May I Have This Dance? escrita por WonderWorld


Capítulo 15
May I Have This Dance?


Notas iniciais do capítulo

Gente, estamos chegando na reta final :(
Vamos acompanhar juntos o desencadear dessa "nossa vida" rs
Boa leitura!



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Peguei meu telefone e mesmo com as mãos muito trêmulas e a visão embaçada, consegui ligar para S/I.
— Alô?
— S/I... Me ajuda!
— S/N, você está chorando?! O que aconteceu?!
— O Hoseok... Ele foi embora!
— É o quê?! - S/I levantou um pouco a voz. - Meu Deus! Aonde ele pode ter ido, S/N? Você não têm ideia nenhuma? A escola talvez.
— Não, S/I. Ele deixou uma carta dizendo que não queria ser um peso para mim e que ia tentar encontrar o próprio caminho. Ele não se lembra nem do próprio aniversário! Ele deve estar perdido nas ruas!
A essa altura já estava gritando no celular. S/I parecia calmo e tentava fazer o mesmo comigo, sem sucesso. Eu sabia que era culpa minha e que ele havia descoberto sobre o lago, o desejo, suas memórias... Era tarde demais para se lamentar. Eu com certeza sentiria muitas saudades dele, mas precisava continuar. Guardaria todos os momentos que passei com ele o resto da minha vida. Desliguei o telefone e em milésimos de segundos ele toca novamente. Era Bia.
— Alô?
— S/N, já são 10h30! Cadê você?
— Eu já estou descendo!
Peguei minha bolsa e desci apressadamente até a portaria, onde Bia estava me olhando com uma cara nada amigável. Tentei falar algo como desculpa, mas antes que eu pudesse fazer isso, a mesma me puxou pelo braço e me levou até a um carro prata. Destravou o mesmo, abriu a porta do carona e praticamente me jogou dentro, em seguida, entrou e fechou a porta.
— O que é isso, Ana Beatriz?!
Bia apenas levantou as chaves do carro, o documento e sua CNH.
— Eu pedi emprestado a minha irmã porque eu sabia que você não ia descer no horário combinado e iríamos nos atrasar. - Disse, olhando para mim em seguida. - E eu acho que você se esqueceu que eu sou um ano mais velha que você. - Disse, balançando sua CNH.
— É claro que eu sei. Quando uma pessoa pede para ser ensinada a dirigir e a outra recusa, a gente não se esquece. - Disse fazendo bico.
— Para de mimimi, S/N. Vamos logo.
— Isso quer dizer que você deixou, sua irmã e meu irmão à pé?
— Claro que não! É para isso que existe UBER.
Colocamos o cinto e seguimos viagem. Enquanto Bia ia dirigindo ao modo dela, ultrapassando tudo e todos e xingando os outros motoristas (é sério, quem deu uma CNH para essa desgraça?), eu estava achando muito esquisito eu não estar depressiva por conta da carta de Hoseok. Não é possível que eu tenha me desapegado tão rápido assim. Prefiro achar que a minha ficha ainda não caiu. De qualquer maneira, me sentia mal. Mal ao ponto de nem querer mais competir, o que me fez balançar a cabeça, tentando jogar esses pensamentos fora.
— "Para com isso, S/N! Nada vai estragar o dia de hoje. Quando tudo isso acabar, nós cuidamos dele."
— Ah, esqueci de falar. - Disse Bia, depois de ter xingado um cara que tentou fechá-la. - Gostei o look.
Minha roupa consistia em um cropped preto, jaqueta militar e calça saruel também preta. Meu cabelo estava em um coque não muito alto, com duas mechas para fora. Também estava com uma choker básica preta.
Em menos de 5 minutos, em meio aos trancos que Bia dava no carro e o excesso de velocidade, chegamos na escola. Desci rapidamente do carro, sem falar com Bia e saí correndo em direção ao auditório. Entrei pela porta dos fundos em direção ao camarim, aonde estava Martha e Leo.
— Ainda bem que você chegou, S/N! - Disse Martha me examinando de cima a baixo. - Os olheiros já chegaram e estão conversando com a diretora e com a minha mãe. Você está bem? Está nervosa?
Respirei fundo, olhando para baixo.
— Ei, o que foi? - Martha disse se aproximando de mim. - Aconteceu alguma coisa na sua casa?
— É... Eu vou lá fora e já volto.
Assim que Leo saiu, Martha pegou uma cadeira e se sentou, esperando que eu falasse algo.
— É claro, só fale se você qui...
— O Hoseok foi embora.
Martha ergueu levemente a sombrancelha, como expressão de compreensão.
— Ah, entendi. - Martha abaixou a cabeça, brincando com os dedos. - Vocês... Eram muito próximos? Digo... Antes de ele vim para cá?
— Não. Eu só ouvia falar dele. Nós sempre achamos que conhecemos alguém por conta disso. Mas quando eu o conheci de verdade, eu vi que estava errada. Eu posso soar maldosa, mas eu o acho lindamente idiota. Ele é um bobão, sempre está fazendo brincadeiras e às vezes tem atitudes infantis. Mas na hora de ser sério, ele era mais do que ninguém. Uma pessoa de bom coração, que me ensinou a não pagar o mal com outro mal, mas mostrar o outro lado da moeda. Ele sempre se preocupava em como eu estava. E claro, ele era lindo. Aquele sorriso que ele dava a cada minuto, era como um raio de sol que atingia meu coração. Sempre me dava ânimo e coragem.
— S/N? - Martha levantou o rosto, com expressão de confusão dessa vez. - Você está... Apaixonada pelo seu primo?
