É a mesma música que
você estava cantando quando nos
encontramos pela primeira vez, não é?

Ela é como uma canção.
Penetrante, inconstante, cadente.
Quando ela está lá nada mais está, e quando ela parte tudo fica mortalmente silencioso.
Sem cor, sem luz, sem som, sem vida.

Todos a ouvem, mas ninguém a possui, ninguém a tem; ninguém pode segurá-la por mais tempo do que a música dura. E quando a música acaba tudo acaba também.

Ela é como uma canção, uma presença melódica que sabe que chegará ao fim eventualmente, mas que nunca perde o ritmo, nunca muda de tom. Ela toma o seu tempo, executando sua performance perfeitamente, cantando cada nota com toda a vida que lhe resta, antes que as cortinas se fechem e seja tarde demais para canção alguma.

“Como ela se chama?”

Ela é como uma canção, fluindo por suas mentes, deixando-os viciados nela, e então deixando-os sozinhos para chorar em suas misérias. Suave e sorrateira, calmante e ardilosa. Lentamente deixando-os presos em belas e receptivas correntes, prendendo-os para sempre, para que eles nunca possam segui-la, nunca sejam capazes de trazer a canção de volta uma vez que ela tenha acabado.

Ela canta e então ela está gravada em suas mentes. Enterrada tão profundamente que eles nunca poderiam apagar a melodia completamente e esquecer dela. Você não pode escapar depois de ouvi-la.

“Que tal... ‘Lacie’?”

Ela é como uma canção.

Ela flutua, ela dança; e então ela está fora de alcance.