o comentário da monitora.

— Pode deixar.

A garota vira o rosto para frente e segue. Ao chegar ao seu destino, ela bate na porta uma vez antes de abrir e colocar a cabeça para o lado de dentro da sala.

— Bom dia senhora Vivian. A senhora quer falar comigo? — Kate podia ver as costas de duas garotas sentadas de frente para a mesa da coordenadora.

— Sim, senhorita Tunney. Venha, entre. Não tomarei muito tempo. — A mulher aponta para uma terceira cadeira á direita que estava vaga.

Kate entra na sala e se senta no móvel indicado. A jovem olha para seu lado esquerdo e vê Juddy ali. Um sorriso brota nos lábios de Kate, Juddy era conhecida da garota há um bom tempo.

No entanto, esse sorriso não demora muito para se desfazer. Após Juddy retribuir o gesto da sua colega, lançando um sorriso simpático para a mesma, a jovem estudante inclina-se um pouco para trás a fim de encostar-se à superfície afofada da cadeira. Isso possibilita Kate ver quem era a outra garota presente ali.

Madison.

A Montgomery passava os dedos entre uma de suas mechas loiras, olhando para frente sem nem ao menos encarar as outras adolescentes. Kate por sua vez fecha a cara, virando-se para frente para não encarar mais a outra.

— Denise me falou que a senhora quer conversar sobre o evento de domingo. – Inicia a Tunney, querendo ir direto ao assunto. Quanto mais rápido começasse mais rápido poderia sair dali e ficar longe daquela garota insuportável.

— Sim, é sobre isso mesmo que quero conversar. A senhorita Montgomery quer participar da organização do evento. — Vivian aponta para Madison. — Como você e Juddy fazem parte da equipe organizadora, eu as chamei.

Juddy e Kate olham para Madison, um olhar nada amigável. As duas garotas não suportavam a Montgomery. A adolescente, no entanto, tinha um olhar indiferente e mantinha sua postura tradicional, pernas cruzadas e coluna ereta.

— Acho que a ajuda de Madison será muito bem-vinda para a equipe.

A senhora Vivian lança um sorriso para as três estudantes após sua fala.

— Será um prazer fazer parte desse evento. Eu adoro ajudar as pessoas, será muito gratificante. — Fala ela, lançando um sorriso para a mulher a sua frente.

Kate e Juddy se entreolham. Como aquela garota era falsa!

— Ótimo! As senhoritas Tunney e Evans lhe atualizarão sobre o andamento do evento.

Juddy solta um bufo baixo de descontentamento, olhando de soslaio para Kate.

— Podem ir agora meninas. Não quero que percam suas aulas.

Madison lança mais um sorriso para a senhora Vivian e se levanta, assim como Kate e Juddy. As três garotas se retiram da sala, Kate fecha a porta.

A Montgomery olha para as outras duas por alguns segundos e depois dá as costas para as garotas, andando.

As adolescentes olham uma para a outra. Se já era difícil aguentar Madison durante o tempo que passavam na escola, imagina organizar um evento junto com ela?

— Bom, vou indo. A gente se vê depois. — Juddy dá um tchauzinho para Kate e segue.

Tunney faz o mesmo. Precisava ir para a aula de história.

                                                   ~ ◇~

O professor já se preparava para iniciar a aula. Sarah e Violet já tinham se acomodado em seus assentos. A Green coloca seu cabelo para o lado direito, apóia seu cotovelo esquerdo sobre seu caderno, encostando-se seu queixo na palma da mão. A garota esperava a aula começar. História era uma de suas disciplinas favoritas e Violet tinha esperanças que aquele professor pegasse mais leve que o professor Anthony.

— Violet.

 A menina volta-se para Sarah, a mesma apontando para um banco mais acima do lado direito. Caleb e Pogue estavam ali. Violet dá um aceno rápido para os dois antes de mudar a direção do seu olhar para um ponto aleatório da sala. Ainda estava envergonhada sobre o que tinha ocorrido na noite passada. Sarah, no entanto, acenava e sorria abertamente para os dois, ou melhor, para Caleb. Desde a noite da festa da fogueira estava bem claro que a garota tinha certo interesse por Danvers.

