Welcome To The Coven - Hiatus escrita por Lilindy


Capítulo 3
Capítulo 2 - Novos e Velhos Amigos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!! Desejo a todos uma boa leitura!



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Lá estava ela, deitada, o rosto virado para o lado, encarando a janela. Tinha acordado há pouco tempo e resistia em levantar. A cama confortável, a sonolência e preguiça contribuíam muito para ela permanecer ali.

Violet espreguiça-se, estendendo os braços para cima, um modo de tomar coragem para sair da cama. A garota se senta, pega o celular que havia deixado ao seu lado enquanto dormia, olha para o visor, oito e meia da manhã. Antes que desistisse e voltasse a se deitar, a menina vira-se para esquerda e sai da cama. Ela coloca seu celular sobre a escrivaninha, pega sua toalha e entra em seu banheiro.

Após um tempo, ela sai do banho. Enrolada em sua toalha branca, Violet vai até seu armário e encara suas roupas por um momento. Por fim, a garota decide vestir uma blusa preta, um casaco xadrez com as cores azul claro, azul marinho e branco por cima e uma calça jeans preta.

A menina senta-se na beirada da cama, calçando seu par de tênis branco. Após pentear os cabelos, a jovem sai do quarto, desce as escadas, parando bem no meio do hall de entrada.

Violet, um pouco indecisa, olha para os lados pensando sobre qual caminho seguir para chegar à cozinha.

— Bom dia, senhorita Green. — A garota vira-se, avistando a governanta.

— Bom dia. — A menina sorri.

— Procurando alguma coisa? — Pergunta Elizabeth com um sorrisinho no rosto.

— O que me denunciou? Minha cara de confusa? — A garota ri um pouco com sua própria pergunta, sendo acompanhada por Elizabeth no riso.

— Talvez. Aposto que ainda não conheceu a cozinha. — Ela tinha acertado. — Venha comigo, vou levar você até lá.

A governanta se aproxima de Violet e com um gesto, sinaliza para que ela a siga.

As duas entram em uma porta aberta á esquerda do hall e seguem direto pelo corredor. No caminho, Violet olha para a mulher ao seu lado. Elizabeth vestia um blazer vermelho com uma blusa branca de botões por dentro. A saia de cintura alta, também vermelha, e os sapatos altos pretos contribuíam para embelezar ainda mais a loira.

— Aqui. Chegamos. — Ela aponta para seu lado direito.

As duas entram.

— Violet, querida! — Exclama sua vó, sentada á mesa, localizada a direita, bem próxima da entrada da cozinha.

Amelie levanta-se, indo até a neta.

— Bom dia, meu amor. — A Green mais velha abraça a menina, dando um beijo no topo de sua cabeça depois.

— Bom dia, vó. — Responde ela, sorrindo.

— Venha. — Amelie pega a mão da mais nova e a conduz até a mesa. — Então, dormiu bem? — A senhora Green se senta e a garota repete o gesto da vó, ficando de frente para ela.

Fazendo um movimento positivo com a cabeça, ela responde a pergunta de Amelie, direcionando o olhar para o local em que estava logo depois. A cozinha de sua vó era um misto de elementos antigos e novos. No local encontravam-se três armários para cozinha feitos de madeira, todos brancos. Um ao lado direito, que servia para guardar alguns utensílios da cozinha, onde abaixo dele um fogão preto antigo localizava-se. O segundo armário ficava á esquerda, lá estavam guardados pratos, copos, entre outras coisas. E para contrastar todo aquele branco dele, estava o verde das plantas presentes em pequenos vasos distribuídos em pontos vagos. Logo abaixo dele, estava um balcão. O terceiro e último armário se encontrava ao fundo da cozinha, com uma geladeira de um lado e um fogão moderno do outro. No centro da cozinha estava uma pequena mesa retangular feita de madeira. Perto do fogão antigo, um pouco mais afastada, estava uma grande janela retangular que estendia-se até o chão. O piso de madeira servia de contraste para aquele ambiente quase todo branco. Branco, provavelmente a cor favorita da sua vó.

