Meu Eu Depois Dela escrita por LilyMPHyuuga


Capítulo 21
O Julgamento


Notas iniciais do capítulo

#sextou (aqui ainda é sexta-feira xD)
Oi, gente! xD Eu pretendia vir só amanhã, mas deu uma vontade de postar logo esse capítulo... por motivos que eu só vou contar nas notas finais, por causa de spoilers, rs.
Agradecimentos também estarão nas notas finais, como sempre. ♥
Desde já, peço para não me matarem. Não é um dos melhores capítulos, mas é essencial para o final feliz da história, que está cada vez mais perto... #nervosa ^^"

Espero que gostem dele mesmo assim. =)
Boa leitura! ♥



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— Obrigado por terem comparecido hoje. A presença de vocês será vital para o entendimento das coisas que vêm acontecendo nesse clã. Juntos, poderemos encontrar a melhor solução para todos. — Pigarreou. — Chegou ao meu conhecimento uma série de acusações contra membros desse clã, e como o nosso líder está diretamente envolvido na história, eu presidirei essa reunião e organizarei as devidas votações e sentenças.

Naruto engoliu em seco com a última palavra. Se Hinata sofreu maus tratos com “treinos”, o que os Hyuuga poderiam fazer como castigo?

— Chamo para depor a senhorita Yuhi Kunerai e senhores Inuzuka Kiba e Aburame Shino.

Mais três cadeiras foram colocadas no palco, do lado esquerdo de Tatsuo, mas posicionadas de forma a verem tanto Tatsuo quanto a plateia.

— Obrigado por comparecerem — falou docemente o senhor. Eles pareciam se conhecer há anos. — Peço que respondam às perguntas com sinceridade, para que possamos conhecer a história por completo. — Eles confirmaram. — Muito bem... Kurenai-san, quando conheceu Hyuuga Hinata?

— Há pouco mais de seis anos, quando ela foi designada a fazer parte de meu time ninja. Ficamos conhecidos como Time 8.

— E creio que, como de costume, conheceu os familiares de seu time.

— Sim. Eu queria conhecê-los bem, para saber seus pontos fortes e trabalhar em seus pontos fracos. Conheci Hiashi-sama e Hanabi-san poucos dias depois de conhecer Hinata.

— E o que achou?

Kurenai hesitou.

— Achei cruel a forma como Hinata era criada.

Os murmúrios foram inevitáveis.

— E por que diz isso?

— Hiashi-san me ignorou quando me apresentei como professora de sua filha mais velha. Disse com todas as letras: “faça o que quiser com ela”.

Naruto arregalou os olhos. Hiashi disse aquilo de uma menina de doze anos?

— Falou que a filha mais nova — continuou Kunerai — aguentava um treinamento pesado melhor do que Hinata. Eu fiquei horrorizada com o tratamento que ele apresentava em relação à filha, então fiz tudo que estava ao meu alcance para arranjar missões que tiravam Hinata do clã o maior tempo possível.

— Senhores Aburame e Inuzuka — Tatsuo se dirigiu aos rapazes. — Digam quando conheceram Hinata.

— Na Academia Ninja, senhor — respondeu Kiba educadamente. — Quando tínhamos dez anos, mas não nos falávamos muito.

— E o que achavam dela?

— Uma menina estranha — Shino disse. Naruto ouviu uma risadinha discreta de Hinata. Sorriu também, pois ele mesmo dissera aquilo à Hinata há alguns anos. — Mas de bom coração. Ela era muito quieta, mas depois de tantas missões juntos, ficamos bons amigos. Eu não conheço nenhuma moça mais gentil do que Hinata.

— Eu também não — concordou Kiba.

— Então há um consenso entre vocês — concluiu Tatsuo — que Hinata é uma menina bondosa.

— Sim — responderam os três.

— Vocês a consideram uma pessoa fraca?

Kiba e Shino negaram veementemente.

— Não queira estar perto de Hinata quando ela está zangada — falou o Inuzuka rapidamente, quase sério demais. — Ela fica muito forte!

— E assustadora — completou o outro.

Naruto concordou com a cabeça sem perceber. A ex-noiva era realmente a pessoa mais assustadora quando ficava séria.

— Não me refiro a quando ela está séria — continuo o avô da morena escondendo o sorriso. — Mas sim no geral.

