Escolha Inevitável escrita por Eadryiel


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Entao, imaginem uma historia com
70% slice-of-life
10% drama
10% treta
8,9% tentativa de comédia
0,1% comédia verdadeira
1% perversão

Pois bem, acho que já resumi o capitulo, mas tá legal, pode confiar kkkkkk



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Por fim estavam andando naquela floresta. Sim, a Maga e o Druida, lado a lado, dando firmes passos. Como podia estar ali? E justo com ele? Claro que Lothos não saberia realmente o que aconteceu e, se soubesse, não ligaria. Afinal, sentimentos nunca, nunca, podem atrapalhar uma missão.

E essa missão apareceu, linda e reluzente, na mesa da Comandante. Claro, tinha que ser designada aos dois, pois, para verificar uma maldição numa floresta, era necessário uma Maga e um Druida e somente eles. E lá estavam, cada vez mais adentrando na mata, com um silencio sepulcral cobrindo-os.

Se fosse em qualquer outro momento não se importaria de realizar esta missão. O grande problema foi que ela veio logo depois daquela maldita festa. Sim, ocorrera dois dias antes. A tal da Festa das Flores, uma data sempre comemorada pelos elfos. Um dos mais importantes feriados para eles e Lothos permitiu que fosse feita uma pequena comemoração.

O jardim estava lindamente decorado com as mais raras flores. Havia uma pista de dança, musica, comida e bebida. Todos os membros da Grand Chase se arrumaram para o evento. E Arme estava mais deslumbrante do que nunca, com seu vestido arroxeado esvoaçante e varias flores enfeitando seus cabelos. A festa foi ótima, todos os guerreiros confirmariam isto, menos a pequena Maga.

Durante toda a tarde juntou coragem e tentou se aproximar dele, sim dele, este que agora anda ao seu lado na floresta. Não que eles já não fossem amigos. Mas esta Alquimista gostaria de se aproximar mais. Realmente tentou criar uma oportunidade para revelar seus sentimentos a ele. E sinceramente se arrepende profundamente por ter sequer cogitado a ideia de ir falar com ele.

A questão é que uma certa elfa, que pensava que era sua amiga, grudou no Druida como chiclete gruda em cabelo. Sim! Sua dita “amiga” não permitiu que tivessem uma única conversa particular. Quando você se aproximava deles, Lire puxava Ryan para “ver o lindo arranjo de flores”, “tomar uma bebida”, “conversar com o coitadinho do Zero que estava isolado num canto sem sua espada” e no último momento ela o chamou para DANÇAR. Cretina! Essa foi a gota d’água.

 Ryan não trocou uma única palavra com a Maga durante toda a comemoração. Nem sequer deve ter percebido a iluminação especial, ao qual ela passou uma semana preparando a formula magica. Quando era arrastado por Lire, ia com um largo sorriso no rosto, tão meigo, fofo e inocente, realmente tão ridículo, que quem visse sentiria vontade de vomitar arco-íris.

No dia seguinte à festa, pela manhã, Arme foi avisada desta missão. Investigar a floresta à procura de alguma maldição, pois os aldeões estavam preocupados. O resto da historia vocês já sabem. E isso que juntou a Maga furiosa ao Druida desinformado.

Posso afirmar, caro leitor, que nosso querido Ryan não possui real culpa nesta historia. Sequer tinha conhecimento dos sentimentos de Arme. A Festa das Flores era um feriado muito estimado por todos os elfos, e a única coisa que ele percebeu foi que Lire estava especialmente entusiasmada. Porém, na mente inocente de nosso pobre Druida, essa alegria era causada pela Festa em questão, de forma alguma pensou que era motivada por ciúmes.

Logo após o fim da comemoração, Ronan o chamou e avisou que ele havia ignorado Arme durante toda a festa. Ela ficou muito triste com tal atitude, até mesmo saindo mais cedo para o quarto. “Conserte isso, ela gosta muito de você Ryan” foram as palavras do Inquisidor. Somente neste momento que o Xamã realmente cogitou a possibilidade de a querida amiga sentir algo a mais por ele.

E nisto se resume esta missão. Para a Maga é uma punição e tormento sem fim, do lado da pessoa que mais ama e mais odeia dentre todas as dimensões. Para o Druida, uma possibilidade de consertar o erro que cometeu e descobrir os reais sentimentos da amiga. Ele não aguentava mais, aquele silêncio parecia corroê-lo por dentro.

— Arme... – chamou inseguro, ela apenas o ignorou – Você esta brava comigo?

—Hm – A Maga grunhiu em irritação. A raiva dentro dela só aumentava.

— Pode me dizer o que eu fiz que te deixou brava? – ele possuía um tom de voz levemente triste e inseguro.

— Não quer perguntar à Lire? – a voz de Arme era carregada de ironia e irritação, de uma forma que nem mesmo a própria Maga havia visto antes.

— Arme, por favor.... – neste momento Ryan parou de caminhar, Arme parou mais à frente, apenas o encarando com raiva. – eu quero resolver isso, pedir desculpas, o que for. Só não quero mais ficar brigado.

Arme somente o encarou, como que o desafiando a proferir uma palavra que fosse. A raiva era intensa no coração da Maga, raiva de tudo e de todos, até dela mesma por se permitir passar por tal situação ridícula.