A Green solta um riso discreto ao perceber a atitude da outra menina.

Alguns estudantes ainda chegavam à sala de aula. Violet nota quando Chase se senta em uma das primeiras fileiras, mais abaixo. Ela observa Collins por um tempo, recordando-se do que ele tinha dito lá no Nick’s, quando ela estava quase saindo da lanchonete. A menina tinha certa pontada de curiosidade para saber o que ele realmente queria dizer a ela com aquelas palavras.

— Oi Violet!

A garota sai dos seus pensamentos, virando o rosto para o lado, inclinando a cabeça um pouco para cima. Lá estava Tyler, o corpo um pouco inclinado para frente, apoiado no espaço feito de madeira que existia em cada fileira de bancos para que os alunos depositassem seus materiais. Simms sorria para ela.

— Oi.

Um sorriso brota na boca da menina. Era impossível não se contagiar com o sorriso daquele garoto. O próximo a aparecer foi Reid. Ele senta-se no banco de qualquer jeito, sendo desleixado. Seu olhar é direcionado para o Green.

— Oi Violet. Como você está?

Tyler olha para o amigo por um rápido momento e depois se volta para ela, esperando a resposta dela. Era claro que eles se referiam ao seu estado emocional depois do dia anterior. Sarah dá uma olhada nos garotos e depois dirige os olhos para a outra estudante, calada.

Violet respira fundo e expira calmamente, preparando para dá mais uma resposta áquele questionamento.

— Eu estou bem. Fiquei um pouco assustada ontem, mas já passou. — Ela não queria prolongar aquilo, então foi o mais direta que pôde.

Os dois garotos a encaram por um tempo, como que absorvessem aquilo e assentem depois.

— Ok pessoal, chega de conversa. Já dei tempo demais a vocês, hora de começar a aula. — O professor encaminha-se para o quadro e começa a escrever algo. Após finalizar, ele se vira para encarar a turma. Violet podia ler um nome masculino escrito ali.

— Para quem não sabe, sou o professor Nathan. — Ele aponta para o nome no quadro negro. — Serei o responsável por ministrar a disciplina de história para vocês. Bom, vamos iniciar nossa aula com...

O professor é interrompido quando Kate e Madison entram na sala.

— Estão atrasadas, senhoritas.

— Desculpa professor. — Diz Kate um pouco sem graça enquanto Madison já procurava se sentar.

A Tunney acelera um pouco os passos e vai até onde as meninas estavam sentadas. Com um gesto rápido, a garota dá um “oi” para elas e para os garotos discretamente.

— Onde você estava? — Questiona Sarah em um tom baixo de voz, procurando não chamar atenção.

— Na coordenação. Vocês não vão acreditar o que aconteceu. — Kate alternava o olhar entre Violet e Sarah. — Eu estava...

— Acho que não é hora para cochichos, senhorita Tunney. — Repreende o professor, já um pouco contrariado.

— Desculpa professor. — A jovem lança um sorrisinho de desculpa para o professor Nathan e depois olha para as meninas, movendo os lábios sem emitir som algum, ela diz: “Falo com vocês depois.”

— Muito bem, abram seus livros na introdução do capítulo um.

A aula prossegue. Era interessante aprender como se desenvolveu o estudo da história ao longo dos anos, pelo menos para Violet. A Green encosta-se no banco, atenta a aula. Ela alternava seu olhar entre o livro e o professor até seu foco ser interrompido quando a mesma sente uma mão passando na parte de cima de sua cabeça, bagunçando seu cabelo.

A garota olha para cima vendo Reid com a cabeça deitada, voltada para baixo, apoiada em um dos braços enquanto o outro estava livre, a mão mexendo no cabelo da menina.

— Espero que minha aula esteja sendo interessante para você, senhor Garwin. — Comenta o professor, chamando atenção do rapaz.

Reid levanta a cabeça em um movimento rápido e encosta seu corpo no banco afofado. As expressões de tédio e sono bem visíveis no rosto do garoto.

Alguns alunos soltam pequenas risadas com aquilo, incluindo Tyler e as meninas.

