O Vingador Infernal escrita por Elliot White


Capítulo 6
Hades


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/731051/chapter/6

As carroças do desenho começaram a aparecer, não saindo do papel pois seria doideira demais, mas voando, algumas e pousando na área, e algumas sendo carregadas por animais.

A fada

A figura dela ficava no topo, e a carruagem era guiada por um cavalo branco, com grandes asas de anjo. Eu lembrei do cavalo de Hércules na hora.

A bruxa

Sua imagem ficava à direita da fada. O transporte voava assim como o das fadas, mas não conduzido por um animal. Uma grande vassoura de cabo muito comprido estava embaixo do veículo.

A sereia

Esta estava à direita da bruxa, descendo a página em círculo.

A condução feita de conchas do mar veio de um pequeno lago, que eu não notara que estava lá antes. Uma espécie de lula gigante conduzia os passageiros, remexendo seus tentáculos até chegar a superfície e pousar.

O centauro

O homem-cavalo permanecia no térreo do desenho. A carruagem veio guiada por um ser da cintura para cima homem, e da cintura para baixo equino. Estacionou na posição que indicava o mapa.

O elfo

À esquerda do centauro, estava um desenho de um rapaz com orelhas pontudas. Entre as árvores surgiu um veículo de quatro rodas, aparentava ser todo feito de galhos, madeira e folhas, e vinhas de uma planta carregava o transporte, magicamente tendo vida própria. Essa carruagem se posicionou no lote do elfo, segundo o mapa.

O cavaleiro

À esquerda da fada. A carroça era a mais simples de todas, apesar de ser feita com metal e parecer resistente, o condutor era um par de cavalos, sem nada aparentemente mágico.

Obviamente eles eram os bárbaros, onde eu iria ficar. Me dirigi até lá, enquanto Bento ia até o lago.

A viagem foi longa e exaustiva, assim como fora quando eu saí do orfanato. No entanto, desta vez eu estava seguro. E os lugares pelos quais passamos foram inexplicáveis. Eu não era muito viajado, mas não imaginava nenhum local como esse. Procurei ficar calado e fingir estar dormindo para não ter que responder perguntas sobre mim.

Quando chegamos, era no castelo que estava ilustrado no mapa. Maior do que qualquer coisa que já vi. Queria poder enxergar as cores do cenário.

*

Ao chegar, a primeira coisa que aconteceu foi um senhor de idade me indicando onde eu iria dormir, um dormitório meio abandonado e de estilo medieval.

— Por aqui, Gary. Que sorte, você não tem um colega de quarto ao que parece.  O cômodo é todo seu. Boa noite.

— Boa noite, Sr. William. – Li o nome gravado no terno dele.

Antes de me deitar na cama e largar as minhas coisas, notei alguém chegando.

— Bem-vindo, Gary. – Uma voz masculina conhecida soou.

Me virei para vê-lo, era o Rei com sua coroa colorida e sua roupa da realeza em mil tons diferentes.
            - O que você quer? – Perguntei.

— Quero que conheça alguém. – O monarca respondeu. – Me siga e eu te mostro onde.

Eu assenti com a cabeça e o obedeci, no meio da noite o seguindo pelo terreno da Academia. Não era o mais sensato a se fazer, mas eu queria saber de onde vinham estes personagens que deveriam existir apenas no meu baralho.
            Passamos por alguns alojamentos e jardins, iluminados pela luz da lua, não havia muitas pessoas fora dos quartos, e mais uma vez só eu enxergava o Rei. E sua figura era a única com cores no lugar.

— Chegamos. – A voz grave avisou.

— Olá. – Falou a Rainha, se mostrando presente.

— Saudações. – Disse o Coringa, se apresentando. – Queremos que conheça ele.

Todos se curvaram para uma figura que estava mais a frente, sentado em um trono. Vestia trajes escuros, eu não sabia se era a cor preta ou outra cor em tom escuro que meu daltonismo distorcia. Era calvo e parecia velho, caucasiano.

— Prazer em conhece-lo, Gary, meu nome é Hades.

Eu conhecia um pouco de mitologia grega, porém não estava entendendo a situação.

— Eu o criei. Naquele dia em que você defendeu todos os passageiros daquele ônibus, eu vi que era um benfeitor, um bom samaritano. – Ele continuou. – Desde então tenho tentado lhe transformar em um vingador. No entanto tens falhado em todos os meus testes. Quando te dei a superforça e o que precisava para sobreviver, acreditei que poderia fazer o que eu te pedisse. Bem, pelo menos o que eu mandei meus súditos pedirem a você.

— Seus súditos? Eles são idênticos aos personagens das minhas cartas. Sabia disso, não sabia? – Perguntei, levantando o tom de voz.

— É claro. Eu os fantasiei assim para que você se identificasse.

— Sou mesmo um Cérbero?

— Sim. As tatuagens que pus no seu corpo são as duas cabeças do cão infernal de três cabeças. A terceira é a sua. Sou o rei do inferno, um deus grego. O meu último Cérbero foi despedido, por isso te procurei. Você tem o que eu preciso.

— E o que precisa?

— Um vingador. Seus testes eram se vingar, se vingar de pessoas que fizeram o mal. Primeiro, uma família que abandonou um filhote. Depois, a inveja de alguém que deveria ser seu amigo. Os próprios criminosos que te feriram! Eu esperava que você conseguisse passar em algum.

— Responder violência com violência não é o mais certo a se fazer. Eu quase morri. Foi o que eu aprendi.

— Concordo. Mas de onde eu vim, o inferno, é natural usar a mesma moeda como troco. E quando eu me tornei o rei do inferno, eu não esperava ficar aprisionado aqui e nunca mais poder retornar ao Olimpo, que era a minha casa, e rever os meus irmãos, mas a minha família, o meu sangue sem me perguntar me concedeu este cargo, sem me consultar. Os que deveriam me amar me exilaram. É por isso que eu e você estamos juntos nesta vingança. Nós dois somos injustiçados. Está na hora de fazer justiça com as próprias mãos!

*

Durante a manhã, uma carta de papel reciclado e decorado estava dentro da correspondência do meu alojamento.

“Prezados alunos bárbaros de Mystique Campus,

Temos o prazer de lhe convidar ao Baile de Dia dos Namorados da Academia.

Apareça se puder! ”

*


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Preciso de comentários!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Vingador Infernal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.