— Me perdoe. – Ryan a olhou nos olhos e foi totalmente sincero, sentia-se culpado por tudo que fez à amiga – Desculpe pela festa, por te ignorar e te magoar. Fale o que preciso fazer para me redimir. Por favor, podemos voltar a ser amigos?

As palavras do Druida atingiram fundo o coração de Arme. Toda a sinceridade dele estava conseguindo diluir o ódio ardente que se apoderara dela. Porém todo o encanto se esvaiu nesta ultima frase. Realmente ela havia passado por tudo isso para voltar a ser amiga dele? Será que ela não era suficiente para ele? O ódio transformou-se em tristeza e vergonha.

Tristeza por ter sido rejeitada antes mesmo de tentar alguma coisa com ele. Antes mesmo de declarar os sentimentos que guardava há tanto tempo em segredo. Vergonha por se colocar nesta situação ridícula e embaraçosa. Por se permitir amar alguém que não quer nada além da amizade. Por estragar uma calorosa amizade com sentimentos tão fúteis.

Devido a essa explosão de sentimentos na jovem, pela primeira vez desde que a briga começou, ela se permitiu chorar. Lágrimas pesadas escorriam lentamente em sua face. Abaixou seu rosto e seus braços penderam ao chão, como se fossem pesados demais para a Maga carregar.

— Você não percebeu, não é? – Arme falava lentamente, com um tom pesado e grave em sua voz.

Ao ver que ela estava chorando Ryan ficou confuso. Rapidamente andou os poucos passos até ficar próximo o suficiente de Arme. O que poderia ter falado de errado? Apenas queria resolver este problema e acabou por piorar tudo.

— Arme eu quero resolver isso. Por favor, me explique, me diga o que estou fazendo de errado. – sua voz era acelerada e carregada de preocupação.

— E-Eu...gosto muito de você.

— Eu também gosto Arme, por isso quero terminar essa briga. Você é uma ótima ami....

— NÃO! – Arme o interrompeu, estava novamente irritada. – É isso que você não entende, eu gosto muito de você Ryan, muito. Não quero ser só sua amiga. – A Maga jogou todas essas informações no Druida, sem sequer tomar fôlego.

Ryan demorou vários segundos para entender a situação. Então era verdade? Os sentimentos dela ultrapassavam a amizade? Após compreender tudo veio a questão principal: como deveria reagir? Não poderia fazer pouco caso dos sentimentos da amiga, porém nunca havia pensado nela desta forma antes. Na verdade, nunca nutriu esse tipo de sentimento por ninguém.

— Olha, eu entendo, mas nunca pensei nesse assunto antes. – apesar de sua voz ser calma e tranquila, ao ouvir suas palavras Arme abaixou novamente a face e mais lagrimas começaram a escorrer. – Você pode me dar alguns dias para pensar?

— Como assim? – A Alquimista voltou a encara-lo nos olhos.

Uma mínima chama de esperança surgiu no coração da jovem. Era tão fraca e pequena que qualquer intenção do Druida poderia extingui-la. Ryan sabia disso, estava totalmente alerta e apreensivo. Procurando as palavras exatas para exprimir o que sentia e não magoar de forma alguma a amiga.

— Eu preciso pensar melhor sobre o que eu sinto, tudo isso é meio confuso. Mas gostaria que você me perdoasse pela festa, não quero brigar com você.

Arme assentiu. As lagrimas pararam de escorrer por sua face e seus olhos ganharam um novo brilho. Seu coração estava saltitando de alegria por essa chance dada pelo Druida. Ryan estava aliviado por não ter falado mais nenhuma besteira e por ter conseguido se reconciliar com a amiga. Porém os papeis se inverteram neste momento, agora era o coraçãozinho de Ryan que estava confuso e agitado.

Após esse acontecido os dois voltaram a caminhar, agora com novos ânimos. Vários assuntos foram discutidos animadamente entre eles. Os dois dias que passaram analisando a floresta foram, na opinião de Arme, os melhores dias da vida dela. Ter este tempo sozinho com o amigo a fez ficar mais apaixonada por ele.

Ryan poderia discordar da opinião da Maga. Não que ele não tivesse gostado de reatar a amizade ou de passar este tempo salvando uma floresta com a amiga. Mas seu coração ficava cada vez mais perturbado. Mesmo assim, agora, possuía outros olhos para Arme.

Começou a reparar em sua risada sincera e quase infantil. Percebeu como ela sempre estava de bom humor, fazendo brincadeiras e alegrando o clima. Porém o que mais lhe chamou a atenção foi forte ligação dela com os espíritos da Natureza, talvez maior do que a ligação dele próprio, e isso de alguma forma agradou ao Druida.

A missão foi concluída com sucesso e logo voltaram ao QG. Mais dois ou três dias se passaram e os dois voltaram com sua amizade habitual e com a rotina. Tarefas domésticas, treinamento, cuidar dos pets e estudos preenchiam o dia deles.

Arme começou a ficar ansiosa, porém respeitaria o tempo que Ryan precisasse. Este, por sua vez, cada vez mais tinha um olhar de ternura à amiga. Atitude essa que não passou despercebida pelos integrantes da Grand Chase. Varias (in)diretas eram jogadas aos dois, Arme corava e ignorava, Ryan ficava envergonhado e desconversava.

