Pedaços Transformados escrita por Kurohime Yuki


Capítulo 10
Nome


Notas iniciais do capítulo

Esqueci de dizer no primeiro capitulo que a imagem da capa é uma fanart de @ryosanimelife sobre o anime Zankyou no Terror - http://ryosanimelife.tumblr.com/post/93672470549/i-wanted-to-practice-drawing-hands-and-then-this

Não é que não vai ter capítulos grandes, esse é uma prova. Parecia que eu nunca tinha o suficiente. Tinha tantas coisas para acrescentar antes de chegar aos finalmente que quando acabou ficou desse tamanho.



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nome

ex-CALLIE (?), 9 ANOS. LUKE, 8 ANOS.

Para alguém que estava disposto a aceitar qualquer nome, ex-Callie era extremamente criterioso. Existiam vários nomes que não podiam por diversos motivos e existiam tantos nomes que não podiam que Luke já sabia de cor quais seriam as desculpas – porque havia desculpas limitadas para não querer um nome quando você queria qualquer nome. Que não fosse feminino, é claro.

"Esse nome não pode porque é muito longo." Luke balançou a cabeça de acordo. Estavam procurando nomes ou se preparando para uma nomeação de príncipes, homenageando todos os ancestrais da criança? Luke tinha se perdido depois do quinto nome consecutivo que Julie e Malia diziam, uma completando a outra, como se tentassem encaixar nomes, fazê-lo bonito. E grande. Enorme. Gigante. Luke tinha pena de Callie... que não era Callie. Não mais. Ou talvez só por enquanto. Era um pouco confuso isso de não se sentir uma menina quando tinha um corpo de menina, mas também era... certo. Pensar em talvez-por-enquanto-Callie como menino era certo, contudo, mais importante do que qualquer outra coisa, era o que ela – atualmente ele – queria.

"Esse nome não pode porque é muito pequeno." Luke teve que concordar novamente, os nome mais pareciam apelidos do que nomes. Nomes deveriam ter o tamanho certo, não ser muito grande para ser esquecer depois ou muito pequeno para ser confundido com apelido, porque... Bem, já que aquele era um momento de reclamar de nomes, Luke achava o seu muito pequeno e não reclamaria de ter um nome um pouco maior para também ter um apelido. Que apelido podia dar a alguém chamado de Luke? Luke já parecia um apelido, não tinha como resumir!

E – a desculpa favorita de Luke – “Como se pronuncia isso?". Ele também queria saber. Nomes deveriam ser fáceis de lembrar e não mudar a forma como era falado cada vez que era falado. Não se podia começar com o som de “a” e acabar parecendo “u”. De alguma forma, de algum jeito. Luke não sabia como.
—Charlotte – disse Julie rapidamente, como se temesse ser interrompida quando era a sua vez no jogo que ela e Malia jogavam.

Todos pararam. Até Malia parou. Encarando-a. Com testas franzidas e sobrancelhas levantadas.

—Charlotte? – repetiram. Julie era doida, mas não doida ao ponto de não saber que ex-Callie queria um novo nome que não fosse de garota e Charlotte era. Com toda certeza Charlotte era.

—Você sabe que Charlotte é nome de garota, certo? – perguntou Luke, expondo a opinião coletiva.

—E?

—Callie não quer um nome de garota porque se for ter um nome de garota ela fica com Callie – disse seu irmão sem respirar. Respire e perca o fio da meada. Ou seja roubado. Ou interrompido. Dá na mesma.

—E? – questionou Julie novamente. – Eu estava pensando em nomes de aranhas para a minha filha e Charlotte pareceu um bom nome. Surgiu do nada, tipo bum!

—Nomes de aranha? – Até ex-Callie queria saber. O que nomes de aranha tinha relação com ele?

—Suas filhas? – Luke tinha outras preocupações. – Você precisa casar para ter filhas.

—É? – disse Julie, desanimada. – Mas eu quero ter filhas! E não quero me casar!

—Quem quer se casar? – interrompeu Andrew, aproximando-se hesitante.

