A maior dádiva que a vida poderia ter dado a Light Yagami era ter uma mãe confeiteira. E estava neste exato momento ajudando-a terminar um bolo muito especial, com um motivo maior já que a loja encontrava-se fechada.

— Isso não é um pouco maldoso, meu filho? — indagou ela, observando a frase que acabara de fazer no bolo.

— Nah, mãe, tenho certeza que ele vai adorar — respondeu. Adicionou alguns morangos em cima de sua obra-prima, dando-se por satisfeito.

Pegou o bolo com extremo cuidado e seguiu andando para a porta que dava na loja de doces. Sua mãe a abriu para não correr risco de acontecer nenhum incidente, fechando a porta assim que ele passou. Na frente do balcão, sentado numa banqueta e de olhos fechados, estava a vítima.

— Já posso abrir? — ele perguntou ao ouvir o som da porta e de passos se aproximando, sua voz era puramente curiosa.

— Um momento. — Light colocou o bolo sobre o balcão. — Aqui está.

Com cuidado, L abriu os olhos grandes e viu o bolo à sua frente. Ele nem soube como reagir com aquilo, então ficou em silêncio por um longo minuto antes de deixar as palavras se formarem em sua cabeça.

— Criativo — comentou, baixo e com cautela, lendo mentalmente mais uma vez aquela frase. —, mas completamente desprezível. — emendou, levantando a cabeça para encarar Light, que exibia um sorriso contido. L viu que ele estava se segurando ao máximo para não rir de sua cara e aquilo o irritou.

— Você fica uma graça quando está com raiva. — Light apertou suas bochechas, alargando o sorriso.

— Vai se fofer — sua voz saiu abafada pelo aperto.

Light soltou suas bochechas e apoiou um dos cotovelos no balcão, aproximando-se de seu rosto sedutoramente.

— Só se for com você — disse sensualmente.

L sorriu com a fala, movendo os dedos magros até enroscá-los nos cabelos castanhos de Light, o puxando para um beijo repentino. Quando Light estava prestes a tocar seu rosto com a mão, apertou mais forte os fios de seu cabelo e o que aconteceu no segundo seguinte foi novela.

— Bandido bom é bandido restaurado e reintegrado na sociedade como cidadão de bem. — retrucou a frase “bandido bom é bandido morto” que estava escrito sobre o bolo. L tinha forçado a cabeça dele abruptamente para baixo, enterrando sua cara no bolo. Um sorriso presunçoso tomava seus lábios.

Light naquele momento aprendeu que não deveria, em hipótese alguma, brincar com esquerdistas como L.