Ao fim de intermináveis cinco dias, Ryan acordou com uma determinação incomum. Levantou-se da cama, se arrumou, tomou o café-da-manhã e foi treinar apenas amadurecendo a decisão que havia tomado. Repassava mentalmente cada palavra que pretendia falar. No fim resolveu ir ao jardim dos fundos do QG.

O que ele não sabia é que era visado por outra companheira. Nada havia passado despercebido por aquelas orelhas pontudas. Percebeu a amizade renovada que os dois tinham após a missão. Viu como a Maga estava feliz e como o Druida estava confuso, e ela sabia o motivo. Afinal a própria amiga havia contado.

Fora na noite anterior. Amy resolveu fazer uma festa do pijama no quarto das garotas, claro, sem o conhecimento de Lothos. Prepararam os salgadinhos, as bebidas, os jogos e se arrumaram com seus respectivos pijamas para a tal reunião. Todas estavam no quarto, sentadas no chão ou nas camas, conversando animadas.

— Ai Eli-chan, vai se divertir um pouco. Não quero ninguém emburrada aqui! – A voz estridente de Amy chamou a atenção das garotas.

— Eu só acho que deveríamos ir dormir. Temos coisas importantes pra fazer amanhã. – respondeu Elesis.

— Não temos não! – exclamou Lin. – O que é tão importante pra fazer num Domingo?

— Treinar. – falou Elesis.

— Agora eu entendi tudo. – comentou Rey – Você quer ir treinar para ver os garotos.

— Rey! – repreendeu Holy.

— É verdade! – exclamou Rey resoluta. – Vai me dizer que você não percebeu como ela fica encarando o Jin?

— Não fico não! – rebateu Elesis.

— Fica sim Elesis, todo mundo já percebeu. – disse Arme. Elesis apenas ficou vermelha de vergonha.

— Não se preocupa miga, - falou Rey - eu vou te ajudar a conquistar ele, sou profissional! – disse com um ar superior.

— Claro, fica se insinuando toda pro Sieg! – provocou Lin. Rey se assustou minimamente e logo se recompôs.

— É pra fazer ciúmes pro Dio. – falou com bico.

— Se seu alvo é o Asmodeus melhor desistir, - cortou Mari – ele é interessado em outra.

— Como você sabe? – questionou Edel.

— Fica claro após analisar o comportamento da pessoa.

— Então fala o quem você já analisou! – gritou Amy.

— Os mais óbvios são que Elesis tem interesse em Jin, - sua voz não possuía emoção – Lupus possui uma atração pela Lin, Holy tem uma admiração especial por Ronan – as duas coraram – e sobre a Arme eu tinha minhas conclusões, porém depois desta missão, preciso rever meus cálculos.

— Verdade, você e o Ryan estão muito íntimos esses dias. – Rey falou com malicia.

— É mesmo Me-chan, aconteceu alguma coisa nessa missão que você não quer contar pra gente. – Amy falou manhosa fazendo bico.

Assim Arme foi obrigada a contar que acabou revelando seus sentimentos para Ryan e este decidiu pensar sobre o assunto. Todas ficaram super animadas e prometeram apoiar a amiga. A festa continuou agitada por toda a madrugada, mesmo assim Elesis não perdeu seu treino matinal. Apenas uma pessoa não ficou empolgada com as noticias da Maga. Esta ficou totalmente enciumada com a situação e resolveu fazer algo no dia seguinte.

E lá estava ela, seguindo Ryan, com seus ouvidos atentos a tudo à sua volta. O Druida colhia distraído algumas flores do jardim. A garota repassou em sua mente o que iria falar, respirou fundo uma ultima vez, tomando coragem, e não tardou a concluir seus objetivos.

— Olá Ryan! – disse em sua animação habitual.

— Oi Lire, tudo bem? – o Druida estava mais feliz do que o normal, fato que não passou despercebido pela elfa.

— Sim. E-Eu gostaria de te contar uma coisa. – esperou alguns segundos e passou a fitar o chão enquanto falava – Eu sou apaixonada por você Ryan!

Neste momento ela o encarou nos olhos, que não tinham expressão nenhuma. O choque do garoto tomou-lhe as forças, roubou a coragem que possuía neste dia e, de brinde, enevoou lhe os pensamentos. Ryan ficou atônito, paralisado. Não conseguia ver nada, ouvir nada, pensar em nada e nem sentir coisa alguma. Percebendo isso Lire resolveu agir.

— Gostaria que pensasse no assunto. – falou timidamente. Ryan só conseguiu assentir com a cabeça. – O-Ok. Então tchau. – Se retirou.

O Druida continuou em pé, parado, segurando um par de flores em mãos, olhando o horizonte e pensando em absolutamente nada. Sua cabeça estava tão acelerada que ele não tinha forças nem para piscar os olhos. Após longos minutos fazendo o papel de estátua finalmente algum pensamento conciso passou por sua mente.

Correu pelo QG como se sua vida dependesse disso. Só conseguira se concentrar no único objetivo que lhe importava no momento. Subiu rapidamente os poucos degraus que levavam ao segundo andar e virou à direita no corredor. Adentrou em uma simples porta de madeira que dava acesso ao quarto masculino.