Violet olha para a mesa redonda também de madeira, que agora estava cheia com os pratos do café da manhã.

— Violet, experimente esse bolo. Elizabeth caprichou ainda mais dessa vez. — Amelie entrega uma fatia de bolo de chocolate para a neta.

— Ora, obrigada senhora Green, mas eu não fiz nada demais. É apenas um bolo comum. — A modesta governanta aproxima-se da mesa.

A mais velha dá um leve riso com a declaração da loira.

— Com certeza adorariam seus pratos caso você fosse a cozinheira do jantar de hoje. — Comenta ela, olhando para Elizabeth.

— Jantar? Haverá um jantar aqui? — Pergunta a menina, o cenho franzido pela dúvida.

— Não, querida. Não aqui. A Emily organizou um jantar para alguns amigos em sua casa. Lembra-se dela? — Questiona Amelie.

— Emily? A tia Emily? — Um sorriso brota no jovem rosto da garota. — Claro que lembro. — Fala ela ainda sorrindo.

Emily ou tia Emily como Violet a chamava desde pequena, era a melhor amiga de sua mãe. As duas mulheres eram praticamente irmãs, sempre muito unidas. A garota adorava a companhia dela quando criança.

— Ótimo. Você poderá revê-la hoje á noite. — Diz sua vó sorrindo com a alegria repentina da neta.

A jovem Green sorri de volta para ela, tornando-se um pouco pensativa momentos depois. Ela tinha se lembrado de alguém.

— Reid, ele também estará lá?

Reid, filho de Emily, amigo de Violet quando a mesma era pequena.

— O jovem Garwin? Ah sim, ele vai. — Responde a senhora Green, levantando-se da cadeira. — Bom, vou resolver algumas coisas com a Emily. Voltarei á tarde. — Amelie inclina-se e novamente dá um beijo na testa da garota. — Não esqueça de comer o bolo. — Diz a vó, apontando com o dedo indicador para a fatia de bolo ainda intacta no prato.

— Ok, vou comer. — Violet dá um meio sorriso.

A mais velha repete o sorriso da menina.

— Até logo, Elizabeth.

— Até logo, senhora. — Responde a loira, guardando alguns pratos em um dos armários.

Amelie dá mais um sorriso para a neta e se retira.

A menina olha para a fatia do bolo ali na sua frente. Por fim, ela decide dá uma garfada.

— Então, o que achou? — Pergunta Elizabeth enquanto organizava as coisas da cozinha.

A garota mastigava o pedaço em sua boca. Segundos depois, uma expressão de surpresa surge em seu rosto.

— Isso é muito bom! — Responde a menina, adiantando-se para colocar mais uma um pedaço do bolo dentro de sua boca.

A governanta dá uma leve gargalhada com a reação da jovem.

— Obrigada. — Diz ela, ainda concentrada em suas atividades.

Violet continuava a comer seu bolo enquanto observava Elizabeth andando para lá e para cá pelo local. “Como ela consegue trabalhar usando esses saltos?” Questiona-se a menina, agora tomando um copo de suco de laranja.

— Há quanto tempo trabalha aqui? — Pergunta ela enquanto ainda tomava seu café da manhã.

— Há uns seis anos. — Responde Elizabeth, pegando algo na geladeira.

A garota dá o último gole do seu suco e levanta-se, pegando a jarra e indo até onde a mulher estava.

— Bastante tempo. — Diz ela, entregando o objeto para Elizabeth.

— Sim, bastante. — A loira pega a jarra da mão da menina, guardando-a na geladeira.

A jovem volta para a mesa e pega o prato do bolo, repetindo o gesto que tinha feito anteriormente. Ela faz isso até retirar tudo da mesa.