— Espero não ver mais tal coisa vinda de você, senhor Garwin. — O professor Nathan repreende o estudante e Reid solta um “ok” de má vontade. – Bom, como eu estava dizendo, o modo como o ensino da história evoluiu...

O tempo se segue assim como a aula também, encerrando. Os alunos já se organizavam para sair da sala de aula.

— Então, o que foi que aconteceu de tão importante assim para você querer nos contar? — Pergunta Sarah lançando um olhar curioso para Kate, Violet faz o mesmo por alguns segundos antes de voltar sua atenção para o interior de sua bolsa.

A Tunney lembra-se do que queria dizer e olha para as duas, a expressão de descontentamento surgindo no rosto dela.

— Mais uma pessoa está na equipe de organização do evento. — Diz ela, insatisfeita.

— E por que essa cara? — Indaga Wenham já se levantando, pegando suas coisas.

— Isso era para ser uma coisa boa, não é? — Pergunta Violet, repetindo o gesto de Sarah.

— A gente vai saindo. — Diz Tyler para elas, Reid seguindo o amigo até a porta. Violet e as outras duas assentem, vendo Caleb e Pogue fazerem o mesmo que os outros. Kate dá um tchauzinho para Parry quando o mesmo olha para ela antes de seguir em frente.  A Green até procura por Chase, mas Collins já tinha saído de sala.

— Então, diz pra gente. Por que essa cara? — Sarah segura seus livros contra o peito, esperando a Kate se pronunciar.

— A Madison está participando da equipe agora. — Fala Tunney, levantando-se e guardando suas coisas. A mesma expressão ainda em seu rosto.

— Não sabia que ela curtia essas coisas. — Comenta Violet, as sobrancelhas unindo-se enquanto pensava sobre tal assunto.

— Pois é, nem eu.

— Ela não curte! — Diz Kate já começando a descer os degraus que existiam ali para que os estudantes subissem para os bancos das fileiras acima. — Madison não  curte eventos beneficentes e muito menos curte ajudar os outros!

Tunney continuava descendo enquanto falava. Sarah e Violet já seguindo a garota.

— Acreditem em mim, a garota só quer aparecer enquanto eu e Juddy vamos trabalhar.

As três andam mais um pouco, passando pela porta e seguindo pelo corredor.

— Pelo jeito que ela me tratou na festa, acredito em você. — Comenta Sarah.

— Mas quer saber? — Kate olha para as duas adolescentes. — Eu não vou mais me incomodar com isso. Vou continuar trabalhando nesse evento e esquecer aquela garota mimada.

A palavra mimada sai da boca da jovem acompanhada de uma careta de nojo, uma careta cômica de certa forma. Isso provoca alguns risinhos divertidos em Violet e Sarah. Kate vendo aquilo acaba rindo também.

— Ok. Vou parar de falar disso. — A Tunney lança um olhar para as duas. Ao encarar Violet, Kate recorda-se de algo. — Oh não, desculpa Violet!

A Green enruga a testa, não entendendo o pedido de desculpas dela.

— Te desculpar pelo o quê?

— Eu fiquei tão focada no meu problema com a Madison que me esqueci de te perguntar como você estava!

A Tunney coloca a mão direita sobre o ombro da Green, olhando para a mesma com uma expressão preocupada.

— Você está bem?

— Eu estou bem Kate. — Responde Violet com o olhar sobre ela. – Não precisa se desculpar. — A menina vira o rosto para encarar o corredor, voltando-se para ela depois. — Eu só estava assustada, só isso. — Fala a Green, basicamente repetindo a resposta que deu para os outros. Ela já estava decorando aquela resposta.

Kate tira a mão de cima de ombro de Violet, ainda olhando para a menina.

— Imagino como deve ter sido. Se eu visse um corpo ou algo assim, eu entraria em pânico. — A menina gesticulava enquanto falava. — Então, eu entendo como você se sentiu ontem. — Kate lança mais um olhar para Violet, procurando transmitir compreensão.

