How to be the Queen of England escrita por Emily Rhondes


Capítulo 1
How NOT to electrocute the king


Notas iniciais do capítulo

Espero que meus antigos leitores do "princess" não me deixem, e meus novos amores comentem ♥



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— Mamãe!! - Briana berrou, batendo na porta do quarto dos pais. Um pai foi atender.

— O que foi, querida? - Jason abaixou na altura da filha. 

— Eu chamei a mamãe, não você! 

— Sua mãe está dormindo, não grite.

Briana o olhou, com os braços cruzados e o nariz torcido.

— SÃO QUATRO HORAS DA TARDE! - Ela reclamou, com os braços pra cima.

— Briana, ela estava cansada. - Jason pegou a filha no colo, fazendo seu vestido pomposo enrolar. - O que você quer com ela?

— Aquela garota estranha está tentando esfregar aquele alho em mim!

— Aquela garota estranha é sua irmã. - Jason fechou a cara.

— Ela é adotada. 

— Briana, nós já explicamos isso. Ela é adotada, mas continua sendo sua irmã. Nós amamos ela como amamos você. - Briana revirou os olhos.

Uma garotinha loira de olhos azuis, que devia ter alguns 8 anos apareceu correndo com um alho nas mãos. Briana gritou, se desvencilhando dos braços do pai, e saiu correndo e gritando.

Jason segurou Callie, que ria animadamente.

— Papai, ela tem medo de alho. - a garotinha riu.

— Sim, então não deve fazer isso...

— PAPAI LARGA ELA. VOCÊ É SÓ MEU. - A voz aguda e mandona de Briana o interrompeu.

Callie despistou o pai, e saiu correndo atrás da ruiva que gritava.

Jason se levantou, esfregando os olhos, e arrumou a coroa na cabeça.

— Pai? Cadê a mamãe? - Aly surgiu no corredor.

— Dormindo... Por que vocês só procuram sua mãe?

— Você quer me ajudar com minha cólica?

— Acho que essa não é minha área, realmente. Ache Andy. - ele piscou pra ela, que revirou os olhos.

— Tá. - A garota morena com mexas roxas no cabelo completamente vestida de preto saiu andando, raivosa. 

Ela o lembrava de Aly, sua falecida prima. Ele suspirou, e desceu as escadas, respondendo a reverência dos guardas fazendo escolta.

— Pai? Cadê a mamãe? - Steve parou no pé da escada, apoiado no corrimão. Jason revirou os olhos.

— Dormindo. O que foi?

— Callie acertou a lâmpada do meu quarto com aquele alho, e ela parou de funcionar.

— Callie jogou o alho na sua lâmpada...? - Ele esfregou os olhos. - Ai meu Deus... - Steve riu.

— Num castelo cheio de mulheres da sua família, um alho atingir uma lâmpada é o menos estranho que se pode acontecer. 

— Com certeza. - O rei concordou.

— Senhor, - Dominic se aproximou. - Desculpe interromper, mas a princesa Britney está no telhado novamente.

— Ela o que? Como assim novamente?

— Estou aqui, não no telhado. - a voz agradável de Britney ecoou, os fazendo virar para encara-la. 

— Ah, Brith, lá é perigoso. – ele tentou ser o mais gentil possível. Britney, irmã de Callie, parecia não gostar dele, diferente da garotinha que até o chamava de pai.

— Aqui é mais perigoso que lá. - Jason não entendeu o que ela queria dizer, mas não contestou. - Precisava de ar.

— Tudo bem. - Jason concordou, e Dominic pediu permissão pra sair.

— Cadê a rainha Emily? - Britney perguntou. Todos procuravam Emily, hoje?

— Ela estava cansada. - Jason quase sorriu. Desde que chegou, com Callie, ela insistia em chamar os novos "pais" de rei e rainha.

— Ah. Obrigada. - ela deu um sorriso rápido, antes de voltar pra onde veio.

Jason suspirou.

— Não fica assim, pai. A vida dela foi muito difícil. - Steve colocou a mão no ombro do pai.

— Eu sei. E entendo, tudo bem. - ele respirou fundo, ansioso pra mudar de assunto. - Sua ERMI está chegando, não é...? 

— Ahhh. - Steve esfregou os olhos. - Todas as 8 garotas da família já são uma zona, imagina com mais 4...! Eu vou vomitar. - Jason riu.

