Escola de Magos - Interativa escrita por Gustavo Ganark


Capítulo 17
Aradorn


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 01 - Temporada 02



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Um bom tempo se passou desde a densa e tensa batalha contra a Coroa Vermelha. Tal temporada de desgraças e desespero tornou os alunos do Embryo, que delas participaram, mais fortes, mais poderosos.

A temporada de férias em Union foi bem-sucedida. Alguns conseguiram aproveitar em repouso, em pura diversão. Alguns nem tanto, já que nos tempos mais vagos treinavam arduamente por precaução. Tudo ocorreu bem, entretanto.

Todos estavam de volta. Sentados em suas respectivas cadeiras. A professora Lindsey entra na sala lentamente, esperando a bagunça acabar. Coloca seu material sobre sua carteira, tira um dos grampos que estavam em seu cabelo para soltá-lo. Arrasta a cadeira, o que faz um barulho tremendo e se senta. Atenciosamente, ela pergunta:

— Estão todos aqui? Precisamos conversar.

Brian amassa o seu aviãozinho de papel lentamente para ela não perceber. Max, olha para Kristie e engole o riso. Dayna continua lendo seu livro de biologia. Shae se levanta e responde a pergunta de sua professora:

— Sim, professora. Estão todos aqui, sim. Pode iniciar a conversa.

Agradecida, a autoridade da sala de aula se levanta e começa seu discurso, enquanto Shae se senta:

— Agora que a mente de alguns de vocês está mais fresca e relaxada, vamos conversar sobre o que aconteceu. Dez alunos que aqui estão presentes passaram por um momento difícil a alguns meses atrás. Uma guerra cravada pela ambição de poder e a mensagem que eu quero passar é rápida: cresçam por esforço próprio e não pela queda de terceiros. Sejam mais fortes. Invistam em sua magia, em seu carisma, em seu poder... em seu sorriso. E nunca, mas nunca nessa vida ou na próxima, combata fogo com fogo. Quero parabenizar pela vitória. Vocês, do grupo 1 e 2, fizeram desse mundo um lugar mais seguro e com menos pessoas malignas. Entretanto, quando um mal some, outros dois aparecem. O segredo é: saber lidar com eles e tentar leva-los para o caminho da luz.

Dayna se levantou rapidamente para aplaudir, tanto que esbarrou o braço no seu livro de biologia e ele caiu. Os seus aplausos puxaram os dos outros. Lindsey ficou feliz e a aula foi mais intensa, cansativa e difícil; ficou inspirada.

No intervalo, Max e Aurora estavam comendo salgados juntos. Estavam embaixo de um ipê de flores amarelas. Elas caiam aos poucos, como se fossem flocos de neve. A grama a qual estavam sentados, tão verde quanto a cor dos olhos de Gaia. O ar puro como o coração de um Embriano.

— O que a professora disse... tocou meu coração. Agora que eu estou mais poderosa, vou seguir o seu conselho. Vou trazer todo o mal desse mundo para a luz. Esse é o meu novo objetivo. – comentou Aurora, com brilho nos olhos e ingenuidade em sua fala.

— Nem sempre isso será possível. O que ela disse foi puro clichê e eu tenho certeza que mandaram ela o dizer. – discordou Max, deixando sua amiga de olhos arregalados por tamanho realismo.

— Como você pode falar uma coisa dessas? Eu vi sinceridade nas palavras que saiam de sua boca. Você que é rude demais e combate fogo com fogo. – também discordou ela, dando ombros para o seu colega de turma.

— Para de ser puxa saco! Você acha que teríamos conseguido trazer os Coroa Vermelha para a luz? Isso jamais seria possível. Irvin teria nos matado na primeira tentativa de diálogo. Você está muito poderosa, agora. Tamanho poder não pode se misturar com tamanha inocência. Passe o poder da Ônix para mim e eu lhe mostro como usá-lo.

Aurora, furiosa, levantou-se e deu um tapa bem forte na cara de Max. Daqueles de deixar marca. Ela o pegou pelo colarinho e o levantou como se ele fosse uma vassoura:

— Desde quando você tem esse tipo de pensamento?! Está parecendo o Rob, o qual está preso por ter tal tipo de caráter.

— Me explica então o porquê dessa agressividade? Você não quer usar as palavras, para que tal força bruta? – questionou Max mostrando que Aurora estava usando sua força ao invés de tentar resolver na conversa, assim como ela estava defendendo posteriormente.

Sem reação e sem razão, ela o soltou. Max ajustou a gola de sua camisa, puxando o máximo de ar que conseguia. Na defensiva, Aurora disse:

— Às vezes a gente extrapola, mas o que vale é a nosso intensão e os nossos objetivos. Aliás, com você só força bruta resolve, Max. Você é um babaca.

Aurora transformou seu corpo em vento e desapareceu, teletransportando-se para a sala de aula. Max se levantou, olhou uma flor amarela caída do Ipê e a esmagou com o pé, encarando-a como algo a ser destruído. A mente de Max estava afetada de alguma forma. Seria trauma? Influência da batalha contra a Coroa?

                                                                                       ***

No Mar Escuro, localizado a milhares de quilômetros de New Nebraska, estava Mandeva, uma maga que podia se transformar em sereia. Ela estudava seres aquáticos como projeto de Mestrado na Universidade Mágica do Litoral, a UML.

— Essas águas... me fazem tão bem. Eu quero trabalhar com isso para sempre. – ela sorriu, enquanto uma correnteza de peixes e tartarugas a cercavam e dançavam conforme a música das águas.

Entretanto, a sensação de harmonia e paz acabou em instantes. Mandeva começou a sentir um aperto muito forte no coração. Uma presença mágica começou a se aproximar. Uma pessoa com poder mágico tão grande quanto aquele mar.

Ela tentou escapar, mesmo sem saber do que. Em segundos ele apareceu, pegando em seu pescoço.  Alto, com uma armadura azulada e um elmo em formato de cabeça de touro. Capa dourada, cajado negro com uma esfera luminosa branca na ponta.

— Quem é você? – perguntou ela, balançando sua imensa calda na tentativa de escapar das garras daquele estranho monstruosamente poderoso.

— Você me acordou de um sono que eu achava que era eterno. Eu sou muito grato a você, entretanto essas águas são minhas e você está proibida de entrar aqui novamente. E agora que eu estou de volta, diga para o mundo que Aradorn está de volta.

— P-Porquê? Qual o sentido disso? – perguntou Mandeva, dando socos no braço de Aradorn, protegido pela armadura.

— Em breve todos saberão. Que a benção de Merlina caia sobre seu corpo. – abençoou Aradorn, dando uma cabeçada em Mandeva e a desmaiando, deixando-a flutuando naquelas águas. Em seguida, ele a chutou para fora do oceano. Por sorte, ela caiu em um barco que estava ali a passeio e por azar, Arvel e Brian estavam nesse barco.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo: A Missão de Max - Parte 1