Luke não o culparia se quisesse fugir. Quando Julie tinha pensamentos malignos, ela levava-os até o final. Quando seu pai estava presente, ambos levavam. Como da vez que Andrew decidiu deixá-los fazer o café da manhã sem se intrometer, só observando para o caso de eventuais incêndios e morte por envenenamento de dióxido de carbono, o que acabou com a casa não pegando fogo, mas algo bem próximo, Julie determinada a aprender ovos (todos os tipos de ovos), Liz irritada por ter perdido quase todas as panelas e Andrew dizendo que ver fogo saindo da panela não significava que a casa queimaria ou que alguém morreria, ele tinha tudo sobre controle.

Ele tinha tudo sobre controle, pensou Luke, sorrindo com o pensamento. Seu pai sempre tinha tudo sobre controle. Era reconfortante saber disso. E meio que assustador. (In)felizmente nem sempre isso acontecia, como agora.

Quem queria se casar? Não Julie.

—Não eu – disse sua irmã. – Papai – chamou ela. Andrew apertou os olhos do jeito que fazia quando sabia que vinha algo que não queria ouvir e ondulou sobre seus pés, tendo certeza que não queria ouvir quando sua filha pensou no que diria antes de dizer. – Eu preciso me casar?

—Me desculpe – disse ele, limpando os ouvidos e se inclinando sobre ela. – Eu ouvi errado?

—Não sei. Eu perguntei “eu preciso me casar?”, você ouviu “eu preciso me casar?”

—Eu preciso acordar – disse Andrew, sério.

Mas Luke viu os olhos brincalhões dele e sufocou uma risada. Ele sufocaria mesmo se não tivesse visto a diversão do seu pai, porque não sabia qual dos dois eram mais idiotas – e quais dos dois estavam sendo idiotas intencionalmente. Não é porque Andrew não estava agora que ele nunca esteve antes. Julie precisava de um exemplo para ser idiota. Ou era algo que nascia consigo? Porque Luke Hemmings não era, não conseguia ser, assim. Alguém tinha que ser o racional! Alguém tinha que manter sua irmã longe do perigo!

—Sério – insistiu ela. – Eu não quero me casar.

—Que bom, você é muito nova para isso – opinou seu pai.

—Não estou falando de agora.

—Você vai continuar muito nova para isso – intrometeu-se Luke.

—Do que importa se é agora ou não, se você é muito nova ou não, já que você não quer se casar? – questionou Andrew. – Você não precisa fazer algo que não quer, não tem nem para quer pensar nisso.

Ex-Callie e Malia se sentiam... intrometidos por estarem vendo algo tão família? Constrangidos por estarem vendo algo tão família? Confortáveis por estarem vendo algo tão família? Sim, tudo isso e mais um pouco.

Aquilo – a relação de Andrew com os filhos, dos filhos com ele, um falando por cima do outro, todos discutindo e se entendendo – era algo a se invejar. Era algo que eles não tinham. Era algo que eles queriam ter.

—Mas eu quero ter filhos! – exclamou Julie, como se fosse obvio.

—Você é muito nova para isso!

—Eu não estou falando de agora!

—Então por que diabos estamos falando disso?!

—Oh-oh, papai falou um palavrão – murmurou Luke, recebendo um olhar do tipo “é sério?” dele. – Mamãe vai adorar saber disso – continuou.

—É sério? – questionou Andrew.

—Porque Luke disse que eu preciso ser casada para ter filhos e eu não quero me casar para ter filhos! – acusou Julie.

As palavras cessaram da boca de Andrew enquanto olhava para sua filha. Ela era idiota? Ela era idiota.

—Julie Agnes Hemmings – disse ele, colocando a mão no seu ombro. – Vou dizer uma vez, apenas uma vez, e qualquer dúvida que você tiver vá perguntar a sua mãe, combinado? Você... – disse seu pai, devagar – é... muito... nova... para... isso... entendeu? Ótimo. Próximo assun... Droga! – A mão de Julie estava levantada antes que ele terminasse de falar. – O que foi agora?

—Você só se casa com alguém que gosta?

—Por que você quer saber disso se não quer se casar? – questionou Andrew, pausadamente. Sua filha testava sua paciência, era a única explicação lógica. – Além do mais, você é muito nova – relembrou ele. – Você não tem nem idade para se preocupar com isso, vocês deveriam estar brincando por aí e não queimando meus últimos neurônios.