— Hinata é uma menina muito esforçada, senhor — Kurenai tomou a palavra. — Teve dificuldades no começo, mas acredito que se devia à falta de autoconfiança gerada pela indiferença do pai. Com a ajuda dos amigos e com algumas inspirações... — Ela não pôde deixar de olhar para Naruto. — Hinata encontrou seu caminho. Tornou-se uma grande ninja. Uma das melhores kunoichis de sua geração.

— Obrigado. — Voltou-se para os garotos também. — Isso é tudo.

Os três se levantaram e voltaram aos seus lugares. O senhor Tatsuo mexeu em um papel em sua mesa antes de falar novamente:

— Convido agora a senhorita Haruno Sakura para o meu lado esquerdo.

Naruto ouviu a amiga se mexer atrás de si e a viu passar pelo corredor central antes de subir no palco e cumprimentar o avô de Hinata com um aceno. A aprendiz de Tsunade sentou onde antes estava Kurenai.

— Obrigado por comparecer, senhorita. Pode nos dizer quando conheceu Hinata?

— Na Academia Ninja também, senhor. Estudamos na mesma turma desde o início, mas nos aproximamos mais na adolescência. Hoje somos grandes amigas.

— O que pode dizer sobre a relação de Hinata com o pai?

Sakura sabia que seria questionada sobre isso, mas não impediu que sentisse um calafrio mesmo assim.

— Hiashi-san tem conceitos muito distorcidos sobre paternidade — falou de uma vez, gerando mais sussurros. — No início do ano, Hinata apareceu no hospital com hematomas sérios nas costas. Ela disse que eram apenas treinamentos... custou um tempo até descobrirmos que Hiashi-san estava descontando suas frustrações com o clã na filha.

— E o que a senhorita fez?

— O que estava ao meu alcance. Fiz de tudo para tirá-la do clã, ajudá-la com o novo lar e tratar de seus ferimentos, que eram mais sérios do que eu imaginava a princípio.

— Eu chamei Tsunade-sama — o senhor olhou para a plateia —, mas creio que ela não pôde vir. A senhorita tem acompanhado Hinata no tratamento hospitalar? — As últimas palavras geraram uma pequena comoção nos Hyuuga. “A herdeira do clã estava doente e não avisou a própria família?” era o questionamento mais comum.

— Não diretamente. Tsunade-sama está cuidando pessoalmente do caso. Eu só auxiliei algumas vezes, quando minha mestra estava indisponível ou quando Hinata estava com muita dor.

— Qual é exatamente o caso de Hinata, senhorita Haruno?

Sakura respirou fundo, pensando duas vezes se poderia dizer algo tão sério na frente de tanta gente. Olhou para o ex-professor, que acenou com a cabeça, antes de revelar:

— Hinata está com uma doença no útero devido aos “treinamentos” — frisou bem a última palavra, quase irônica. — Os danos foram muito severos, causando uma profunda inflamação no órgão. — Hesitou. — Os últimos exames nos mostraram que Hinata está estéril.

Era impossível conter o falatório e a indignação agora. Tatsuo precisou se levantar e pedir, mais de uma vez, que fizessem silêncio para que prosseguissem com a reunião.

— Hiashi-sama estava maltratando a futura líder! — gritou um, indignado. — Exigimos a prisão dele imediatamente!

— Precisamos ouvir a história completa, Takashi-san — argumentou Tatsuo. — Garanto que tomaremos as devidas providências e faremos justiça a todos.

Isso pareceu acalmar um pouco os ânimos, pois o avô de Hinata voltou a sentar e retomou as perguntas à Sakura:

— Senhorita... e quanto ao tratamento? Está acontecendo?

— Estava, senhor. Hinata ficou desiludida quanto a um tratamento depois da última conversa com Tsunade-sama, então optou por apenas tomar remédios para as dores.

Naruto arregalou os olhos, mirando a ex-noiva rapidamente.

Mas ele estava ajudando-a com os remédios, pensou consternado. Não faziam parte do tratamento? Eram apenas analgésicos? Por que Hinata não dissera nada?

“Tantos segredos, Hinata...”.

— É irreversível?

