Aquela Garota... escrita por Lanan Tannan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira história que tive coragem de postar >.< Escrevi ela dentro do ônibus da faculdade que havia parado por causa de um acidente na estrada (ainda me pergunto o que me inspirou).

Dedico essa história ao Maurício Natan que foi o primeiro a ler e que me acompanha nas mais variadas teorias loucas dessa realidade. ♡



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Observar o céu. Uma ação simples e sem nenhuma importância. Olhamos por simplesmente querer saber se ira chover. Todos fazem isso. Às vezes, sem nem mesmo perceber.

Repetindo: uma ação simples e sem nenhuma importância.

Mas não para aquela garota.

No fim, tudo se resumia em olhar para o céu.

Era como observar um pedaço do infinito, que fazia nos sentir pequenos diante de tal imensidade... ou gratos por fazer parte dele. Quantas vezes as pessoas costumam tirar o tempo que for apenas para admirar o brilho das estrelas? Quantas pessoas reservam um breve desvio de sua atenção para erguer os olhos ao céu estrelado e maravilhar-se?

Um defeito de muitos: não sabemos aproveitar os simples momentos mágicos que ocorrem todos os dias. Mesmo aqueles tão singelos, que sempre passam despercebidos por sua simplicidade.

Entretanto, ela era diferente.

Ela sabia aproveitar esses momentos.

Não importava o que havia ocorrido durante o dia – bom ou ruim – lá estava ela, olhando para o céu.

Contemplando-o.

Assim que a noite caia, seu desejo aumentava. Não é que passava o dia inteiro dizendo ou pensado nisso – as vezes, sim. Era uma coisa que ela amava fazer.

Enquanto todos dormiam, ela abria a porta de sua casa fazendo o mínimo barulho possível para não acordar seus pais. O silencio só não era absoluto devido aos animais que soavam na calada da noite. A passos calmos, contradizendo a ansiedade que sempre sentia, deitava-se no gramado de sua casa, com a brisa da noite a lhe refrescar.

Uma imensidão negra que chegava a assustar, com focos de luz que mesmo tão distantes, brilhavam intensamente. Era assim que ele descrevia o céu durante a noite. Como aquela frase que sempre gostara de dizer: Existe Trevas na Luz e existe Luz nas Trevas.

Ou ainda aquela que ouvira ela dizer: Ainda que haja noite no coração, vale a pena sorrir para que haja estrelas na escuridão. Não sabia de quem era aquela frase que tanto fora proferia por aquela garota. Talvez um autor famoso. Ou um livro favorito. Ou, quem sabe, ela própria havia criado. Não duvidava disso. De qualquer modo, era bela.

Deve ser por essa frase que ela sorria, seus olhos movimentando-se lentamente, direcionados ao céu e os mistérios que ele carregava.

Mistérios.

Esta era a palavra que mais a atraia. O universo, as estrelas... Quanto mistério haveria de ter ali!

Um barulho próximo a fez sentar rapidamente. Seus olhos se redirecionaram para a porta de sua casa esperando a qualquer momento que seus pais aparecessem ali. Se descobrissem que ela costumava sair todas as noites para ficar ali fora, tinha absoluta certeza que não poderia mais aproveitar aqueles momentos de tranquilidade.

Passou um minuto. Dois. Cinco minutos depois e nada aconteceu. Suspirou aliviada. Naquela hora da noite todos já deviam estar dormindo, era muito tarde.

Todos dormiam, menos ele.

Ela deitou-se novamente, mas seus olhos foram atraídos por um piscar de luz. Contudo, vinha de outra direção.

Ele se abaixara rapidamente. O coração acelerado por ter sido flagrado naquele momento. Seus óculos devem ter refletido a luz e por isso ela o notara. Depois de alguns segundo naquela posição – com as bochechas rubras e se amaldiçoando internamente por ter sido flagrado – reuniu coragem o suficiente para dizer um “olá”. Assim, ele se erguera.

Não havia mais ninguém.

A garota fora embora.

Ele ainda lembrava disso mesmo depois de dois anos.

Garota encantadora que ele passou a admirar. De longe.

Deitar sobre a grama. Olhar o céu. Contar as estrelas. Admirar a lua. E no dia que houve um eclipse? Ele nunca a vira tão animada. O sorriso presente em seu rosto durante todo o evento.

E era por isso que ele não conseguia entender. Não compreendia como fora possível.

Qual era a razão? O motivo daquilo ter acontecido... ninguém sabia.

A não ser ela.

A única que sabia era aquela garota que todas as noites, sem exceção, observava o céu. Aquela garota que ele gostava de observar e admirar. Aquela garota que o fez se apaixonar por estrelas sem nem mesmo saber. Aquela garota que ele se apaixonou em segredo, porque era muito covarde para lhe dizer.

Aquela garota que ele não sabia o nome.

Mas ele nunca iria saber o motivo daquilo ter acontecido.

Por que?

Porque... numa noite como essa, com as estrelas iluminando a escuridão, o vento soprando-lhe os cabelos e com o som de uma coruja ao longe como fundo musical... Ela tirou a própria vida.

E ele nunca saberia o porquê.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
Talvez em breve postarei mais uma one.
Se eu tiver coragem >.



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