Deuses em Revolta escrita por Jereffer


Capítulo 22
Capítulo 22: O primeiro Pote




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/73101/chapter/22

Navegamos a toda velocidade, e por horas a fio não vimos nada, apenas um mar azul e agitado, até eu ver nosso ponto de referencia:

 

- Reduzam a velocidade! – eu pedi me debruçando na murada para ver melhor.

 

Lá estava ele, fixo nas águas revoltas, uma grande rocha, e nela o fóssil de um tubarão imenso, era um belo monumento natural.

 

- Ancorar – eu anunciei.

 

- Já chegamos? – perguntou Rachel olhando para a água.

 

- Sim, mas antes de mergulharmos é melhor você serem equipados corretamente – eu disse revirando uma mala.

 

Todos se ajuntaram a minha volta, eu tirava algumas roupas de mergulho da mala quando alguém perguntou:

 

- Para que? – perguntou Nico.

 

- A pressão aquática não me incomoda, mas poderia esmagar vocês como latas de alumínio, essas roupas foram modificadas no laboratório de pesquisas, ela vai evitar que morram e possivelmente possam falar e me entender em baixo d’ água, e é claro, tem um reservatório de oxigênio – eu disse atirando um traje.

 

- E funcionam? – perguntou Annabeth desconfiada.

 

- Ponhamos nesses termos, fui eu quem projetou – eu disse tranqüilamente enquanto pegava algumas lanternas.

 

- Vamos morrer – ela diagnosticou.

 

- Relaxa – eu disse fazendo uma pausa – mas só por curiosidade, você preferem serem enterrados ou cremados?

 

Depois de todos devidamente equipados, começamos a descer ela escada até a água, que estava incrivelmente gelada.

 

- Me sigam e tentem não morrer no caminho – eu disse mergulhando.

 

Depois de descer o que pareceram para mim poucos metros, logo a água ficou incrivelmente escura, eu não tinha problemas com isso, eu sabia onde estava cada coisa, mas me esqueci que os outros não tinham essa habilidade.

 

- Eu não vejo nada! – uma voz ecoou atrás de mim, que eu reconheci coma da Katie, apesar das vozes saírem incrivelmente grave.

 

- Eu me esqueci, aperte o terceiro botão das roupas, aquele próximo ao coração – eu disse.

 

Ouvi um plof, o som de oxigênio escapando, suspirei e disse:

 

- Esse é o suprimento de oxigênio, é o outro botão – eu disse e vi que dessa vez ela acertou.

 

Das roupas, surgiu um brilho fosforescente azul, levemente fantasmagórico, e logo todos pareciam peixes-vagalumes-fantasmas, e prosseguimos o mergulho vertical.

 

E logo vimos um lugar que outrora fora esplendido: o castelo de Ceto.

 

Agora só restava as ruínas do glorioso palácio, mas ainda podia se ver vestígios da antiga beleza do local, algumas colunas e restos do lindo piso ainda estavam em seus determinados locais, mas havia algo perigoso naquele local, não era necessário ser nenhum oráculo para perceber aquilo.

 

- Fiquem juntos pessoal, algo nesse lugar parece perigoso – eu disse dando uma rápida virada, até onde eu lembrava, a sala de tesouros ficava ao oeste.

 

Eu não esperava achar o local sem nenhum monstro ainda leal defendendo, mas aquilo era sacanagem.

 

O maior Kraken que eu já vira estava postado na frente de um baú, e com um agito de tentáculos me arremessou longe.

 

- Modo de combate Macedônia – eu disse me recuperando do golpe.

 

Por sorte todos entenderam, e cercamos a criatura, não que isso ajudassem muito, os tentáculos dele eram bem ágeis.

 

James investiu com sua lança em uma das laterais, mas o Kraken foi mais rápido e o golpeou com força, o lançando em alta velocidade para o lado, a boa noticia é que algo amorteceu a queda dele, a má e que “algo” pelo jeito foi alguém, pela exclamação, eu supus ser Annabeth.

 

Aproveitando a distração, golpeei com toda a força uma lateral do bicho, dela jorrou sangue... Roxo?

 

Ele soltou um urro de dor, e logo recebeu mais alguns golpes ele começou a se desfazer.

 

Todos vibraram a vitória, eu mergulhei até o baú e puxei só que tive uma surpresa: estava vazio.

 

Concentrei-me e vi um agito na correnteza, algo muito rápido estava se deslocando para a superfície.

 

- Droga, eles devem ter enganado o Kraken, pegaram o pote e estão fugindo – eu disse saindo em disparada.

 

Nadei com toda a minha força, sendo seguido de longe pelos outros, logo vendo o que ocorria, Hastor nadava de modo desajeitado rumo a superfície, ela carregava um objeto meio esférico, que emitia uma luz azul vivo, eu não precisei de uma enciclopédia para deduzir que aquilo era um dos potes de Caos.

 

Arremessei minha espada como um bumerangue, na tentativa de ferir aquela deusa irritante, mas minha espada acertou de raspão o pote, causando um resultado interessante.

 

Aquilo abriu um vergo no objeto, e de lá começou a jorrar um liquido azul brilhante, que assim que tocou algumas algas mortas, as fez ficar novamente lindas e brilhantes, e ao tocar pequenas criaturas fossilizadas na lama, elas instantaneamente ganharam vida e sair nadando.

 

Aquilo era assombroso, mas eu não tive tempo de apreciar, pois Hator estava quase na superfície, que eu imaginei que assim que ela subisse, haveria um navio a sua espera.

 

Michel, que havia quase me alçando, jogou um de seus dardos contra a Hator, que atingiu seu braço, a fazendo soltar o pote.

 

Dei uma guinada para baixo e nadei em toda velocidade, mas o pote parecia estar fugindo, aquilo não era uma queda normal!

 

Quando ele ia tocar o solo, eu estava quase pegando, quando uma fenda se abriu no chão, e o pote passou direto.

 

Hator, ao perceber o que acontecera, rapidamente escapara, nós não tivemos tempo de seguir ela.

 

Subimos até a superfície, eu olhei e vi de relance um navio amarelo desaparecer entre a névoa.

 

- Onde aquilo foi parar? – perguntou Silena.

 

- Eu suspeito, mas rezem aos deuses que eu esteja errado – eu disse enquanto pegava o rádio para chamar o navio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!