I Will Never Forget escrita por A Souza


Capítulo 9
IX




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*Kim Yong Woo*

Eu andava de um lado para outro no escritório. O desgraçado do Lucas não me mandava notícia alguma.

—Senhor, a srta. Yi deseja vê-lo urgentemente. – Disse o secretário na porta e Hye Yeong já foi entrando e atropelando ele.

—Querido, faz uma semana que você está cheio de coisas para fazer e não temos um tempo para nós. Eu estou com tanta fome, que tal almoçarmos juntos hoje? Eu sei que você não tem nenhum compromisso para agora.

Eu não conseguia dizer que expressão era aquela no rosto de Hye Yeong, mas com certeza não era boa.

—Tudo bem – Tentei sorrir. – Vamos comer então.

Nesse momento o telefone tocou. Olhei para Hye Yeong já me desculpando e atendi. Era Lucas.

—Querida, é uma ligação importante, vá primeiro, eu te encontro na porta e então vamos juntos, tudo bem?

Ela sorriu e fez que sim com a cabeça. Virou e foi embora.

Tinha alguma coisa errada.

—Alguma notícia? – Perguntei a Lucas.

—Não querido, eu liguei só para ouvir sua voz. – Ele disse irônico.

Respirei fundo. Eu não ia ficar com raiva... definitivamente não ia.

—Como está Úrsula? – Perguntei me controlando para não começar a brigar com ele.

—Ela está um pouco apreensiva, ainda não pegaram ele.

—Ela está sozinha em casa? Tem alguém cuidando dela? Ele pode tentar machucá-la.

—Eu estou cuidando dela – Ele respondeu. – Ela está na minha casa até que prendam ele.

Meu rosto esquentou de raiva. Eu estava prestes a explodir quando Lucas riu e disse:

—Na verdade, ela está na casa de Cristina, uma amiga dela.

Eu não sabia se ficava aliviado por ela não estar na casa daquele idiota ou se ficava com mais raiva ainda por ele estar tirando com a minha cara.

Eu ia falar alguma coisa ofensiva para ele, mas um barulho de buzina e freios atrapalhou meus pensamentos e, quando dei por mim, Lucas já estava se despedindo.

Fui revoltado para a janela ver o que tinha acontecido.

Foi um acidente. Para ser mais exato, um atropelamento. O motorista estava claramente bêbado, eu não conseguia ver a vítima, apenas uma bolsa jogada no chão.

Meu estomago congelou. A bolsa. Era aquela bolsa. O presente que dei a Hye Yeong no aniversário dela.

Desci as escadas correndo. Não podia ser, não podia ser. Não Hye Yeong, ela não, por favor.

As lágrimas já escorriam quando finalmente cheguei ao local do acidente, uma multidão estava ao redor da vítima, mas eu ainda não conseguia ver nada além do sangue que escorria e chegava até meus pés. Tentei como um louco abrir espaço na multidão para chegar até ela.

—HYE YEONG! – Não resisti ao impulso de gritar seu nome quando a vi daquele jeito.

Deitada no cão e coberta de sangue a única coisa que ela conseguiu fazer foi me procurar com os olhos. Quando ela me viu, abriu um sorriso.

Aproximei-me dela sem saber se eu chorava ou gritava. Ela parecia estar tão calma, parecia tão em paz e eu estava quase explodindo.

Oppa... – Foi o que ela disse. Sua voz saiu fraca. Eu estava ajoelhado ao lado dela prestes a ter um ataque nervoso. – Oppa...— Ela repetiu e tossiu por causa do esforço, fazendo sangue escorrer por sua boca e encharcar sua blusa.

—Não fale. – Pedi, minha voz saindo como ser eu tivesse espinhos trancando minha garganta. – A ambulância vai chegar logo.

Ela balançou a cabeça negando levemente.

Oppa... eu... eu te amei... desde... desde que nos conhecemos...

—Por favor, Hye Yeong, não faça isso. Você vai ficar bem... você vai ficar... – Mas aquilo soava impossível, eu sabia, e ela também.

Com esforço ela conseguiu segurar minha mão e pôs alguma coisa nela. Era a aliança.

—Isso... não é meu. – Ela disse.

Senti como se tivesse acabado de cair de um prédio de vinte andares. Desabei com o peso enorme que se instalou no meu peito. Eu sabia do que ela estava falando.

—Você... você é um idiota oppa... não pode... não deixe ela escapar...

—Não Hye Yeong, eu...

—Por favor – Ela disse enquanto algumas lágrimas escorriam. – Não diga isso... eu imploro...

Ao ouvir isso meu desespero triplicou, eu chorava como um louco.

Hye Yeong pôs a mão no meu rosto e me fez olhar para ela.

—Eu te amei por muito tempo... e eu ainda... – Ela deu uma pausa e mais lágrimas desceram por seu rosto, eu sabia o que era, ela estava sentindo a mesma dor que eu já havia sentido, seu coração estava tão apertado que ela mal conseguia respirar ainda assim ela continuou. – Ainda amo você... mas, por favor – Seu choro se intensificou. – Por favor, me deixe morrer como sua dongsaeng.

A dor foi tanta que gritei, aquilo não podia estar acontecendo, não com Hey Yeong.

Os paramédicos chegaram e começaram a colocá-la na maca. Quando vi Hey Yeong sendo levada para longe de mim meu desespero aumentou.

Os segui até a ambulância e estava pronto para ir ao hospital com eles, mas Hye Yeong me deteve.

—Não venha. – Ela disse. – Por favor, não venha.

E então levaram ela. Desabei na rua soluçando sem parar. Eu não consegui dizer... eu não disse que a amava, e agora eu não a veria nunca mais.

Você é incrível Kim Yong Woo, pensei, você perdeu as duas.


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