— A única mulher que eu convivia era sua avó, Hlenah e suas tias primas. Meu desespero foi maior. - Steve sorriu, acompanhando o pai escada a baixo.

— Como estão meus homens? - Os braços de Emily envolveu os pescoço dos dois por trás.

— Mãe! A luz do meu quarto queimou. Pode...?

— Claro, querido. - Ela deu um selinho em Jason, e entrelaçou seus braços nos dos deles. - Então... Algo aconteceu?

— Aly está com cólica. - Jason riu, mas logo ficou sério. - E Britney estava te procurando.

— Ah. Então seria bom eu acha-la. Espera. Esse lugar está muito quieto, cadê as crianças?

— Algo que tinha a ver com um alho as distraiu. - Steve deu de ombros, e seus olhos passaram rapidamente pela cicatriz no ombro de Emily. Todos os filhos sempre quiseram saber o que tinha causado todas as cicatrizes nos pais. Mas eles nunca contavam. Ninguém nunca contava.

— Para de encarar meu ombro, Steve. - Emily cruzou os braços.

— Desculpa, não queria ser curioso e saber o básico da história dos meus pais... - Emily suspirou, e saiu andando, abraçando o corpo.

— Steve. - Jason o olhou, irritado.

— Desculpa.  – ele revirou os olhos, nem um pouco arrependido

— Você sabe como isso machuca ela... - Steve fechou os olhos, e voltou a andar sem o pai. 

— “Desculpa” .- repetiu pra si mesmo rindo, entrando na sala de jantar.

 Jason escorou no corrimão, pronto pra ir atrás da esposa, quando a garotinha ruiva apareceu. 

— Papai, papai, eu tô com fome! - ela disse sussurrando, e Jason pegou Briana no colo. 

— Certo, vamos pra sala de jantar. Por que está sussurrando, pequena? 

— Por que eu me escondi daquele animal estranho. 

— Briana, eu vou contar pra sua mãe que você está chamando Callie de animal estranho, e ela vai ficar muito brava..

— Não conta! - ela berrou, e logo tapou a boca por ter gritado. - Vamos papai, antes que ela nos ache. 

Jason riu, terminando de descer as escadas, e entrou no salão. Britney estava sentada lá, apoiando a cabeça na mão, com o olhar perdido na janela, e Aly tinha a cabeça deitada na mesa.

Jason colocou Briana na cadeira, e tocou o braço de Aly.

— Filha, você morreu?

— Quem me dera. 

— Ata. Tá viva. Que bom. - Ele riu, e foi pra perto de Britney. - Tudo bem?

Ela não o ouviu, continuou perdida na janela. 

— Britney...?

— Ah, desculpa. - Ela se endireitou, olhando pra Jason. - O que?

— Perguntei se estava tudo bem.

— Ah, sim. - Ela deu um sorriso pequeno e rápido

— Tudo bem. Se precisar me chame, por qualquer coisa. - ela assentiu, e Jason voltou pro seu lugar. 

Emily entrou na sala, carregando a bebezinha Wanda no colo.

— Mãe, cadê a Callie?

— Trocando de roupa. Por que? 

— Se ela ficar lá, ótimo. - Briana empinou o nariz, e voltou marchado pro lugar. Emily deu de ombros.

Ela se sentou ao lado de Jason, e colocou Wanda na cadeirinha de bebê banhada em ouro.

— Eerrhbrrrrrrsiiiii - a bebê reclamou, batendo na mesa.

— Já vai vir a comida, querida. - Ela sorriu, e apertou as bochechas da filha. - Esfomeada igual ao pai.

— Ei, - Jason reclamou, entrando na conversa, e Wanda gargalhou sem motivo. - quem come mais, a mamãe ou o papai? - ele sorriu.

— Beeh. - apontou pra Jason, e a Emily riu. 

— Muito bem garotinha da mamãe. 

Briana cruzou os braços, claramente com ciúmes dos pais a distância.

— Com ciúmes, marrenta? - Steve sussurrou pra irmã.

— Não. - olhou pro outro lado.

— Você devia fazer alguma coisa...

— Tipo o que? - ela sorriu, interessada. 

— Não sei, você é inteligente, menina.

