Can't Help Falling In Love escrita por Duda Monteiro


Capítulo 1
Can't Help Falling In Love




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Take my hand
Take my whole life too
For I can't help
Falling in love with you

Pegue minha mão
Tome minha vida inteira também
Porque eu não consigo evitar
Me apaixonar por você

Can't Help Falling In Love — Elvis Presley

Lilian Evans acordou ligeiramente mais cedo naquela terça feira, 28 de março de 1978. Era um dia relativamente especial. Uma de suas melhores amigas, Elizabeth Potter, estava fazendo aniversário. E como mandava a tradição, a última a fazer aniversario tinha que ir na cozinha buscar o bolo da aniversariante do dia. Ou seja, todos os anos desde que haviam começado com aquilo — em meados do segundo ano —, Lily ficava responsável pelo bolo de Liz.

Dessa vez pedira para os elfos algo bem especial. Afinal, era os 18 anos da amiga. E mesmo que a idade bruxa para a maioridade fosse aos 17 anos, seu lado trouxa ainda se importava com os 18. Sem falar que era o último aniversario que elas teriam em Hogwarts, definitivamente teria que ser especial...

O bolo estava lindo, porém pesado. Ela o carregava as duras custas. Estava com medo de lançar um feitiço de levitação e derrubar o bolo de alguma forma. Não, era melhor levar do modo trouxa mesmo.

Chegou um pouco depois das sete no Salão Comunal, com um enorme sorriso. Que se desfez rapidamente ao olhar Remus vindo em sua direção com cara de preocupado.

— Lily! — exclamou. —Você viu o James?

Ela franziu as sobrancelhas. Não entendo o porquê de ele perguntar do Potter para ela.

— Não. Na verdade, estou indo ao encontro da outra Potter, com um enorme bolo, se você não percebeu.

Remus ignorou a indireta. — Por favor, vá atrás do James — pediu.

— Por mais que eu adorasse fazer isso, Remus — soltou irônica. — Porém preciso levar esse bolo para a Liz — falou e passou pelo menino.

— Lily, o pai deles foi internado do St. Mungu’s. Acabaram de receber as cartas com a notícia — informou o menino, fazendo Lily estancar no lugar.

— Minha Morgana. A Liz deve estar pirando! — exclamou preocupada.

— Está. Mas a Dulce e a Ali estão com ela. Peter está com o Sirius. James saiu daqui descontrolado, por favor, vá atrás dele — implorou o menino. Lily se virou, o olhando, ainda com o bolo nos braços.

— Eu não sei onde ele está, Lupin. E não sei o que falar...

— Ele provavelmente estará no campo de quabribol. Lá o acalma — informou o menino.

— Então por que você não vai? Você vai saber como agir! — ela falou.

Remus negou. — Eu preciso ficar com o Sirius agora. Preciso vigia-lo. Sem o James e a Liz por perto depois dessa notícia, eu tenho medo que ele volte aos velhos hábitos. Por favor, Li. O James precisa de você.

Lily engoliu em seco, e colocou o bolo em cima de uma das mesas. O olhou por algum tempo, até que assentiu para Remus. — Eu vou. Tentarei o ajudar.

— Obrigada, Lily — falou a abraçando rapidamente e subindo logo em seguida.

A menina deu um último olhar para o bolo que a amiga provavelmente não veria, e saiu da sala.

Lily não demorou muito a descobrir que Remus estava certo, e James estava deitado em um dos bancos da arquibancada, com um dos braços por cima dos olhos, os tampado. Ela se aproximou discretamente, e sentou-se ao lado dos pés dele. Vendo que ele ainda não tinha a notado, ela tocou de leve numa das  panturrilhas dele, o chamando. James pulou de susto, e tirou o braço do rosto. Com assombro, a menina notou que ele estava com a face vermelha e levemente inchada.

— Lily, nunca imaginaria que você fosse do tipo de pessoa que amanheceria no campo de quadribol — ele falou, tentando disfarçar seu estado, enquanto se sentava.

— Na verdade, vim procurar você — ela admitiu.

— Nossa, agora senti-me honrado. A que devo a sua procura, minha querida Lily? — ele perguntou, com o que deveria ser um sorriso galanteador, mas que foi logo desmanchado, pelas lágrimas que teimavam em descer.