— Por que não vai andar um pouco pela vizinhança, senhorita Green? — A mulher vira-se para a garota, colocando a mão direita em sua cintura, apoiando a outra mão na porta da geladeira. — Aposto que será melhor do que ficar aqui, me ajudando a tirar a mesa do café da manhã.

Violet dá um riso com o comentário da loira á sua frente.

— Tem certeza? Eu posso continuar ajudando.

— Tenho. Pode ir. — Elizabeth dá um sorriso simples. — Só não chegue muito tarde. Sabe como sua vó é.

Sim, Violet sabia muito bem como sua vó, Amelie Green, era. Organizada, sempre atenta á suas obrigações e é claro, pontual em seus compromissos. Pensando nisso tudo, a garota concorda com a afirmação da governanta fazendo um simples gesto de cabeça. Ela sai da cozinha, rumo ao seu quarto. Se era para dá uma volta pela vizinhança, ela precisaria do seu skate.

Agora descendo a escada presente antes da porta de entrada da mansão, Violet caminha pelo corredor feito de pequenos arbustos que formava-se até o portão. A menina abre o grande portão preto e por breve momento encara a rua a sua frente.

Tranquila e silenciosa. Essas eram as duas palavras que definiam a rua naquele momento.

Violet fecha o portão, coloca seu skate no chão, posicionando seu pé esquerdo sobre o objeto, pegando impulso com o pé direito. Assim, ela inicia seu passeio.

O vento batia contra os galhos das árvores, proporcionando um som agradável enquanto as folhas encostavam-se uma com as outras em seus ramos. O clima fresco da manhã também ajudava bastante para tornar aquele momento calmo e prazeroso. A jovem Green aproveitava a brisa fresca que ia de encontro a sua face, movimentando seus longos e dourados cabelos enquanto a garota ganhava velocidade em seu velho e querido skate.

Violet observava as casas enquanto passava por elas. Algumas eram simples, outras muito pelo contrário, exibiam suas grandezas pelo tamanho e arquitetura. Após um tempo, finalmente a garota avista algumas pessoas andando pelas calçadas. Algumas até sorriem para a menina.

Aquilo era tão estranho. A Green sabia que houve uma época em que ela pertencia áquele lugar, áquela cidade. Porém, apesar de sentir isso em seu interior e ter memórias para comprovar tal sentimento, ainda assim, aquilo tudo lhe parecia novo, de certa forma.

Ainda presa naquele pensamento, Violet avista alguém acenando para ela do outro lado da rua. A menina para e repete o gesto. Era Vincent. Ele atravessa a rua, indo ao encontro da mais nova.

— Bom dia, Violet. Aproveitando a manhã, hein? — Fala ele, abraçando-a logo depois.

Ela sorri, retribuindo o abraço.

— E você? — Ela pega o skate, o segurando com uma mão. — Também aproveitando a manhã?

— Bom, acho que sim. — Diz ele. — Estava indo para a padaria. Quer ir junto?

— Quero. — Responde ela.

Por que não? Vincent era uma pessoa simpática e agradável, ela gostava da presença dele, mesmo tendo o reencontrado no dia anterior.

— Ótimo. — Ele sorri e começa a andar. Violet faz o mesmo, agora segurando seu skate com as duas mãos, colocando as mesmas para trás.

— O que está achando daqui até agora? — Pergunta o rapaz, quebrando o silêncio que tinha se formado depois de um tempo caminhando com a menina.

— É muito tranquila e quieta. — Diz ela, prestando atenção no percurso que os dois estavam fazendo. — É sempre assim? — Questiona ela, direcionando o olhar para ele.

— Na maior parte do tempo. — Responde o rapaz negro. — As coisas se animam mais quando ocorre uma comemoração ou algo do tipo.

— Tia Emily vai dar um jantar hoje. — Comenta a menina, olhando para seus próprios pés.

