Guardião do Passado escrita por JennyMNZ


Capítulo 1
Segredos


Notas iniciais do capítulo

AÊÊÊÊÊÊ!!!!! Minha primeira fic de PH aqui no Nyah!!!!!

Essa ideia de AU esteve na minha cabeça por muito tempo (juntamento com um AU-Moderno, que eu talvez escreva ou talvez não) e eu tive que escrever. Como ainda tenho algumas ideias na cabeça, não vou marcar como concluída. Mas como ainda não tenho um enredo adequado, não prometo quando (ou se) vou continuar.

A história é basicamente a mesma do mangá (sim, mangá. você pode entender só com o anime, mas alguns elementos são exclusivos do mangá, que por sinal recomendo muito), mas ao invés de Gil ter perdido a memória, foi o Vince que perdeu.

Boa leitura!



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— Nii-san, você está bem?

A voz de Vincent é quieta e preocupada, e ela tira Gilbert dos seus pensamentos fazendo-o se virar e olhar para seu irmão mais novo.

— Eu estou bem, — ele diz simplesmente. Ele sabe que Vincent não acredita de verdade em suas palavras, uma vez que ele parece cansado, impassível e aflito, mas ele não pressiona mais, temendo que seu irmão se isole. Novamente.

— Estão procurando por você na festa. — Gil olha por cima do ombro do seu irmão, a porta majestosa sendo grande o bastante para ver o salão inteiro e seus convidados. Um ótimo local para alguém se precavendo contra o perigo.

— Sempre tem alguém procurando por um de nós, — ele diz em um tom frio, — Achei que eles já teriam se cansado da gente à essa altura.

— A história dos irmãos Nightray adotados? Não, eu não creio que seja por causa disso. — Vincent ri e se senta ao lado de Gil na escuridão antes de continuar, — Mas eu entendo como você se sente. É como se fossemos um número de algum show de aberrações.

É necessário um pouco de esforço de Gil para não se mexer, não titubear, não dar nenhuma indicação que as palavras do seu irmão caçula o surpreendem. Ele não sabe, ele diz a si mesmo, não precisa se preocupar, ele não sabe.

— O que eles querem? — ele tenta retornar ao assunto anterior antes que eles desencadeiem uma memória enterrada.

— Conversar, eu acho, — Vince dá de ombros, — Só sei que não parecem estar aproveitando a festa. Meio que me lembram de uma certa pessoa.

Gilbert fecha os olhos. Vincent não sabe, mas ele sabe que algo está errado. Algo está acontecendo ou está prestes a acontecer, e seu irmão mais velho está envolvido nisso tudo. Algo grande, algo que pode machucá-lo, machucar todos eles. Ele gostaria que Gil contasse mais coisas para ele, explicasse a situação para que ele pudesse ajudar de alguma maneira, mas ele sempre é deixado alheio a tudo. Ele finge que está tudo bem, Gilbert não compartilha seus segredos com ele, então ele também não vai compartilhar os seus. A diferença, no entanto, é que Gil provavelmente tem as respostas que ele precisa, mas continua a se perder nas trevas. Ele não quer perder sua família, mas ele se sente inútil toda vez que tenta alcançar seu irmão.

— Eu só não quero ficar cercado de pessoas agora. — As palavras de Gilbert não o convencem por um segundo.

— Devo ir embora? — Vincent ergue uma sobrancelha.

— Não seja estúpido, — Gilbert grunhe.

O silêncio que então vem sobre eles é pacífico, palavras não sendo necessárias para quebrar alguma espécie de feitiço que festas como aquela tinham aos montes. Contudo, o homem mais novo sabia que o outro estava perdido em pensamentos preocupados, as olheiras escuras em volta dos seus olhos ficando maiores ao passar dos dias, e o homem mais velho sabia que seu irmão estava preocupado com ele e tentando desesperadamente encontrar algo que iria ajudá-lo, seus dedos se contorcendo ansiosamente.

Eles só queriam que as coisas fossem um pouquinho mais fáceis.

— Está considerando alguma ação radical? — Vincent finalmente fala, então Gilbert vê que ele está olhando para seu revólver, anteriormente escondido sob seu casaco, mas visível agora que ele estava sentado.

Droga!, ele sibila por dentro. Esta noite era para ser uma noite calma, sem ele ficar agindo como um paranoico louco, para que eles pudessem realmente aproveitar um pouco da festa. Ele faz uma nota mental para se lembrar de ser mais cuidadoso da próxima vez; seu irmãozinho tem olhos afiados, então ele precisa ser mais cuidadoso perto dele.