A Green dá um sorriso simples para ela. Kate não podia entender como ela se sentiu. Ela não teve o sonho, não sentiu aquelas emoções brotando em seu interior, não ficou assustada e confusa quando viu o menino morto naquele lugar, praticamente o mesmo lugar em que Violet estava no sonho. Mas a Tunney só queria ajudar e isso já estava de bom grado.

— Ainda bem que eu e a Sarah não chegamos a ver o garoto.

Kate vira o rosto na direção da Wenham que confirma as palavras da outra. A estudante volta a olhar para a Green depois. Violet apenas ouve, assentindo.

— Pois é ainda bem que vocês não viram. — Comenta ela, os pensamentos voltando-se para a noite passada, voltando-se para o garoto.

Quantos anos será que ele tinha? Ele parecia tão novo. E o nome dele, qual era? Violet nunca chegou, a saber, como o garoto se chamava. Será que se ela tivesse sonhado antes poderia ter evitado aquilo?

— Estão dizendo que ele pode ter reagido a uma tentativa de assalto.

A Green volta para a realidade, saindo dos seus questionamentos, procurando prestar atenção nas palavras das outras meninas.

— Acho que isso seja bem provável. — Fala Sarah. — Você o conhecia, Kate? — Questiona ela, uma expressão interrogativa em seu rosto.

— Não, não o conhecia.

As três dobram o corredor, indo para a direita.

— Mas acho que ele já estudava aqui há um tempo.

— Elas estão na escola há menos de uma semana, não as torture com seu falatório ainda.

As meninas olham para trás, parando de andar.  Collins estava encostado na parede do lado direito do corredor. Os braços cruzados, o olhar sobre elas. Ele sai de onde está e anda até as garotas.

— Nós estamos conversando, Chase. — Diz Tunney acompanhando o rapaz com os olhos enquanto ele se aproximava.

— E eu estou interrompendo, Kate. — Diz ele ao parar ao lado de Violet, lançando um olhar cínico para a namorada de Pogue.

O rapaz passa o braço em volta dos ombros da Green e a direciona para o lado oposto a que elas estavam. Violet olha para Chase por alguns segundos e depois vira o rosto para trás, Kate e Sarah observando os dois.

— Chase seu... Chato!

Tunney estava de braços cruzados, olhando para as costas de Collins. Ela não tinha gostado da interrupção nem um pouco.

— Kate fala mais do que eu consigo escutar. — Violet volta seu rosto para frente, olhando para Chase, o rapaz tinha a face direcionada para frente. — Precisamos conversar sobre ontem à noite. — Diz ele, sendo direto, levando seus olhos até ela. — E não. Não vou perguntar se você está bem ou algo do tipo. Sei que já está se cansando dessa pergunta.

Collins olha para frente novamente.

— Sobre o quê quer conversar exatamente? — Indaga ela, mesmo sabendo do que se tratava aquela conversa.

— Quero conversar sobre algo realmente importante. Sobre o que falei a você, sobre o que sentiu antes e depois da morte daquele garoto. — Chase mantinha seu olhar na mesma direção. A garota ainda o encarava, a testa franzida, o olhar atento e pensativo.

Desde que tinha acordado, Violet tentava fugir daquela lembrança. Tentava esquecer. No entanto, quanto mais ela insistia em fazer isso, mais o oposto acontecia. Porém, ela não podia negar que em meio a tudo isso, uma pequena parte de si queria compreender o que se passou com ela, o porquê daquilo, por que naquele momento? Por que não antes? E lá estava Chase, remexendo e aumentando aquela mínima parte que Violet queria ignorar.

— Como assim o que eu senti? Eu só fiquei assustada. O que, aliás, é bem justificado quando se vê uma pessoa morta.

A Green resolve abafar sua parte curiosa, a parte dela que queria entender. Ela repete mais uma vez suas frases feitas, virando o rosto para observar o corredor e os alunos que passavam. Não queria o encarar depois de sua desculpa. Ela já tinha feito isso com as meninas, com Reid e Tyler, não queria fazer aquilo de novo.

O rapaz tira o braço que estava sobre os ombros da garota e dá dois passos adiante, parando de frente para ela.