—Mas e quem não gosta de meninas nem de meninos?

—Assexuais – respondeu seu pai, as palavras pulando da sua boca. Se Andrew sabia uma resposta, ele sabia uma resposta.

—Eu não sou uma bactéria! – exclamou Julie, prevendo as zombarias que viriam.

—Você é assexual?

—Claro! – afirmou Julie. Era óbvio. Como seu pai não via isso? – Eu não gosto de meninas nem de meninos.

—Você é assexual – repetiu Andrew, refletindo. – Interessante.

—É o que cientistas dizem sobre algo anormal – comentou Malia para Julie num sussurro, sentindo que aquele era o momento para interromper sem parecer óbvio que se intrometia. Ela queria fazer parte daquilo. Ela queria fazer parte daquilo ativamente. – Cuidado.

—Como se eu me importasse de não ser normal – zombou Julie, sorrindo para ela.

—E... – interrompeu ex-Callie, sentindo-se como o antigo Callie quando todos olharam para ele, esperando. Mas, diferente do antigo Callie, ele confiava naquelas pessoas, ele diria aquelas palavras que queria. – E se alguém não é menina? E se alguém nasce no corpo de uma menina... mas... não.. se sente... ela? E se...

—E se ele se sentir um menino? – completou Andrew, suavemente. – Então ele é um menino.

Callie ficou calado, refletindo naquelas palavras, e Luke o olhou, sentindo-se orgulhoso e não sabendo explicar o porquê. Ex-Callie havia dito, apenas isso, mas o fato de ter dito era mais do que Luke podia esperar – talvez por isso tenha dito a Julie, porque sabia que seu amigo não teria coragem, embora soubesse a diferença que era dizer a sua irmã e ao seu pai.

—Como isso funciona? – perguntou Malia. Ela não entendia. Ela queria entender. Pela sua irmã.

Malia sabia que havia algo diferente em sua irmã, como havia algo de diferente em cada pessoa que conhecia, mas... Ela não conseguia dizer qual era a diferença na sua irmã, ela não entendia.

Qual era o problema de ter um cabelo comprido? Malia gostava de senti-los sobre seus ombros, como uma capa, como se ela fosse uma heroína e nada pudesse detê-la.

Qual era o problema de saias e vestidos? Malia gostava da leveza, da liberdade.

Qual era o problema que Callie não queria lhe dizer? Malia queria saber.

Saberia.

Soube.

Pensar sobre Callie contado a Luke coisas que não contava a ela deixava-a com raiva. Ela era a irmã; a irmã mais velha! Ela devia proteger sua irmãzinha, ela tinha prometido proteger sua irmãzinha! E... mas... Callie não confiava nela? Não achava que ela...?

Malia sentia-se traída, trocada, contudo, acima de tudo, da dor em seu coração, nos seus pulmões, ela queria aprender mais, queria mostrar a Callie que ela podia ser de confiança, que iria amá-la ou amá-lo acima de tudo.

Malia não se importava se Callie era Callie ou não, como se enxergava, como queria ser chamada, Callie (mesmo não gostando de Callie) era a pessoa que Malia mais amava e nada mudaria isso, porque Callie continuaria sendo a mesma pessoa.

Sendo menino ou não, tendo Callie como nome ou não, nada iria mudar quem ela era. Ou ele. Abaixo de tudo, Callie tinha o mesmo coração de sempre, tinha o mesmo sangue que o seu. Acima de tudo, Callie ainda era um pedaço seu.

—Certo, explicações – pensou Andrew. Como dizer aquilo de forma simples? – Existem pessoas que nascem no corpo certo, elas são cisgênero. Existem as que se sentem erradas, elas são transgêneros. As pessoas de gênero fluido que às vezes se sentem e às vezes não. E... muitas outras. Muitas outras identidades de gênero para suas cabecinhas, entenderam?

As cabecinhas de suas quatro crianças estavam inclinadas para o lado, pensando sobre aquelas palavras. Cisgênero? Transgênero? Gênero... fluido? Eram palavras novas, estranhas, complicadas. Diferentes.

