Deuses em Revolta escrita por Jereffer


Capítulo 37
Capítulo 37: Perdas




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 Voávamos na maior velocidade que podíamos em fuga, e tentávamos se livrar do peso em excesso da armadura dos pegasos, que os atrasava.

 

Hator junto com mais dez guerreiros montados em grifos dourados, voavam em uma formação que me lembrou a uma migração de gansos vinham em nosso encalço.

 

- Vou lhe matar Jackson! – ela berrou, ela empunhava algo que me parecia uma vara um tanto curta, um pouco parecida com o caduceu do Hermes, ela disparou eu feixe de luz através da estranha arma.

 

Ela me errou por pouco, mas certou uma águia que voava perto de mim, fazendo ela se transformar em um rato gordo e cinzento, que despencou instantaneamente do ar.

 

- Não deixem ela acertar vocês – eu gritei tentando abrir minha mochila sem ser morto pelas setas disparadas pelos nossos adversários.

 

Consegui alcançar a nossa arma secreta que eu havia trazido: o pote do ar, só foi necessário um único toque na superfície para que um forte redemoinho de ar começasse.

 

Pena que eu fiz isso a tempo de evitar que dois dos nossos arqueiros despencassem de seus pegasos, atingidos por flechas ao se distrairem com o vento, mas consegui fazer todos os nossos adversarios serem engolidos pela ventania, gritei com a voz entrecortada pelo vento:

 

- Atirem – eu disse, e logo uma chuva de setas passou voando pro mim e começaram a acertar nossos adversários.

 

Hator soltou um som de fúria e sumiu fazendo um PUF! em meio do vento , demorou um tempo acertamos todos, pois o vento mudava a direção das flechas, mas logo todos já haviam caído do céu.

 

Nós nos afastavamos um pouco do local onde o redemoinho de vento quando Michel se aproximou.

 

- Vou dar uma olhada lá embaixo, quem sabe aqueles dois... – disse Michel, mas sua voz falhou, e estava ligeiramente tremula.

 

- Deixe que eu vou, voltem para o Olimpo, eu os sigo mais tarde – eu disse sério, ele fez menção que ia dizer algo, mas apenas se ajeitou melhor na sua montaria e disse:

 

- Vejo você mais tarde – ele disse puxando as rédeas e saiu voando de modo lento, sendo seguido pelos outros.

 

Desci na vertical rumo ao solo, eles haviam caído em um lugar que me parecia uma savana, o lugar tinha até alguns animais, como se o Campo de batalha tivesse simplesmente se levantado do solo, o que era provável.

 

Um bando de hienas se esgueirarem naquela direção confirmou minha suspeitas: Vi duas massas sangrentas no chão, que eu logo reconheci como nossos arqueiros abatidos.

 

Tive que afugentar um bando de hienas que já se aproximava, então me pus a pensar no que fazer.

 

Não tinha como eu levar os corpos no meu pegaso, mas eu não queria que eles fossem devorados pelas hienas, era muito indigno, então resolvi construir uma pira funerária improvisada.

 

Arrastando alguns troncos e varias pedras soltas eu construí algo que ficou entre pilha para lixo e pira funerária grega, eu não pude fazer nada melhor pela ausência de ferramentas e porque a noite estava muito escura, eu só tinha a luz de uma pequena lanterna que eu trazia refledtida na armadura do meu pégaso.

 

Enchi o topo da pira com capim seco, que a muito custo eu consegui arrancar com as mãos, e arrastei os corpos, ou o que sobrou deles para ser mais exato, para cima da pira e os fitei por alguns instantes.

 

Obviamente eram gêmeos, pois o que sobrou de traços em suas aparências fúnebres eram idênticos, deviam ter no máximo 13 anos, eu senti algo que não era natural para mim: Pena.

 

Eu já vira mais pessoas morrer do que uma pessoa pode contar, então a morte se tornara algo corriqueiro, eu podia ver algum desconhecido morrer próximo a mim e ir tomar um cafezinho depois sem nenhum problema, mas acho que estou passando tempo demais com meio-sangues, ficando sentimental!

 

Sacudi a cabeça cpara afastar esses pensamentos e acendi a pira, e logo as chamas se espalharam com uma impressionante rapidez, e logo a pira brilhava como uma enorme fogueira de festas ao ar livre, mas logo eu tive que sair dali, o cheiro de carne humana sendo queimada não é nada agradável, devia ser por isso que na Grécia eles colocavam incenso aromático nas chamas!

 

Fui até o meu pegaso, este pinoteava a grama de modo nervoso, eu supus que  era porque um grupo de leopardos havia passado por ali há pouco.

 

- Já terminou senhor? – ele perguntou na minha mente, eu montei nele, lhe dei uma palmadinha nas costas e respondi:

 

- Já, vamos para o Olimpo logo, eu finalmente estou sentindo o efeito uma noite sem dormir – eu disse segurando as rédeas de leve enquanto ele iniciava o vôo.

 

O vôo foi tranqüilo, e estava amanhecendo quando descemos em um dos pátios abertos do Olimpo, guiei meu pegaso até o estábulo, mas vi que havia algumas pessoas a minha espera.

 

- Achamos que tinha morrido – disse James, mas eu considerei isso um “Oi, como você está?” eu apenas me encostei na parede e respondi:

 

- Eu estou vivo, e exausto também – eu disse fazendo menção de sair, mas uma voz fina me interrompeu:

 

- Então você é Percy Jackson – disse a voz, eu olhei para um lado e para o outro, não vi ninguém que podia ter aquela voz, olhei para baixo e vi que dois olhos me encaravam atentamente.

 

Era uma garota de aparência física de 10 anos, mas obviamente era imortal, era bem baixinha, por isso eu não a havia visto de primeira, longos cabelos castanhos e olhos azuis elétricos faiscantes, tirava nove em 10 numa escala de fofura, mas parecia tão séria em sua armadura que eu consegui controlar o riso e respondi sério:

 

- Sim, e você seria? – eu perguntei lhe estendendo a mão para ela apertar.

 

- Amanda Troover, general de Zeus – ela disse pomposamente, eu tive de prender o riso em quanto eu confirmava minhas suspeitas que Zeus é biruta e o motivo de ser sempre eu que tinha de aturar as missões dele.

 

- Quem bom que você chegou, precisamos traçar um plano de Cerco contra os nossos inimigos – ela disse séria.

 

Isso poderia marcar o fim da minha diversão.

 


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