— Não precisa usar essas desculpas comigo, Violet. Eu sei que você as usou com Kate, com a Sarah e até com seus amiguinhos Reid e Tyler. Mas por favor, não venha com esse papo pra cima de mim.

Chase a encarava, o olhar sério. Violet fazia o mesmo. O que ele queria insistindo naquele assunto?

— Não são desculpas Chase, eu realmente estava assustada e com medo.

Alguns alunos passavam ali, lançando olhares para os dois. Chase e Violet estavam praticamente parados no meio do corredor se encarando. Após mais alguns segundos, a Green resolve encerrar a conversa e volta a andar, desviando do rapaz e seguindo em frente.

— Assustada e com medo do que viu no estacionamento ou do que sonhou antes da morte daquele garoto?

Collins acelera os passos até se posicionar ao lado dela. Violet para de andar ao ouvir a pergunta do rapaz, olhando para ele depois.

— Como sabe sobre o sonho? — Indaga a menina, deixando seu lado interessado predominar. Seu cenho franzido, atenta.

— Por que como eu já disse a você, já passei pela mesma coisa. Aliás, não só eu como Caleb e os outros também.

Chase solta aquilo como quem não quisesse nada, mas claro que sua intenção não era essa. Ele queria provocar a menina, desejava que ela descobrisse. E já que Caleb e os outros se prolongavam em contar a garota, Collins resolve tomar suas providências.

— O quê? Chase eu...

— Por que não pergunta sobre isso na próxima vez que os encontrar?

Ele levanta uma de suas sobrancelhas, dando um sorriso fechado para a garota. O rpaz dá dois passos para frente com o olhar ainda sobre ela e depois se vira completamente, seguindo. A menina o segue com os olhos até Chase se afastar mais um pouco.

As palavras dele agora estavam presas em sua mente. O que Caleb e os outros meninos tinham haver com o problema dela? Violet deixa um suspiro um tanto pesado sair de si antes de se virar para a direção aposta, voltando a andar.

                                                 ~ ◇~

Amelie mantinha-se concentrada em sua leitura. A senhora Green possuía o hábito de sempre ler quando tinha tempo livre. Ela apreciava aqueles momentos de calma enquanto sentia a brisa suave batendo em seu rosto e invadindo toda a varanda onde a mulher se encontrava. Ela passava mais uma página de lida quando sente alguém se aproximando. A mais velha não precisava olhar para trás para saber quem era.

— Sempre é bom ter sua companhia, Vincent. — Diz ela, os olhos ainda focados no livro. — Achei que não o veria mais essa semana.

— Eu também achei. — O rapaz se desencosta do batente da porta que dá acesso a varanda do quarto de Amelie e anda até a segunda cadeira presente ali. Vincent senta, acomodando-se melhor. O olhar sobre a rua calma e silenciosa. — Mas o museu me deu uma folga.

Ele vira o rosto, passando a observar a amiga.

— Conheço essa expressão, está preocupada.

A mais velha leva seus olhos até o rosto do amigo.

— O que está te incomodando?

Amelie solta um breve suspiro, olha para o céu azul, depositando o livro sobre suas pernas logo depois.

— É a Violet. Acho que os poderes dela já estão surgindo. — Responde ela, direcionando os olhos para Vincent.

O rapaz leva seu rosto para sua frente, novamente encarando a rua. A brisa suave mais uma vez fazendo-se presente.

— Isso era de se esperar, não é? — Indaga ele, olhando para a mais velha. — Quanto mais tempo ela passar juntos aos garotos mais os poderes de Violet irão evoluir.

Vincent cala-se após sua afirmação, os olhos castanhos focados na face da amiga. Amelie também o encarando.

— Achei que era isso que você queria. Mostrar a Violet a verdade, fazê-la entender a nossa real ligação com Ipswich.

— Sim é. É isso que eu quero há muito tempo. — A senhora Green deixa escapar mais um suspiro. — Ontem ela saiu com os meninos e voltou bastante assustada. O jovem Danvers contou que ocorreu um assassinato na lanchonete em que eles estavam.