— Ronan! – chamou apreensivo. Deu uma rápida olhada no quarto e viu um vulto azulado próximo à janela. Correu até ele, ofegante. – Preciso da sua ajuda.

— Calma! Senta aqui. – apontou para a cama próxima. O Druida sentou-se. – O que foi?

— As meninas! Arme....Lire...Eu não sei o que fazer!

Ryan estava beirando ao desespero, atitude esta que chamou a atenção dos poucos garotos que estavam no quarto. Estes se aproximaram para saber da situação e tentar ajudar o companheiro.

— O que aconteceu? – questionou Sieg.

— Grandark disse para você se acalmar antes de falar. – falou Zero.

— Conte para gente. – pediu Ronan.

— Na missão Arme veio falando que queria ser mais do que minha amiga. – falou ainda ofegante.

— Eu sabia! – exclamou Ronan.

— Cara, isso estava óbvio demais. – comentou Sieg.

— Você não tinha percebido Ryan? – perguntou Lass.

— Não! – falou o Druida.

— Inocente. – zombou Lupus.

— Tá, continua. – pediu Ronan.

— Eu pedi um tempo pra pensar e hoje eu tinha decidido, mas ai.....veio a Lire e do nada ela falou que é apaixonada por mim.

— Ah garanhão! Pegando todas hein! – zombou Sieg.

— Sieg, isso é sério! – repreendeu Ronan.

— O que eu faço?

— Simples, - falou o Caçador confiante – fique com as duas!

— O que?! – disse Ryan indignado.

— Falou o pegador. – zombou Lass.

— Pelo menos eu não fico invisível toda vez que certa Dançarina se aproxima. – Respondeu Lupus irritado.

— Não, você fica de longe babando a Sacerdotisa que nem um cachorrinho medroso. – retrucou Lass.

— Não briguem, os dois são igualmente covardes! – cortou Sieg.

— Não me compare a esse verme! – os meios-irmãos falaram em uníssono.

— Gente, isso não está ajudando. – repreendeu Ronan.

— Grandark perguntou se você ia pedir a Maga em namoro. – Zero cortou o silencio, desembainhando a espada e apoiando no chão com o olho em direção à Ryan.

— Isso importa? – o Druida estava um pouco constrangido, ainda mais com aquele enorme olho o encarando.

— Claro! Assim podemos saber o que você sente por ela. – respondeu Ronan.

— Então, o que você sente pela Arme? – pergunta Lass.

— Eu gosto dela. – falou ainda um pouco envergonhado.

— Grandark perguntou o que você sente pela elfa. – falou Zero.

— Eu acho que gosto.

Todos ficaram pensativos por alguns minutos. Ryan se perguntava como aquilo podia ter acontecido com ele. Sieghart pensava em por que aquilo aconteceu com o Druida e não consigo. Lupus ainda acreditava que sua ideia de ficar com as duas era a melhor opção. Ronan tentava pensar em algum conselho útil para dar ao amigo. Lass se perguntava por que raios Grandark estava ajudando e Zero sentia pena do Druida.

— Acho que você tem que testar as duas. – falou Sieg confiante.

— Como assim?! – Ryan perguntou indignado.

— Saia com cada uma separadamente e depois você decide.

— Tipo ter encontros com as duas? – questionou Lass.

— Mas essa ideia foi minha! – exclamou Lupus.

— Grandark falou que isso pode dar certo.

— Pensando bem, não é tão ruim assim. – pensava Ronan.

— Vocês não estão levando a sério essa ideia, não é gente? – perguntou Ryan já aflito.

Na varanda do QG, Lire olhava o horizonte despreocupada, esboçando um pequeno sorriso nos lábios enquanto relembrava o que havia acabado de fazer. Sentia uma satisfação fora do comum, algo que somente sentiu na Festa das Flores. Subitamente sua expressão mudou, ficou agora séria, quando percebeu que era observada. Virou o corpo e viu sua amiga a encarando com o olhar normalmente inexpressivo.

— Oi Mari, tudo bem?

— Suas ações foram infantis e imaturas.

— Como assim? – A Arqueira se ofendeu com aquelas palavras.

— Não sente vergonha pelo que fez?

— Eu também não tenho o direito de gostar de alguém?

— Direito sim, mas não dessa forma! Suas atitudes não são dignas de um elfo. Refiro-me também ao feriado das Flores. – Lire arregalou os olhos, estava visivelmente irritada e ofendida. Começou a se retirar, indo em direção à entrada do QG. – No fim não sobrará nada para você.

O almoço daquele dia incomodou a maioria dos guerreiros. Lire refletia nas palavras de Mari, “não sobrará nada”, o que ela quis dizer com aquilo? Ryan pensava nos conselhos que os companheiros haviam dado, ainda achava as ideias deles ridículas, mas eles se ofereceram para ajudar e, neste momento, ele não poderia negar ajuda.

Arme continuava feliz e ansiosa, esperando o que o Druida iria lhe responder. Rey pensava na festa do pijama, no que Mari falou sobre Dio. Em quem ele estaria interessado? E lembrou-se da própria desculpa que dera, estaria ela realmente fazendo ciúmes ao Profano? Estranhamente sentia que não eram essas suas intenções.

