Sayonara Ene escrita por Ene


Capítulo 1
Route XX


Notas iniciais do capítulo

Essa história foi baseada no anime (Mekakucity Actors), e nas músicas: Jinzou Enemy, Lost Time Memory e Ene no Dennou Kikou (Ene's cyber journey), com algumas modificações para tudo se encaixar.

Espero que gostem ^^


Goshujin = mestre
NEET = pessoas que não estudam e nem trabalham



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Se há algum arrependimento que eu tenha tido antes morrer foi nunca ter dito que eu o amava. Eu amava você, Haruka. Eu ainda te amo. Mas eu não estou mais viva e nem posso te dizer essas palavras, porém, isso também não significa que eu desapareci. Lembro de como eu morri, não é um processo agradável, sabe? Lembro de lutar para conseguir respirar, meu corpo estava paralisado, não conseguia pedir ajuda. A última lembrança que eu tenho foi ter visto o Sensei de pé na minha frente.

Então eu acordei. Não fazia ideia de onde estava, demorou um tempo para perceber que estava na internet. Meu uniforme escolar tinha virado um casaco azul com saia preta e tinha perdido os pés. Isso eu acho estranho até hoje, além do meu cabelo preto virar azul e um headphone preto aparecer na minha cabeça.

Eu estava perdida na web, em outras palavras.

Fiquei assustada com aqueles montes de 0 e 1 que nunca terminavam, mas acabei me acostumando após um certo tempo, foi quando finalmente achei um endereço que conhecia: Shintaro Kisaragi. Entrei sem pensar duas vezes, na forma de um e-mail, no computador dele. Quando o e-mail finalmente carregou e eu apareci fiquei surpresa com o estado que ele se encontrava.

Ele tinha olheiras e seus olhos estavam vermelhos como se estivesse chorando por horas. Pelo que sabia, eu tinha morrido a poucos dias, mas duvidava muito que essas lágrimas eram por mim. Algo tinha acontecido. Esse não era o melhor momento para me revelar como Takane Enomoto, então adotei o nome do meu usuário de Dead Bullet, Ene.

Passei a chama-lo de “Goshujin” numa esperança que algum dia ele percebe-se quem eu era, lembra-se da garota que ele derrotou no festival no jogo de tiro, que fez a aposta ridícula de chama-lo de mestre caso perdesse e que perdeu no fim. Mas como um NEET inútil que ele é, nunca percebeu que eu era a Takane.

Como ele nunca percebeu quem eu era, aproveitei para curtir um pouco com a cara dele. As vezes apagava algumas pastas importantes ou mudava a senha porque estava entendida. Quando você era uma criatura virtual, você não precisava dormir ou comer, muito menos ficar doente, como meu antigo corpo era. Nos tempos em que Shintaro não estava por perto, eu procurava sobre Haruka.

Não achava nenhuma informação sobre ele, era como se ele não existisse. Também tinha descoberto porque Shintaro havia se isolado do mundo. Ayano tinha morrido. Ele nunca saia de casa e chorava durante a noite quando pensava que eu saia. Ele era igual eu, apaixonado pelo que não existe.

— Estou preocupada, Goushujin. — digo para ele, já cansada de ver ele sofrendo. — Então, vai continuar assim sem ver o amanhã?

“Pelo menos você está vivo, pode tocar nas pessoas e te chamam por um nome de verdade”. Quero gritar para ele, embora saiba que essas palavras revelariam que sou mais que um “vírus” que ele não consegue desinstalar.

Ele me olha de uma forma fria, mas se aproxima do computador. Esse não é o melhor dos planos, o que existe depois são definitivamente, sentimentos de isolamento sem fim. Eu sabia muito bem disso.

Ele começa a digitar alguma coisa tão rápida no computador que não consigo acompanhar. De repente, as palavras “DELETE” aparecem na minha frente, e estou sendo afogada por essas palavras. Despedaçando. Desaparecendo.

— Eu não consigo entendo nada disso! — grito enquanto choro. Estava desparecendo. Desaparecendo.

Foi quando me lembrei de algo. Meu corpo estendido em uma maca com fios ligados a ele, o Sensei com uma prancheta nas mãos fazendo anotações e Haruka... Ele estava dentro de tubo cheio de água e seu corpo não mexia, ele não respirava. A imagem de uma cobra aparece e me engole, criando esse corpo artificial que eu chamo de Ene.

Haruka... Ele estava morto. Olho para Shintaro, ele não tinha perdido apenas Ayano, finalmente entendo. Ele tinha perdido a mim e a Haruka também.  

— Já estou cansado desse brinquedo que só sabe tagarelar. — ele diz enquanto a tela vai se cobrindo de Deletes e desapareço de seu computador para sempre.

 

 

 

 

 

Extra: Ponto de vista de Shintaro.

 

As palavras “AMEAÇAS NEUTRALIZADAS” pulam da tela do meu computador. O que havia feito? Ene era a única companhia que eu tive por anos e eu simplesmente deletei ela. Procuro-a em todas as abas. Talvez ela esteja brincando comigo, já tentei muitas vezes apaga-la, mas nunca havia conseguido. Mas eu também nunca havia usado um antivírus tão forte...

— ENE! — grito como um tolo para o meu computador. — Por favor, me leve também.

Olho para o lado. Abro a última gaveta do meu armário e tiro uma tesoura afiada.

Com apenas um movimento, tudo se escurece.

 


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Notas finais do capítulo

A Route XX seria o final ruim.
Kagerou Project é bem difícil de explicar e ainda mais difícil de se compreender. As músicas são chamadas de Kagerou Project, o anime de Mekakucity Actor e o mangá de Kagerou Days, para vocês terem ideia.
A Route XX pelo que entendi pode ocorrer como aconteceu nesse capítulo (versão das músicas) ou pela versão do anime que ainda vou postar um capítulo. Essa obra é realmente bastante confusa, mas eu recomendo!!!

Já que você está lendo isso, provavelmente você leu o capítulo. Então, muito obrigada e até a próxima!



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