o que dizer

setembro, uma semana depois

Calum ouviu risadas antes de vê-los. E, assim que virou-se na direção da cozinha, ele os viu, sentados na mesa, bebendo chocolate quente e conversando como se fossem velhos amigos.

Se Calum fosse ser completamente honesto com si, ele estava com ciúmes. Um pouco. Ao menos. Mas ele não estava sendo honesto nem completamente honesto, ele estava sendo... normal. E não estava com ciúmes. E não era como se quisesse conversar desse jeito com a sua mãe, ter essa intimidade com ela.

—Kora fez chocolate quente para nós. - Luke levantou a caneca sem se virar para ele. - E eu estava dizendo a ela que você gosta dele com chantilly por cima e canela, que quanto mais doce melhor.

—Uma formiga - repetiu Kora o que disse antes do seu filho chegar.

—Hum - balbuciou Calum, sem saber o que dizer. Obri... gado?

—Eu vou dormir - anunciou sua mãe  desviando os olhos. - Vocês deviam fazer o mesmo.

—Obrigado pelo chocolate, Kora - agradeceu Luke.

—Obrigado - repetiu Calum. - Mãe.

Kora sorriu e passou a mão pelos cabelos dele ao passar por ele.

—Disponha. Eu te amo.

Calum ainda não sabia o que dizer.