Pedaços Transformados escrita por Kurohime Yuki


Capítulo 62
Como Luke vai reagir?




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Como Luke vai reagir?

CALUM, 12 ANOS.

Calum pensou muito sobre isso, durante muito tempo, calmamente e silencioso... Depois de ter ficado se martirizando, com vontade de bater a cabeça na parede e se esquecer do que tinha feito. O que ele tinha na cabeça para beijar Luke?! Calum Hood faria um bem para humanidade se tivesse amnésia!

Mas...

Calum conseguia se lembrar da sensação causada quando beijou Luke (na bochecha), do fato da ideia ter estado lá na sua mente e depois seus lábios pousaram na pele dele, e então ele percebeu o que fazia. Ele beijava Luke. Na bochecha. Ele...

E ele não queria esque... ele não conseguia esquecer como a pele de Luke parecia um pouco gelada, muito suave, e... uau. Os lábios de Calum formigavam, sua mente corria acelerada e ele não conseguia acreditar.

Ele beijou Luke.

Na bochecha.

Mas, ainda sim, apesar da distância entre sua boca e a dele, que amigos faziam isso, ele o beijou.

E Calum sentia-se... Uou, ele não sabia. Entretanto havia acontecido, já havia acontecido, querer que não tivesse acontecido seria uma perda de tempo, a questão agora era o que iria acontecer.

Como Luke vai reagir?, pensou Calum novamente. Em sua mente, muitas opções apareceram e... por mais que o conhecesse, isso era algo que Calum não sabia, ele havia desaparecido da vista de Luke tão longo percebeu o que aconteceu, o que fez, e nada, nunca, desse tipo, aconteceu entre eles para que Calum soubesse como reagir, para saber o que Luke faria.

 

Opção (im)provável:

Luke nunca mais olharia na sua cara.

Era prático e certo – Calum tinha que admitir, mas... ele não... Calum não queria praticidade nem certeza, ele queria que nada mudasse entre eles.

E, nem que fosse pelo canto do olho, Luke o olharia de novo.

Então não, essa era uma opção improvável – Calum tentou descartá-la, mas ela ficava voltando e voltando, e cada vez que voltava o medo aumentava.

 

Opção esquecida:

—Você se lembra do...

—Do que?

—Nada.

—E você?

—Também não.

E ambos suspirariam de alivio – levemente angustiados por dentro.

 

Opção hilariante:

—Você se lembra do... – Calum não conseguiria completar, mas (in)felizmente Luke terminaria:

—Beijo?

—Hum, é, então...

—Foi uma brincadeira, certo? – questionaria Luke, desejando que Calum assentisse, que confirmasse que tudo foi uma brincadeira, e Calum não conseguiria negar aquela esperança no fundo dos seus brilhantes olhos azuis, que parecia o céu, o mar, o infinito...

—É – concordaria ele. E riria, sentindo um gosto amargo na sua boca: – Ha ha ha.

Calum queria vomitar. (Os dois Calum: o da sua imaginação e o que imaginava.)

 

Opção provocativa (realizada):

—Oi.

Luke sorriu.

Calum sorriu.

Quem havia falado primeiro?

—Oi – repetiu Julie.

Ambos a ignoraram. Internamente aliviados, externamente preocupados, mas...

Calum não sabia quem abraçou quem primeiro – ele havia oferecido a mão para ajudar Luke a se levantar e seu amigo aceitou, puxando-se para cima com Julie a tiracolo, e ele não soltou sua mão e Calum não soltou a dele e agora eles se abraçavam.

Calum estava com saudades – ficar tanto ser ver a cara de Luke era algo novo e algo dentre do si suspirou de alivio ao ver que ele estava bem.

—Você não vai me beijar novamente? – provocou Luke num sussurro e algo desconhecido, mas familiar, aqueceu as bochechas de Calum, suas orelhas, as pontas dos seus dedos; o aqueceu.

—O que? – gaguejou ele, apertando a blusa de Luke entre os seus dedos.

—Me beijar novamente – murmurou Luke novamente, inclinando-se para sussurrar no seu ouvido.

—Hã? – Calum sentia-se... em outro mundo, anestesiado, enlouquecendo, de coração acelerado.

Sem.

Palavras.

—É bom ter ver, Calum – disse Luke.

E, mudo, Calum assentiu, porque era.


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