Finalmente, pensou ex-Callie. Finalmente. Algo que pudesse dizer quem ele era. Se existia um nome para o que ele sentia, para o que acontecia consigo, se existiam mais pessoas como ele, então não tinha como ser um erro, tinha? Era errado, seu corpo era errado, mas não era algo único, não o tornava especial ou diferente. Existiam pessoas como ele, se existiam pessoas como ele, então ele era normal, não era único, não era um erro – erros são únicos, não se repetem; são solitários, são incompletos. Certo? Certo?

—Então eu sou cis? – questionou Julie. – Eu sou uma menina. Que gosta de brincadeira de meninos.

—Eu sou uma menina – disse Malia, sorrindo para Julie como se soubesse de algo que ela não sabia. Ainda. – Que gosta de brincar.

Julie recuou de boca aberta, chocada, surpresa e sem palavras. Como ela podia ser tão burra assim? Tão... Urg! Julie estava decepcionada consigo mesma.

—Isso não vale! – reclamou. – Essa frase parece tão legal que eu quero para mim!

—Apenas não assumam algo – resumiu Andrew, ignorando ambas. – Perguntem ou observem e respeitem. E Callie? Você pode me dizer qualquer coisa. Ou a Liz. Qualquer um de vocês pode.

Nervoso, ex-Callie lambeu os lábios, umedecendo-os de saliva e limpando-os do sangue – quando tinha começado a mordê-los?

Falar com Andrew parecia – tornaria – aquilo real. Andrew era um adulto enquanto ele era uma criança, a opinião dele, principalmente por ser médico, faria a diferença. Seria a diferença. Andrew poderia dizer se ele estava certo ou não, se seu corpo era errado para ele ou não, se podia, se havia, um jeito de mudar isso ou não, os olhos dele pareciam dizer "sim, sim, sim, sim!", concordando com tudo que ex-Callie não perguntou, mas queria, contudo, naquele instante, só uma coisa importava – já havia tido tantas questões respondidas, tantas dúvidas colocadas na sua cabeça, que ex-Callie queria algo que o reconfortasse.

Um nome.

—Qual nome você acha que seria bom para mim?

Andrew sorriu. Ele estava esperando por essa pergunta, por esse nome, desde que... Uau, ele não sabia. Desde sempre? Certo, era um exagero, mas qualquer segundo era longo o suficiente – Andrew sabia que era, sabia como era se sentir deslocado e sabia o quanto era bom encontrar pessoas que o fazia se sentir bem consigo mesmo; ele agradecia todos os dias da sua vida por ter conhecido Liz e formado uma família com ela, e nunca poderia expressar o suficiente aquela sensação de ter encontrado seu lar.

—Tenho certeza que Luke sabe que nome seria bom... Não. – Andrew sorriu ainda mais. – Luke sabe um nome perfeito para você.

—Ahn... eu... – balbuciou Luke. – Como você sabe?

Andrew estreitou os olhos para o seu filho – que tipo de pergunta era aquela?

E Luke sentiu-se um idiota, porque que tipo de pergunta era aquela? É claro que seu pai sabia! Seu pai era aquele que tinha tudo sobre controle, que sabia sobre suas notas vermelhas mesmo que escondesse o boletim (embora algo lhe dissesse que Julie batia com a língua nos dentes), que colocou uma luz noturna no seu quarto sem que Luke precisasse dizer do seu medo do escuro (embora o fato de Luke sempre escapulir para o quarto de sua irmã pudesse ser um sinal), que sempre parecia saber quando ele estaria acordado no meio da noite, porque o esperava com um copo de leite e algum filme para assistir juntos. Então, era claro, era óbvio, que seu pai sabia que ele tinha um nome que seria ótimo para ex-Callie e que seguia todas as regras ditas de Julie e Malia.

—Eu sou sei pai – respondeu seu pai. – É claro que eu sei.

—Eu sou sua irmã – intrometeu-se Julie. – E você tem esses olhar no seu rosto quando sabe que está certo.

—Eu sou sua amiga – completou Malia, percebendo mais uma oportunidade perfeita para ser intrometida. E por que não? Ela gostava de estar onde não era chamada. – E até eu percebi.

