O sem nome escrita por A Mareli S


Capítulo 1
Quem sou eu? Quem é você?




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A porta é aberta, revelando um jovem de face curiosa. Não sabia onde estar, não sabia o que fazer, só o que fazia era me encarar sem nada dizer. 

—Olá, quem é você? 

Perguntas clichês, tedioso. Repetir por vários anos o mesmo cronograma cansa a qualquer um. Ver eles chegarem, os direcionar, responder perguntas costumeiras, se apegar.

—Entra.

Não peço, mando, e ele obedecesse. Não que tivesse outra coisa para fazer, era tudo que o restava, isso ou o nada. Minhas ordens são a lei por aqui, não que para eles exista outro lugar além daqui.

—Posso saber aonde vou?

Ele pergunta, sua voz me irrita, era infantil e levemente irritada, aparentemente não gostou da rispidez. Pelo menos isso, os passivos demais não me interessam.

—Para onde eu quiser.

Ele se cala. Me viro aos botões à minha frente, vários lacrados, impossíveis de serem apertados; junto à outros vários chamativos, clamando por atenção. Penso por um minuto, dois, não sabia o que fazer, até que meus pensamentos são interrompidos pelo garoto.

—Qual é o meu nome? 

Questiona me encarando com seus olhinhos brilhantes, odeio quando eles me encaram, sempre com várias perguntas em sua maioria irrelevantes. Mas desta vez, o menino estava certo, precisava de um nome.

—Não sei dizer. 

Respondo com indiferença e sinceridade, ele parece aceitar, então me volto a pensar encarando os botões.

—Sou tão irrelevante assim?

De novo esse garoto, odeio quando falam demais. 

—Não sei dizer.

Digo novamente sem dar muita atenção, não sabia onde encaixá-lo.

 

Não serviria para essa, tampouco para D. H., era muito infantil, talvez irmão? Talvez um amigo? O que ele seria?

—O que eu sou?

—Cale-se, estou tentando me decidir.

Digo ríspido, ele novamente se cala.

Esse está cheio, além de ser impossível esse garoto entrar, esse tá lacrado... Esse eu já abandonei faz tempo, esse já tem muitos.

Penso analisando as possibilidades. De fato não devia criá-los antes de ter um objetivo claro em mente. 

Bufo ao me ver sem ideias, não tinha o que fazer, precisava levá-lo àquele lugar.

Pressiono o botão velho, meio quebradiço e fecho a porta de correr enferrujada. Finalmente o elevador se movimenta nos levando para baixo.

—O que vai acontecer comigo?

Pergunta o menino sem nome, história ou personalidade. Não respondo.

Chegamos, abro a porta de correr e mando que ele saia.

—Logo virei te buscar.

Afirmo sem convicção, sei que ele percebeu isso por sua expressão triste. Quando apareço várias vozes se fazem presentes, desesperados, com esperança, indivíduos sem personalidade ou pouca utilidade.

Talvez um dia eu os use ou continue suas vidas, por hora, continuam se amontoando, carentes por memórias.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Tive a ideia para essa historia antes de dormir e escrevi tudo na mesma hora, qualquer erro por favor apontem!
Agradeço pela leitura! Se gostou, por favor, deixe um comentário, alguma crítica idem!
Kissus!



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