Protection escrita por Mab


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Após um longo tempo sem postar nada por aqui, eu finalmente tive uma abençoada criatividade e comecei a desenvolver uma nova história. Preciso agradecer aos meus betas particulares, pois sem eles eu ficaria completamente perdida com os fatos!
Espero que tenham uma boa leitura e que gostem da ideia!



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Temari

   -Temari, deixe de ser estúpida. Se continuar agindo desse jeito nunca vai arrumar marido!

   A voz embargada de Kankuro dizia coisas duras. Mesmo que eu quisesse acreditar que ele não sabia o que dizia, no fundo havia razão. Quantos pretendentes me apareceram por essa vila e tudo que eu sabia fazer era revirar os olhos e procurar defeitos. Mas eu não tenho toda a culpa, tenho? Nenhum deles despertava nada de bom em mim. Eu não me sentia bem em conversar com eles, que normalmente só sabiam se gabar sobre os ranks das missões realizadas. Além disso, sentia como se eles fossem responsáveis por sugar minha vitalidade, me enchendo de obrigações. Como se eu fosse obrigada a algo! Revirei os olhos involuntariamente.

—Então não casarei. – Balancei os ombros e beberiquei meu chá.

—Tenho um amigo para te apresentar. – Kankuro abriu um sorriso largo e olhei para ele com reprovação – Meu amigo, Tema! Não é qualquer um! Meu irmão de coração. Eu não apresentaria qualquer um a você!

—Seu irmão de copo? – O desdém não abandonava minha voz.

—Claro, somos amigos.

Soltei um suspiro pesado e Kankuro continuou trabalhando na boa imagem do amigo. Ele passou uns bons minutos dizendo sobre as missões que eles haviam realizado em conjunto e como sempre se ajudavam. Os seus olhos brilhavam, estou incerta se é quanto ao álcool ou a admiração, entretanto, foi o que me motivou a dizer que aceitava conhecê-lo. A admiração e a falta de paciência. Diria qualquer coisa para fazer aquele bêbado calar a boca.

Alguns dias mais tarde, Kankuro trouxe seu amigo em casa para um jantar. Fiquei bem surpresa, porque ele era extremamente o oposto do que eu imaginava. Me senti atraída por ele. Ele é muito bonito fisicamente, tem os ombros largos, é bem mais alto que eu e seus cabelos castanhos não precisavam se alinhar, já que seu charme maior estava nos fios desgrenhados. O maxilar bem marcado dava a ele maturidade. Ele era um homem! Não um rapaz qualquer.

Gaara também esteve presente nesse jantar e pareceu não o reprovar. Hideo, o amigo de Kankuro, sabia conversar muito bem. Suas palavras eram claras, seus assuntos eram abrangentes e sua fala objetiva. Ele não dava brechas para uma interpretação errônea, apesar de não evitar que houvesse entrelinhas, principalmente quando se referia a mim ou sobre formar uma família grande e feliz.

Nosso primeiro contato foi esse. Sucinto e discreto. Ele me agradou bem mais do que os outros shinobis que já haviam me convidado para sair. Entretanto, apesar de estar atraída por Hideo, algo em mim não me permitia aprofundar nessa relação somente com esse primeiro contato, algo em mim duvidava que um dia eu fosse capaz de amá-lo. E certa de que isso era só mais uma armadura que havia vestido, ignorei todas as dúvidas que surgiam no meu coração mesmo sabendo que ele e Kankuro sempre saiam para beber. Mesmo quando as coisas começaram a sair do controle.

Droga, Temari! Mil vezes, droga! Onde você estava com a cabeça, garota?!

Durante o primeiro mês, todas as atitudes de Hideo me provavam que ele seria o marido ideal, o cara que Gaara e Kankuro queriam na família. Ele me presenteava com flores todas as vezes que nos víamos, me levava para lugares lindos, passeios noturnos e jantares românticos. Passamos a nos encontrar várias vezes na semana e os programas nunca caiam na rotina. Porém, ainda não estávamos namorando, tudo o que acontecia entre nós dois eram carinhos e alguns amassos acalorados, nunca passou disso. Ele não pareceu interessado em apressar as coisas e eu também não queria nada sério, porque aquela insegurança ainda reinava em mim.

Gaara, então, me passou uma missão. Foi extensa e cansativa, mas nada que eu não pudesse lidar. O problema começou quando retornei. Estava exausta e gostaria de descansar por, pelo menos, os próximos três dias. Mas Hideo, não. Assim que coloquei os pés na vila, ele veio ao meu encontro me propor uma noite romântica para acabar com a saudade. Eu tentei explicar como estava cansada e precisava ir para casa, mas foi aí que o mundo começou a dar o primeiro sinal de desabamento. Hideo me gritou coisas horríveis. Discutimos sobre eu estar usando a missão como uma desculpa para me afastar dele e usou palavras depreciativas para descrever meu insucesso em relacionamentos anteriores. Kankuro havia contado tudo à ele, sem dúvida alguma.