— Ah a Emily sempre gostou desse tipo de coisa. — Vincent olha para a garota. — E sua vó também nunca foi de ficar para trás.

Os dois riem com a afirmação dele.

— Você vai? — Indaga a menina depois da breve risada.

— Claro! Quem perderia um jantar na casa de Emily Garwin?

Mais risos.

Finalmente os dois chegam á padaria. O estabelecimento era pequeno e aconchegante. Violet encosta-se no balcão enquanto esperava o rapaz fazer o pedido.

Assim que ele o faz, Vincent e a garota caminham no sentindo oposto para que pudessem voltar para suas casas. No caminho, Vincent e Violet conversavam e trocavam risadas.

Eles param em frente a mansão após um tempo.

— Bom Violet, acho que nos vemos no jantar.

— Nos veremos lá. — Fala ela, dando um tchauzinho para o rapaz enquanto ele se afastava.

A Green entra na mansão falando um “Elizabeth, já cheguei” no meio do hall. Ela sobe as escadas e vai para seu quarto. Uma vez lá, a menina caminha para a sua estante, pegando uma HQ do Capitão América para ler. Ela deita-se confortavelmente na cama, pensando em como o dia tinha começado bem. Em como ela sentia-se melhor. Talvez as coisas pudessem continuar desse jeito, talvez a dor passasse, quem sabe. Ela volta-se para o quadrinho em suas mãos, começando a leitura.

                                               ~◇~

— Vó, poderia parar? — Pede Violet. Amelie não parava de dá seus “toques” enquanto verificava o visual da neta.

— Você vai me agradecer por isso. — Diz a mais velha. — Pronto, terminei. — Fala ela, se afastando para observar a menina melhor. — Está linda. — Comenta a senhora Green, sorrindo enquanto ainda olhava para a jovem.

Amelie pega na mão esquerda da neta e a leva até o espelho localizado ao fundo do grande quarto dela.

— Esse vestido caiu muito bem em você. — Comenta a vó.

A mais velha não resistiu e comprou um vestido novo para sua neta quando estava voltando para casa. A Green não queria que sua querida garota fosse de qualquer jeito para o jantar.  A princípio, Violet protestou, mas acabou cedendo posteriormente, apesar de achar que seus vestidos eram sim apropriados para a ocasião.

E agora lá estava ela, olhando-se no espelho. O vestido era azul marinho e batia um pouco acima dos joelhos dela, não deixando a garota desconfortável com o comprimento. Ele não tinha mangas, era composto, sem decote algum. Violet agradeceu mentalmente por isso. O tom de azul destacava as madeixas douradas da menina.

— É, até que gostei dele. — Diz ela, tocando no tecido.

— Eu disse. — Fala sua vó, vitoriosa. — Você ficaria mais bonita se usasse os sapatos que eu tenho.

— Oh não, não curto sapatos altos. — Fala ela, olhando para suas sapatilhas pretas em seus pés.

A menina vira-se, andando um pouco até se sentar na beirada da cama de sua vó.

— Tudo bem, não vou protestar. — Diz Amelie, pegando seu batom e passando-o em sua boca em frente ao espelho. Ela vira-se após terminar sua tarefa. Violet sorri.

— O que foi querida?

— Nada, só que...a senhora está linda. — Responde ela.

De fato a senhora Green estava bonita. Na verdade, Amelie sempre foi bonita e elegante, desde os tempos em que neta era uma criança. E agora a olhando, com seu vestido preto, aqueles sapatos altos e chiques, o cabelo castanho claro muito semelhante ao da menina, Violet tinha certeza que a beleza ainda estava com sua vó.

A mais velha sorri, indo até a garota, dando-lhe um abraço apertado como agradecimento. Ela olha para a menina.

— Vamos, precisamos ir agora.

