A minha bailarina preferida escrita por LaurenGreen


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas é que eu meio que dei uma desanimada. Tipo eu to pesquisando muita coisa, escrevendo e tal.. e ninguém comenta. Isso me desanima, mas aproveitem o capítulo.



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— Não sei o que você falou com a Joyce, mas melhorou e bastante o comportamento dela. – Disse Dudis caminhando para fora da escola comigo. Concordei ainda pensativa. Eu estava tão confusa com o que sentia. É loucura amar alguém que você conhece há pouco tempo. – Porque você esta tão pensativa? Aconteceu alguma coisa enquanto você falava com ela ou foi algo que eu falei?

— É que aconteceu uma coisa enquanto eu e a Joyce nos falávamos. – Falei olhando ela. Acho que poderia confiar nela para contar isso.

— Ela te beijou? – Perguntou Dudis me fazendo arregalar os olhos. Como ela sabia? – Eu já sabia que ela estava afim de você, mas não sabia que ia te beijar assim tão de repente.

— Como você sabe disso? – Perguntei ainda com os olhos arregalados.

— Isso é muito na cara. Não sei como você não notou. Logo no primeiro dia já reparei nisso. Talvez até todo mundo dessa escola já tenha reparado isso, ela deixa na cara. Te olha a todo momento, muda de humor rapidamente quando esta com você ou falam de você. 

— Eu não sabia disso. – Falei olhando para as pessoas ao redor. – Mas ela até onde eu sabia era heterossexual.

— Sempre existe alguém diferente que mexe com os nossos sentimentos. Esse alguém deve ser você para ela. – E Dudis estava certa. Sempre tem alguém diferente que nos mostra que podemos amar mais ainda. Alguém que podemos nos apaixonar a primeira vista. – Bem eu já vou indo. Até hoje de noite. – Falou ela se despedindo e virando as costas para ir embora.

— Até. – Falei vendo ela se afastar.

 

 

— Pela milésima vez eu não vou trocar a coreografia agora! – Gritava um líder de uma turma da manhã para outro líder. Eles já estavam lá brigando sobre isso há horas. Pelo simples fato de uma coreografia ter alguns passos idênticos a da outra. Dudis e eu ficávamos nos olhando e revirando os olhos.

— Bem pessoal. Tudo que eu tinha que resolver aqui já está resolvido. Com sua licença eu tenho um baile para ir e não quero me atrasar. Tchau. – Falou Dudis batendo os pés para fora da sala. Ela estava mais enfurecida com a atitude infantil deles do que o resto das pessoas. Levantei-me dando tchau para eles e fui atrás dela. – Pensei que nunca mais viria. – Falou encostada na parede do corredor.

— Desculpa demorar. Tinha que ver se a infantilidade deles era de verdade ou estavam só fazendo um teatrinho. – Falei tentando causar risos nela, mas ela apenas revirou os olhos e cochichou algum xingamento para eles.

— Vamos logo. Estou a fim de dançar. – Falou ela me puxando para dentro do banheiro e pegando uma mochila que tinha em um canto escondida. – Usa isso. Não consegui a roupa completa. – Falou ela me dando um lenço vermelho, botas, bombacha masculina e uma guaiaca. Sorri para ela e peguei a roupa.

Dudis virou de costas para mim e eu fiz o mesmo. Botei a minha calça e tênis que usava na mochila que ela tirou as nossas roupas e me vesti com as que ela deu. Depois disso me viro e vejo-a me olhando sorrindo. Ela se virou e apontou para o zíper do vestido dela que estava completamente aberto.

— Me ajuda. – Fui até ela, coloquei uma mão na cintura dela e com a outra fechei o zíper. No momento que a encostei senti ela ficar ereta. – Obrigado Lu. – Falou se virando rápido de mais e ficando com o rosto bem perto do meu. Ela e eu demos uma leve corada, mas logo em seguida ela se afastou rindo. – Você é da Joyce.

— Nem vem! – Falei rápido. Ela deu uma piscada para mim e fomos para o baile.

 

 

— Aquele lá dançando é o meu pai. – Falou Dudis apontando para um homem que aparentava estar na casa dos quarenta. – Depois nós falamos com ele. Ele esta super interessado em te conhecer. Falou que nós duas dançamos super bem.

            - Legal. – Falei olhando Dudis. Ela estava super linda com aquele vestido vermelho com uma armação média. – Quer dançar comigo o resto da música? – Ela parou de prestar atenção no pai e me olhou abrindo um sorriso.

— Claro! Adoraria. – Segurei a mão dela e entramos no meio das várias pessoas que dançavam.

Botamo-nos na posição (eu sendo a condutora) e começamos a dançar o ritmo lento da música. Ela me olhava às vezes rindo, sorrindo, séria, etc. Boa parte do tempo que eu dançava com ela, ficávamos batendo nas pessoas ao redor. O salão estava muito cheio. Teve um momento que uma mulher com um salto agulha pisou em cima do meu pé. Contorci o rosto para não gritar de dor e Dudis começou a rir de mim.

— Furou o seu pé? – Perguntou rindo.

— Por pouco que não, mas senti o salto afunda no meu pé. – E ela começou a rir mais ainda.