A menina não podia negar, o estado do garoto estava a assustando e a deixando realmente preocupada.

— Remus me contou do seu pai. Sinto muito.

James assentiu. — Pensei que estaria com a Liz.

— Ela está com a Dulce e a Alie. Remus e Peter estão com o Sirius.  Não podia lhe deixar sozinho — ela falou, omitindo a parte em que a princípio ela não queria ir ao encontro dele. — Como você está? — Lily perguntou, mas logo se reprovou. — Desculpe, pergunta idiota.

­— Tudo bem, Evans. Todo mundo tem os seus momentos idiotas...

Lily franziu a testa. — Desde quando você me chama de Evans, Potter? Pensei que não gostasse de me chamar de Evans.

— E não gosto

— Então por que chamou? — Lily perguntou confusa.

— Pensei que fosse o que você queria — ele respondeu dando de ombros.

— Ah — ela refletiu por alguns segundos. — Era.

— Não é mais? — James questionou escondendo o sorriso.

— Realmente, todo mundo tem seus momentos idiota, Potter. Não, não é mais. Você é o irmão de uma das minhas melhores amigas e não posso fingir mais que você acabou se tornando um amigo, James. Então pode me chamar de Lily. Mas só Lily, tá? Sem nenhum complemento idiota.

— Tudo bem, então, só Lily.

A menina revirou os olhos e empurrou o moreno, resmungando “idiota”.

— Você quer falar sobre o que aconteceu? — Lily indagou após algum tempo em silencio, em que os dois ficaram apenas observando o campo, ainda vazio, de quadribol.

— Sinceramente, não — ele respondeu.

— Okay então, se quiser podemos... — ela começou a falar, mas James nem notou.

— É só... meu pai é meu herói. E eu pensei que ele viveria para sempre... Mas a cada momento, ele vai ficando mais longe de mim — ele falou, segurando as lagrimas.

— Está tudo bem, James — Lily começou a acariciar o braço do rapaz.

— Não, não está — James negou, balançando a cabeça, já não conseguindo mais conter as lágrimas. — Meu pai sempre fez o possível para fazer as coisas certas. Para ficar do lado certo e ser uma boa pessoa. E olha o que eu me tornei?!

— Você é uma boa pessoa, James! — Lily falou sem pensar. Mas parando para analisar, era a verdade. O menino poderia ser bem infantil e imaturo, mas no fundo era uma boa pessoa.

Ele negou de novo. — Estarmos no meio de uma guerra e meu desejo é ser jogador profissional. Enquanto dezenas de pessoas morrem apenas pelo seu status sanguíneo. E eu desejando jogar bolas para entreter um público.

— É um sonho normal, James. Você não tem culpa de estamos no meio de uma guerra.

— É, mas eu posso fazer algo para mudar isso! Ou pelo menos posso tentar. Fazer que nem meu pai e ficar do lado certo.

Lily arregalou os olhos. — O que você está querendo dizer, Potter? — perguntou assustada.

— Quando terminamos a escola vou começar o treinamento de Auror — ele relevou.

— Você enlouqueceu, James? Eu pensei que você já estivesse em busca de uma vaga no quadribol profissional.

— E estava, Lily. Mas eu não posso ficar apenas jogando em meio a essa bagunça. Não enquanto pessoas correm risco de vida.

— Mas você ficará a salvo, James. Seu sangue ira lhe proteger. Você não precisa se arriscar.

— É claro que eu preciso! Que tipo de pessoa eu seria se me afastasse enquanto o mundo pega fogo? Enquanto você corre perigo? Eu não seria o homem que meu pai criou. E eu já não fui esse homem por muito tempo...

— Você não era um homem, era um menino — ela falou suavemente, passando uma das mãos pelos cabelos desarrumados do rapaz, e segurando numa das mãos dele com a outra.

— Exatamente. Eu apenas não fui um menino, fui um extremamente irresponsável — ele admitiu, a olhando abatido. Mas com uma pequena ponta de esperança a ver suas mãos interligadas — E por mais que isso tenha sido divertido, eu preciso mudar...