As duas saem do quarto, descem as escadas, andando até a porta. Ao sair da mansão, avó e neta andam até um carro prata estacionado um pouco á frente da grande casa. Amelie abre a porta e senta-se no banco do motorista. Violet faz o mesmo com a porta do outro lado. A Green liga o carro e segue rumo à casa de Emily.

Quando chegaram ao destino, Violet percebe que na verdade não havia necessidade das duas terem ido de carro, já que a distância até a casa da tia Emily não era grande. Mas conhecendo sua vó, a menina resolve guardar o comentário para si.

Enquanto Amelie estacionava, Violet observava a frente da casa de Emily. Bom, casa não era a palavra correta para nomear a morada da sua tia de coração. A menina deveria se lembrar de que Emily, assim como a sua vó, também morava em uma mansão. Mansão essa que ela ainda encarava sentada no banco do carona mesmo após sua vó ter estacionado o carro.

A vó da menina desliga o carro e sai do mesmo. A garota a imita e também sai do veículo. Escutando o som dos sapatos altos de sua vó chocando contra o chão a cada passo dela, Violet caminha até a porta principal, seguindo a mais velha.

Quem atende as duas é um homem de meia idade, branco e bem vestido.

— Olá Wesley. — Cumprimenta Amelie.

— Boa noite, senhora Green. — Responde ele educadamente, olhando para Violet depois. — Boa noite, senhorita Green.

— Boa noite.

Wesley dá espaço para que as duas possam entrar.

— informarei a senhora Garwin a sua chegada, madame.

— Obrigada Wesley. — Agradece a vó da menina.

O elegante e cortês mordomo se retira. Violet olha para frente, encarando o ambiente em que estava. Pessoas conversavam despreocupadamente umas com as outras, todos bem vestidos e educados. Momentos depois, alguns convidados se aproximam para conversar com Amelie e com Violet também.

— Amelie, estava esperando sua chegada. — Pronunciasse uma mulher, olhando para Violet logo depois. — Essa é sua neta? Veja só como cresceu! — Diz ela. — Soube o que aconteceu com Olívia, eu sinto muito. – Fala a mulher, lançando seu olhar complacente para as duas após sua frase.

Com o gesto de cabeça, Violet agradece.

— É realmente um pena o que aconteceu. — Fala um homem aproximando-se logo depois.

A menina repete o gesto feito anteriormente, agora no automático. Não queria falar ou pensar sobre aquilo. Mais pessoas se aproximam para dizer o quanto sentiam muito ou quanto a partida de Olívia Green era uma lástima. Violet olha para a vó, ela contornava aquilo tão bem. Mas tinha que ser assim, já que Amelie Green era uma das descendentes de uma das seis famílias que fundaram a cidade. A consequência daquilo era que a senhora Green e sua família eram bem conhecidas em Ipswich.

A garota suspira, afastando-se um pouco para observar a casa onde tinha passado bons momentos quando era criança. O local ainda permanecia o mesmo, ou pelo menos  em sua maior parte.

— Violet? — A menina vira-se reconhecendo a voz.

— Tia Emily?

Lá estava Emily, sua tia Emily, parada na sua frente, sorrindo, um sorriso de canto a canto. A mulher aproximasse da menina, a olhando por mais uns segundos antes de abraçá-la fortemente.

A jovem recebe aquele abraço, retribuindo com a mesma intensidade. Ela precisava daquilo. Sentia tanta falta de sua querida tia, do carinho e afeto que recebia dela quando criança, quando a menina passava horas brincando naquele lar enquanto sua mãe e a mulher que lhe abraçava gastavam o dia conversando.

As duas se afastam uma da outra.

— Como você cresceu! Está linda! — Diz Emily, depositando a mão esquerda sobre o rosto da garota, que por sua vez, apenas olhava para aqueles olhos azuis claros da tia postiça. As duas encaram-se por um tempo.

— Violet... — A expressão presente no olhar da Garwin muda. Um tom de tristeza e preocupação aparecendo. — Eu sinto tanto por não ter ido ao enterro de Olívia. Eu não consegui um voo que chegasse a tempo e...

