Tivemos que passar a noite em um hotel, não teríamos mais tempo de chegar aos jardins da Hésperides até o sol se por, então resolvemos fazer uma pausa.

- Agora que temos tempo para respirar, devemos pensar em um modo de vencer Ladon, não acho que ele vai deixar agente subir na arvore dele – eu disse me jogando em um sofá.

- Poderíamos tentar envenena-lo – sugeriu Annabeth.

- Ele é venenoso por natureza, por isso eu não acho que funcionara – eu respondi, colocando meu cérebro para funcionar.

- Percy, você presenciou a maior parte dos atos lendários que acorrem no passado, como se matava dragões poderosos? – perguntou Bianca.

- O único modo que eu me lembro foi como Jasão... – eu dizendo quando dei uma tapa na testa, era isso!

- É claro! Jasão matou o Dragão da Cólquida depois de fazê-lo adormecer sob efeito de uma poção, se pudermos fazer pelo menos umas 50 cabeças adormecerem, poderíamos dar conta do resto – eu disse me levantando com um pulo.

- Falha no seu plano, como exatamente nós vamos o fazer dormir? – disse Annabeth.

- James... – eu disse num tom inocente, ela sacudiu a cabeça em negação instantaneamente:

- Nem pense nisso, posso ser filho de Hécate, mais não sou a bruxinha camarada, nada de poções, isso é coisa de menina – ele disse balançando a cabeça em negação.

Lembrei-me de algo muito útil para convencer pessoas, coisas constrangedoras que elas fazem na infância:

- Você pode não ser a bruxinha camarada, mas quando você era pequeno, costumava brincar com um graveto... – eu ia dizendo quando ele se atirou em cima de mim, tampando minha boca.

- Ok, eu faço a poção – ela disse se levantando.

- O que será que fez você mudar de opinião – eu disse num tom de falsa inocência.

Eu não sei exatamente como James ia preparar a poção, mas ele foi ao mercado popular, aquele lugar ao ar livre aonde se vender ervas secas, e aquelas bugigangas de gente velha.

Ele misturava algumas coisas, e a substancia fumegava e soltava fumaça, eu já via a hora da lareira que ele estava usando explodir!

- Era para fazer uma poção do sono, não uma bomba atômica – eu disse tossindo pro causa da fumaça.

- Cale a boca – ele praguejou – está pronta – ele disse levantando um caneco com um liquido fumegante.

Não tivemos tempo para testar, nem cobaias disponíveis, então resolvemos dormir um pouco para sair no outro dia cedo.

Acordamos no outro dia cedo, já que tínhamos que descontar das horas do percurso possíveis atrasos.

Por incrível sorte ou intervenção divina, não tivemos muitos monstros no caminho, apenas algumas harpias encrenqueiras, nada que algumas flechas não resolveram.

Sem demais problemas, conseguimos chegar ao jardim das Hésperides.

- Agora que estamos aqui, alguém tem idéia de como fazer o dragão beber isso? – Silena perguntou apontando para o frasco com a poção sonífera.

- Boa pergunta – eu disse e todos colocaram o cérebro para funcionar.

- Poderíamos por na água, e esperar ele beber – sugeriu Thalia.

- Ele cospe fogo, você acha realmente que ele bebe água? - Perguntei enquanto entravamos no jardim das Hésperides.

- Na comida dele então – corrigiu Thalia.

- Pode dar certo, mas vamos ter que ter cuidado para não viramos comida também – eu disse olhando para o alto, e avistei algo perturbador.

O dragão Ladon era uma visão pavorosa, começando pelas suas cabeças, havia mais do que se podia contar, ele estava dormindo, mas isso não era tranqüilizador, pois apenas algumas cabeças estavam de olhos fechados.

- O que essa coisa come? – perguntou Nico, ele estava mais branco que um cadáver, irônico não?

- Qualquer coisa, mas estou vendo cabras da montanha ali a diante, podemos usar uma delas no lugar de um de nós – eu disse olhando para os lados , nem sinal das Hésperides, o que era estranho.

Vi uma placa presa nas pedras, estava em grego, mas traduzi instantaneamente:

- Fomos viajar, se tiver alguma reclamação, favor deixar com o Ladon – eu li em voz alta, engraçadinhas não?

Pelo menos era um problema a menos quando eu me aproximei das cabras, me virei e perguntei:

- Eu recomendo para os que não gostem de ver bichinhos sendo mortos, virem para o outro lado – eu disse e todos instantaneamente se viraram.

Desci o cabo do tridente no pescoço de uma, e ela nem viu o que a acertou, antes de cair morta no chão.

Enfiei o frasco com a poção pela boca dele, e vedei as “saídas” do animal com grama, e disse:

- Alguém disposto da levar o animal até perto do dragão? – eu perguntei elevando a cabra do solo

Ninguém ousou se mexer, com medo que isso se parecesse um sim, eu apenas suspirei:

- Se ninguém se oferece, irei eu mesmo, mas fiquem em posições, assim que ele dormir, comecem a golpear o corpo, na parte sem escamas – eu disse partindo rumo algo que soava a suicídio.

A arvore que ele cuidava era maior que um arranha-céu, estava lotada de maças de ouro, eu teriam que convocar Jordan para subir até lá.

Aproximei-me um pouco e lancei a cabra, o que não era fácil, pois ela pesava mais que um saco de cimento.

Assim que ele viu o animal, uma das cabeças pegou e engoliu a cabra inteira, depois de alguns minutos sem nem se mover, algumas cabeças despencaram em sono profundo.

- AGORA! – eu disse fazendo sinal para avançarem.

Apenas 30 das 100 cabeças estavam acordadas, não que isso fosse um empecilho para o dragão tentar nos fazer em pedaços de salame.

Cada um tentou se defender de algumas cabeças para atacar o corpo, foi realmente difícil, mas conseguimos pelo menos deixar ele em algo parecido com um desmaio.

- Deveria ser tão fácil? – perguntou Thalia, estava toda descabelada e suada, mas vencer um dragão faz bem para o orgulho de qualquer um.

De longe, ouve um estrondo, comecei a revirar minha mochila para tentar achar fósforos.

- Suponho que não vai ser, nós temos de pegar esse Pote AGORA!