Pétalas de Girassol: Escolhas escrita por Pandora Imperatrix


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

N/A: Essa fic faz referência ao sexto capítulo de Oito Estações, mas você não precisa ter lido para entender.



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Ele franziu o rosto todo antes de abrir os olhos piscando lentamente, um sorriso calmo em seus lábios e um gemido preguiçoso reverberando de seu peito.

E Hinata achava que não poderia ama-lo mais, mais uma vez se surpreendia.

— Bom dia.

— Bom dia, hime.

— Sonhos bons?

— Os melhores’ttebayo.

— Apropriados para uma conversa matinal?

O rosto dele se tingiu de vermelho.

— Hinata! Não foi nada assim dattebayo! — Ela começou a rir, era tão raro e tão divertido deixar ele sem jeito, ela aproveitava todas as oportunidades ofertadas, sentindo um gosto de doce vingança toda vez que tinha sucesso, afinal, nada mais justo. — Você às vezes tem uma mente muito polida, sabia?

— Bem, eu passo a maior parte do tempo com Kiba-kun e com você, Naruto-kun.

Ele pigarreou.

— Faz sentido.

Ela riu de novo.

— Mas me fala, como foi esse sonho?

Ele abriu um sorriso enorme e Hinata se sentiu boba, mas oh, tão feliz, quando seu coração pulou uma batida.

— Não é nada muito complicado eu só sonhei que meus pais estavam aqui. Eles tinham vindo nos visitar como se fosse algo de rotina. Meu pai com aquele jeito calmo dele, não falando muito, mas com uma presença tão... Não sei explicar, mas era bom estar na mesma sala que ele. Não só porque ele é meu pai. É meio como eu me sinto perto de você ou do Iruka-sensei, sabe? Como se eu me encaixasse. Faz sentido’ttebayo?

— Claro que faz, Naruto-kun. Todo mundo gosta de se sentir querido, e existem pessoas que fazem a gente se sentir assim com mais facilidade. Eu também me sinto assim quando estou com você.

Ele pegou a mão dela e beijou.

— E havia minha mãe. A minha parte preferida do sonho é que ela não era como eu me lembrava, meu pai também não, mas sei lá, foi mais satisfatório ver minha mãe mais velha. O cabelo vermelho ainda super longo, mas com uns fios brancos, linhas em volta da boca e dos olhos como se ela tivesse tido uma vida toda de risos e quando ela me abraçou... — ele suspirou — tão quente e macio...

— Deve ter sido mesmo um sonho adorável.

— Foi sim’ttebayo. Mas ainda não contei a melhor parte. Você.

— E-eu?

Ele riu da surpresa dela.

— Sim. Você estava com a gente. Conversando com a minha mãe e o meu pai que não paravam de dizer o quão sortudo eu sou por ter você dattebayo... E a cena toda se encaixava, eu simplesmente estava tão feliz em ver você fazer parte dela.

Ela o abraçou, trazendo o rosto dele para seu colo e o embalando levemente.

— Eu fico feliz que você tenha tido um sonho tão doce, Naruto-kun. E sinto muito que ele não seja real.

— Mas parte dele é — disse ele voltando a encará-la, mas não desfazendo o abraço — você é.

Hinata sentiu uma onda de sentimentos a invadir e engoliu em seco o nó que se formou em sua garganta.

— Wow! Seus olhos estão cheios de lágrimas dattebayo! Eu disse alguma coisa errada? Porque eu achei que estava sendo romântico aqui.

— N-não – ela segurou o rosto dele para que ele não se afastasse e o beijou, juntando suas frontes — você não disse nada de errado. Eu só... Eu fiquei emocionada... E um pouco culpada.

— Culpada? — ele se afastou do rosto dela.

— Lembra daquela vez que eu me machuquei numa missão, você foi me visitar e eu... Bem...

— Lembro – ele disse sério.

Hinata respirou fundo.

— Então... Eu ainda estava em processo de luto e de aceitação do que tinha acontecido comigo na guerra... E-eu tive um sonho bem real e meio confuso, um sonho no qual você não existia.

Ele ergueu as sobrancelhas.

— Oh. É por isso que você ficou daquele jeito?

— S-sim... e não.

