Deuses em Revolta escrita por Jereffer


Capítulo 20
Capítulo 20: Inimigos de inimigos




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O tempo parecia estar brincando conosco, havia 32 filhos de Poseidon no barco (contando comigo) para controlar o oceano, e uma tempestade de ventos fortíssimos nos atinge e uma chuva rala, quase um nevoeiro.

 

- Que diabos está acontecendo, eu não consigo enxergar nada – disse John da torre de combate.

 

- Isso não é normal, algo está causando está tempestade – gritou um de meus irmãos, que também estava de sentinela na outra torre.

 

Eu senti uma certa nostalgia, convoquei uma pequena reunião na cabine principal.

 

- Essa tempestade não é natural, eu já senti esse poder antes, isso é obra do Tifon – eu disse enquanto enchia um copo com suco, apesar da tempestade, o ar estava seco, aquela água da chuva parecia quente e seca, se isso for possível.

 

- Tipo, o pai dos monstros? – perguntou Annabeth engasgando.

 

- Esse mesmo, á criatura Titã também o divindade das secas e dos furacões, pelo jeito ele está acordando de seu sono – eu respondi preocupada.

 

- Se ele é o deus das secas, como ele faz chover? – perguntou Rachel.

 

- Essa é uma chuva (ou nevoa) acida que de certo modo é uma forma de destruição pior do que a ausência de água das secas – eu a respondi

 

- Ele está solto? – perguntou Silena.

 

- Ele está muito bem aprisionado, mas pelo jeito ele está inquieto, ele pode causar coisas como essas apenas por sonhos – eu disse, olhando pela escotilha.

 

- Eu acho que se os deuses egípcios pegarem os quatro potes, vão usar para controlar ele, é o único monstro capaz de bater-se de frente com os deuses, e ainda tem o fato dele estar acordando, ou seja, se eles não o ganharem com aliado, teriam de ter ele como inimigo, que é suicídio– eu disse lhes contando minhas suspeitas.

 

- Como um monstro pode oferecer risco aos deuses? – Perguntou Thalia.

 

- Vocês deveriam morar em uma escola em vez de em um acampamento – eu disse revirando os olhos.

 

- Tifon é um ser tão poderoso, que quando solto os deuses se esconderam dele, literalmente, eles se metamorfosearam em animais e fugiram para o Egito – eu disse, enquanto regulava o umidificador de ar.

 

- Todos? – perguntou Annabeth com os olhos arregalados

 

- Bom, sua mãe não se transformou em nada, apesar de ir ao Egito também, os únicos que não fugiram foram Poseidon, que ficou para defender as pessoas que fugiram para os arquipélagos dele (E também pelo fato do Tifon não ter poderes em contato com a água), e Hades juntou as forças remanescentes, os heróis que não tinham fugido, entre eles estava o Quíron, para enfrentar o Tifon – eu terminei secando a jarra de suco.

 

- E que aconteceu depois? – perguntou Michel.

 

- Perdemos feio, Hades foi lançado com tanta força contra o chão que abriu uma nova passagem para o Mundo Inferior, Eu fui arremessado contra um monte e provoquei um deslizamento de rochas tão grande que uma segunda monte foi formado (eu fiquei meses morto para me recuperar), a maioria dos heróis que não morreram foram forçados a recuar, ele só foi vencido quando Zeus, depois de ser repreendido por sua covardia, juntou os Olimpianos e conseguiram aprisionar ele no interior de um vulcão – eu terminei, enquanto vasculhava a geladeira.

 

- Porque ele esta atacando aqui, se ele ainda está dormindo? – perguntou Katie.

 

- Ele se lembra de mim, eu apesar de ter sido eu derrotado, consegui cegar ele de um dos olhos , ele provavelmente ainda se lembra disso, então subconscientemente ele está me procurando, pelo menos eu acho – eu completei.

 

- Obelisco, a direta – John anunciou lá de cima.

