You and I escrita por Yas Keehl


Capítulo 1
Algo querido, sobre você e eu


Notas iniciais do capítulo

FELIZ ANIVERSARIO, NAT ♥ ♥ ♥
Essa semana tá corrida para um carvalho alado! Primeiro meu niver, depois o da Carol e agora o da Nat O.O (E dia 1° ainda tem temporada nova de SnK, mds, QQTACONTESSENO?!!)
Eeeenfim! Essa fic... Cara, eu tô num amor imenso com ela ♥ espero muito que você goste, PikaGirl ♥ eu fiz de coração, serio. E como dito na fic anterior, eu comecei ela desde o mês passado pra não atrasar, e essa ideia já estava formada na minha cabeça, e os personagens que se encaixaram perfeitamente nela foram esse couple lindo, Claudine x Fudou ♥
Espero muito que você goste, feliz aniversario ♥



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Faz tempo desde que estive aqui
Faz tempo, mas estou de volta à cidade
E dessa vez não partirei sem você

 

 

CF

 

 - Ok Claudine, pensa: se você fosse um livro de Química, onde se esconderia? 

  Ponderou falando consigo mesma ao massagear suas têmporas doloridas, olhando todos os ângulos de seu quarto a procura de sua apostila perdida no meio da bagunça que fizera para acha-la. Suspirou, nem reparou no caos que o cômodo se encontrava, mas por hora era melhor apressar-se em achar o dito cujo, precisava ir para o seu curso logo antes que se atrasasse. 

  Bebericou o café inalando o aroma doce que ele exalava, olhando torto para o livro em cima da mesa. Se perguntava em como poderia ter deixando-o dentro do box do banheiro, mas não lembrava nem o que comera no jantar, que dirá uma pergunta como aquela. 

 Depositou a louça na pia e apanhou a bolsa de ombro em mãos, deixando a chave na boca para pegar com a outra mão livre, seus óculos e coloca-los na fenda aberta entre os botões de sua blusa. Saiu apressada ao trancar a porta, caminhando ligeiramente até o ponto de ônibus, que não passava de alguns quarteirões de distância da onde morava. Sentou em um dos bancos e colocou os fones em seu ouvido, ouvindo uma música calma e aproveitou para checar as notificações em seu celular de mensagens e afins. Já eram 08:45, com um pouco de sorte e um motorista que não fosse lerdo, chegaria a tempo à universidade. 

 

Ele disse, sente-se de novo ao lugar onde você pertence
No canto do meu bar com seu salto alto
Sente-se no sofá onde fizemos amor pela primeira vez
E você me disse...

 

— Moça, com licença? Poderia me dar uma informação? - Perguntou o homem ao se aproximar de Crystal, mas ela pareceu não ter escutado e continuou jogando no celular um game cheio de doces. O homem exprimiu seus olhos sobre a mulher e a cutucou com um pouco de força para chamar-lhe a atenção, e conseguiu. 

— Sim? - Respondeu Claudine após olha-lo feio sentindo uma dor aguda em seu ombro. Ele forçou um sorriso sínico e finalmente falou com ela novamente. 

— Bom dia, poderia me dar uma informação? 

— Bom dia e, claro, do que se trata? - Redarguiu olhando em seus olhos em um misto de verde e cinza que lhe eram familiares, mas considerando os cabelos cheios e ondulados, e as roupas um tanto extravagantes para sua suposição, decidiu ignorar a lembrança que lhe veio à mente. 

— É sobre esse endereço - mostrou a ela um papel amassado com os dizeres do lugar - um cara me disse que era pra cá, mas eu já andei um tempão e não achei a rua certa. - Resmungou em um tom irritadiço que fez a inglesa rir de lado. 

— Eu entendo, as ruas de Londres confundem mesmo - admitiu ao lembrar-se das ocasiões onde errou o caminho da própria casa durante a noite - mas você está indo pelo caminho certo, apenas vire na próxima rua a direita e pronto, já está lá. 