Sentindo os olhos sobre si, ex-Callie olhou para cada rosto que parecia estar esperando algo e deu de ombros, se desculpando:

—Eu não sabia. Mas estou aberto a sugestões.

—Sugestões? – repetiu Luke, levantando a sobrancelha. – Eu pensei que você quisesse qualquer nome.

—Eu queria, mas você estava aqui? Ouvindo essas garotas? – apontou ex-Callie. – Sua irmã queria me chamar de Charlotte!

—Não é... – começou Julie.

—Não é verdade! – interrompeu Luke, falando o mesmo que sua irmã iria dizer, mas... mas... mas! Ex-Callie não podia dizer isso! – Charlotte seria o nome das filhas dela!

—Sua sobrinha – completou ex-Callie, provocando-o.

—Uau – interrompeu Malia, quase que reflexiva. – Eles não estão brigando.

—Sim, uau. – concordou Julie. – Eles estão se divertindo.

—Nunca pensei que fosse viver para ver isso acontecer.

—Não acredito que estamos vivenciando isso acontecer – corrigiu Julie.

—Hum, certo, claro – disse Malia, revirando os olhos. – O que quer que você queira.

—O nome – relembrou Andrew. – Luke iria falar sobre o nome que pensou.

—Hum, certo, o nome. – Agora Luke começava a repensar sua ideia sobre aquele nome ser perfeito, porque... perfeição não existia. Nomes perfeitos não existiam. Nomes perfeitos que ex-Calie concordava não existiam. – Você disse que queria um nome masculino...

—Óbvio.

—Julie disse que tinha que manter algo do seu nome de agora, porque...

—Porque é algo que se faz – completou Julie, zen. – Manter uma conexão com quem você foi é importante na busca de quem você é.

—Malia disse...

—Callie é um pedaço seu que você não pode esquecer – continuou ela – porque... porque... porque sim! Você não pode esquecer quem é, o que foi, o que fez! Tipo você foi ela, você agora é ele, não que você tenha sido ela quando era ela, mas... Callie é uma parte sua que você tem que manter – disse Julie, firmemente – porque você é Callie. Você não pode se esquecer disso, porque se você não fosse Callie não poderia, não teria, conhecido a pessoa maravilhosa que sou eu. E isso é algo para se agradecer.

—Malia disse... – recomeçou Luke quando sua irmã terminou.

—E isso é algo para se agradecer – repetiu ela.

—Malia disse... – começou Luke pela terceira vez.

—E isso é algo para se agradecer! – repetiu Julie pela segunda vez.

—Obrigado – disse ex-Callie pela primeira vez.

—Malia disse... – começou Luke pela quarta vez.

—Céus, diga logo – interrompeu Malia. – Eu disse que o nome tinha que ser significativo e não apenas bonito, que tinha que fazer referência a alguma coisa importante, então qual é o nome?

—O nome – disse Luke, pausadamente – é masculino, tem as iniciais de Callie...

—Estou dizendo, Luke...

—E faz referência ao dia de hoje.

—Hoje? – ecoou Julie.

—E hoje é importante porque... – pediu Malia, impaciente.

—Hoje é seu aniversário, Malia, o que significava que é dele também.

—Ah, sim, claro, continue – disse ela. – Como se eu não soubesse que dia vinte e um de setembro é nosso aniversário.

—Hoje é o dia da paz...

—É?

—E a paz é simbolizada por uma pomba...

—E?

—E Calum significa pomba.

—Não vou nem perguntar como você sabe isso, então qual é o nome?

—Calum – respondeu Luke, devagar. Alguém o ouvia? Alguém prestava atenção no que ele dizia?

—Calum? – repetiu Malia, assombrada. – Calum?

O nome era do tamanho certo, as opções de apelido eram variadas e as condição estavam sendo seguidas, não havia nada que tornava Calum ruim, mas ainda sim... Malia não queria esse nome.

—Eu gostei. – Sorriu o recém nomeado Calum. – Eu gostei.


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Notas finais do capítulo

Como eu disse nas notas finais de não sei qual capitulo - acho que no segundo, QUEM VOCÊ FOI? - eu sou cis. E vocês?



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