— Sou sim. - Ela voltou a ser "séria."

Callie foi a última a entrar correndo, se sentando ao lado da irmã de sangue na mesa circular.

A mesa formava um perfeito D: Jason, Emily que dava comida a Wanda na parte reta, e os demais filhos na curva.

— Que cheiro de alho é esse? - Emily disse em voz alta, e Jason riu. - Qual a graça?

— Sua filha. 

— Deve ser esse alho no meu bolso. - Callie colocou o alho na mesa, e Briana deu um berro.

— Guarda esse alho, Callie! - Britney pediu, e a menina obedeceu, sem antes lançar um olhar malicioso pra garota.

Os garçons começaram a servir, e eles a comer. Emily dava comida a Wanda em aviãozinho, e Britney estava sem vontade de comer.

Jason notou isso.

Quando estavam diatraídos, Callie, sem ninguém notar, se enfiou de baixo da mesa, e amarrou a ponta da toalha da mesa no pé de Briana, sem ela sentir, e voltou pro lugar, se certificado que ninguém a viu. Num movimento rápido,  ela colocou o alho perto da irmã, que se levantou, gritando, e a toalha branca da mesa amarrada em seu pé, deslizou, fazendo tudo em cima da mesa cair no chão num estrondo enorme. Apenas Aly ficou com o garfo que segurava.

Emily, incrédula, fitava a mesa de madeira descoberta, e Steve já se contorcia de rir, assim como Wanda. 

Jason olhou pra esposa, sabendo que ela ia explodir a qualquer instante.

Emily tapou os olhos com a mão, se obrigando a ficar calma. Mas a raiva a consumia.

— Querida... Calma...

— COMO ASSIM CALMA? É PRA MIM FICAR CALMA, JASON? - ela bufou, apertando o punho.

Callie estremeceu.

— Vocês duas, saiam da minha frente agora, pro quarto! - Ela respirou fundo, e em um instante as duas já estavam subindo a escada a toda velocidade.

— Eu não tinha acabado! - Aly reclamou, largando o garfo na mesa.

(...)

— Ainda não acredito que Briana e Callie fizeram uma coisa dessas. - Emily bufou, entrando no quarto.

— Eu achei hilário... - ele sorriu, mas logo parou, quando Emily lançou um olhar reprovador a Jason. - Quer dizer, hum, isso foi errado.

— Sim. - Ela sorriu, antes de parar bruscamente.

Sua cabeça começou a girar, e as pernas falharem como quando ficou cansada fugindo dos macacos raivosos na floresta. -Jason...

Emily não teve tempo de se apoiar, seu corpo já caía pro lado. Jason correu para segura-la.

— Meu Deus, Emily...  Emily, o que...?

— Eu não sei... – ela fechou os olhos, tocando a testa.

— Vou chamar ajuda...

— Não, não, tudo bem, eu estou bem.

— Não está, Emily.

— Jason. Eu estou bem. –ele respirou fundo, olhando pra ela.

— Vem aqui. – ele a levantou com cuidado, e pode senti-la fazer esforço pra levantar. Ela estava fraca não era de hoje. – Por favor, Em, você não está bem...

— Passo na enfermaria mais tarde. Agora eu só preciso...

— De mim.

— É. – ela riu, e ele a fez deitar com a cabeça em seu colo, enquanto acariciava seus cabelos.

— Eu estou preocupado com você, Emily.

— Não fique. – sua voz cansada pediu. Ele resolveu não encher o saco dela por enquanto. – Como está sua mãe?

— Melhor, um pouco. Ela parece não envelhecer.

— É a imortalidade, meu caro. – ele gargalhou.

(...)

18 anos atrás.

— Não podemos confiar na Emily, Jason. Você está cego! – a voz do rei vibrou de raiva dentro daquele quarto pequeno.

Jason e Peter andavam discutindo feio a muito tempo.

Ela fechou os olhos, forçando- se a ficar escondida, apenas ouvindo.

— Ela é minha esposa! – Jason a defendeu, irritado.

— Nunca deixarei nenhum dos dois assumir meu país! – sua voz irradiava ódio, e Emily agradeceu por não poder ve-lo. – Aquela criança não pode nascer. Simplesmente isso, uma aberração! Não vou admitir ter uma aberração como neto!

— Peter, pare! – a voz da rainha implorou. Ela estava chorando.

