O Apanhador de Almas escrita por SoaresGabis


Capítulo 4
Lucy não está lá...


Notas iniciais do capítulo

Oláa, desculpe a demora galera. Obrigada pelos comentários e quem está acompanhando.
Boa leitura!



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Natsu

Entrei na guilda chutando a porta. Estava ansioso para encontrar a Lucy. Tinha tanta novidade e sentia uma necessidade de contar tudo para ela.

Lembrei da semana que havia passado e me senti mal por ter deixado minha parceira de lado. Com o retorno da Lisanna eu me deixei levar pelo tempo, recordando da nossa infância, perguntando sobre Edolas e os dois anos que ela esteve por lá. O tempo foi passando e mesmo eu notando a distância da Lucy, continuei focado na Lisanna.

Não queria magoar minha querida nakama. Eu só não conseguia estar tão perto dela após tudo o que aconteceu em Edolas. Notar a proximidade de Edo-Natsu e Edo-Lucy me fez reparar quão próximo eu estava da Lucy da Terra. Todas as vezes eu sempre defendia a Luce e corria contra tudo e todos para salvá-la de um perigo. Isso me fez perceber como eu me preocupo com ela, fez com que eu notasse que me preocupo com ela mais do que apenas amiga.

Confesso que Lisanna tentou fazer com que os tempos antigos retornassem. Após sua confissão onde ela disse gostar de mim, senti que não era recíproco. Não conseguia retribuir os mesmos sentimentos, talvez por sentir um carinho maior pela Lucy.

Durante toda esta semana, Lisanna mesmo magoada se dispôs a tirar toda e qualquer dúvida sobre este sentimento novo. Ela me explicou que, em certa etapa da vida, sentimos uma proximidade maior por uma garota fazendo com que tenhamos vontade de ficar o tempo com ela. Isso explica porque gosto tanto de dormir com a Lucy em sua casa.

Lisanna me explicou também que, nesta mesma época, sentimos que devemos proteger uma pessoa e mantê-la sorrindo se torna um objetivo de vida. Senti minhas bochechas esquentarem ao lembrar do sorriso de certa maga celestial.

Olhei a minha volta tentando farejar o cheiro da minha parceira. Estranhei não sentir a presença dela. Já passava da hora do almoço e ela não estava em nenhum canto do salão, conversando com Mira ou Levy.

Passei direto pelo Gray notando que ele havia estranhado o meu comportamento. Naturalmente, estaríamos brigando agora, mesmo sem motivo lógico. Agora, minha vontade era de encontrar minha querida nakama e matar a saudade.

Corri para o balcão da guilda e sentei em uma das cadeiras. Mira deixou uma caneca com cerveja para que eu bebesse.

— Algum problema Natsu? – Ela perguntou terminando de secar um prato. Seu sorriso sugeria algo mais, como se minha resposta pudesse confirmar algum pensamento seu.

— Luce ainda não chegou. Onde ela está? – Tomei um gole da cerveja depois deitei sobre o balcão.

Gray se sentou ao meu lado e deu um soco fraco em meu ombro.

— Cabeça de fósforo qual o seu problema? Ainda não tomou sua dose diária de Lucy? – Ele perguntou e eu pude notar a malícia em suas palavras. Mira gargalhou alto apoiando seu rosto em suas mãos.

— Algum problema com a ausência da Lucy? – Mira sorria como se estivesse vendo um sonho se realizar.

 Olhei a minha volta ignorando as risadas da máquina de gelo e do demônio ao meu lado.

Levy estava lendo um livro atentamente. Levy, isso. Me senti um gênio quando fui na direção da mesma para obter informações da Lucy, mesmo que eu pudesse ir até seu apartamento e tomar as informações por mim mesmo.

— Oe Levy, você sabe onde Luce está? – Perguntei impaciente, logo notando ela arquear uma de suas sobrancelhas enquanto deixava o livro de lado.

