Assim que o Dr. Aurelios saiu do quarto de Katniss, uma enfermeira entrou, lhe aplicando seus remédios e trocando seus curativos. Peeta observava cada detalhe do rosto de Katniss, parecia querer gravar cada detalhe de seu rosto, em cada ângulo, a beleza de Katniss só crescia.
— Esses remédios te darão sono, mas vão aliviar a dor. - A enfermeira lhe explicou. -" Seu namorado quase deixou nossa equipe louca, dizendo que tínhamos que salvar você, até parecia que estava morrendo." - a enfermeira riu, Peeta ficou vermelho.
— Não somos namorados! -  Explicou Katniss, a enfermeira que lhe olhou com incredulidade. - "Nos conhecemos hoje no acidente."
— Hummm que maneira mais triste de se conhecer alguém tão bonito.
A enfermeira piscou para o Peeta e saiu.
— Nos conhecemos hoje cedo, mas podemos ser amigos.
— Não sou boa com amizades.
— Mas não custa tentar! - Katniss tentava ser o mais seca possível com aquele homem incrivelmente atraente e de sorrisos galantes. - Você ouviu o Dr. vou ser o seu babá e você poderia facilitar minha vida conversando um pouco comigo, te garanto que posso fazer a sua estadia aqui nesse hospital menos tediosa.
— Me desculpe, vou me esforçar, só que não sei muito bem conversar.
— Vamos aos poucos, tipo cor favorita?
— Está brincando comigo? - Katniss parecia um pouco brava e desconfortável com aquela conversa.
— Não! Estou puxando assunto. - Peeta fez sua melhor cara de inocente e tentou cativar Katniss, ele viu que ela era difícil, mas ele adorava um desafio.
— Verde, gosto de verde.
— Verde é uma bela cor.
Eles conversaram amenidades até Katniss cair no sono, Peeta aproveitou esse tempo para ir na casa de sua mãe e a levou ao aeroporto, e passou no seu apartamento e pegou algumas coisas para passar a noite com sua nova amiga.
.......

— Você vai passar a noite aqui?
Katniss perguntou assustada ao acordar e dar de cara com um Peeta de cabelos caídos na testa e roupas largas, um travesseiro e um edredom.
— Sou o seu babá, já lhe foi avisado.
— Acredito que você tem coisas melhores para fazer, não precisa ficar aqui, vou ficar bem sozinha.
— Não, preciso me redimir com você, seu tratamento será vip, serei seu súdito.
Peeta lhe fez uma reverência.
— Você não é normal! - Peeta deu um leve sorriso.
— Está com fome?
— Essa comida de hospital é terrível.
— Gosta de pizza?
— Amo, mas...
— Vou pedir uma, você quer qual sabor ?
— Não dá pra entrar com pizza num hospital.
— Não duvide de Peeta Mellark, você gosta de verde, deve amar verduras, pode ser meia rúcula com tomates secos e portuguesa?
— Você definitivamente não é normal, você não vai conseguir trazer uma pizza pra cá.
— Não só a pizza mas também a coca-cola, dúvida?
— Claro.
— Se eu conseguir o quê eu ganho de você?
— Meu respeito. - Peeta riu da acidez de Katniss.
— Quero que você se abra mais comigo, e possamos ser amigos, que tal? Não estou pedindo muito. - Katniss pensou e assentiu, Peeta ligou para a pizzaria, fez as enconendas e desligou.
— Então, quando posso ver o Raul?
— Raul? Quem é esse?
Peeta sentiu um leve desconforto, ao pensar que Raul era algum namorado de Katniss.
— Raul é meu carro!
— Ual, seu carro tem nome, legal. Acho que o estrago foi grande pra fazer um concerto, te dou outro.
— Não quero outro, meu Raul é da familia.
— Então vamos concertar ele, fique tranquila, tudo dará certo no final.
— Você não parece ser irresponsável no trânsito, você não viu mesmo o sinal fechar?
— Não, estava abrindo um bolinho do Starbucks e me distrai.
— Era de chocolate pelo menos?
— Sim, mas ele ficou todo amassado na minha camisa, não consegui dar uma mordida.
— Bem feito!
Katniss riu da fisionomia de Peeta.
— Olha, você tem um pouco de senso de humor.
— Não sou tão ruim assim, e estou com fome, e já reparei que não vou me ver livre de você até amanhã, então...
— Nossa pizza chegou, vou lá buscar.
— Ainda duvido que você consiga, mas o que vale é a intenção!
— Vou sair por aquela porta e voltar com uma pizza e uma coca e você vai ter que me dar um beijo.
— Você é sempre tarado assim ou só nas segundas-feiras?
Katniss exibia aquela mesma carranca que fazia o coração de Peeta falhar uma batida.
— Não seja tão dura comigo! Vou lá.
Peeta saiu, Katniss aproveitou esse tempo e foi ao banheiro. Quando saiu do banheiro encontrou Peeta sentado no sofá, com a pizza e a coca-cola no criado mudo da cama onde Katniss dormia, com o controle da tv nas mãos zapeando pelos canais.
— Você prefere filmes, séries, esportes, programas de culinária ou reality show?
— Você é inacreditável! Katniss estava incrédula.
— E você me deve um beijo, e sua amizade eterna. -Lá vem de novo aquele sorriso no rosto de Peeta que fazia o coração dela acelerar.
— Quem está jogando hoje? Você já tem minha amizade, e o beijo fica só se a pizza estiver boa e não me fizer mal.

Peeta se surpreendia cada vez mais, Katniss tinha um gosto parecido com o seu, gostava das mesmas bandas de música, filmes e amava futebol, tanto que sabia o nome de todos jogadores do seu time, qual era os próximos jogos e como estava a tabela do campeonato. Ela tinha uma casca tímida, mas por dentro era muito divertida, sua beleza exterior era divina, mas o quê ela se mostrava por dentro era surpreendente.
Katniss nem reparou, quando se viu, estava conversando e brincando com Peeta como se fossem amigos de longa data, eles tinham muito em comum, e Peeta cativava, ela fez uma nota mental para ser mais cautelosa com ele, ele era bem galante e ela não quis se envolver.
— Já são duas da madrugada, preciso te deixar dormir.
— A hora passou muito rápido, é normal estar tão frio assim nessa época do ano?
Katniss tremia de frio em baixo do fino cobertor oferecido pelo hospital.
— Estamos no Outono, aqui na capital as noites são bem frias, vou ai esquentar você.
Katniss sentiu suas bochechas corarem.
— Nem pensar, não vou dormir com você.
Peeta já tinha levantado e jogado seu edredom em cima dela.
— Você é muito careta, não vai acontecer nada, só vamos dormir, também estou com frio.
Peeta se aconchegou ao lado dela e ficou encarando seus belos olhos cinza.
— Você é louco, terrível, inacreditável e folgado. Não deixei você vir pra cá.
— É um mal necessário pra nos dois, você está congelando e eu também.
Peeta sorria e cobria Katniss.
— Minha obrigação aqui é te deixar confortável. Vamos dormir, durma bem Katniss.
— Boa noite.
Ele deu um beijo nos seus cabelos e um grande passo pra dentro do coração dela, dormiu feliz com um sorriso bobo no rosto, e ela ficou desconfortável por tanta aproximação e tentou ficar bem encolhida com o corpo longe do dele, mas logo caiu num sono profundo sentindo o cheiro e o calor de Peeta Mellark.