— Provavelmente, senhor — Sakura respondeu tristemente. — Tsunade-sama confirmou que não conhece mais nenhum tratamento para recuperar o órgão de Hinata. — Ela engoliu em seco, desviando o olhar para a amiga e abrindo um pequeno sorriso. — Mas eu não desisti, ok? Estou estudando todos os dias para ajudá-la a recuperar seus sonhos.

Um sorriso emocionado e os olhos marejados de Hinata expressavam surpresa e gratidão imensas.

— Obrigado, Haruno-san — retomou o líder da reunião. — Pode voltar ao seu lugar. — A ninja obedeceu. — Gostaria de chamar para o meu lado o senhor Uzumaki Naruto.

Demorou um segundo ou dois para Naruto assimilar o que estava prestes a fazer: iria denunciar Hiashi para todo o clã Hyuuga, como teve vontade de fazer no início do ano. Enquanto andava para a cadeira ao lado do avô de Hinata, sentia uma confusão de sentimentos... Hiashi finalmente pagaria pelo que fizera à filha, mas... seria o suficiente? Hanabi mesmo dissera que o pai estava ajudando Hinata. Como sofrer qualquer castigo do clã poderia recuperar a saúde da herdeira da liderança? Como isso ajudaria Hinata a se livrar da possível chantagem que sofria?

“Como poderia salvar meu relacionamento com Hina?” ele não pôde deixar de pensar.

— Obrigado por vir, Uzumaki-san — Tatsuo cumprimentou-o de novo, cordial. — Vou lhe pedir para responder com sinceridade minhas perguntas. É de extrema importância. — O rapaz concordou com a cabeça. — O seu relacionamento com Hinata é verdadeiro?

Não conseguiu esconder a surpresa. Era claro que muitos Hyuugas desconfiavam que seu noivado com Hinata era uma tentativa da moça de fugir do clã, mas não imaginava que o homem fosse tão direto. Já estava até se preparando para dizer que reparara em Hinata somente na Academia Ninja, mas que ela era a menina mais estranha e mais forte que ele tinha conhecido...

Ao sentir sua hesitação, Hinata saiu de seu lugar e se aproximou do loiro. Naruto segurou suas mãos quando ela ofereceu.

— Pode falar toda a verdade para meu avô, Naruto-kun.

— Eles não irão machucá-la?

Seu receio foi sentido pelo avô da menina, que logo respondeu, firme e confiante:

— Não, Uzumaki-san. Ninguém nunca mais irá machucá-la.

Os olhos azuis miraram os perolados, saudosos. Hinata repetiu antes de voltar a sentar ao lado do pai:

— Toda a verdade, Naruto-kun.

O rapaz concordou com a cabeça. O avô de Hinata refez a pergunta.

— Sim, senhor — respondeu por fim. — Agora é.

— Agora...?

— Sim. No começo do ano, eu fingi que estava com a saúde frágil para tirar Hinata de casa. O plano era que morasse comigo até que eu conseguisse a prótese ou até que ela fizesse dezoito anos, o que viesse primeiro. Então, eu a pediria em casamento e a livraria de vez dos maus tratos do pai e da irmã.

Foi a vez da grande maioria se surpreender. Mesmo que imaginassem, ouvir da boca do próprio Naruto era um choque, inclusive para Tatsuo.

— Casaria com Hinata para salvá-la?

— Faria qualquer coisa para salvá-la. — Ele abriu um pequeno sorriso. — Casar não seria sacrifício nenhum. Hina é um amor de pessoa.

A morena enrubesceu quando um coro de “awn” percorreu o salão.

— E quando isso mudou?

— Poucos meses depois que ela se mudou para minha casa. — Ele sentiu que corava um pouco. — Percebi que não poderia mais viver sem a luz que Hinata era. Nunca tinha me sentido desse jeito antes, e só a ideia de perdê-la me aterrorizava. Então decidi pedi-la em casamento de verdade. Pouco depois confessamos nossos sentimentos e passamos a namorar. O noivado era real até pouco tempo atrás.

— Acho que não entendi... no começo era uma farsa, depois virou verdade. Por que não é mais?

— O que sinto por Hinata não mudou, senhor. Apenas os planos dela. Depois que descobriu que não poderia ter filhos, desistiu do casamento, achando que poderia ser um fardo para mim. Mas nós dois sabíamos que era mentira.