Já Ronan, Lass, Lupus, Sieghart, Grandark e até mesmo Zero traçavam planos mirabolantes em suas mentes. Planos esses que qualquer um que ouvisse, até eles mesmos se pensassem por um segundo naquilo, achariam, no mínimo, horríveis. Porém eram aqueles planos feitos por grandes amigos, que ao chegarem aos ouvidos da vitima ressoavam na mente como aquela musica que diz “vai dar merda”. E Ryan sabia disso.

Após o almoço os garotos se reuniram novamente no quarto. Começaram a contar suas ideias para o Druida que soava frio ao ouvir cada uma. Ficava completamente envergonhado com as coisas pervertidas que alguns pensaram, alguns subentende-se Grandark e Sieghart, com algumas pitadas de Lupus. Mas no fim conseguiram chegar a um consenso de que no dia seguinte Ryan sairia com as duas garotas, separadamente, e falaria os resultados para eles. A partir daí outro plano seria criado.

Enquanto isso Mari e Arme estavam na biblioteca do QG fazendo pesquisas para um projeto que Lothos havia designado às duas. A Tecnomaga sentia um grande peso na consciência, e sabia que, apesar de não ter nada a ver com o assunto, não poderia simplesmente esconder da Maga.

— Arme, preciso te contar uma coisa. – sua voz era inexpressiva como de costume.

— Claro, diga Mari. – disse desviando o olhar do livro e fitando a amiga.

— Lire sente ciúmes do Ryan.

— Isso eu já percebi, há algum tempo. – ao perceber o assunto Arme ficou apreensiva, temendo algo pior.

— Ela se declarou para ele hoje.

— ELA O QUE?!

— Sugiro que faça alguma coisa. – após dizer isso Mari voltou a ler o livro em suas mãos.

Arme andou para a cozinha batendo fortemente os pés no chão. Lá estavam Lire e Lin cuidando da louça suja. A Maga não tentava esconder sua expressão de ódio. Adentrou no ambiente chamando o máximo de atenção possível. Lin viu a expressão da amiga e se assustou. Ao olhar para Arme, Lire já sabia o que viria a seguir.

— TRAIDORA! – esbravejou Arme. – Como você pôde? Por que fica fazendo isso comigo? – Lire ficou levemente apreensiva, Lin percebeu que o assunto não era com ela e apenas observou.

— Não sei do que você está falando.

— COMO NÃO?! Por que você tem tanto ciúmes dele? Você nem gosta dele! – Neste momento Lin percebeu a situação.

— O que você fez Lire? – A Sacerdotisa estava apreensiva. O que a amiga poderia ter feito?

— ELA SE DECLAROU PRO RYAN! – Arme gritou em indignação e raiva.

— Lire! – Lin repreendeu.

— Por que você não quer que fiquemos juntos? Pensei que você era minha amiga. – Os olhos da Maga encheram de lágrimas.

— Eu só queria ter uma chance também! – defendeu-se a elfa.

Mais alguns gritos irritados foram ouvidos entre as duas. Após Arme sair correndo para o quarto feminino, Lin tentou ouvir o lado de Lire e mostrar para a amiga que o que ela fez não foi legal. Enquanto isso Arme chorava silenciosa enterrada em seu travesseiro.

Quando a noite dava as caras pelo QG todos os garotos já sabiam da situação de Ryan e tentaram dar algumas opiniões, mas Ronan pediu educadamente para nenhum deles tentar ajudar, pois a autora não tem imaginação suficiente para incluir todos eles. Já Lupus simplesmente disse que se alguém se intrometesse ia ser caçado até o Inferno. E assim os assuntos estavam sendo resolvidos(?) para Ryan.

Arme e Lire não se viram mais desde a briga e mesmo que se vissem não falariam uma com a outra. Lin chamou as amigas para se reunirem na sala do QG para pedir ajuda a elas. Todas estavam juntas evitando fazer qualquer barulho, pois os garotos, Arme e Lire estavam dormindo. E assim se iniciou a Reunião Secreta das Garotas.

— Já disse que o nome Operação Cupido é melhor! – dizia Amy emburrada.

— Eu sei, mas que parte do “esse titulo tem direitos autorais” você não entendeu? – respondeu Elesis já começando a se irritar.

— Mesmo assim é muito melhor do que “Missão para Ajudar as Amigas”.

— Só inventei um nome qualquer pra podermos falar do que é realmente importante. – rebateu Edel.

— Então que tal “Operação Amor Secreto”? – falou Holy timidamente.

— Ah! É ótimo. – gritou Amy recebendo muitas repreensões das amigas.

— Realmente um nome digno. – afirmou Mari, todas concordaram.

— Tá, agora que já escolheram o nome posso falar a situação? – perguntava Lin já irritada, todas assentiram – Bom, vocês já devem saber o que aconteceu entre nossas amigas. Precisamos de uma solução. - Todas pensaram por algum momento.

— Mas o que podemos fazer? E se as duas gostarem de Ryan seria justo nos intrometermos? – perguntou Holy.

— A situação é outra. Todos os cálculos mostram que a Arqueira não gosta do Druida. – respondeu Mari.

— E como vamos provar isso? – questionou Amy.

— Talvez com alguma magia? – sugeriu Elesis.

— Perfeito, já tenho uma ideia. – concluiu Lin.