 

(Há algo)
Algo, algo sobre este lugar
Algo sobre noites solitárias e meu batom no seu rosto
Algo, algo sobre o meu cara legal de Nebraska
Sim, algo baby sobre você e eu

 

 

— Sério? - questionou exibindo um olhar surpreso - Ah, menos mal, pensei que ia ter que voltar lá e dar um jeito no cara. - Brincou e ambos riram, por mais que Claudine agora achasse que ele era um bandido - Obrigado, de qualquer forma. 
Sua voz soava naturalmente preguiçosa e desinteressada, ele apenas acenou com a mão direita e seguiu para o caminho que lhe foi proposto, sem notar o olhar de Claudine a acompanha-lo. Uma blusa de moletom de um tecido fino na cor rosa, uma camisa preta e branca listrada e, uma calça de um verde muito feio, ao ver da garota. Cabelos cheios, ondulados em um tom de castanho claro. Apesar de seus dados físicos lhe lembrarem um pouco seu grande amor do passado, Crystal podia afirmar com toda certeza que Fudou jamais usaria uma calça como aquela, nunca, nem por ordem da rainha da Inglaterra isso aconteceria. Riu consigo mesma com sua própria constatação, notando que ele já havia cruzado a esquina e longe do alcance de seu olhar.  

  Ao longe o transporte se aproximava vagarosamente do ponto. Juntou novamente suas coisas abaixo do braço e deu um breve sinal de mão para que o motorista parasse e assim que isso se sucedeu, ela adentrou. Foi direto para o último banco e sentindo-se, pela música melancólica que tocava em seu celular, estar em um vídeo clipe; Claudine sem querer direcionou seus pensamentos para alguém em especial: seu namorado, talvez apenas ex agora pelas circunstâncias, Fudou Akio.

 

Faz dois anos desde que deixei você ir
Não podia ouvir uma piada ou rock n' roll
E carros potentes atiraram um caminhão através do meu coração

 

 Adoraria ter ido com ele para sua cidade atual, a distância realmente era terrível nessas horas. Lembrava-se com um sorriso de suas brigas bobas, os banhos que tomaram juntos, ás vezes em que ele atrapalhava suas leituras para roubar-lhe um beijo, os eu te amo's, as noites de amor, suas piadas sujas... E as surpresas dele para ela. Teve que se controlar para não rir ao lembrar-se do presente dele em seu aniversário: um bolo sabor "Akio" (ele, de algum jeito se enfiou lá dentro do bolo enorme como cobertura para surpreendê-la) e uma música de composição própria ao som sensual de uma guitarra, completamente nu.  Suspirou deixando a cabeça superficialmente encostada na janela, doía saber que ele estava tão longe de si.

 

No meu aniversário você cantou "Heart of Gold"
Com o barulho da guitarra e sem roupas
Desta vez não partirei sem você

 

 E em como ela sentia falta de suas loucuras. 

 

C & F

 

  Os olhares curiosos sobre si o faziam se sentir um galã de novela, pela primeira vez em sua vida. Não conseguia desmontar o sorriso presunçoso em seus lábios. 

  Ele havia mudado muito, disso tinha plena consciência, tanto fisicamente quanto em sua (ex) personalidade rebelde. E o cheiro de carne nova no bairro realmente chamava a atenção da pequena vizinhança daquela parte da Inglaterra (perguntava-se até hoje como Claudine havia ido parar tão longe de si), principalmente de jovens moças que cruzavam seu caminho e quase o despiam com os olhos. Era uma pena que, tecnicamente ele já era comprometido, e estava lá justamente por conta disso.

 Por ela: seu amor não esquecido e mal resolvido, voltou para cumprir sua promessa e voltar para Nebraska, mas não voltaria sem ela. 

 

Você e eu, você, você e eu
Você você e eu, você, você e eu
Você e eu, você, você e eu
Querido, preferia morrer sem você e eu

 

 Checou novamente o número da casa, e revirou os olhos. Havia passado direto e nem notou, teria que voltar tudo de novo para encontra-la. Xingou tudo o que tinha pra xingar em pensamento e deu meia volta à procura da casa que havia despercebido. 

