O telefone tocava insistivamente ao lado da minha cama. Eu lancei minha mão na cômoda ao meu lado, tateando o lugar atrás do celular barulhento. Quando o achei apertei o botão send e o coloquei no ouvido

-Alô? – falei sonolenta.

-Lee, minha princesa, eu preciso falar com você.

-Quem ta falando? – perguntei. Hey, eu não tenho boa memória quando acabo de acordar valeu?

-Sou eu meu amor.

-Ta. Quem é você? – perguntei com meus olhos já se fechando.

-Adam.

-Quem? – Ok. Assumo,eu dormi quando ele falou o nome.

-Adam.

-Ah, é você.  – falei com desprezo. – O que quer?

-Podemos falar pessoalmente?

-Claro, quando porcos criarem asas e saírem voando perto da minha janela a gente se encontra. – desliguei e voltei a dormi. Não deu nem dois minutos e meu celular já tocava novamente.

-O que é?

-Vamos conversa princesa. – pediu Adam.

-Se eu aceitar você me deixa dormir? – perguntei.

-Claro. Aí você poderá voltar a sonhar comigo. – falou convencido.

-Só se for pra ter pesadelos. – retruquei. – Daqui a duas horas na praça onde nos conhecemos.

-Ta beleza. Te encontro lá minha rainha, minha... – desliguei o telefone. A voz dele estava me irritando.

E o pior é que eu quebraria uma promessa que eu fiz a mim mesma. Nunca mais voltar aquele lugar.

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Eu estava a caminho daquela maldita praça. Usava um short jeans claro, uma camiseta cavada com um decote em ‘v’, a camiseta era listrada, nas cores rosa e roxo e um All Star roxo. A praça já entrava na minha linha de visão e junto com ela Adam, que vestia uma bermuda estampada e uma camiseta branca em seus pés um tênis, se não me engano da Nike. Assim que ele me viu veio me abraçar.

Eu me afastei. Não queria que ele me tocasse.

-Lee, me dá cá um abraço, gata.

- Me chame apenas de Leah, ok? E não me toque. O que quer falar comigo?

Ele suspirou.

-Quero que volte pra mim. Sinto muito pelo o que aconteceu. Só que eu tava batendo uma quando a tua amiga chegou e...

-Não quero saber de detalhes, nem motivos. Quero saber por que me fez vir aqui.

-Eu já disse Lee, volta pra mim princesa. – Eu sorri meigo.

-Eu acho... – dei uma pausa dramática e completei – que não. Você não serve pra mim. Quem trai uma vez, trai duas, três e por aí vai.

-Cara eu to quase implorando.

-Idaí?

-Não vai me perdoar?

-Você. Não. Merece.

-Qual é...

-Me esquece. – dei as costas para a ele e disse – Eu fui muito estúpida por ter ficado três anos me prendendo a você.

Adam virou-me para ele e se ajoelhou, segurou minha mão e disse:

-Me perdoa? Por favor, minha princesa.

Soltei minha mão da dele e disse:

-Não.

-Por quê?

-Porque eu não sou sua princesa e isso não é um conto de fadas. Mas não se preocupe, um dia acho alguém que realmente me trate bem. Esse mundo é grande e essa é uma cidade muito pequena, é muito tarde pra você pedir qualquer coisa pra mim.

Eu me afastei devagar, dando passos lentos. Não estava coma mínima pressa de chegar em casa. Iria passear pela cidade e aí sim iria pra casa.