— Eu soube, estão todos comentando, pobre garoto. — Fala o rapaz, lamentando o ocorrido.

— Vincent, acredito que Violet teve uma premonição. — Amelie tinha um olhar sério ao falar. — Ontem pela manhã ela estava distante, parecia perdida em pensamentos e tarde a vi desenhando em seu caderno os mesmos números repetidas vezes.

A mulher apóia o cotovelo esquerdo no braço da cadeira. Ela cruza as pernas, balançando o pé para cima e para baixo em movimentos discretos.

— Quando a vi assustada e confusa ontem, praticamente tive a confirmação. Vincent, você sabe como é quando nossas habilidades começam a surgir. Já passamos por isso.

Amelie faz uma pausa.

— Ainda lembro-me quando os garotos começaram a usar magia. — Ela lança seu olhar para o céu novamente, como relembrasse cada memória guardada em sua mente. — Mas ao contrário dos meninos, Violet não...

— Não sabe o que é. Não conhece seus poderes. — Completa Vincent. Amelie assente.

— É isso que me preocupa. Ela já perdeu o pai anos atrás e agora a Olívia. Apesar de querer muito que ela saiba sobre tudo e embora isso vá acontecer de um jeito ou de outro, não quero que ela se machuque ainda mais.

Vincent entendia a situação da amiga de longa data. A vó de Violet não era de demonstrar seus sentimentos para qualquer um, mas ele não era qualquer pessoa, era seu melhor amigo. Amelie sentia confiança para contar qualquer coisa.

O rapaz estende o braço, tocando no ombro da mulher ao seu lado, lançando um olhar amigável e reconfortante para ela.

— Amelie, você tem sido uma vó maravilhosa durante todos esses anos, mesmo com a Violet distante, vivendo em outro estado. Tenho certeza que tomará a decisão certa na escolha do momento que contará a verdade para ela. A pequena Green tem sorte de ter você.

Vincent abre um sorriso para ela. A senhora Green leva sua mão até a mão dele. Um sorriso de gratidão abrindo-se em seus lábios.

— Obrigada Vincent.

Ele apenas faz um gesto de cabeça, como se dissesse: “Sem problemas”. O sorriso abrindo-se mais um pouco.

                                             ~ ◇~

Procurando o laboratório onde ocorreria a sua primeira aula prática, Violet prosseguia caminhando pelo corredor. O sinal toca, agitando mais os alunos.

Dando mais alguns passos para frente, a estudante encontra o lugar que procurava. O laboratório de química.

— Então turma, eu tenho duas grandes regras na minha classe. — Diz o professor enquanto ela entrava no laboratório. Alguns outros alunos se acomodavam também.

Dentro do laboratório encontravam-se várias bancadas, cada uma contendo o material necessário para a aula. Os estudantes estavam divididos em duplas, cada dupla sentada em uma das bancadas.

Violet precisava logo arranjar uma dupla e se sentar. Não demorou muito para tal coisa acontecer. Uma bancada, localizada mais á esquerda, na primeira fileira, tinha apenas um aluno. Caleb Danvers.

— Regra número um: Não aspirem os vapores desses compostos químicos.

Ela segue na direção da bancada. No caminho, a garota percebe Kate e Sarah sentadas ao fundo, na última fileira. Pogue e Garwin na fileira á frente assim como Madison e Aaron. A garota mantém o olhar sobre eles por um breve momento, levando o olhar para o professor depois.

— Regra número dois: Sempre usem os óculos protetores.

Violet pôde ver o nome Issac escrito no quadro negro. Com certeza o nome do professor negro, jovem e bem vestido que indicava que a mesma se sentasse rapidamente. A jovem olha novamente para a classe, percebendo Chase e Tyler sentados juntos. Simms sorri para ela enquanto Collins a encara, sorrindo de canto depois.

A menina ignora a ato de Chase e se pôe a sentar.

— Olá nova parceira de química. — Diz Caleb, sendo cortês como sempre, abrindo um sorriso para ela.

Violet sorri de volta. Caleb era tão calmo e educado que era difícil para ela na retribuir da mesma maneira. A garota até mesmo esquece um pouco o fato de ficar sem graça perto dele por causa do que houve na noite passada.