— Está tudo bem, tia. — Interrompe Violet. Não queria pensar sobre aquele momento de novo. Ela sorri para Emily, que compreende a mensagem presente nas palavras da sobrinha.

— OK. — Diz ela, sorrindo singelamente. A mulher então olha para a direção de onde Amelie estava. A mais velha estava ocupada conversando com algumas pessoas. — Acho que sua vó está inacessível agora. — Fala Emily, sorrindo e mudando de expressão para esquecer o assunto anterior. — Lembra-se dos meninos? — Questiona ela, mudando complemente o tema da conversa.

Emily referia-se aos garotos que também cresceram na cidade assim como a menina antes de se mudar.

— Pelo visto não muito. — Diz a mulher, rindo de leve com a expressão pensativa de Violet.

Lembrar a garota lembrava. Porém, ela não teve tanto contato com eles em sua infância.

— Mas aposto que se lembra de um em especial. — Comenta sua tia, referindo-se ao próprio filho, Reid. — Venha, vou levá-la até eles.

Emily segura na mão da garota e a conduz para a parte mais distante da grande casa. Violet e a senhora Garwin andavam por entre os convidados bem vestidos que conversavam entre si e cumprimentavam as duas enquanto  elas passavam por eles. Após andarem mais um pouco, elas chegam até um canto mais distante da porta de entrada da mansão.

— Meninos. — Fala Emily, chamando atenção dos garotos e soltando a mão da garota apenas para colocar as duas mãos sobre os ombros da mesma.— Essa é Violet Green. Acredito que devem se recordar dela.

Emily sorri após falar aquilo. Violet por sua vez, via-se sendo encarada por cinco garotos. Ela nem recordava o nome de cada um, pelo menos não de todos eles.

— Oi Violet. — Fala Reid, dando um rápido sorriso enquanto olhava para ela.

— Oi Reid. — Responde a menina retribuindo o sorriso, contente internamente por ele também se recordar dela.

— Acho que uma apresentação cairia bem agora. — Pronunciasse Emily, virando um pouco o rosto para o lado a fim de olhar para a menina. — Afinal, faz tanto tempo que não se veem.

A mulher volta a encarar os garotos.

— Violet, esse é Caleb Danvers. — Começa ela, apontando com a mão para o primeiro rapaz que estava do lado esquerdo.

— É um prazer revê-la, Violet. — Fala Caleb, sorrindo e sendo cortês. Ela sorrir de volta.

A Garwin prossegue, direcionando a mão para o próximo rapaz.

— Chase Pope.

— Collins. Chase Collins. — Corrige ele.

— Você sempre insiste nisso, não é Chase? — Pergunta Emily para o rapaz.

Ele dá de ombros.

— Pois é Emily. Collins também faz parte do meu nome, acho que tenho direito de usá-lo. — Ele sorri cínico, encarando Emily para logo depois olhar para Violet, ainda com a mesma expressão. A menina percebe Reid emburrar um pouco a cara após Chase falar com sua mãe.  

— Que seja. Não vou discutir sobre isso agora. — Diz a mulher. O Rapaz apenas ignora as palavras dela. A mais velha então prossegue, apontando para seu lado direito. — Tyler Simms.

O garoto sorri abertamente para a Green.

— Oi. — Fala ele ainda com os sorrisos nos lábios.

— Oi. — A jovem corresponde a simpatia do menino.

Emily segue e aponta para o próximo rapaz.

Pogue Parry. — Com um rápido movimento de cabeça, o rapaz cumprimenta Violet.

— Oi.

— Não preciso lhe apresentar esse garoto aqui. — Diz a Garwin, apontando para o filho que estava bem no meio deles. — Você sabe muito bem quem ele é. — Fala ela em tom de brincadeira.

Reid sorri de lado perante o comentário da mãe.

