Broken escrita por Nao


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

O retorno de Jedi.
Olá gente, tudo bem?
Sei que mereço pedradas pela demora injustificável para dar continuidade à essa história, sinto muito por isso.

Antes de mais nada, gostaria de pedir para quem já leu os dois capítulos anteriores, que os relessem, pois fiz um pequeno uptade. Modéstia parte, acredito que tenha ficado muito melhor.

Sobre esse capítulo:
Gostaria de salientar que não sou à favor de uma situação forçada - o que, de fato, não vai acontecer - mas tenho que relembrá-los que na época e no contexto dessa história, era algo que acontecia com muita frequência (infelizmente).

Lembrando que falas em itálico são o idioma natural do Natsu.
E falas sem formatação, são o idioma natural da Lucy.

Boa leitura.



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Natsu a observava com atenção.

Há muito tempo algo não lhe despertava interesse dessa forma.

Riu sozinho, sentindo-se estúpido por um momento.

Questionava-se se tamanha vontade de tocá-la era porque estava proibido de fazê-lo.

Ela devia ser ser idiota, ou no mínimo maluca, por estar dormindo com tanta tranquilidade em sua cama. Se ele quisesse, dominá-la seria extremamente fácil.

Pensou no quanto imprudente aquela garota era.

"Não devia ser tão confiante na frente de um estranho, sua idiota". Proferiu baixo, para si mesmo, os olhos ainda fixos na imagem divina à sua frente.

Há muito tempo não desejava algo com tanta vontade.

Pensou com mais clareza na possibilidade de ela ser a princesa de Magnólia. Se fosse o caso, pela primeira vez sentiu-se tentado a lutar pelo reino do norte.

"Não acredito que você quer conquistar um reino só pra ter uma mulher, seu babaca." Riu de si mesmo, apoiando a mão direita no rosto e deslizando-a até os cabelos.

Não parecia nenhum pouco lógico.

Não fazia o mínimo sentido.

Mas a ideia acelerou seu coração como nunca antes.

E pela primeira vez sentiu o calor emanando do cristal que o acompanhava desde seu nascimento.

Levantou, assombrado. Irritado consigo mesmo por estar sendo tão sentimental.

Depois de olhá-la pela última vez, saiu. Sabia que precisava esfriar a cabeça antes que fizesse uma estupidez imperdoável.

 

 

 Sting avaliou o irmão, de longe. Era estranho ver Natsu bebendo com tanta compulsividade. Das poucas coisas que o descontrolavam, a bebida certamente não era uma delas.

Dia difícil?— perguntou aproximando-se.

Natsu riu. Infelizmente, seu raciocínio já tinha ido embora faz tempo.

— O que você esperava? Depois de me castigar desse jeito?

Sting levantou uma sobrancelha, intrigado.

— Fala da garota? Ela te interessa?

Ao longo da minha vida, Sting— encheu a caneca mais uma vez - Toda vez que eu quis uma mulher, eu tive a oportunidade de tê-la.

O loiro pensou naquela frase com precisão. Natsu era um grande guerreiro, um dos melhores que tivera conhecido ao longo de sua jornada. O sentimento que tinha por ele, era realmente como se os dois fossem irmãos de sangue.

E ver um irmão frustrado daquela forma, para ele, não era nenhum pouco satisfatório.

Sting não se importava com algo, como virgindade. Parecia superficial demais que se preocupasse com algo assim. Mesmo sendo sua futura esposa, ele não sentia dificuldade nenhuma em cedê-la para o irmão, caso fosse de sua vontade.

O que absolutamente, era.

Eu nunca quis te castigar— Natsu levantou os olhos, notando a expressão serena do irmão - Não me passou pela cabeça que isso fosse deixar você desse jeito.

Não seja enigmático Sting, eu mal consigo pensar nesse momento.

O loiro riu, admirando a simplicidade do irmão.

— Se você a quer, faça bom proveito.

Natsu parou a caneca no meio do caminho, impressionado com aquela afirmação. Devia estar bêbado, quem sabe.

Não vou te limitar a não tocar nela— Sting reforçou.

Natsu riu, com desdém.