Hinata evitou seu olhar, baixando o seu, envergonhada.

— Nós conversamos mais de uma vez sobre o acordo do clã para que Hinata não assumisse a liderança. Eu disse que somos jovens, que podemos esperar alguns anos para termos filhos. Ela tinha concordado... até a chantagem.

Um ofego de surpresa passou pela plateia, incluindo Hinata e Tatsuo. Eles claramente não esperavam que falasse sobre isso, uma vez que o alvo ali era Hiashi.

— Chantagem? — perguntou o avô da morena.

— Hinata sabe sobre meus sentimentos. Sabe que eu não desistiria dela. E mesmo assim terminou o noivado com a desculpa de que não poderia cumprir o acordo dos Hyuuga. Não acreditei por um segundo que fosse esse mesmo o motivo, principalmente depois que eu e Hanabi fomos envenenados. — Outro choque percorreu o público. Naruto olhou seriamente para Hiashi. — Soube que estava ajudando Hina. Mas não vejo como isso — fez um gesto com as mãos para indicar o salão — pode nos ajudar de alguma forma.

— Naruto-kun... — tentou Hinata.

— Eu não poderia me importar menos com esse clã e suas malditas regras — o rapaz a interrompeu, voltando-se para Tatsuo. — Eu só quero que Hinata volte para minha casa, nossa casa, e nunca mais seja obrigada a colocar os pés nesse lugar amaldiçoado de novo. Nem que para isso eu precise fugir com ela!

O falatório ficou alto mais uma vez, e por outra o líder da reunião teve que pedir silêncio antes de retomar o interrogatório.

— Então está me dizendo — concluiu o mais velho — que é verdadeiramente apaixonado por Hinata e está disposto a tudo para vê-la bem e feliz?

— Sim, senhor. Tudo por Hinata.

— Obrigado por comparecer, Uzumaki-san. Pode voltar ao seu lugar. — Naruto obedeceu imediatamente. Mal tinha sentado quando o homem continuou: — Chamo para se defender agora Hyuuga Hiashi.

Pequenos murmúrios se seguiram enquanto Hiashi mudava de lugar e se acomodava, o rosto assustadoramente sério, como sempre.

— Não irei fazer perguntas, Hiashi — disse Tatsuo calmamente. — Todos aqui já sabemos o que é capaz de fazer. Mas lhe darei uma oportunidade de se explicar e, quem sabe, após a votação do Conselho, seu castigo seja mais brando.

O pai de Hinata apenas acenou com a cabeça, respirando fundo antes de começar sua história.

— Em primeiro lugar, quero dizer que estou disposto a arcar com as consequências de meus atos. — O tom era confiante, mas lá no fundo Naruto conseguiu ver uma vulnerabilidade que não estava ali antes. Algo como... arrependimento. — Fui um pai horrível para minhas filhas. Machuquei uma enquanto mimava demais a outra. Não me orgulho do que fiz, com nenhuma delas. Mas estou aqui para tentar corrigir as coisas. — Ele respirou fundo. — Sei que não justifica as minhas ações, mas acabei me deixando levar pela frustração de perder meu sobrinho, Neji, a quem eu jurei proteger para meu falecido irmão. Descontei minha raiva em Hinata, forçando-a a treinos desnecessários e exaustivos, e fechei os olhos quando vi Hanabi fazendo o mesmo. Hinata sempre foi muito gentil para reclamar, então me aproveitei disso para acreditar que não estava fazendo nada de mais, que estava apenas treinando arduamente a futura líder. — Hiashi mirou o ex-sogro por um momento, deixando transparecer toda a sua dor ao mais velho. — Estou arrependido, de verdade. Não há um só dia que consiga fazer algo direito, dormir ou comer em paz, depois das atrocidades que fiz com minha filha. E descobrir que posso ter tirado dela o sonho de ser mãe... não sei como lidar com isso. — Ele pigarreou, tentando recuperar a compostura. — Então decidi fazer tudo que estava ao meu alcance para ajudá-la a se reaproximar do menino Uzumaki, a quem ela sempre teve profundos sentimentos. Mas para isso precisei ir mais fundo na história dela...

Naruto quase pôde ouvir algumas pessoas se remexendo nas cadeiras, sentando-se mais para a ponta, a fim de ouvir melhor o líder do clã. O meio minuto de silêncio parecia atiçar mais a curiosidade de todos.

