The Power of Imagination escrita por DarkCat


Capítulo 2
Do grafite para a vida




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— Então, você precisa de minha ajuda para fazer algo que nem me contou ainda? E o pior disso tudo.

— Deixe-me adivinhar, o pior é que está conversando com seu gato de estimação que morreu? Sinceramente você está em um estado horrível de sua vida e ainda reclama que seu velho amigo volte? Desculpe por isso senhora, porém você é confusa e triste. 

— Se eu soubesse as coisas que você pensava antes, eu deixaria você parar de comer atum. — Falei de um modo seco assim sentindo que afetou o coraçãozinho do Luke de tinta, uma criatura falando que se magoa por falar de atum, esse dia está sendo uma piada. 

— Fale isso novamente e eu vou fazer o trabalho Dele e te atacar aqui mesmo! Agora, onde que eu parei... Ah, sim, mestra, não sou daqui, tampouco do "Céu dos gatos" ou "Inferno dos gatos", venho aqui em nome de um lugarzinho bom de morar que vem sofrendo ultimamente constantes ameaças de uma coisa que vai se tornando mais forte dentro de você, e me chamaram para parar com isso, queremos ajudar você, tornar sua vida algo que você sempre quis uma vida feliz, alegre, e eu realmente estou ficando com nojo dessa frase motivacional e melada, porém me mandaram falar isso. 

 Que fofo, um gato falante que odeia falar coisas fofas, esse era o Luke? Difícil de acreditar, me sentia em um conto, Alice no país das maravilhas, só que o meu conto era Allyssa no país dos hospícios, gatos falantes e céticos. 

 Me levantei acidentalmente pisando em um dos pingos de tintas que Luke deixava cair de seu corpo como se não machucasse ou fosse algo natural dele fazer isso. 

— Por que você está pingando mesmo? — Provavelmente já teria feito a pergunta antes, entretanto como foi difícil e um verdadeiro desafio assimilar um gato soltador de tinta e falantes, e principalmente, o meu Luke falando, eu não estaria tão ligada nas coisas que ele falava, estava me importando mais para saber em qual hospício me colocariam após tudo isso. 

— Se lembra do desenho que você fez nessa manhã? As lágrimas que caíram acidentalmente tocaram no desenho, você me fardou para que até minha morte, eu ficasse pingando, um pouco de minha essência caindo pela sua tristeza, sendo que você poderia ter feito os olhos de modo menor, eu me sinto um binóculo natural, se duvidar eu enxergo coisas até no meu outro mundo daqui! Agora, sem mais perguntas, temos que ir rápido se não eles vão brigar comigo em meu primeiro serviço. 

 Parando para observar, os olhos de Luke eram realmente grandes agora, tão fofo, pena que seu humor conseguia desmanchar toda essa visão fofa que ele exalava. Vi Luke tomando a dianteira onde tive que ser rápida para acompanhar, já que ele estava correndo e deixando tinta por todo o asfalto e até em carros que ele subia em cima, com certeza me matariam depois de tornar a cidade uma grande tela e ter jogado tinta na maioria das coisas presentes. 

 Eu realmente estaria surpresa, porém o local aonde nós chegamos era tão previsível naquele momento. O local não era nenhum mundo paralelo totalmente esquisito ou uma toca de coelho que me levaria para um mundo com chapeleiros e rainhas más, mas sim apenas minha casa. Como a ação de assimilar tudo que estava ocorrendo demorou alguns minutos, o sol já tomava conta da cidade e se encontrava em seu ápice, mesmo que o sol transmitisse calor, era quase nulo por ainda ser um dia de inverno e por neve cobrir toda a cidade, principalmente minha casa. Em minha bolsa retirei o molho de chaves — Algo realmente estranho para uma pessoa tão antissocial ter chaves de vários locais. — E enfiei no buraco da fechadura girando no sentido anti-horário e finalmente destrancando minha casa. Rapidamente Luke seguiu em pequenos passos até a entrada da casa onde bloqueei a passagem com minha mão direita.

— O que foi?! Não temos muito tempo, Allyssa!

— Eu posso ir para qualquer lugar e até enfrentar anjos se for preciso, no entanto nem pensar que eu vou deixar um soltador de tinta entrar na minha casa e sujar tudo! — Corri até a mesa da cozinha voltando com uma revista que eu havia deixado para ler mais tarde ao jogar no chão. 

— Isso é realmente uma piada, não é? — Luke falou com certo desânimo ao se jogar na minha revista de moda feminina. Logo peguei com a ponta de meus dedos a lateral da revista e puxei o grande soltador de tinta com a revista até dentro de minha casa logo em seguida fechando a porta e trancando ela. 

 Andei com certa pressa pegando uma cadeira de minha cozinha e trazendo até a frente do gato. 

— Pronto, me diz o que você quer e esse seu "outro mundo".

— Bem, começo por onde? Ah, sim, apague o desenho que você fez de mim e eu acabo com sua raça, mestra queridinha que eu tanto amo. — A falsidade era notável na última frase dita pelo gato preto e a ameaça não se tornava tão perigosa quando vinha de um gato fofo. — Continuando, a senhora têm dons, minha mestra, dons que você sempre teve e sempre utilizou. Você criou vida, mestra, vida criada a partir do grafite e da tinta, e mesmo que você tenha o dom de criar, você tem o dom de acabar de modo indireto, acabar com nós, não exatamente você, mas algo que está dentro de seu coração e mente, e essa coisa, pode trazer ruína pro nosso mundo, e pro seu mundo. 

— E o que é essa coisa?

— Esse ser tem muitos nomes, porém nós o chamamos de... Tristeza, angústia, ódio, raiva e principalmente... Depressão. 


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