A Cidade do Sol escrita por Helen


Capítulo 48
Desculpas.




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Porcelana acordou com o peso do olhar de alguém. Virou os olhos, assustada, para o corcunda. Recuou pra trás e bateu as costas na parede do cubículo. Uma luz, que imitava a luz do sol, iluminava com fraqueza o lugar.

— M-me desculpa, me desculpa! – dizia ela, apesar de não ter ideia do que estava se desculpando.

— São azuis... – disse Querido, admirando os olhos arregalados de Porcelana, perplexo.

— Para de olhar pra mim, ô! Seu esquisito! – repetiu o comportamento conforme as “aulas” que sua mãe lhe dera de como se comportar diante de gente estranha.

— Rude. – virou os olhos.

— Rude é você, batendo com uma pá nos outros!

— Desculpa. – fitou Porcelana – Mas ninguém humano tem coragem de andar comigo. Não consciente, pelo menos.

— Se você não fosse tão estranho...

— Meu pai está trabalhando nisso.

— Quem é seu pai?!

— O rei.

—... o rei? – as aulas de Nazaré também incluíam o interesse e respeito por pessoas de grande poder aquisitivo.

— Sim, o rei de Castle Hill, onde estamos agora.

— Eu estou em Castle Hill, já?!

— Sim.

Porcelana comemorou.

— Um monte de quilômetros de distância da minha cidade! Finalmente! Um mundo novo e desconhecido se abre diante dos meus olhos!

Querido estava confuso. Ela não tinha sido sequestrada? Por que estava comemorando?

— O que foi? – perguntou Porcelana, já mudando de atitude para com o possível príncipe.

— Você não foi sequestrada?

— Que? Não. – ela riu. – Na verdade eu tive que implorar pra Bianca me deixar ir com ela pra cá.

— Bianca? – não conhecia Inocência.

— Uma menina toda sem vergonha, que usa uma legging, tem olhos violeta... conhece não? Ela anda com Teodoro.

— Teodoro?

— Um menino loiro, todo gentil e legal... – suspirou – Quer dizer, o dono da Carla.

— Ah, Caramelo. – só sabia um dos nomes de Teodoro. – Mas como você sabe o outro nome deles?

— Eles me disseram, dã.

— Faz sentido... – Querido se sentiu um pouco burro.

— E você? Qual seu nome?

— Querido.

— Que nome brega. – ela deu uma risada.

— Não fale assim do nome que meu pai me deu!

— Tá bom, desculpa. – não falava muito sério.


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