Por fora ele apenas dá de ombros.

— Só estou tomando medidas extras de segurança, — ele diz de maneira mais relaxada. Ele sabe que seu irmão ainda não acredita nele.

— Nii-san... — Vincent tenta interrogá-lo mais uma vez, mas Gilbert o interrompe.

— Você deveria voltar para Ada, — ele gesticula para a dita dama, agora cercada por suas amigas e por belos jovens cavalheiros dentro do salão.

Vincent aparenta estar em conflito então, ainda sem querer deixar seu irmão mais velho sozinho, mas ao mesmo tempo sem querer deixar sua acompanhante sozinha à mercê de todos os solteiros da festa por mais tempo que ele já deixou.

— Ela não se importa em esperar, — ele tenta soar confiante, mas está ligeiramente apavorado pela maneira que ela sorri nervosamente para um deles.

Gilbert o empurra do seu lugar com uma risada.

— Dá pra ver nos seus olhos, — ele brinca e imita Vincent em um falsete, — ‘Oh, eu não posso ficar porque estou morrendo de vontade de voltar para minha noiva e libertá-la de seus admiradores indesejados.’

— Ela não é minha noiva, — Vincent retruca timidamente.

— Ainda, — Gilbert ri mais quando seu rosto cora, — Agora volte para a festa, Vince. Eu vou ficar bem sozinho.

— Tem certeza?

— Absoluta. Eu sei que ela não se importa, mas eu sim, — ele bronqueia seu irmão de leve, — Não deixe ela sozinha.

Vincent suspira, ainda frustrado, mas caminha em direção à porta assim mesmo, antes de se voltar para seu irmão mais uma vez.

— Nii-san, — sua voz interrompe os pensamentos de Gilbert mais uma vez, quando ele volta seus olhos para ele.

E lá está. O olhar escuro nos olhos do seu irmão que sempre parece abrir uma fenda entre eles, que sempre faz Vincent se perguntar o que aconteceu com seu irmão e como ele pode trazê-lo de volta. Também faz com que ele se sinta furioso, porque esse não é o Gil, e ele não deveria ter tanta tristeza no seu coração ao ponto de afastar tudo e todos. Mas aquele olhar também é intimidador, já que sempre faz com que ele tema que se ele pressionar um pouco mais irá perdê-lo para sempre.

— Só me diga se você se lembrar de alguma coisa, — é tudo o que Vincent diz.

— Não se preocupe, — Gilbert sorri tristemente para ele, — Não importa o quê, eu vou proteger você. Eu não te protegi sempre, Vince?

Ele se vai então, e Gil é deixado sozinho com seus pensamentos. E também com sua preocupação principal e constante, seu planejamento de como proteger Vincent.

Ele é o seu irmãozinho, e ele o conhece bem o suficiente para dizer que descobrir a verdade sobre o passado - sobre o seu pecado - o mudaria completamente. O corromperia. O destruiria. Seu irmãozinho é frágil e ele precisa tomar bastante cuidado dele, ele precisa defendê-lo. Ele precisa protegê-lo.

E quando ele assiste seu irmãozinho sorrindo para a senhorita Ada enquanto a guia para a pista de dança, ele sabe que viajaria para o mais profundo do Abismo para evitar que ele se lembrasse do passado, evitar qualquer um de descobrir o que havia acontecido cem anos atrás.

Eu não vou deixar que ninguém condene meu próprio irmão.


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Notas finais do capítulo

P.S.: Eu amo Vincent Nightray.

P.S.S.: Eu ainda espero por um casamento entre Vince e Ada.

P.S.S.S.: Eu sei que Vince é um bastardo miserável, mas ele é basicamente a criança que mais sofre na bagaça toda, então não é de surpreender o comportamento dele, considerando como ele foi criado.

P.S.S.S.S.: Eu sei que nada justifica os atos dele, mas ainda caio no pau defendendo esse garoto.

P.S.S.S.S.S.: VinceAda, continuará na minha lista de OTPs, e se você argumenta que é um relacionamento abusivo, falso, não correspondido, ou sem sentido, recomendo que torne a ler o mangá.

Opiniões são bem-vindas.
Elogios sempre aceitos.
Críticas apreciadas.

:)



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