Porém, outra coisa chamou mais sua atenção. Foi quase imperceptível, mas conseguiu ver o rápido aceno que o pai de Hinata deu a alguém ao fundo do salão. O loiro se virou um pouco e pôde ver guardas fechando as portas gigantescas do ambiente.

Ninguém entraria ou sairia enquanto Hiashi não terminasse.

Naruto teve um mau pressentimento.

— Há algumas semanas, — recomeçou Hiashi — Hanabi veio me procurar sentindo fortes dores abdominais. Eu e mais um médico Hyuuga de confiança conseguimos reverter o caso dela e descobrimos que ela estava há alguns dias tomando uma pequena dose de veneno sem saber. Não conseguimos descobrir de primeira quem estava por trás disso, mas Hanabi continuava recebendo uma gota de veneno em seus chás diários. Pedi para que ela fingisse que os tomava até que conseguíssemos descobrir o responsável.

O Uzumaki olhou para os lados. A maioria dos convidados estava com os olhos arregalados, chocados demais para dizer uma sílaba. Kakashi ao seu lado só não estava mais desconfortável porque Naruto o alertara há poucos dias que Hinata sabia quem era o causador dos envenenamentos.

— Até que alguns dias se passaram e chegou ao meu conhecimento que Uzumaki Naruto estava internado no hospital porque também foi envenenado. Meu médico de confiança falou com Tsunade-sama e ambos perceberam que se tratava do mesmo veneno que atingira Hanabi. Não foi difícil concluir que, quem quer que estivesse por trás disso, pretendia atingir Hinata. E eu passei os últimos dias reunindo provas para prender o culpado.

— Não é um julgamento contra Hiashi — Kakashi falou baixinho ao seu lado, surpreso. — Encontraram o culpado.

Hiashi chamou Hinata com a mão. Ela entregou a Tatsuo pequenas fotografias, pelo que Naruto notou, e voltou ao seu lugar.

— Antes de ontem encontramos o corpo de Hyuuga Natsu em sua residência. Um especialista nos indicou que estava morta há pelo menos um mês. — Naruto ouviu Hanabi gaguejar atrás de si, nervosa e assustada, enquanto Sakura tentava acalmá-la. — Natsu-san era tutora de minha filha caçula desde bebê, e confesso que passou pela minha cabeça que ela poderia ser a envenenadora. E, de certa forma, era mesmo.

— Eu tenho aqui as imagens do corpo de Natsu-san, que não mostrarei por motivos óbvios. — revelou Tatsuo para o público, ligeiramente trêmulo. Voltou-se para Hiashi. — Mas se ela estava morta há um mês, como poderia ser responsável pelos ataques à Hanabi-san? Ou até mesmo a Uzumaki Naruto?

— Um jutsu de transformação — disse simplesmente, aumentando a comoção dos Hyuuga. — Ontem mesmo verifiquei com meu Byakugan que havia um farsante entre nós, convivendo com minha filha há um mês, talvez mais. É bem provável que essa pessoa aproveitou enquanto Hanabi se ocupava com seus deveres para entrar no apartamento de Uzumaki Naruto e envenenar sua refeição, arriscando a vida dele, de Hinata e de mais dois ninjas da Folha, Haruno Sakura e Uchiha Sasuke. — Ele entregou para Tatsuo um papel que Naruto não tinha reparado antes. — Aqui estão os resultados dos exames de laboratório, comprovando que o veneno colocado nos chás de Hanabi é o mesmo que estava no peixe que poderia ter matado Uzumaki Naruto. Então é fácil deduzir que a mesma pessoa está administrando os venenos.

Naruto estava para gritar com Hiashi e perguntar de uma vez quem era o responsável por tudo aquilo, mas Tatsuo o fez por ele:

— E quem é essa pessoa, Hiashi-sama?

— Hyuuga Koji.

A falta de hesitação causou um choque inicial em todos. Demorou quase um minuto inteiro para que algumas pessoas se remexessem em seus lugares, procurando Koji. Naruto fez o mesmo, reconhecendo o nome do homem que sugerira um herdeiro Uzumaki legítimo para que Hinata abrisse mão da liderança do clã.

