algum apoio

outubro, duas semanas depois e dois dias

Luke desceu as escadas com o conhecimento que tinha para evitar os lugares que rangiam e irritavam e iriam denunciar sua presença, olhando por cima do ombro para ter certeza que ninguém o observava, que suas duas garotas ainda estavam no sofá, olhando para a televisão e não para ele. Luke não queria mais uma "apreciação" da sua vergonha, ele gostava de mantê-la apenas para si.

—Luke.

—Sim? - Luke virou-se, lentamente.

—Leve o carro. - Liz jogou as chaves. - Precisa de dinheiro? Planos? Alguma ajuda?

Luke balançou a cabeça.

—Não, obrigado, e... Eu não queria...

—Eu sei, raio de sol. - Liz sorriu como se fosse o próprio sol e Luke sentiu suas orelhas queimando. - Está tudo bem, eu já disse. Acredite em mim.

—Obrigado - repetiu, abrindo a porta e saindo. E então a abrindo novamente.

—Não me diga que desistiu - disse sua mãe.

—Não. Nunca. Só que... - Luke ofereceu o celular que tinha pego dela, porque era o único que tinha crédito e porque sua mãe sempre dizia "não saia sem celular... leve o celular... me ligue quando precisar". Calum levaria o seu, Luke tinha certeza. - Você pode ligar para ele? Perguntar... Eu não sei. Todo mundo precisa de algum apoio nesse momento. Eu acho. E eu não sei se ele disse a Kora ou o que a Kora vai dizer e... Você é uma boa mãe, mãe.

Liz sorriu, tendo ganhado o mundo e o mundo e por ter gerado dois filhos maravilhosos e no fim ter ganhado três - o Universo valia à pena, talvez no fim ele desse de volta o que retirava.

—E você é um bom filho, filho - disse ela.

—E eu estou enjoada, enjoada - murmurou sua irmã, com um sorriso que dizia "eu te amo".

Luke saiu antes que ficasse mais envergonhado.