C & F

 

  Atravessando o campus como um trem bala desgovernado, sentindo pena das pessoas que entravam em seu caminho e eram quase levadas por sua pressa: era nesse estado que Claudine se encontrava. Era maravilhoso para ela voltar à sua cidade natal e cursar a carreira no colégio de seus sonhos, um dos mais renomados de Londres. Já fazia dois anos desde que tinha se mudado para lá e, apesar de ter de deixar muitas coisas preciosas para trás, era satisfatório ser a primeira da classe em sua turma, possuir seu próprio apartamento com tão pouca idade e o que mais adorava, ter sua independência na palma de suas mãos, livre de qualquer aborrecimento. Não podia negar o cansaço que aquela rotina de casa, curso e estágio lhe davam, mas era gratificante saber que seu futuro estava totalmente garantido, financeiramente falando. 

 Deixou os livros de outras aulas dentro do armário e correu para a sala, estava dois minutos atrasada. Por sorte, o motorista não foi tão lerdo como imaginou que era. 

C & F

 

  O cheiro dela estava impregnado naquela casa, nos móveis, nas flores, nas roupas, em tudo. Akio inspirou todo aquele ar e soltou aos poucos, deixando um sorriso dormente e impensado nascer sobre seus lábios. As coisas estavam arrumadas do jeito dela, e era uma pena que não haviam fotos suas em lugar algum, fotografias expostas em quadros havia se tornado um costume ultrapassado, e por isso não se surpreendia pela falta deles. Deu uma olhada por todos os cômodos, após conseguir entrar ao encontrar uma chave reserva de baixo do tapete. Totalmente previsível da parte de Claudine. Fuçou em tudo, inclusive em seu quarto. Tomou a liberdade de, até mesmo preparar um café com biscoitos e esperar por ela, depois de algumas horas, assistindo TV na comodidade de seu quarto.

C & F

  Bocejou enfiando a chave no trinco e dando boa noite para uma vizinha que acabava de tomar o elevador. Abriu a porta e retirou os sapatos na entrada - aquele costume ela não conseguiu deixar no Japão -, e assim que pôs os pés para dentro, ouviu o barulho do televisor no quarto.

 

Temos bastante dinheiro mas ainda pagamos aluguel
Porque você não pode comprar uma casa no paraíso
Há apenas três homens que servirei por toda minha vida
Meu pai, Nebraska e Jesus Cristo 

 

  Apavorou-se. Pegou em posição de ataque a vassoura próxima à entrada e caminhou cuidadosamente até lá, ouvindo os barulhos de dentro da casa tornarem-se mais nítidos à medida que se aproximava. Estava para cruzar a cozinha quando viu ninguém mais, ninguém menos que; o homem da calça verde horrível. Obviamente ela se assustou tanto quanto ele ao vê-lo com um biscoito na boca, pronto para sair. 

— Você invadiu minha casa?!! - Tentou acerta-lo e ele desviou procurando um jeito de pegar o objeto e tirar de sua mão, deixando o biscoito cair ao tentar se explicar: 

— Ei, ei! Espera! 

 

(Há algo)
Algo, algo sobre essa caça
(6 Anos inteiros)
Sou uma mulher de Nova York que nasceu para alcançar você
Ainda quero meu batom em seu rosto
Há algo, algo sobre apenas saber o que é certo

 

— Eu vou ligar pra polícia! O que você quer aqui?! Como conseguiu entrar?! Os porteiros deixaram? Isso é um absurdo! - A cada pergunta feita em uma velocidade incrível, era mais uma vassourada que o homem tentava se esquivar, rindo. Ela não perdeu a mania das "mil perguntas em três segundos" que tinha o costume de fazer quando estava nervosa. -  Argh, por que raios você está rindo?! 

— Claudine, sou eu! - Ela congelou no lugar ao ouvir seu nome, com os olhos ainda mais arregalados. 

 

Então, façam um brinde para Nebraska, para Nebraska, Nebraska, te amo

 

— Você... Mexeu nos meus documentos?!! Ahh, agora você vai ver... 

— Não! Me escuta, sou eu! - Por algum milagre, ele conseguiu segurar o cabo da vassoura antes que ela fizesse contato direto com sua cara. - Fudou, lembra?  

  O sorriso que ele lhe lançou era realmente inconfundível. Lentamente ele foi desarmando-a quando Crystal afrouxou as mãos sobre a vassoura em visível surpresa, puxando-a de sua mão e a encostando em um lugar bem longe, para não correr o risco de a inglesa se enfurecer de novo e bater nele quando estivesse distraído. 