O sangue do loiro ferveu enquanto via o Hyuuga se levantar e andar calmamente até o palco, parecendo conter um sorriso de divertimento.

— Com todo o respeito, senhores, — falou Koji para Hiashi e Tatsuo — mas vocês não têm uma prova definitiva contra mim. É a minha palavra contra a de Hinata-sama.

— Pelo contrário, Koji. — Hinata levantou também, a pose altiva revelando sua nobreza e tirando o sorriso do rosto de Koji. — Fiz com que saísse do seu escritório há dois dias. Três guardas foram testemunhas de que encontrei isso — mostrou a todos um pequeno frasco contendo metade de um líquido incolor — na gaveta de seu escritório. — Ela deu um passo na direção do homem, séria como nunca. — Acabou para você. Mexeu com a pessoa errada.

Naruto nem pensou. Quando viu Koji colocar a mão para trás e puxar algo que lembrava uma lâmina, o rapaz correu para a frente de Hinata, bloqueando o ataque do Hyuuga.

Mal sentiu a dor no peito... a raiva daquele homem tomou conta de tudo.

O chakra de Kurama cobriu seu corpo. O manto alaranjado na forma de patas gigantescas agarrou o Hyuuga com força, trazendo-o para perto. Não havia um palmo de distância entre os rostos.

— Você vai se arrepender de ter ameaçado minha Hina... seu canalha. — O homem tentou não gritar, mas ao ser cada vez mais esmagado pelo poderoso chakra, não se conteve. Ao longe, Naruto conseguiu ouvir vozes pedindo para soltarem Koji. — Oh, não... eu vou cuidar dele primeiro...

Soltou uma pequena risada de prazer com os gritos, mas aos poucos a visão começou a escurecer.

— O que está acontecendo, Kurama?

— É o veneno de novo — a raposa respondeu com urgência. — A kunai devia estar envenenada também!

Naruto não percebeu que as forças se esvaíam aos poucos, libertando Koji, ou mesmo quando outras pessoas agarraram o Hyuuga e o levaram para longe dele. Piscou lentamente antes de sentir que caía, braços pequenos o segurando com firmeza e o impedindo de se machucar com a queda.

— Naruto-kun! — A voz de Hinata parecia estar a muitos metros de distância, e ele se culpou pela preocupação que causou. — Naruto-kun, por favor, não...

Foi tomado pela escuridão.

 


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Notas finais do capítulo

Então... é isso. Não estão com vontade de me matar, não é? ^^" Sei que foi um capítulo beeeem mais parado, mas eu precisava acabar logo com esse tormento que foi Koji (e até mesmo Hiashi), kkk. Sei que muitos queriam a morte dele (ou coisa pior), mas me perdoem, eu sou péssima com ação. ^^" Meu foco é romance e drama mesmo. ^^" Então quis me livrar de Koji em um capítulo só, para finalmente focar no casal. ♥ Espero que não tenha sido tão ruim. ^^" Prometo que no próximo (último capítulo antes do epílogo) vai ser todo amorzinho, rs. ♥
Mas o próximo só vem semana que vem mesmo, desculpem. ^^"

Mas vamos aos agradecimentos! *-* ♥
Muito obrigada aos 117 acompanhamentos e 57 favoritos! Muito obrigada em especial a Kelly DPaula, hinata fjg, Uma estranha sonhadora, Pollyanna, juliana, Luciana Neves e callalily, por terem comentado no capítulo anterior! ♥ Muito obrigada pelo carinho, pelo apoio, por tudo! Minha historinha não seria nada sem vocês! ♥
Queria abrir um parênteses em especial aqui e falar diretamente com Kelly DPaula. Moça, minha resposta ao seu comentário foi incompleta. Acho que deu um bug na hora de enviar. Mas eu queria te dizer que sim, a fic está acabando... mas não fique triste por isso. A história terá o final feliz que ela merece, e isso é bom, porque não precisaremos ficar apenas na imaginação quanto ao final. ^^ ♥

Acho que é isso, leitores lindos. Se eu esqueci alguma coisa, podem dizer à vontade. Juro que não mordo. xD
Muito obrigada mais uma vez por tudo que fizeram até aqui por mim e por minha historinha! Vocês são uns amores! ♥
Um abração bem apertado! Até semana que vem! =* ♥



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