Gajeel que estava ao seu lado gargalhou. Mesmo estando de olhos fechados conseguia notar o comportamento da baixinha. Levy se levantou da cadeira e apontou para mim. Suas bochechas estavam infladas e eu podia ver como ela estava ficando vermelha. Não era um vermelho fofo como a Lucy faz quando estou com ela, era mais assustador.

Meu corpo tremeu vendo um vestígio de uma maldade parecida com a de um Satan-Soul ou mesmo da Titânia.

— Você só pode ser burro ou acha que sou tola o suficiente para te dar ouvidos. Acha mesmo que vou te falar qualquer coisa da minha nakama quando você a deixou de lado? – Ela bufou e deu um soco fraco em minha cabeça. Gajeel continuava rindo até que também apanhou da Levy.

Ela virou seu corpo e saiu de perto de nós dois. Tentei segui-la, porém fui interrompido por um Happy afobado.

— Natsu, Natsu. Lushi sumiu. – Ele gritou girando nervosamente pelo ar.

Finalmente ele havia sentido a falta dela. Como conseguimos nos manter tão distantes dela assim? Notei com minha visão periférica que Gray e Erza se aproximaram confusos.

— Happy o que você disse? – Erza perguntou.

— Natsu me deixou sozinho em casa. Quando acordei, fui direto ao apartamento da Lucy achando que ele estaria lá. – Ele choramingou. – Lucy não estava lá nem suas roupas. – Ele pulou nos braços da Erza.

Gray olhou para Erza preocupado. Mesmo eles demoraram a notar a distância de nossa querida nakama. Olhei novamente para Happy.

“Lucy não estava lá nem suas roupas.”

Suas palavras se repetiram em minha mente me fazendo notar o que, de fato, foi dito. Lucy não estava em casa nem na guilda. Comecei a ficar com medo lembrando de quando ela decidiu ir embora, de volta para sua mansão após o ataque a Phantom Lord. Lembro como ela se culpou por ter provocado tanto problema a guilda. Mesmo que todos tentassem convencê-la do contrário, ela teve um pequeno momento de tristeza, até que nos surpreendeu indo até seu pai e abrindo seu coração.

Não entendia porque fiquei tão irritado e com medo de que Lucy não retornasse de volta a guilda. Me apressei até sua casa para trazê-la de volta, nem que fosse a força.

Saí da guilda sem falar com ninguém e corri em direção ao apartamento da Lucy. Pulei para entrar pela janela, sabendo que a mesma estaria destrancada como Lucy sempre deixava. Sorri por saber que ela sempre me receberia, mesmo me chutando para fora de sua cama ou reclamando que eu acabava com seu estoque de comida. Ela sempre me receberia de braços abertos e mesmo assim eu me afastei dela.

Corri meus olhos por todo o quarto e o ambiente parecia arrumado como se ninguém estivesse ali. O cheiro da Luce estava pelo ar, provando que ela esteve por ali recentemente. Notei um pedaço de papel preso a um envelope de carta sobre sua escrivaninha. Travei lembrando como Lucy ficava quando eu lia alguns de seus papéis ou mesmo as cartas que ela escreve para sua falecida mãe.

Decidi enfrentar seu famoso chute e peguei o envelope. Puxei o papel para fora do envelope e senti meu corpo enrijecer ao ler as palavras ali contidas.

Meus olhos correram novamente pela carta.

“...Preciso que venha até Fiore o mais rápido possível. Tenho notícias sobre um dragão extremamente poderoso e sinto que somente você pode me ajudar.”

Meu corpo tombou no chão. Um dragão? Eles não estavam desaparecidos? Olhei para a porta sendo aberta e por ela passou Gray, Erza e Wendy, acompanhados pelos dois exceeds.

Happy tomou o papel da minha mão e entregou para Erza. Todos ficaram chocados após notar o conteúdo da carta. Wendy sabia como eu deveria estar me sentindo. O dragão que havia cuidado dela também estava desaparecido. Ela veio até mim e me abraçou. Demorei a retribuir o ato, mas logo a abracei de volta.

