Quando estava perto de eu completar 15 anos eu fiquei doente, devido uma pneumonia dupla que eu tive. Fiquei internada durante 21 dias e quando saí do hospital estava muito fraca e para completar eu quase tive Leucemia.

Tive que tomar muitos antibióticos fortes para melhorar. Uma delas era uma injeção que eu tomava à cada três dias. A agulha era imensa(e não estou exagerando ao dizer que era bem grande). Tive que tomar nove injeções e por ser muito forte, eu desmaiava toda vez que tomava e não era no braço e sim no bumbum.

Era para eu tomar dez injeções, mas com nove eu já melhorei. Com isso faltava menos de um mês para eu completar 15 anos e eu não queria festa, apenas queria melhorar a saúde e ter o meu próprio quarto, mas mesmo assim tive a festa.

Eu gostei, pois tirei foto com os meus pais e eles estavam se separando nessa época devido à problemas de família, mas eu pedi para esperar passar o meu aniversário e eles fizeram isso por mim.

Eles estavam à se separar, pois minha mãe descobriu que estava usando drogas. Eu soube por acaso quando eu fui mexer na carteira dele para pegar uma bala que ele sempre comprava para mim de menta e quando eu vi eu encontrei um saquinho com um pó branco. Eu guardei de volta no lugar e falei com a minha mãe. Ela já sabia, mas não tinha me contado,pois eu sempre fui muito emotiva e ela pensava que ele iria parar, mas ele não parou e só foi piorando cada vez mais.

Ele saía de casa e só voltava no dia seguinte, minha mãe ia atrás dele e o achava em bocas de fumo. Eu fiquei muito triste e chorava muito e com isso eu comecei a emagrecer muito e estava precisando ir em médico direto para me cuidar, pois eu não conseguia comer de tanta tristeza.

Faltando 15 dias para o meu aniversário, os amigos da minha mãe resolveu ajudar para fazerem a festa do meu aniversário. Minha avó materna só fez o bolo, pois ganhei tudo. O salão de festas não foi preciso alugar, pois a casa da minha avó tinha um salão de festas no segundo andar da casa dela.

No dia do meu aniversário de 15 anos eu tive um dia de princesa. Minha tia precisava de uma pessoa para levar no trabalho dela de cabeleireira e ela me levou com ela. Ela é meia irmã do meu pai. O nome dela é Fabiana.

Fomos cedinho para o lugar Eu, minha tia e minha mãe. Chegando lá, a mulher explicou como era para fazer as coisas e somente uma pessoa no caso as cobaias que levaram teria o seu cabelo escovado e como era o meu aniversário, eu que ganhei de presente o meu cabelo escovado. Todas as meninas tinham que fazer uma mexa do meu cabelo. Foi bem divertido e cansativo, mas valeu a pena, pois meu cabelo ficou lisinho.

No dia seguinte dia 10 de março, eu fui para a casa da minha avó materna e de lá fomos para ver o vestido. Tirei fotos com o vestido branco. Ele era lindo. Todo rodado com umas pedras dos lados.

De tarde minha tia tentou fazer baby lisy (não sei como se escreve isso) no meu cabelo, mas como estava muito liso acabou não pegando e ficou liso mesmo.

Tomei banho e coloquei o vestido rosa que seria o primeiro que eu usaria na noite (foto de capa do capítulo. Desculpe estar embaçada, mas eu perdi as fotos do meu aniversário e sobraram poucas).

Coloquei uma coroa prata na cabeça, um salto alto da mesma cor e uma amiga da minha tia(irmã mais nova da minha mãe) fez uma maquiagem leve em mim, escondendo o meu semblante de doente, pois mesmo com os antibióticos eu não estava 100% boa.

Quando foi 19hs começou a festa. Foi lindo. A decoração era rosa e branco, teve até uma menina que cantou uma música para mim quando eu troquei o vestido rosa pelo branco. A música era Aos olhos do Pai da cantora Ana Paula Valadão.

Chorei muito de emoção, tirei fotos com os amigos e familiares e dançei valsa com meu primo Pedro e com o meu pai.

Eu nunca tinha ensaiado valsa, mas consegui dançar bem. Tive até um anel que minha avó materna me deu, mas ela que quis colocar. Nisso eu fiquei triste, pois eu queria que fosse meu pai à fazer isso e não ela, mesmo sendo ela que tenha comprado, mas não reclamei, afinal estava feliz com a surpresa, pois eu não sabia de nada da festa. Soube faltando 15 dias para a festa.

O bolo foi do jeito que eu gosto: de chocolate com brigadeiro e doce de leite. Teve o bolo de corte que tinha três andares, somente um era de isopor.

Comi praticamente nada no meu aniversário, só comi mesmo uma coxinha, mas valeu a pena, pois vi meus amigos, mesmo que não tenha ido todos e os meus familiares mais próximos.

Tive também um caderno que chamam de caderno de ouro para as pessoas escreverem no aniversário. Algumas pessoas escreveram. Uma delas era a minha chará chamada Nayra. Quando eu li o que ela escreveu eu achei engraçado,pois parecia que eu tinha escrito para mim mesma.

Um amigo do meu pai escreveu assim nesse caderno: Parabéns, felicidades e muita grana do papai. Ass: Luís Carlos(Lulu para os conhecidos).

Após o meu aniversário voltou tudo ao normal e quando digo tudo não quero dizer que meus pais ficaram de boa e sim que continuou a mesma coisa. Meu pai não ficava em casa direito e minha avó paterna se metia na conversa dos meus pais dizendo que preferia ele numa boca de fumo ao invés de estar com a minha mãe e ouvir minha avó dizer isso na minha frente me abalou muito e meu caso de saúde foi piorando cada dia mais.

Eu ia para médico toda semana, ficava internada por não conseguir me alimentar e depois de alguns meses, após varios exames, minha mãe descobriu que eu estava com Anorexia Nervosa que mesmo a pessoa comendo ela não ganha peso e se a pessoa se estressar só vai perdendo peso e não tem cura, não é contagiosa e tem que fazer tratamento para não piorar.

A cada dia eu ia ficando mais magra chegando a pesar 35kg. Eu estava com 1,65 de altura mais ou menos. Estava muito abaixo do peso para uma pessoa da minha idade.

Foi então minha mãe não aguentou mais ficar tirando o meu pai de lugar perigosos e arriscando à sua vida e o colocou num Centro de Recuperação. Ele ficou apenas 3 dias, pois a mãe dele o tirou de lá dizendo que ele estava curado. Ele ficou sem sair de casa durante uma semana, mas depois disso ele começou a sair de novo e minha mãe deu um basta e disse que era para ele escolher ou nós duas ou as drogas e ele escolheu as drogas.

Meu pai juntou as suas coisas e foi para a casa da mãe dele que era colada na nossa e eu e minha mãe ficamos na casa.

Começou a piorar à partir daí com a irmã e mãe dele nos ameaçando, tentando arrombar a porta, dizendo que se não saíssemos de lá iríamos morrer e eu fui só emagrecendo e piorando a minha saúde, eu tentava comer, mas parecia que a comida não queria entrar na garganta. Nunca forçei vômito, pois não precisava disso. Eu só queria ter os meus pais de volta e que tudo voltasse ao normal, mas a vida não é novela e nem filme para ter o que queremos.