Você tem noção do que está fazendo, meu rei?— enfatizou a última palavra com ironia. Tinha grandes chances de ela ser a princesa de Magnólia. Sabia disso, e imaginava que Sting também pensasse nessa hipótese.

Tenho— disse firme. Encarando os olhos do irmão - Só peço que não a machuque— Natsu direcionou sua atenção para ele - Ela não é qualquer uma.

Ele ponderou por um instante. Realmente, ela não era. Mais uma vez o cristal pulsou em seu peito, intrigando-o.

Se ela fosse qualquer uma, Sting— jogou o líquido da caneca e colocou-a no banco ao seu lado. Em seguida, levantou-se - Eu não estaria nesse estado por causa dela.

 

 

Lucy esperava pacientemente.

Estava com fome, mas não sentia segurança nenhuma de sair por aí suplicando por comida. Estava satisfeita por ter água na tenda, já era de grande ajuda.

Depois de saciar sua sede, molhou as pontas do cabelo e lavou o rosto. Sentiu as gotículas escorregando por seu pescoço, chegando até os seios.

Gemeu ao apertar o ombro esquerdo com a mão direita. Os últimos dias a haviam destruído. Não estava acostumada à dormir no chão, muito menos a cavalgar durante horas. 

Parado na entrada da tenda, Natsu a observava em silêncio.

Sabia que estava tendo um puta alto controle naquele momento.

Tirou o colete jogando-o no chão e caminhou até ela.

Tocou a ponta do laço que prendia seu vestido.

— Natsu? - ela questionou, fazendo menção de virar-se.

— Não - ele disse, segurando sua cintura para que permanecesse no mesmo lugar - Não quero que olhe pra mim enquanto faço isso.

Lucy estremeceu, imaginando o que viria a seguir.

Seria ilógico se ele não fizesse isso, devido à fama que eles tinham. Quando invadiam uma vila, era a primeira coisa que buscavam.

Soltou o laço com certa delicadeza. As mãos puxando o tecido fino e jogando o pequeno pedaço de pano no chão.

Deslizou a mão pelas costas nuas de Lucy, estranhando a dose de carinho que colocara naquele ato. Não era comum, vindo dele. Mas não conseguia evitar de fazê-lo. Naquele momento, parecia tão natural quanto respirar.

Queria beijá-la, mas não teve coragem de realizar tal ato. Sabia que sentiria-se arrasado se fosse rejeitado. Fosse o efeito da bebida, ou o calor que emanava do cristal em seu peito, algo nele buscava uma aprovação nunca requerida antes.

Apertou a cintura dela com mais força, com a mão que ainda jazia ali. Sabia que ela não tinha buscado por isso, tinha plena consciência de que ela não queria. Não seria a primeira vez que forçaria uma mulher. Mas era a primeira vez que esse sentimento de derrota o invadia.

Sentiu que não era certo. Subitamente, julgou-se culpado.

Lucy sentiu a testa dele tocando suas costas. Seus braços a envolveram, enquanto ele respirava fundo.

— O que..? - ela iniciou, sendo interrompida.

— Não quero - ele sussurrou - Não desse jeito. Pode parecer idiota, mas você sentir medo de mim... Seria pior do que perder uma guerra.

Soltou-a, e sem ao menos olhá-la, jogou-se na cama com as costas para cima.

Lucy segurava o vestido na altura dos seios, tentando entender o que acabara de acontecer.

O homem deitado à sua frente era indecifrável.

Ela riu, com suavidade, relembrando a cena anterior. Em nenhum momento tinha dito a ele que "Não".

Estava admirada e preocupada ao mesmo tempo. Para quem nunca tinha vivido nada daquele tipo de coisa antes, todas aquelas situações a traziam um estado inédito de êxtase. E ela imaginava o tipo de sentimento que poderia resultar disso.

Lucy tinha conhecimento de que aquela tribo era selvagem. Não que justificasse seus atos considerados hediondos pela civilização instruída. Mas infelizmente, para eles era natural. Eles cresciam sendo ensinados daquela forma, de que tomassem tudo o que quisessem à força.

Mesmo sendo cruel, era a sua cultura.

E Natsu estava renunciando a ela.

Estava renunciando, por ela.

 

 


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Notas finais do capítulo

Revisei três vezes, mas caso encontrem erros, por favor me avisem ♥.