— Bom, vou deixá-los conversar. — A mulher olha para Violet. — Vou ver se sua vó pode falar comigo agora.

Ela dá um rápido beijo na bochecha da menina, lançando um sorriso para os cinco antes de se afastar, deixando Violet sozinha com eles.

— Eu sinto muito pela tia Olívia, Violet. — Diz Reid, poucos minutos depois de sua mãe sair.

Tia Olívia? Então ele ainda a chamava assim depois de tanto tempo? Agora Violet sabia que não era a única a fazer isso depois de crescida.

— Todos nós sentimos. — Pronunciasse Caleb, a expressão séria em seu rosto enquanto falava. Os outros concordam com suas palavras.

— Obrigada. — Agradece ela, olhando um pouco para baixo. Cada vez que mencionavam o nome dela, Violet sentia uma pontada em seu coração. Ela odiava aquilo.

— Então... — Começa Tyler, quebrando o clima tenso e depressivo após um tempo em que todos permaneceram em silêncio. — Como conseguiu aguentar o Reid quando era criança? — Pergunta ele a garota, brincalhão.

— Na verdade, acho que todo mundo quer saber como você fez isso. Por que a gente não conseguiu tal coisa. — Fala Caleb, seguindo o tom divertido do amigo.

— Calem a boca. — Resmunga Reid com uma cara séria, cara essa que não durou muito tempo para transforma-se. O Garwin ri segundos depois.

Violet observa a cena, soltando uma pequena risada depois.

                                                ~◇~

A garota abaixava o vidro do carro para permitir que o ar fresco da noite entrasse.

— Gostou do jantar, Violet? — Pergunta Amelie, olhando para frente.

— Gostei. — Responde ela, observando o caminho percorrido pelo veículo. — Mas eu não consegui falar com o Vincent. — Ela vira o rosto para olhar sua vó. — Tentei acenar, mas acho que ele não me viu.

— Eu também não falei com ele. Não tive chance. — A mais velha dá uma olhada rápida para a neta. — O que achou de rever os garotos depois desse tempo todo?

— Foi legal. Quero dizer, foi bom revê-los e poder conversar com eles. Geralmente eu mal os via quando era criança e ainda vivia aqui. — Fala a menina, alternando o olhar entre sua vó e rua. — Tirando o Reid. Ele eu via sempre. — Diz a menina como se sua avó não soubesse daquilo.

— Vai ter a oportunidade de vê-los e conversar com eles todos os dias quando as aulas da Spencer começarem.

— Spencer? A senhora está falando da Spencer Academy? — Questiona ela, franzindo o cenho.

— Sim, querida. Matriculei você lá antes de... — Amelie pigarreia um pouco. — Antes de acontecer o que aconteceu. — Diz ela por fim. — Sua mãe estudou lá, assim como a Emily.

Violet sabia desse fato. Sua mãe mencionava isso ás vezes quando as duas conversavam. Claro que sua vó a matricularia na Spencer, era a melhor escola de Ipswich, conhecida até fora da cidade pela sua qualidade de ensino. Com certeza Amelie Green não deixaria sua neta estudar em uma escola qualquer uma vez que a Spencer Academy estava em seu alcance financeiro.

— Quando começam as aulas? — Pergunta a menina.

— Em uma semana. — Responde sua vó. — Você vai gostar de lá, confie em mim.

A Green mais velha sorri para a mais nova que dá um sorriso rápido antes de voltar a olhar para a janela.


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Notas finais do capítulo

Então, como vocês puderam ler, os garotos apareceram nesse capítulo. Foi uma breve participação, mas eles aparecerão muito mais nos próximos capítulos. Eu estou tentando seguir as personalidades de cada um de acordo com o filme, porém também acrescentei algumas características de personalidade diferentes que serão importantes para os personagens no decorrer da fanfic.

Espero que tenham gostado!! Até o próximo capítulo! Bjus, Lili ♥



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