Meu rosto corou. Eu havia me esquecido completamente de que havia dito que Hoseok era meu primo.
— Mas é-é claro que não, Martha! Eu s-só estou elogiando ele. Sabe, eu tive uma péssima primeira impressão dele. Eu estava errada.
— Mas você está gaguejando e está corada...
— Mas é claro! Como eu não ficaria depois disso? É embaraçoso.
— Sei. - Disse Martha, levantando da cadeira. - Eu tamém fiquei mexida com essa notícia. Estava pensando em... Dizer ao Hoseok... Que eu estou interessada nele.
Fiquei boquiaberta. Por isso as expressões. Martha era uma excelente pessoa e entendo o fato dela estar gostando de Hoseok, afinal sua gentileza e habilidades não foram esquecidos pelo mesmo. Mas eu não havia com que me preocupar. Ele não estava mais aqui. E não tínhamos mais com o que contactá-lo. Segundos depois, Emilly adentrou ao camarim.
— Olá, S/N! E aí, preparada?
Balancei a cabeça, assentindo.
— Eu tenho uma notícia: os olheiros liberaram um dançarino de apoio por candidato. Ou seja, se você quiser fazer par com Ho...
— Mãe. - Emilly parou de falar e olhou para sua filha, que se aproximou para falar algo em seu ouvido. - Ele já voltou para o país dele. Por favor, não fale mais sobre isso, S/N está triste.
Enquanto isso, Emilly abriu sua boca em formato de "O" e em seguida, assentiu.
— É... Cadê o Leo?
— Já voltei.
— Você vai primeiro porque aconteceu algo chato na família da S/N e vamos acalmá-la enquanto isso.
Leo me olhou, inicialmente incrédulo, mas respirou fundo, assentiu e saiu do camarim em direção a coxia. Podíamos ouvir os murmurinhos da platéia e estimei que o auditório estava cheio. Emilly segurou meus ombros e fixou em meus olhos.
— Está bem, querida. Chegou o dia que você mais sonhou desde que descobriu que queria seguir essa carreira. Você nunca foi de esconder seus sonhos, isso é bom, pois você me deu a oportunidade de te ajudar até aqui. Agora é com você. Faça o seu melhor, S/N!
— Eu farei, Emilly. - Disse, engolindo seco, tentando segurar as lágrimas. Martha pôs uma de suas mãos em meu ombro.
— Estamos indo para os nossos lugares. Confiamos em você, S/N.
Assim, elas se viraram e saíram do camarim e eu fiquei sozinha. O que era um perigo para minha mente. Respirei fundo, sendo capaz de sentir as batidas rápidas do meu coração. Me sentei e abri a bolsa, pegando o tênis que Hoseok havia me dado. Eu o guardei para usar pela primeira vez nesse dia.
— Essa é para você, Hoseok.
Fui em direção a coxia para aguardar a minha vez. O nervosismo era notório, pois minhas mãos estavam trêmulas. Dava pulinhos para tentar relaxar, o que funcionou consideravelmente, mas não como eu queria. Ouvi aplausos, gritos e assobios. Leo havia terminado sua apresentação. A qualquer momento me chamariam. Fechei meus olhos, me lembrando dos dias em que dancei com Hoseok. Isso, incrivelmente fez me acalmar.
— E agora, nossa segunda e última candidata também é do último ano, turma 302-A. Com vocês: S/N!!!
Conforme combinado, entrei de cabeça baixa e braços para trás, enquanto o auditório vibrava e gritava. Parei no meio do palanque, ainda nessa mesma posição. Segundos depois, já pude ouvir pequenas conversas em inglês entre os olheiros. Provoquei a reação que eu queria. Até que começa a tocar a música. Escolhi nada mais, nada menos do que CAMO, a nova música da BoA. Eu tinha quase certeza de que ninguém na escola havia escutado essa música, o que tornaria mais interessante. Reciclei algumas partes da coreografia, mas Hoseok e eu recriamos cerca de 90% dela. Nada de aplausos ou gritos. A platéia estava em silêncio, prestando atenção apenas em mim, o que me fez lembrar do meu aniversário. Não consegui conter o sorriso ao ver grande parte da minha família. Meus pais, avós, tios, Kayla e o namorado, S/I e Laura, com Bia do seu lado, entregando as chaves do carro. Parei de prestar atenção na platéia, pois poderia errar algum passo, o que no momento seria praticamente impossível. Estava envolvida. Imaginava Hoseok dançando junto comigo e me lembrava de mais momentos dos nossos ensaios. Ao chegar na parte em que a música quebra, me ajoelhei, executando a coreografia. Estava de olhos fechados até que eu escuto fortes gritos e aplausos, apesar da curiosidade, não abri meus olhos. Levei meus braços para cima e senti que alguém pegou em minhas mãos. Mesmo não tendo certeza de quem era, segui com a coreografia a dois. Essa mesma pessoa vira meus braços e imediatamente eu viro meu corpo, me levantando ao mesmo tempo. Ao finalizar o passo, eu consigo ver quem era o dono das mãos. Sem perder tempo, ele segura minhas costas, enquanto jogo meu corpo e meus braços para trás, formando um ângulo de 180° e voltando para perto do seu rosto. Ele sorri.
— Eu vim realizar meu sonho. Me concede essa dança?


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Notas finais do capítulo

OPA, olha o que temos aqui... Um PANFLETO!:
https://www.youtube.com/watch?v=bKqe9zqMUcI



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