 Depois de mais alguns segundos de dança e de se bater nos outros a música acabou. Saímos de lá rindo e o pai de Dudis vinha na nossa direção.

— O que aconteceu de tão engraçado? – Perguntou com um sorriso amigável.

— A  Luca – Falou apontando pra mim. – Uma mulher com um salto agulha pisou no pé dela e ela fez uma cara de dor. – Falou rindo (menos do que enquanto dançávamos). O pai dela começou a rir alto, mas não pareceu tanto pelo volume da musica que tocava no momento.

— Parem de rir. Doeu! – Falei com voz de dó.

— Gostei da sua amiga filha. – Falou voltando a sorrir. – Ela não parava de falar de você, Luca. A Luca é isso, é aquilo, papai. – Falou com as duas mãos juntas e com uma voz mais fina, que ficou engraçada para ele. Comecei a rir o olhando e ela fez cara de quem não acreditava no que via.

— Não era pra você ter contado isso pai! – Falou ela cruzando os braços.

— Não consegui me segurar filha. – Falou rindo junto comigo. – Para compensar isso tomem... - Tirou do bolso uma nota de cinqüenta reais. – Aproveitem a noite.

Dudis pegou a nota sorrindo e já foi me puxando pra longe. Acho que por medo do pai dela falar alguma coisa a mais, que fosse constrangedora para ela. Mas quem diria que Dudis pensava em mim e falava de mim para o pai dela.

 

 

Após ficarmos dançando por horas juntas e com outras pessoas. Comermos batatas fritas e tomar vários refrigerantes (algumas dessas coisas foram pagas por outras pessoas), saímos do salão e sentamos em uma parada de ônibus.

Ela chegou mais perto de mim e deitou a cabeça no meu ombro soltando um bocejo. Envolvi-a com um braço e ficamos um tempo quietas. A rua estava deserta dando, apenas para escutar o som de grilos e da musica do salão. Algumas lâmpadas da rua estavam apagadas ou piscando.

— Por que o teu nome é Luca? – Perguntou Dudis cortando o silencio entre nós duas.

— Erro do cartório. – Falei dando uma rápida risada. – Era para o meu nome ser Lúcia, mas a pessoa que me registrou errou. Então agora meu nome é Luca. – Ela deu uma risada. – Agora é sua vez de me contar como sabe inglês tão bem.

— É que eu morava nos Estados Unidos há uma semana. – Falou normalmente. Como se fosse à coisa mais natural do mundo se mudar daquele país rico e vim pro fim de mundo do Brasil. – Meu pai recebeu uma ótima oportunidade de emprego aqui. Então não tive escolha. Mas do mesmo não gostava muito de lá.

— Por quê?

— Não tinha quase amigos lá. Eu não consigo me enturmar com as pessoas rapidamente. Levei anos pra consegui uma melhor amiga lá. O meu defeito é não saber me enturmar. – Falou dando uma risada desanimada.

— Tudo bem. Eu também não sei me enturmar. Só tenho tanta fama assim na escola porque sou uma das melhores dançarinas de lá e os meus pais também são ótimos dançarinos. Se não nem iam saber meu nome direito.

E ficamos mais um tempo quietas. Nunca gostei muito de ficar em silencio perto de alguém, mas com ela tudo parecia diferente. Talvez o que eu fosse tentar ia dar errado, mas o máximo que eu levaria seria um fora.

— Dudis eu sei que vai parecer loucura o que vou falar, pois nos conhecemos há muito pouco tempo. – Ela ficou me olhando ainda com a cabeça deitada no meu ombro. – Eu desde a primeira vez que te vi senti algo diferente. É difícil de te explicar com palavras. Aquele dia que você falou que sentia algo por mim e eu concordei, você devia estar falando de amizade, mas eu não estava. Eu gosto de você além de amizade. E adoraria beijar você. – Ela continuou com a cabeça no meu ombro e apenas deu um sorrisinho.

— Continua... – Falou baixinho. – Adorei te ouvir falar isso. – Ela gostou. Comecei a sorrir e procurar palavras para explicar o que sentia por ela.

— Eu gostei de você desde a primeira vez que te vi. Só aceitei vim aqui e estar contigo por esse motivo. Eu gosto muito de você e sei que isso pode parecer loucura.

Ficamos nos olhando por um bom tempo até que eu tive a iniciativa e comecei a aproximar nossos lábios. Quando encostamos os nossos lábios senti um verdadeiro frio na barriga. Começamos o beijo calmamente e logo em seguida começamos a intensificá-lo. A língua dela pediu espaço em minha boca e eu o cedi.

Em pouco tempo já senti a mão de Dudis na minha nuca. O beijo estava calmo e cheio de desejo. Eu estava aproveitando cada sensação que ele me proporcionava. Os lábios dela eram tão macios, nunca tinha beijado alguém com lábios tão macios iguais aos dela.

Infelizmente o nosso beijo teve fim. Quando nos separamos para buscar ar, continuamos com o rosto perto um do outro. Conseguia sentir o hálito fraco de menta que ela tinha.

— Eu estou sentindo uma loucura igual a sua desde a primeira vez que te vi. – E me puxou para outro beijo.


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Notas finais do capítulo

Comentem :3



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