Olá, me chamo Kurama, ou pelo menos é assim que meu dono me chama. Eu sou o que as pessoas costumam chamar de ‘cachorro’, e sinceramente não sei qual é dessa mania de humano de dar nome pra tudo. Os outros bichos no parque dizem que eu sou o que eles chamam de ‘vira-lata’, ou seja, meu pai e minha mãe não eram parecidos, mas como eu vou saber? Nem cheguei a conhecê-los!

Minha hora favorita do dia é quando ouço o barulho da porta, que é quando eu sei que meu dono finalmente chegou, apesar de eu sentir e ouvi-lo chegando do corredor.

Bom, eu enxergo tudo em preto e branco, por tanto vai ser difícil descreve-lo para você. Tudo o que eu sei é que ele parece alto, tem umas roupas engraçadas e vive comendo, mas não engorda, sei disso porque ele parece magrinho perto de outros humanos, alguns são bem, muito mesmo, mais pesados que ele.

Meu dono recebe bastantes visitas, as que eu mais cheiro é uma moça de cabeça grande, meu dono a chama de Sakura. Tem também um menino baixo com um desenho perto do pelo, digo, cabelo, seu nome é Gaara. E por fim um que o cabelo parece minha tigela de comida, o nome dele é Lee.

Eu também tenho meus amigos! Os encontro quando vou ao parque. Tem o Akamaru, que é um cachorro grande, maior que eu. Tem a Byakugan, que é uma gata gordinha. E tem a praga dos meus dias no parque, um pastor alemão chamado Sharingan, ele é muito metido e o dono dele também!

O dono desse pulguento é o tal de Sasuke, ele vem todo dia aqui, quer dizer, não sei se é todo dia, mas toda hora que eu to aqui ele tá também e sempre vem com o chato desse cão dele.

O tal do Sasuke sempre conversa com meu dono, eu já o cheirei... Só para ver se era de confiança, sabe? Eu não gostei nadinha, mas por mais que eu lata meu dono nunca vai entender.

Só que ruim mesmo foi quando meu dono começou a chegar a casa com esse cheiro, eu não entendia o porquê já que não tínhamos ido ao parque naquele dia, mas eu não ia gastar meu valioso tempo pensando nisso, preferia receber os carinhos do meu dono que eu ganhava mais.

Piorou quando Sasuke passou a vir aqui também, ao menos ele vinha sem aquele cão do demo dele. Eu não precisava fingir que me dava bem com ele, eu estava na minha casa ora. Então ficava no meu canto de vez em quando latia na direção dele e rosnava para ver se ele se tocava e ia embora, mas o danado era persistente.

Depois de um tempo acabei me acostumando com sua presença, até porque as vindas dele aqui se tornaram ainda mais frequentes e de vez em quando ele até me trazia um osso ou um biscoito, mas tá certo, ele tá na minha casa tem mais é que me agradar mesmo. No fim acabei por me apegar a ele também.  

Foi uma lastima quando vi as caixas vindas para cá, foi triste, pois em uma delas havia uma tigela. De inicio pensei que fosse uma nova para mim, mas quando eu vi aquele cão do inferno passar pela minha porta foi que eu entendi que eu ia ter que aturar aquele idiota pro resto da minha vida.