— Ok. Vamos começar. Temos um grande dia hoje. — Começa o professor.

A adolescente olha para trás, vendo Sarah focada no professor enquanto Kate mexia em alguns papéis distribuídos na bancada. Pogue permanecia calado, olhando para frente. Reid fazia o mesmo até perceber o olhar dela, dando um rápido aceno.

— Primeiro, coloquem os óculos de proteção, por favor.

Voltando sua posição inicial, Violet faz o que o professor pede.

— Por que o laboratório está tão cheio? — Questiona ela a Caleb, tinha percebido aquele fato assim que entrou ao local.

Danvers coloca os óculos e olha para ela.

— O professor Isaac vai está ocupado o resto da semana, então ele resolveu misturar as turmas hoje e formar duplas que ele mesmo escolheu. — Explica ele. — Ainda bem que você chegou se não eu estaria sozinho.

Caleb abre um sorriso fazendo a garota sorrir também. A resposta dele explicava o porquê Pogue não está junto com Danvers ou Kate e Reid está longe de Tyler. Ou ainda o porquê Chase está ali já que ele não pertencia à mesma turma que Violet naquela disciplina.

— Preciso que derramem trezentos mililitros da solução A e duas gotas da solução B no mesmo recipiente, por favor.

Os alunos põem-se a fazer o que o professor pede.

— Lembrem-se que muitos desses carbonatos são tóxicos. O que para quem não sabe, significa perigosos. — O professor Issac fala aquilo como se fosse a coisa mais lógica do mundo, e de fato era.

Violet derrama a quantidade necessária da solução A dentro do recipiente. Caleb a esperando para pingar as gotas da solução B.

— Agora, lembrem-se que o objetivo deste experimento é comparar a reatividade destes carbonatos metálicos para podermos determinar...

Chase ouvia as palavras do professor, no entanto seu olhar captava as ações de Violet durante a aula. Caleb estava ali, do lado dela. Por que ele não contava logo de uma vez? Por que esperar?

Tyler já pingava as duas gotas no interior do recipiente quando Collins leva seu olhar até o béquer¹, as duas soluções já misturadas em seu interior. O jovem direciona seus olhos azuis para o bico de Bunsen², abaixo do tripé de ferro que apoiava o recipiente.

Phasmatos Incendia.

Uma chama azulada aparece, brotando do instrumento de laboratório, desempenhando seu papel ali. Aquecer o líquido dentro do béquer.

— O que está fazendo? — Pergunta Tyler em um sussurro, alternando seu olhar entre Collins e a chama.

— Testando uma ideia. — Chase ainda tinha seu olhar sobre o fogo. A mesma se intensificando. Pequenas bolhas formavam-se dentro do líquido transparente.

— Chase, não acho que isso seja uma boa...

— Silêncio Simms. — Tyler se cala contra sua vontade, ainda encarando ele, uma forma de protesto.

Collins se concentra ainda mais. A chama azul flamejante se intensifica mais uma vez. Bolhas maiores surgem dentro do líquido seguindo até a superfície. Em pouco tempo a temperatura do conteúdo presente no recipiente se eleva, fazendo o líquido borbulhar.

Chase olha para Tyler, lançando um olhar convencido para ele após a ideia dele ter sido comprovada. Ideia essa, desconhecida por Simms que possuía uma expressão desconfiada em sua face enquanto encarava o outro. Collins vira o rosto na direção da bancada onde Caleb e Violet estavam.

— Não Chase, não faz isso.

Ignorando o pedido de Tyler, o rapaz faz o mesmo que tinha feito momentos antes. Porém, em vez de falar, o garoto apenas focava no bico de Bunsen da outra bancada.

— Como podem ver, é um sal branco solúvel em água, encontrado em alvejantes.

A Green e Danvers mantinham-se atentos a aula, alheios ao que o outro adolescente fazia. Pelo menos foi assim até a chama acender sozinha, provocando um susto na garota e certa supressa em Caleb.

— Mas o quê...