— Nós vamos encontrar a Lucy-san. Acredite. – Me senti um pouco mais calmo com suas palavras. Só não conseguia entender o motivo que levou Lucy a sair de Magnólia sozinha após ter recebido uma informação importante assim e não ter falado nada comigo?

Me lembrei da distância que ficamos por uma semana e compreendi que foi motivo suficiente para tal.

Tomei um susto quando levei um soco na cabeça. Erza me encarava de braços cruzados.

— Quer dizer então que você vai desistir assim tão fácil dela? Vai deixar ela sumir e ficar por isso mesmo? – Seu olhar fez com que todo o meu corpo ficasse arrepiado.

Contudo, não era preciso levar um soco da Erza para que eu entendesse o que devo fazer.

Lucy é minha amiga e parceira. Não posso permitir que ela assuma uma missão tão importante assim sem que eu esteja ao seu lado. Eu só não conseguia entender o que levou ao meu medo. Procurei tanto por sinais que provassem a existência de dragões ou o local onde estão escondidos. Acredito que Igneel não morreu, nenhum dragão morreu.

Agora, analisando a situação. Lucy se dispôs a atender um chamado que houvesse dragões envolvidos. Mesmo que eu esteja distante, essa é uma atitude que prova sua preocupação, mostra que ela se importa comigo. Ela teria se preocupado de verdade com a carta contendo informações sobre dragões ou ela atendeu ao chamado somente pelo fato do remetente ser um membro da Realeza?

Ignorei momentaneamente estes pensamentos. Pulei pela janela reparando que Gray, Wendy, Erza, Happy e Charle me acompanhavam.

— Natsu, o que você vai fazer? – Happy perguntou exatamente o que eu estava pensando.

O que vou fazer? Como vou fazer? É óbvio que vou atrás da Luce, entretanto, preciso de informações mais precisas sobre seu paradeiro, quando partiu e se alguém a viu indo embora.

Lembrando da carta, alguém pediu para Luce ir até Crocus. Princesa Hisui, é isso? Chutei a porta e fui em direção ao mestre, ele deveria saber alguma coisa.

— Velhote, Lucy sumiu. Você sabe de alguma coisa? – Corri na direção dele. Gajeel me segurou no caminho pedindo que eu me acalmasse.

Como posso me acalmar se minha nakama sumiu e eu não estive lá para impedir? Mesmo que fosse por um motivo plausível, eu deveria estar ao lado dela.

Juvia e Cana se aproximaram de onde estávamos, ambas preocupadas com sua nakama.

— Natsu, sente-se garoto. Não falarei com você se estiver tão ansioso assim. – Ele bebia tranquilamente uma caneca inteira de cerveja.

Mira se aproximou e tomou a caneca dele. O Mestre resmungou baixo.

Olhei a minha volta e agora estavam ali comigo o time completo, Levy com a mesma expressão irritada, Gajeel e Mirajane.

— Lucy veio até mim ontem. Creio que vocês já tiveram acesso a carta que ela recebeu e devem estar se perguntando porque não foram avisados antes. – Ele me encarou. – Ela pediu que não fosse informado qualquer informação sobre sua saída, a menos que alguém fizesse algum alarde. Porém, eu havia pedido a ela que aguardasse mais um pouco. Eu entraria em contato com o Conselho para saber se tais informações são verídicas. – Eles suspirou profundamente. - Vocês conhecem a amiga que tem, sabem quão ansiosa e impaciente ela é. Devem entender que ela teve seus motivos para tomar esta decisão sozinha e sair sem avisar a ninguém. – Ele parou de falar e pulou do balcão.

Seguiu em direção a escada que dava acesso ao segundo andar da guilda.

— Se eu fosse vocês tomaria o trem e partiria até onde ela está, certo Natsu? – Mestre Makarov acenou de longe e foi até sua sala.

Me senti doente só de imaginar o trem e o desconforto de estar dentro de um. Não deveria pensar nisso agora. Lucy é mais importante e ela pode estar precisando da minha ajuda.


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Notas finais do capítulo

Até mais galera : )



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