O dia amanheceu alegre no QG. Ryan não conseguiu dormir à noite. Pensava somente no plano maluco de seus amigos e se sentia mal de sair com as duas garotas. Levantou da cama preguiçosamente, se arrumou e foi ir treinar um pouco para mudar seus pensamentos. No Jardim de Treino Sieg, Grandark, Zero, Lupus, Lass e Ronan já o esperavam para repassar o plano.

As garotas acordaram, porém ficaram esperando deitadas até que Arme saísse do quarto. Quando isso aconteceu apenas Lire dormia. Elas trancaram a porta, acordaram a Arqueira e a obrigaram a tomar um copo de “agua”.

— Que coisa é essa, tem gosto de grama! – reclamou Lire ainda sentada em sua cama com as meninas sentadas em volta.

— Quanto tempo até fazer efeito? – perguntou Amy.

— Cerca de 60 segundos. – respondeu Mari.

— O que quer dizer com isso? O que vocês me deram? – Lire questionou aflita.

— Você verá. – disse Rey soltando uma risada maligna.

No Jardim de Treino Ryan estava nervoso demais para conseguir ouvir os conselhos que os amigos lhe falavam. Seu coração dizia que aquilo não era o certo a fazer, porém não tinha outra escolha no momento.

— Grandark falou que a Maga está se aproximando. – Zero disse chamando a atenção de todos.

— Vai lá falar com ela! – incentivou Ronan.

Cada passo dado aumentava os batimentos cardíacos de Ryan. Ele pensava no que poderia falar e no que seus amigos haviam lhe dito, porém, quando parou na frente de Arme e encarou seus olhos arroxeados, seu cérebro parou de funcionar. E não só o cérebro, seu coração, seus pulmões, seu estomago, suas pernas e principalmente suas cordas vocais.

— Bom dia. – Arme falou meio desanimada.

— B-B-Bom...

— Está tudo bem? Parece nervoso. – questionou Arme preocupada.

— Q-Quer andar e conversar...

— Claro, podemos ir ver as flores no Jardim dos Fundos. – A Maga estava um pouco mais animada.

Enquanto os dois andavam para o jardim alegremente a situação era muito mais tensa no quarto feminino.

— Creio que já fez efeito. – disse Mari.

— Como podemos testar? – perguntou Holy.

— Facil! – exclamou Elesis. – Lire, o que você acha da Amy?

— Eu... – dizia Lire enquanto encarava a amiga - ...acho que ela é uma patricinha mimada.

— Deu certo! – exclamou Edel.

— Li-chan como pôde dizer isso? – Dizia Amy emburrada.

— Incrível! – falou Lin.

— Vamos ao que interessa – Rey disse maliciosamente – Você gosta do Ryan?

No Jardim dos Fundos, Arme e Ryan sentaram na grama ao lado das mais variadas flores. Arme percebeu o quanto ele estava nervoso e resolveu puxar algum assunto. Talvez ela mesma estivesse nervosa.

— Qual a sua flor favorita? A minha é Margarida. – tentou parecer o mais normal possível.

— Gosto muito da Flor de Cerejeira. Mas Margaridas são muito bonitas. – os dois sorriram, mas Arme não conseguia tirar uma pergunta de sua mente.

— Ryan, posso te perguntar algo bem pessoal? – falou corando levemente e fitando o chão.

— Pode. – o Druida respondeu receoso.

— Você gosta da Lire?

Apesar de o clima ser de extrema tensão entre os dois, algumas garotas estavam muito animadas com a situação em que se encontravam. O quarto feminino soltava cada vez mais risadas e exclamações.

— Ai Li-chan, tô chocada! – exclamou Amy.

— Quem diria! E eu achava você tão santa quanto a Holy. – comentou Edel.

— Esse alvoroço todo só por que ela falou que alguns meninos são gostosos? – Perguntou Elesis ironicamente.

— Isso está ficando interessante – falou Rey gostando da situação – Então Lire, você tem algum fetiche?

— Rey! Não pode perguntar isso... – repreendeu Holy.

— Shhh, quero ver o que ela vai responder. – interrompeu Elesis.

— Até você Elesis? – perguntou Lin incrédula.

— Devo admitir que essa é uma situação única. – Mari falou com os olhos brilhando enquanto anotava tudo em seu Manual.

— Vai, responde a pergunta Li-chan! – apressou Amy.

As garotas estavam se divertindo muito com a situação. Já Arme ficou pensativa em relação à resposta que Ryan deu a ela. Apesar de tudo ela não se deixaria abalar, respirou fundo, acalmou o coração. Resolveu que continuaria ali, aproveitando o momento a sós com seu amor.

— Só gostaria de saber uma ultima coisa. – perguntou receosa e Ryan engoliu seco. – Eu ainda tenho chances? Digo, você ainda está pensando na situação?

— Claro! – a certeza do companheiro deixou-a mais aliviada.

— Mudando de assunto, eu gosto bastante do Nephirin e do Magnus. Como você se sente quando se transforma neles?

— Ah, é difícil de dizer. É como se eu tivesse as forças renovadas, sinto a natureza mais profundamente.

— Você tem uma ligação muito especial com os Espíritos da Natureza, não é?

— Sim, mas você também tem. Ouso dizer que é mais forte que a minha.

— Eu não diria isso. É que para ser Feiticeira eu fiz um contrato com os Espíritos....