— APENAS EU DIGO QUANDO QUERO PARAR! –ele agarrou o braço da rainha Briana. -  Eu sou rei! Sou rei de vocês, vocês devem me obedecer, esse país é meu!

— Não toque nela, Peter! – Jason empurrou o pai pra longe da mãe, que nem se mexeu muito.

Foi o que faltou para ele perder o controle, e avançar pra cima de Jason.

A rainha Briana gritou, e Emily não podia mais ouvir aquilo. Ela entrou no quarto, vendo Jason meio desmaiado no chão, com a rainha chorando.

— Não, Emily, saia daqui. – ela fungou várias vezes, chorando com todas as forças. Peter a lançou um olhar de: “eu vou te matar”, e ela obedeceu, saindo dali correndo, literalmente.

O telhado. Ela podia ir pro telhado, seu porto seguro.

Assim que abriu a porta de ferro no topo da escada, a chuva inundou seu vestido dourado e fez seus cabelos ruivos escorrerem embolados. Mas a água de nenhuma tempestade era maior que a que saía numa velocidade impressionante de seus olhos.

Um trovão branco cortou o céu escuro, iluminando o lugar.

Por que Peter a odiava tanto? Era simples. O ego de um rei sendo destruído pelos cabelos brancos e a aproximação da morte, algo que ele não podia mandar seus soldados matarem.

Mas aquilo era tão difícil. Jason. Ela tinha deixado Jason nas mãos daquele monstro. Passando a mão nervosamente por suas pulseiras retensoras de poder, ela resolveu voltar.

Mas teve a terrível visão do rei no escuro, dramaticamente iluminado pelos incessantes raios.

Ela gritou com toda a força, quando o rei começou a se aproximar dela.

— ALGUÉM ME AJUDE! – Sua voz chorosa falhou, enquanto ela se forçava a sair de perto dele. – Socorro!

Ele sequer piscava. Apenas a olhava com ódio de mil homens, marchando na direção dela. Emily gritou mais uma vez, quando quase caiu do pequeno murinho que protegia as pessoas de caírem de 7 andares ao chão.

Ele estava a menos de 3 metro dela.

— Não, não... – ela tentou se proteger com as mãos, mas foi em vão. Peter agarrou seu pescoço com força, a tirando do chão e a levando mais pra perto da beirada, como se fosse joga-la. – Não... Po.. Por fav... favor...

— EMILY! – A voz desesperada de Jason

— Queime no fogo do inferno, aberração.

O que? Ele era  aberração ali. Emily olhou no fundo de seus olhos, enquanto fazia força pra tirar as pulseiras de seus braços.

— Não. – ela soltou a palavra num engasgo, e apertou o braço do rei com força.

Raios começaram a percorrer todo seu corpo se contorcendo. Os gritos de agonia do rei podiam ser ouvidos por todo castelo, enquanto o céu, de escuro, passou para branco luminoso iluminado por raios.

Emily gritou, sentindo seu poder plenamente. Nenhuma pulseira a segurava, ela estava livre pra mostrar quem ela era, pra mostrar que ninguém podia contesta-la...

Mate-o.

Sua mente dizia.

Mate-o.

E ela matou.

Os gritos cessaram, e o cheiro de carne tostada invadiu o ambiente, mas ela não parava os raios, porque sentia a mão dele a sufocando pelo pescoço. Onde ela apertava no braço do rei, podia sentir apenas osso queimado.

Até que seu corpo voou  noite a fora, caindo incendiado na gama lá em baixo.

 A chuva parou, e todos os guardas a fitavam assustados.

Força alguma havia em seu corpo naquele momento. Ela estava desligando, e caindo. Pra trás.

— EMILY! – Ele correu com toda sua força até ela, que já despencava castelo a baixo.

Jason agarrou sua mão a tempo, enquanto ela estava pendurada segurando o muriunho.

— Jason... – seus espasmos de soluços o pegaram de surpresa. – Não me solta. – ela pediu, com lágrimas rolando aos montes. Ela estava assustada, mais que qualquer guarda ali.

— Nunca te soltarei. – ele a puxou, já a envolvendo num abraço, permitindo que ela chorasse em seus braços


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Notas finais do capítulo

R.I.P Rei Fdp-Peter :D



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