— Não acredito que era mesmo você no ponto de ônibus... - Esperou alguma reação dela, mas muda Sophia permaneceu o encarando - Eu até pensei que fosse, mas ia ser coincidência demais - coçou atrás da nuca - e o seu cabelo ficou tão grande e bonito que, eu nem... 

 

Você e eu, você, você e eu
Querido, eu preferia morrer
Sem você e eu
Você e eu, você, você e eu
Querido, preferia morrer sem você e eu

 

 O choque do corpo dela contra o seu o assustou, principalmente quando ela envolveu os braços em si com tamanha força, que o fez tombar pra trás e literalmente, cair no chão. 
— Você voltou... - Sussurrou contra o seu peito. Akio, ainda meio trêmulo por alguma razão, demorou a correspondê-la, mas a abraçou também afagando seus cabelos ternamente. 

— Eu quase morri de saudades... - Sussurrou para ela de volta, sentindo sua camisa um pouco molhada agora, ouvindo seus murmúrios - Aquela cidade é um inferno sem você. 

— Seu imbecil, já fazem dois anos! - Afastou-se dele, levantando e assim que ele fez o mesmo, deu um digníssimo tapa em sua cara - Cachorro, espero que você não tenha ficado com ninguém lá! 

 Akio riu um pouco, enxugando com a ponta dos dedos as lágrimas que inundavam seus olhos.

— E você acha que eu consigo? – Expressou propositalmente rouco – Lá tem varias garotas bonitas, e até davam em cima de mim, mas fazer o que se é você que eu amo? –Sentiu seu corpo ser pressionado com mais força - Eu vim aqui justamente pra te buscar. - Apertou em seus ombros, a olhando seriamente - Arruma suas coisas, vamos embora. 

— O... Q-que? – Soltou-se de seus braços, com uma visível expressão de confusão no rosto.

 Fudou suspirou, foi até a pia e do escorredor de louça, já pegou um copo e encheu d'água para dar ela. Ia ser difícil convencê-la. 

— Eu já comprei as passagens e só preciso renovar o seu visto, se a validade tiver acabado. - Explicou a ela enquanto Crystal lhe lançava um olhar aturdido, ainda com o copo em mãos - Nós vamos pra Nebraska, é lá que eu tô morando agora - ela abriu a boca pra falar, e ele já a interrompeu - já pode esquecer a ideia de negar o que eu estou dizendo. Eu não aceito não como resposta. 

 Apenas o sorriso insolente de Fudou já a desarmou por completo, mas precisava ser firme ainda. Ela tinha uma vida ali, jogar tudo para o alto daquele jeito era loucura! 

— Fudou, e o meu apartamento? E minha faculdade? Eu não... Posso deixar tudo pra trás assim... - Vacilou a voz e o olhar por um instante, o suficiente para Akio notar que ela realmente queria ir, mas por controversas particulares, ainda excitava. 

— Você começa a estudar lá, eu faço sua transferência hoje mesmo e cancelo seu contrato com o síndico, mas vem comigo. Eu não vou sair daqui sem você - afirmou, sua voz grave e aquela intensidade em seu olhar eram novidades bastante intrigantes para Claudine. Ele se aproximou rapidamente dela, retirou o copo de sua mão o depositando sobre a mesinha de tampo de granito, e completou: 

— É uma promessa. 

 Dito isso, prendeu-a entre seus braços apostos em sua cintura e a ergueu sobre a mesa, sentando-a ali para iniciar o melhor beijo de suas vidas. Ele a pegou com tanta ferocidade e desejo que, era como se não fizessem isso há anos - o que não deixava de ser verdade -, de qualquer forma. Suas línguas se emboscavam uma na outra violentamente, e rapidamente o ar fez-se necessário.

 Encararam-se fixamente, arfando copiosamente naquele ato. 

— Me ajuda a arrumar as malas? 

— Claro. 

— Então vamos. 

 

 

Faz tempo desde que estive aqui
Faz tempo, mas estou de volta à cidade
E dessa vez não partirei sem você


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Notas finais do capítulo

Tenho que adicionar You and I a minha playlist de Fudoudine ♥
Espero que tenham gostado ♥ *-* Principalmente você, Nat! >,<
KYSSUS!!! ^.~/



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