Bom, isso já foi o suficiente para dizer que nossos pombinhos estavam mais felizes e se dando muito bem. Enquanto eles conversavam animadamente, uma tortura era realizada no quarto feminino do QG.

— Por favor, parem, isso é vergonhoso demais! – implorava Lire.

— É a punição pelo que fez com Arme! – dizia Holy com uma expressão insana.

— Meus métodos são totalmente necessários. – falou Mari.

— Fala a verdade Ma-chan, você só quer ouvir mais segredos da Li-chan! – exclamou Amy.

— Por favor, eu imploro!

— Garotas, acho que já fomos longe demais. – disse Lin.

— Tudo bem, o efeito vai passar daqui uns vinte minutos. – afirmou Edel.

— Até lá ainda posso me divertir um pouco. – falou Rey com um sorriso sádico no rosto. – Então Lire, agora chegou a pergunta mais importante: de quem você gosta?

— E por quê. – complementou Elesis.

— E conta todas as suas fantasias com essa pessoa. – incluiu Amy.

Lire sentiu um enorme arrepio em seu corpo. Todas as garotas soltavam fortes risadas malignas enquanto Mari segurava mais fortemente sua caneta no Manual, seus olhos possuíam um brilho maligno. Neste momento Arme e Ryan começaram a andar pelos arredores do QG enquanto conversavam.

As garotas saíram do quarto arrastando Lire. Elas queriam aproveitar o efeito da poção para esclarecer os assuntos e terminar a briga entre a Arqueira e a Maga. Lire se recusava a abrir a boca enquanto era puxada escada a baixo, com medo de que algo constrangedor fosse dito.

Ryan e Arme pararam na varanda em frente à porta de entrada do QG. Ao fundo era possível ouvir as risadas (malignas) e as conversas das garotas enquanto elas se aproximavam dos dois. Isso chamou a atenção dos pombinhos, que encararam calados a porta enquanto as garotas empurravam Lire na direção dos dois.

— Lire tem algo a dizer para vocês. – afirmou Edel.

Arme a encarou com um bico e uma expressão de raiva, Ryan engoliu em seco e ficou assustado com a situação, no mínimo, estranha. A Arqueira ficou encarando os dois, esfregando as mãos em nervosismo, se recusando a abrir a boca devido ao medo do que poderia sair de lá. As amigas, percebendo isso, resolveram agir.

— Lire, me responde – falou Rey maliciosamente – você gosta do Ryan? – Lire arregalou os olhos diante da pergunta. Arme ficou furiosa, pensando de qual lado as amigas estavam. Ryan paralisou diante daquele assunto.

— N-Não. – falou forçadamente. A Maga e o Druida ficaram atônitos.

— Então por que você agiu daquela forma com os dois? – Holy perguntou se referindo a Arme e Ryan.

— Porque eu sentia ciúmes dele – Lire parecia fazer forças para não falar, mas ainda estava sob o efeito da poção – não queria que o único elfo do grupo namorasse.

— Não tem uma coisa que você quer falar para a Arme? – continuou Lin.

— S-Sim. Me perdoe, fui uma imbecil sem precedentes. Você é minha amiga e eu não deveria ter feito isso. – Lagrimas puderam ser vistas nos olhos da Arqueira - Agora percebo o erro que cometi. Desculpe por tudo o que te fiz sofrer.

— Arme, ela está dizendo a verdade. Demos a sua poção para ela. – afirmou Elesis. Arme refletiu naquilo tudo antes de falar.

— Eu entendo, mas você me magoou muito Lire. Eu te perdoo, mas talvez demore pra voltarmos a ser amigas como antes. – falou também com algumas lagrimas, a Arqueira assentiu cabisbaixa.

— Retrate-se com o Druida. – ordenou Mari.

— Ryan, me perdoe. Te deixei confuso, menti para você e ainda atrapalhei sua amizade com Arme. Estou arrependida, por favor, me desculpe.

O Xamã estava sem palavras diante da situação. Como assim ela mentiu? Justo Lire agindo desta forma, contrariando metade dos princípios élficos e uma porção de princípios humanos. Ele respirou fundo tentando colocar os pensamentos em ordem. Concluiu que deveria dar o exemplo e se firmar num dos maiores princípios de sua raça.

— Perdoarei o coração arrependido. – falou de forma amigável.

Todas as meninas comemoraram a situação. Lire suspirou aliviada pensando que tudo aquilo tivesse terminado. Porém a Arqueira não viu, mas em suas costas uma dezena de garotas trocaram olhares sádicos e maliciosos.

— Bye-bye amorzinhos, aproveitem o tempo juntos – Amy falou enquanto elas saiam pela varanda arrastando Lire em direção ao Jardim de Treino.

— Quanto tempo ainda temos? – perguntou Holy com seu olhar insano.

— 5 minutos. – Afirmou a Tecnomaga.

— Perfeito! – falou Rey maliciosamente e todas assentiram.

— Perfeito para que? O que vocês vão fazer? – perguntou Lire suando frio e desesperada enquanto era arrastada pelo Jardim.

Elas andaram rapidamente os poucos metros até chegarem onde os garotos estavam treinando. Elesis imobilizou a Arqueira que começou a se debater percebendo a situação. Apenas não gritava devido ao medo de mais fatos constrangedores saírem de sua boca. Amy foi correndo até certo Asmodiano.