 

- Impossível, estamos passando perto da ilha da Circe, será... – eu ia dizendo quando algo me ocorreu.

 

- Ancorem o navio – eu disse pegando meu megafone.

 

- Vamos descer lá? – perguntou Clarisse.

 

- Tomem vitaminas anti-magia, quem sabe ela tenha se aliado aos nossos inimigos, se tornando uma inimiga dupla, se isso fizer sentido – eu disse enquanto me levantava.

 

Perto da maravilhosa ilha que era desde a ultima vez que eu estive, agora parecia um chiqueiro, tudo estava em frangalhos, e onde ficava o maravilhoso resort dela, havia apenas algumas choupanas de madeira.

 

- Parece que o padrão de vida dela caiu um pouco – eu disse olhando ao redor.

 

Andamos mais um pouco, e avistamos a figura que um dia foi a bela Circe, mas parece que as mudanças não lhe fizeram bem: seu sedosos cabelos negros estavam oleosos e pareciam um ninho de rato, seu antigo e lindo vestido negro estava em farrapos.

 

- Depois homens é que são porcos – eu disse sarcasticamente enquanto me aproximava.

 

- Filho de Poseidon – ela disse entre os dentes – Se veio aqui atrás de algo perdeu tempo, minha ilha já foi destruída– ela respondeu tristemente.

 

- Não, hoje não estamos atrás de você, e sim dos caras que construíram aquilo – eu disse apontando com a espada para o Obelisco.

 

- Por quê? – ela disse subitamente interessada.

 

- Queremos mandá-los para o fundo do Tártaro, gostaria de colaborar? – respondeu Michel por mim.

 

- Se esse for o motivo, é claro que eu falo – seus olhos faiscavam perigosamente.

 

- Eles estavam atrás de alguns mapas e navegação que eu criei por magia, tinha um cara cachorro – ela ia dizendo e eu complementei:

 

- Set

 

- Isso, é uma nojentinha chamada Hator, batalhamos mais eu... – eu percebi que ela estava mordendo o orgulho feminino, algo perigoso, para dizer, mas resolvi interferir.

 

- Entendemos, ela pegou algo mais? – perguntei.

 

- Ela pegou algumas coisas no meu jardim de plantas exóticas, eu não sei o que – ela terminou, apontando para uma estufa.

 

- Poderíamos dar uma olhada? – eu perguntei, apesar de não achar que teria algo importante lá, fiquei curioso.

 

Ela assentiu e nos guiou até lá, eu olhei em um vaso e vi algo interessante:

 

- Isso seria uma Aegargus tipo Z correto? – eu perguntei a ela.

 

- Sim, mas pode pegar se quiser, eu nunca descobri a utilidade disso em uma poção – ela disse desinteressada.

 

Arranquei algumas muda e ramos, todos me olhavam confusos, exeto Katie, que parecia entender o que era a planta.

 

- Para que você quer isso? – perguntou Thalia.

 

- Para contrabandear para o Olimpo é claro – eu disse sem dar atenção.

 

- Para...? – ela completou.

 

- Vender para a Tia Hera, se ela colocar o sumo de uma folha dessa no Néctar do titio do Raio, ele não vai trair ela por meses – eu disse terminando de pegar algumas folhas.

 

- Como? – ela perguntou, e sorri e respondi.

 

- Digamos que ela vai perder o interesse por frutas por um tempo - eu disse e todos tiveram um acesso de risos.

 

Nos preparávamos para zarpar novamente, eu perguntei a Circe:

 

- Há quanto tempo eles estiveram aqui? – eu perguntei apontando para o que sobrou do Obelisco, agora derrubado.

 

- Dois dias – ela respondeu simplesmente.

 

Subimos no navio e eu disse a todos:

 

- A toda velocidade, estamos um dia atrasados, se danificarmos o casco com a corrida, podemos concertar no meu estaleiro – eu disse e todos começávamos a se mover.

 

Tínhamos uma vantagem, eles não parariam na próxima ilha.


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