“— Me desculpa, viu?
— Desculpa, por que?
— Por eu ser tão dependente de você.” -Alguém aí.

John queria fugir para não ter que encarar os seus medos. Ele preferia não ter que encarar as pessoas que podia encontrar na rua, os colegas de trabalho. Ele preferia nem pensar em como poderia viver tendo que sofrer diariamente com o preconceito.Quando não se sabe o que fazer, a primeira coisa que se passa em sua cabeça era fugir, fugir do mundo, das pessoas, dos preconceitos, até mesmo fugir de você. E porque nunca escolher ficar e encarar os seus medos, em vez de fugir? Porque não lutar contra as pessoas? Por que não esquecer desse preconceito sem sentido e ser feliz? Por que não encarar os seu medos?

John só queria poder fugir, fugir de si mesmo, e daqueles sentimentos que estavam te sufocando, daquela paixão que fazia o seu coração bater no ritmo da melhor canção de amor que já cantaram ou que poderiam ainda inventar, nenhuma iria superar as batidas de um coração apaixonado.

Minha mente dominaria meu coração
Eu não prestei atenção na luz no meio da escuridão
Me deixou destruído
Mas agora, vejo suas lágrimas como um presságio

Você estava esperando, eu estava distante
Você me deixou por causa de meus olhos, e aí percebi
Você está indo embora, e preciso de você ao meu lado

E era exatamente isso que passava pela sua cabeça, mas se ele resolvesse fugir como iria viver? Por que se apaixonar é como a vida, se você faz com o coração e vive profundamente no final você parte sem sentir que ainda tem coisas a tratar ou talvez seja mais como estar vivo mas não estar vivendo; e isso é como se apaixonar já se preparando para o final que vai te destruir.

É um presságio, encontrei meu amado chorando
Vi a luz no fim do túnel
Deve ser um presságio
Preciso que você me mostre
Sem você, sou solitário

O motivo de tantos pensamentos ruins era porque mais uma vez John não estava dormindo em Baker Street na cama que tanto queria mais uma noite, aquela relação entre ele e o que sentia pelo Sherlock não confunde sua mente somente naquele momento, e desde o último encontro que teve com o detetive, que assumiu o quanto John confundia a sua mente mas ao mesmo tempo deixava ele bem.

Ele não conseguia mais continuar deitado ali naquela cama quente mas vazia, ficar sozinho depois da morte de sua esposa Mary não era mais a mesma coisa do que quando era solteiro e dormia sozinho por opção; aquele sentimento de solidão só podia ser preenchido por alguém ainda mais especial.

Não importava o horário que estava marcando no relógio de sua cabeceira ou o quão escuro estava do lado de fora, ele não aguentaria ficar mais uma noite sozinho ali rolando na cama como se ela pegasse fogo mas ele se sentisse atraído em ficar ali se queimando. Ele iria revelar o que já deveria ter sido revelado quando os primeiros sinais de amor foram revelados pelo moreno.

FLASHBACK

Era quase cinco horas da tarde e como sempre Londres estava fria e chuvosa, e era aquela a temperatura que todos que moravam ali achavam a melhor do mundo e aqueles que vão somente para turismo nunca esquecem.

Sherlock estava mais uma vez sentado em sua poltrona encarando John que parecia bem concentrado em um livro qualquer sobre medicina que o moreno nem ao mesmo fazia o questão de saber o título, mas ver a concentração dele naquilo encantava o Detetive.

O loiro não sentia o olhar sobre si exatamente, mas sentia borboletas no estômago e uma vontade de sorrir sem motivos.

— Esses seus sorrisos sem motivos, me encantam. -Sherlock falou sincero entendendo a gravidade de abrir o seu coração para o loiro.

— O que você quer dizer com encantar, Sherlock? -John falou parando de olhar o livro e passar a ver o moreno que levantou e se aproximou dele.

— Quando for o momento certo, você vai me entender. -o detetive se aproximou beijando a sua bochecha e saindo em direção ao seu quarto como se toda aquela conversa na sala, nunca tivesse existido.

FLASHBACK OF

John sabia que não deveria ter deixado aquele momento passar mas ele não sabia que aquilo que estava sentindo era paixão pelo detetive, ele só achou que era uma emoção momentânea e normal pelo contato inesperado e novo.

Mas com o tempo e a falta de contato com o detetive fez com que John sentisse frio mesmo quando seu corpo estava quente ou ele estava suando com o calor, aquele era o frio que seu coração sentia e demorou tempo demais para ele perceber o que deixava aquele vazio.

O loiro levantou da sua cama não se importando com a roupa que vestia ou por estar descalço, ele apenas queria ir até o único lugar onde encontraria paz ou na única pessoa; o caminho até aquele quarto foi rápido do que o normal mas na sua percepção nunca tinha demorado tanto. A porta do quarto não estava aberta, então deitou ao lado do moreno tão sorrateiramente quanto entrou no quarto.

— O que faz aqui John? -Sherlock perguntou ficando com rosto virado em direção ao teto e mesmo com os olhos fechados sabia que era o loiro que estava deitado ao seu lado.

— Como você sabe que sou eu, não poderia ser outra pessoa? - John perguntou pegando na mão do moreno e entrelaçando com a sua, ficando ali lado a lado apenas sentindo aquele calor que sentia falta.

— Nunca poderá ser outra pessoa, somente você me traz essa sensação de paz e preenchimento.

E era aquilo que John queria ouvir e dizer também mas como fazer isso agora, sem parecer apenas por dizer mas se ficasse em silêncio poderia parecer que estava ali apenas porque estava sozinho, quando na realidade era por causa de outra solidão.

— Você me traz muito mais do que paz e preenchimento, é aquele sentimento que não consigo colocar em palavras, só percebi que não consigo viver sem você agora, nosso amor não é um amor efêmero e eu acredito nisso com todo meu coração e eu quero que você acredite também.

Minha mente dominaria meu coração
Eu não prestei atenção na luz no meio da escuridão
Me deixou destruído
Mas agora, vejo suas lágrimas como um presságio
Minha mente dominaria meu coração
Eu não prestei atenção na luz no meio da escuridão
Me deixou destruído
Mas agora, vejo suas lágrimas como um presságio