— Oi Dio-kun, vou te roubar um minutinho. – Falou puxando o Asmodeus, deixando para trás um Lutador e um Guerreiro confusos.

Amy o arrastou em meio a protestos de “para onde estamos indo”, “como ousa me arrastar dessa forma”, “me responda agora chiclete ambulante” e “você sofrerá as consequências”. A Diva jogou Dio frente a frente com a Arqueira imobilizada. Todas as garotas soltaram sorrisos maldosos enquanto Lire paralisou e se recusou a abrir a boca.

— Não se preocupe, os sentimentos dele são como os seus. – Mari tentou acalmar a amiga.

— Então Lire, você pode dizer o que sente pelo Dio? – perguntou Rey lentamente, dando gargalhadas diante do sofrimento da elfa.

— O que está fazendo Rey? – perguntou o Profano já temeroso.

— E-E-Eu... – Lire tremia e suava frio tentando resistir ao efeito da poção – ...te amo muito. – Dio arregalou os olhos e as garotas riam cada vez mais.

— Lire, fala por que você gosta dele. – Falou Elesis.

— P-Porque ele é lindo... gentil....corajoso e.... – ela suspirou, visivelmente se esforçando para impedir o efeito da poção.

Dio ficou atônito diante das palavras da Nova. Nunca imaginou essas intenções na companheira, que sempre fora tão recatada e bondosa. Algo dentro dele começou a ferver, sentiu o sangue correndo em suas veias e o coração acelerar. Porém ainda havia a possibilidade de aquilo ser uma grande piada envolvendo ele.

— Que porcaria é essa? Por que ela está falando essas coisas? – questionou irritadiço.

— Efeito do Soro da Verdade. – respondeu Mari – apesar de que o efeito está acabando.

— Seu eu fosse você, - falou Rey – aproveitava pra admitir os sentimentos também.

Ao entender a situação um sorriso apareceu nos lábios do Asmodeus. Com certeza aproveitaria esta chance, porém não ali, na frente de todas. Uma ideia surgiu em sua mente.

— Venha Lire, temos que conversar. – falou pegando no braço dela.

Elesis soltou a amiga que foi puxada rapidamente para algum local isolado do QG. Todas as garotas apenas observavam os dois se retirando com um sorriso nos lábios, pensamentos pervertidos e uma sensação de missão cumprida.

— Vocês acham que ele vai pedir ela em namoro? – perguntou Holy timidamente.

— Quem, o Ryan ou o Dio? – complementou Elesis.

— Os dois. – respondeu Lin no lugar da amiga.

— Com certeza já temos dois novos casais no QG. – respondeu Mari friamente.

E ela estava certa. O Asmodeus conversou sobre os sentimentos da amiga e dele próprio. Sentimentos esses que ele nutria secretamente por ela há algum tempo. Por fim Dio pediu a amiga em namoro e esta aceitou alegremente.

Ryan e Arme continuaram na varanda refletindo silenciosamente sobre o que havia acontecido. Tudo parecia cada vez mais confuso. Mas, por fim, Ryan decidiu-se e a coragem incomum que ele havia sentido no dia anterior retornou ao seu corpo. Correu sem pensar duas vezes ao Jardim dos Fundos do QG. Colheu uma dúzia de flores e retornou tão rápido quanto saiu.

— Ryan, achei que tinha me deixado aqui sozinha. – falou Arme confusa.

— Eu precisava disto. – Ryan se referiu ao buquê ainda ofegante.

— Para que?

— Arme, eu amo sua risada, amo sua personalidade, amo tudo em você. E só percebi isso durante essa semana. – falou encarando a Maga nos olhos e se aproximando lentamente – Quero que esteja sempre ao meu lado, como minha namorada. – ao dizer isso estendeu o buquê para a amiga.

A felicidade era tanta que as palavras fugiram de Arme. Ela agarrou as flores sem pensar duas vezes e abraçou o, agora, namorado. Este retribuiu alegre o caloroso abraço, porém queria ouvir a resposta diga pela amiga.

— E então? Aceita? – falou brincalhão.

—Ficarei ao seu lado até a morte de Sieghart. – respondeu da mesma forma.

Selaram a união com um tímido beijo. Enquanto isso do outro lado do QG.

— Atchiiiin.

— Eita Sieg, acho que estão falando de você. – respondeu Ronan.

Mas isso não importa, o que é realmente relevante é que no almoço deste dia os dois novos casais foram apresentados ao grupo. Após a refeição duas garotas se juntaram no quarto feminino com os olhos brilhando de maldade.

— A poção já está pronta, todos os preparativos realizados. Resta somente escolher a vitima.  – afirmou Mari.

— Que tal descobrir os segredos da mais santinha?  – propôs Rey.

As duas deram uma risada maligna que ecoou pelo QG causando arrepios em todos que ouvissem, principalmente na Paladina.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Pf comentem o que acharam e o que eu poderia melhorar.

Se tiverem aluma dica pra eu conseguir escrever comédia podem me falar por PM ou nos comentários msm.

Se, por algum acaso, alguem quiser me pedir uma fanfic, pode ficar a vontade.

Por fim, comentem.

Bjoss, até a proxima historia.



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