— Você já mudou — Lily interrompeu. E era verdade, pelo menos para ela. Desde o início do sétimo ano, Lily não vira mais James enfeitiçando ninguém, pelo menos não sem motivos — e por mais que doesse dizer isso, Snape estava na parte das azarações com motivos, afinal, não era como se o ex-amigo dela fosse deixar James andar por aí distraído sem tirar proveito disso —.

— Sim, talvez. Mas não é o suficiente. Eu preciso que quando meu pai se vá, ele tenha orgulho do homem que o filho dele se tornou, não apenas por ser filho dele. Mas por ser realmente um bom homem — James desabafou.

Lily passou um tempo em silencio, sem saber o que dizer. Ela se encostou no ombro do rapaz e ficaram lá por alguns minutos, apenas aproveitando a companhia um do outro, e James se acalmava.

— Sabe Potter, você é realmente uma boa pessoa. Apesar dos defeitos, que eu não vou negar, são inúmeros.

James arqueou uma das sobrancelhas, mesmo que a menina não pudesse ver.

— Por que diz isso?

— Pelo modo como você trata e se preocupa seus amigos, com a Liz... com a maioria das pessoas em geral. Menos os sonserinos, é claro.

— Nem todos os sonserinos, Lily flor. Nem todos.

— Apenas a maioria — ela concordou seriamente, o olhando, para segundos depois os dois caírem no riso. O riso durou pouco tempo, quando findou, James ainda encarava Lily, que começou a corar.

— O que foi, James? — ela questionou.

— Nada... — ele respondeu dando de ombros, e ela continuou o olhando desconfiada. — É que você é tão... adorável — James admitiu, fazendo a garota corar ainda mais. — Desculpe, é que eu precisava dizer isso! É apenas um simples fato.

— Até que você não é tão detestável, Potter — Lily falou, tentando disfarçar o sorriso.

— Isso quer dizer que você aceita sair comigo, Lily querida?

Lily arqueou uma das sobrancelhas. — Você realmente não desiste, não é, James?

Ele deu de ombros. — Na verdade, não. Foi algo que meu pai me ensinou e tenho certeza que ele ficaria orgulho. Sem falar que, eu tenho certeza que achei a garota certa, então tenho que insistir até que ela note que não sou mais o garoto errado — ele falou com firmeza, a encarando, fazendo a menina corar. — E tenho que torcer para que ela note isso enquanto ainda posso apresenta-la para meus pais... — James disse tristemente, desviando o olhar dela. — Quero dizer, não pense que estou falando isso como chantagem emocional ou algo do tipo... é que eu realmente venho falado de você por anos para eles. Pode perguntar a Liz, ao Sirius, a basicamente qualquer um que tenha ido na minha casa... eles gostariam de conhecer a famosa Lily Evans.

Agora Lily estava completamente vermelha, competindo arduamente com seus cabelos. Ela parou e analisou suas opções por alguns segundos. — Certo. Um encontro.

O queixo de James praticamente chegou ao chão. — O que? — ele exclamou sem acreditar.

— Mas com algumas condições...

— Qualquer coisa que você quiser — ele se apressou em dizer. Lily tentou esconder o sorriso pelo desespero do menino, e por vê-lo distraído.

— Se eu quiser interromper o encontro a qualquer momento, eu poderei. E não terei que me explicar...

— Certo — James concordou prontamente.

— E Dulce e Remus vão com a gente. Só Merlin sabe que já passou da hora de juntarmos esses dois.

James franziu a testa. — Ou seja, é basicamente um encontro entre amigos... Você está querendo me enganar, querida Lily?

A menina revirou os olhos. — Pense mais em um encontro duplo, Potter. É aceitar ou desistir de vez.

— Definitivamente aceitar — ele afirmou sorrindo bobamente. Lily estava com um sorriso quase igual, mas tentava ainda esconder.

— Certo, vamos voltar. Talvez o bolo da sua irmã ainda esteja vivo e eu consiga entregar a ela — Lily falou levantando-se e estendendo a mão para James, que pegou sem pensar duas vezes.

Juntos os dois voltaram para o castelo, ainda de mãos dadas.


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Notas finais do capítulo

https://fanfiction.com.br/historia/700622/Marotos_no_Futuro/



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