Senhorita escrita por Sienna


Capítulo 1
O Primeiro Ato de Coragem Dela.


Notas iniciais do capítulo

Deliciem-se! ♥



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[O Primeiro Ato de Coragem Dela]

No decorrer dos efêmeros anos de existência, havia tido compromissos amorosos duramente selecionados pelos progenitores. Incontáveis nos dedos das mãos, de significância imensurável para os bolsos da família. No entanto, as ações da Senhorita eram cegadas pelo amor. O amor tido como incorruptível que ardia no peito pelos progenitores.

E a famigerada vinda do círculo dourado chegou uma vez mais. O anel. O simbolismo do cárcere cabia com perfeição no delicado dedo da mão dela. Era belo feito o aterramento estrelado, reluzente feito o oceano sob a luz do luar. Encomendado sob medida e extraído do cândido ouro do Sul, o pretendente alertou com um sorriso afável. Aparentemente dócil, de serenidade inigualável, irrefutável. Homem tido como de Deus, abençoado e endeusado. Quem, em sã consciência, ousaria questioná-lo?

A tola Senhorita ousou; Não havia sido capaz de enxergar o final daquela tortuosa linha.

A Senhorita optou por negá-lo, o pedido matrimonial havia sido recusado e o altíssimo preço havia de ser pago, quitado. O anel havia custado caro.

A realidade era tempestuosa, rubra de sangue. O sangue. O sangue acalorado da Senhorita escorreu pelo carpete, o maculando, o tingindo de vermelho. O vermelho. O fúnebre e aterrador vermelho, tal qual as madeixas medianas dela.

O corpo inerte tombou pelo anteriormente azulado carpete. A adaga cravejada de pedras preciosas do pretendente a dilacerou no peito, atingindo o coração. O coração desistiu de resistir. E antes de entregar-se as asas negras da Morte, a Senhorita pôde de felicidade, sorrir. Este havia sido o primeiro ato de coragem dela, da Senhorita que sequer nome possuía.

O pretendente deu-se por sumir logo em seguida. E os progenitores da Senhorita? Ao ser-lhes dada tal fatídica e excruciante noticia, arredaram os pés do local.

Os moradores da aldeia comovidos pelo trágico fim tido como inexplicável pelas autoridades, optaram por construir uma lapide miúda e bela, tal qual como ela. Como a nossa Senhorita que jaz ao sono fúnebre, terno e eterno da Morte.


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Notas finais do capítulo

Agradeço imensamente por lerem até o final!