Violet afasta a cadeira, olhando para a parte de baixo da bancada a fim de tentar descobrir o porquê da chama ter acendido sozinha. Caleb acompanha os movimentos dela por alguns segundos antes de olhar para trás. A princípio, o garoto chegar a pensar que Reid fosse o responsável por aquilo. No entanto, Garwin estava distraído, conversando com Pogue enquanto o experimento se seguia.

Levando seus olhos um pouco mais para frente, Caleb avista o culpado. Violet volta seus olhos para a parte de cima da bancada, observando a chama por alguns segundos antes de olhar para Danvers. Sua expressão séria a faz seguir na mesma direção de seu olhar.

Lá estava Chase, sorrindo aberta e cinicamente. Tyler, no entanto, tinha uma expressão de “Eu não fiz nada” em seu rosto.

A estudante franze o cenho, alternando o olhar entre Chase e Caleb. O rapaz parecia incomodado com o que quer que Collins estivesse fazendo. Por outro lado, Chase mantinha seu sorriso, seus os olhos agora presos em Violet, um olhar provocador em sua face. O que aquele garoto queria afinal?

Caleb para de encarar Collins, voltando sua atenção para frente. Ele toca no ombro da menina, indicando que ela fizesse o mesmo. O adolescente poderia apagar a chama se quisesse, porém aquela atitude poderia chamar ainda mais atenção de Violet e levantar suspeitas era o que ele menos desejava no momento. Ao contrário de Chase, que encarando aquilo como estímulo, prossegue com o que estava fazendo. Focando-se ainda mais na chama, fazendo-a aumentar em intensidade, aquecendo cada vez mais o líquido.

Em um breve momento depois, o esperado que se aconteça quando se aquece um recipiente de vidro a altas temperaturas, ocorre. O béquer quebra, espalhando os cacos e o líquido por toda a bancada e pelo chão também.

Caleb e Violet levantam-se em um pulo devido ao susto. Os outros alunos também são surpreendidos, assim Chase e Tyler.

— Alguém se feriu? — Questiona o professor olhando para todos seus alunos.

A jovem Green vira-se na direção de Collins. O rapaz ainda estava um pouco surpreendido, parecia até um pouco espantado com o aquele acidente. Violet não ligou muito para tal fato, estava irritada com ele. Não sabia o porquê, mas tinha a certeza que aquilo foi culpa do Chase! A garota não era de se irritar facilmente, porém, naquele momento ela podia sentir algo fluindo dentro de si, uma coisa que a menina nunca sentiu antes.

Com o os olhos ainda presos em Collins, a Green deixa a raiva e aquele algo novo que brotava dentro de si crescerem. Violet leva seus olhos até o béquer presente na bancada dos garotos, segundos depois, chamas surgem rodeando o recipiente, fazendo Chase e Tyler se afastarem. O béquer quebra rapidamente. Simms e Collins levantando-se para escapar dos cacos e do líquido.

— Vocês estão bem? — Pergunta o professor.

Violet balança um pouco a cabeça para os lados, libertando-se do que quer que fosse aquilo que vivenciou breves momentos antes. A menina olha para o estrago feito. Feito por ela!

A Green dá dois passos para trás, tirando os óculos de proteção, levando o rosto para Caleb. O rapaz faz o mesmo, a encarando. Ela então volta seu rosto para a direção anterior, seus olhos fitando os danos causados.

“O que está acontecendo com você Violet?”

 

 

                               

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

1 : Recipiente simples utilizado em laboratório. Béqueres são geralmente de formato cilíndrico com fundo chato e um bico em sua parte superior, podem medir volumes muito pequenos, de poucos mililitros, até volumes maiores, com vários litros.
2: Um dispositivo amplamente usado em laboratórios científicos para aquecer substâncias.

* A cena do acidente no laboratório foi inspirada no episódio dois da primeira temporada da série O Círculo Secreto.

*Traduzindo do latim para o português - Phasmatos Incendia : Santo fogo.


Bom pessoas, por hoje é só! Nos vemos na próxima postagem! Qualquer erro de ortografia, coerência ou dúvida, podem dizer! Bjus, Lili ♥.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Welcome To The Coven - Hiatus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.