—Marci, trouxe a cesta?

—Está aqui!

—Não esqueceu a comida né?

—Não.

—E a toalha?

—Porra, ta tudo aqui amiga!

—Ahm... onde vamos ficar?

—Er... em baixo daquela árvore azul.

 –Promete não comer as árvores?

—Mas são feitas de algodão doce...

—Mas não pode comer!

—Af...

Eu, Finn, Jake e Jujuba marcamos de fazer um piquenique no Bosque De Algodão Doce, porém Jake e Finn tinham de terrotar o Monstro Arco-Íris. Achei o nome clichê de mais para levar a sério.

—Marceline, essa maçã está branca...

—Ahm, é!

—Sugou o vermelho dela??

—Ahm... aham.

—MARCELINE!!!

—Ai, meus tímpanos! Ok, vamos lá na floresta da Dona Tromba, deve ter muitas maçãs fresquinhas.

—Mas e nossas coisas?

—Ahm... não vai dar nada, vamos logo.

Com isso, fomos até a casa da Dona Tromba. Roubamos umas 15 maçãs e depois voltamos para o piquenique. 

—Ahm... tá afim de ir na minha casa?

—Fazer o que?

— Sei lá... você pode me ajudar com minhas músicas.

Nosso próximo destino foi a minha casa. Jujuba é uma princesa, tem um castelo e tudo mais. Eu tenho apenas minha casa simples, mas gosto dela. Jujuba não é do tipo ULTRA humilde, mas não é exibida... OK, não é TÃO exibida.

— Essa é sua casa? - Perguntou ela.

— Ah...ham...

Ela ficou olhando para tudo, mas não com um olhar de julgamento, e sim de aprovação. Logo que viu meu sofá, deitou-se nele com os pés para cima, ela parecia estar confortável, fiquei mais do que feliz.

Peguei meu baixo e sentei-me junto a Jujuba, e comecei a tocar.

"É tão frio que eu não sei como parar a dor 
É tão frio que eu não sei como parar a dor 

E não a ninguem que possa me livrar da dor 

Ninguem vai me salvar ninguem vai me salvar"  

— Você canta tão bem... é tão profundo! Qual o nome da música?

— "Vampiro", da Irvin. Essa música tem tipo... uns 250 anos.

— É linda. 

Ela ficou mexendo em meu baixo por um tempo, até que perguntou se podia dormir na minha casa naquele dia, já que estava tarde. Obviamente eu disse que sim, emprestei meu pijama para ela e fomos para meu quarto tocar e cantar juntas. Ela tinha uma voz tão doce e meiga...

Umas 6 músicas depois, fomos para a cama.

— Marci, sobre anteontem... no verdade ou desafio... – Ela virou-se para mim e passou a me encarar – Significou algo para você?

A verdade, é que nem eu sabia se aquilo significou algo...

— Ah... Jujubinha, somos só amigas, claro que não significou nada, haha... – Fiz uma leve pausa e olhei para ela – Significou algo para você?

Ela estava estranha... olhando para o chão. E após uma pequena demora para responder, disse:

— O que?? HAHAHAHA... claro que não!! Como você disse, somos só amigas... e... nossa... seria nojento haha, eu gosto de outra pessoa, nunca irei gostar de você!!! – Eu não consegui esconder que fiquei em choque... claro que não esperava com que ela dissesse que estava perdidamente apaixonada por mim, nem esperava que a mesma estivesse sentindo isso, mas mesmo assim... doeu de certa forma ouvir aquilo. Ela olhou bem nos fundos dos meus olhos e reparou no que havia dito, e tentou consertar – Digo... não dessa forma...

— Olha... vamos dormir tá!? – Não queria que ela dissesse mais nada, foi uma pergunta retórica, e acho que ela percebeu isso. 

Por fim, nos viramos de costas uma para a outra e dormimos. Já era 3h e meia, e eu geralmente não dormia àquela hora, porém já havia me acostumado fazia uns dias... mas naquele dia em especial, demorei mais a pegar no sono. Quando eu finalmente dormi, já deviam ser umas 4h e 40min. Foi tudo tão estranho... por um breve momento, desejei estar no submundo, dançando com uns demônios amigos. Esse desejo durou pouco, pois logo Jujuba virou-se para mim, e sorriu. Aquilo salvou meu dia.