— Você pode me explicar direito dattebayo? Porque eu não estou entendendo. Você ficou chateada com o sonho, por isso ficou... sabe? E culpada? Porque eu não existia? Hinata, é um sonho, você não tem controle sobre ele dattebayo!

— Mas eu meio que tinha? — ela suspirou mais uma vez, demonstrando frustração consigo mesma. —  Eu digo que me senti culpada porque não foi necessariamente um sonho ruim, Naruto-kun. E-espera! Eu não estou dizendo que não queria que você existisse, muito pelo contrário, eu nunca iria querer viver num mundo sem você.

Afinal, confrontada com a possibilidade, por duas vezes ela havia deixado bem claro que preferia morrer a viver num mundo sem Naruto.

— Cada vez eu estou entendendo menos dessa conversa, Hinata.

— Desculpe.

— Não, explica pra mim. Eu sei que não sou o cara mais brilhante do mundo, mas vou fazer um esforço.

Ela desfez o contato visual para apoiar a cabeça no peito dele. Naruto também se acomodou a noda posição, colocando um braço atrás da cabeça enquanto com o outro acariciava as costas de Hinata.

— Então, no sonho, você não existia. Portanto, é claro, minha vida havia progredido de um jeito bem diferente. Eu havia feito o que o meu clã esperava de mim. Vivido a vida que se esperava que eu tivesse. Não era uma vida ruim, só não era a vida que eu escolheria. Eu não era infeliz, mas eu não era feliz também. Não como eu sou agora.

— Ok. Acho que entendi’teebayo.

— Mas era uma alternativa de vida válida, com possibilidades que não são viáveis nessa. Eu fiquei naquele estado quando acordei, por isso, porque eu senti como se tivesse abrindo mão de algo enorme... Mas, Naruto-kun... Não vale a pena. Há outras pessoas envolvidas e eu talvez seja extremamente egoísta por dizer isso, mas eu sacrificaria todas as vidas possíveis por uma com você.

— Quando você diz essas coisas eu não sei como me sentir. Eu fico feliz porque é bom saber que você me ama tanto, mas eu também fico com tanto medo de te decepcionar’ttebayo.

— N-não, não! Eu não quero te sobrecarregar de alguma forma, Naruto-kun, m-me desculpe!

— Está tudo bem. Eu acho que é normal que eu me sinta assim. Não é sua culpa. Mas é que tudo isso é novo pra mim, você sabe... Ninguém nunca esperou nada de mim.

— E de mim sempre esperavam o pior.

Eles trocaram risos e voltaram a se encarar.

— Que bom que você escolheu essa vida, Hinata.

— Que bom que você me escolheu, Naruto-kun.

Ela voltou a se aconchegar no peito dele.

— Que horas são?

Ele esticou o braço e pegou o relógio na mesa de cabeceira.

— Oito e vinte. Você tem algo marcado pra hoje?

— Não... Tenho a manhã livre, mas vou ao clã depois do almoço, e você?

— Eu tinha treino com o Teme — ele fez uma careta — droga de despertador.

— Sasuke-san está na vila?

— Ele estava, capaz de ter ido embora com raiva porque eu não apareci, Teme é tão infantil.

— Você não sabe se isso é verdade, Naruto-kun.

— Eu conheço o Teme, Hinata.

— Mas então, café da manhã?

Ele colocou o relógio de volta na cabeceira e a abraçou, virando de lado.

— Nah. Eu voto por ficar de preguiça na cama até você não aguentar mais.

— Eu não aguentar? Mas eu posso ficar aqui a manhã inteira, eu duvido é que você consiga.

— Mas eu posso ser muito disciplinado se tiver uma recompensa que valha a pena.

— Recompensa? Eu tenho que te recompensar por ficar de bobeira na cama?

— Talvez ficar de bobeira na cama usando minha linda e macia — ele se ajustou para que continuasse a abraçando, mas dessa vez usando os seios dela como apoio para a cabeça — esposa como travesseiro seja toda a recompensa que eu precise dattebayo.

 


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Notas finais do capítulo

N/A: *Joga açúcar nos leitores* Eu quero mais é que vocês morram todos de diabetes. Feliz páscoa!



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