“Vaca estúpida”, “egoísta” e “sem vergonha” foram as melhores palavras que ele me dirigiu naquela noite. Ele tentou me esbofetear na cara, entretanto meus reflexos me permitiram segurar a mão dele antes de me atingir, mas não por muito tempo, Hideo logo puxou sua mão de volta. Ele era bem forte e estava irado. Trocamos olhares duros e eu estava decidida a não o perdoar nunca mais na minha vida. A pálpebra inferior do olho direito de Hideo tremia e seus punhos fechados ressaltavam as veias grossas dos braços inteiros. Antes de me dar as costas ele arqueou as sobrancelhas e me olhou com ódio. Eu estava certa quando pensei que nunca seria capaz de amá-lo.

Na manhã seguinte haviam flores na cozinha endereçadas a mim. Um grande buquê, muito diversificado. Sabia que Hideo havia sido o remetente, mas ainda assim seu nome estava gravado na etiqueta.

—Bom dia, minha querida. – Ele me abraçou por trás, me pegando desprevenida – Espero que tenha gostado das flores. São meu pedido de desculpa, eu não queria ter dito aquilo ontem à noite. Estava com saudades e fiquei magoado quando você disse que não queria ficar comigo.

—O que está fazendo aqui? – Meus olhos se arregalaram ligeiramente e eu me afastei dele, buscando uma xícara.

—Kankuro me convidou para passar a noite aqui. Sabe, depois que nos falamos eu tive que ir atrás dele pedir conselhos e acabamos bebendo um pouco. – Hideo balançou os ombros e veio atrás de mim outra vez – Você está tensa, amor. – Começou a massagear meus ombros.

—Ainda estou cansada das missões, sim? – Enchi minha caneca com chá e me desvencilhei dele mais uma vez – Vou voltar a dormir. – O olhei atenciosamente, esperando alguma reação negativa ou algum sinal de que deveria trancar as janelas e a porta do quarto.

—Claro, boneca. Bom descanso. – Hideo apenas se inclinou na minha direção e depositou um doce beijo sobre meus lábios.

Intuição, você será sempre minha melhor amiga.

Certa de que não poderia confiar nele novamente em momento algum na minha vida, tranquei a porta e as janelas e depois desse dia meu sono nunca mais foi o mesmo.

Minha vida nunca mais foi a mesma.

Os laços entre Hideo e Kankuro estavam cada vez mais fortes e ele passava mais tempo em casa do que eu. Era comum vê-lo cruzar a porta da entrada de madruga com Kankuro, um se apoiando no outro para evitar um tropeço. A risada alta, as palavras trocadas, os soluços intermitentes provocados pela bebida. Todas as vezes que eu tentava pôr um fim nessa “coisa-sem-nome” que havia entre a gente, Kankuro intervia e Hideo prometia que seria diferente, na manhã seguinte preparava um excelente café da manhã e havia um buquê me esperando. Quando eu voltava das missões, ele insistia em me levar para uma noite romântica e quando eu recusava as agressões começavam. A princípio, palavras duras, mas depois que fiz a idiotice de contar tudo para o Kankuro, Hideo começou a me bater. Eu tentava me esquivar, impedi-lo, mas ele sabia exatamente quais palavras dizer para que toda a minha força se esvaísse. Ele me fazia jurar que eu merecia sofrer tudo o que ele me causava.

Eu já não sabia mais o que fazer. Eu era forte! Eu sempre fui, mas Hideo era mais. Quando tentei avisar Kankuro que seu amigo fiel não era o cavalheiro que parecia no início, ele ria de mim e o apoiava. Dizia que eu era esse tipo de mulher, que eu gostava dessa violência, que isso fazia o meu tipo. Não tinha mais coragem de olhar nos olhos de Gaara, eu me sentia imunda e culpada. Eu não conseguia mais pedir ajuda. Não sabia se era melhor continuar em casa trancada no quarto ou sair em missões demoradas.

Tudo parecia um pesadelo.

Cada dia o comportamento de Hideo me assustava mais.

Ele já não saia de casa.

Sabia que era questão de tempo até que ele destruísse as fechaduras da porta do meu quarto e invadisse de vez a minha privacidade.


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Notas finais do capítulo

Então é isso, à princípio... Hahah
O próximo capítulo (Capítulo 1) deve ser postado dentro de 15 dias, portanto a postagem dos demais também será nessa frequência.
Lembrando que serão poucos caps. Estão planejados até agora 5, incluindo o Prólogo e o Epílogo, então os assuntos pendentes serão resolvidos bem logo, não vou matar ninguém de curiosidade, eu espero kk
Não esqueçam de deixar suas opiniões e sugestões. Espero vê-los em breve! Beijoss ♥