Peeta acordou procurando o calor e o cheiro do cabelo de Katniss, mas só encontrou seu travesseiro. Ele se levantou, viu que já passava das 6h da manhã. Eles tinham passado o resto da tarde de domingo e uma parte da noite fazendo amor, aproveitando da companhia um do outro. Ambos queriam esquecer os últimos acontecimentos e permanecerem na bolha de amor, ternura e paixão que construíram. Ele se encaminhou para o banheiro a procurando, mas viu que os produtos de higiene pessoal da morena não estavam mais no lugar costumeiro. Foi correndo ao closet e este também se encontrava vazio e a mala dela já não estava mais lá. Ao voltar para o quarto notou no embolado de cobertas um bilhete.

"Me desculpe, mas preciso de um tempo longe para me acalmar, sei que você não teve culpa, mas me sinto profundamente humilhada, e não quero brigar com você. Acredito que esse tempo vai ser bom pra gente. Se nosso amor for puro e forte vamos ficar juntos novamente. Agora, por favor, cuide da saúde da sua mãe. Dedique esse tempo a ela. Não vou descumprir com o nosso combinado, daqui a pouco eu volto, vou ficar na casa da Johanna. Irei morar com ela e trabalhar com elas na escola.
Espero que quando eu voltar, sua situação com a Delly já esteja resolvida e assim, nós possamos dar seguimento ao nosso relacionamento. Eu te amo muito. Não esqueça disso! Até breve. Com amor, Katniss Everdeen.”

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— Se anime garoto, você passou a maior parte dos últimos três dias dentro do quarto com a mulher que ama! Não deixe que sua mãe e a "vacadelly" estrague seu relacionamento.

— Elas já estragaram, Haymitch!

— Então corra atrás garoto, se você a ama de verdade corra atrás dela, e mostre que nada pode abalar seu amor por ela. Peeta ficou perdido em pensamentos, lembrando de cada detalhe do rosto dela, do seu gosto, do seu sorriso. De como corava quando ele admirava seu corpo nu, e como ela se arrepiava quando a tocava. Ao se lembrar de tantos momentos juntos, de tanta felicidade que ele sentia, seu peito se comprimiu mandando lágrimas para seus olhos. Ele desceu do carro e se encaminhou para o quarto aonde sua mãe estava internada. Ao chegar lá encontrou com Finnick jogado no sofá e sua mãe dormindo tranquilamente.

— Hei, acorde! Quer ir para casa?

— Mano, eu que dormi aqui e você que está com essa cara de morto. O que aconteceu?

— A Kat... - Peeta lutou contra as lágrimas, gaguejou, e perdeu a batalha deixando as lágrimas escorrerem livremente por seu rosto. Finn lhe deu um abraço reconfortante, tentando dar apoio ao irmão.

— Calma cara, vamos tomar um café e um ar.

— Ela me deixou Finn, como vou sobreviver sem ela? Como vou conviver com essa dor no peito? Sinto que vou morrer a qualquer hora.

— Chora mano, descarrega tudo isso. Segurar essa emoção toda só vai te fazer mal. – E, assim Peeta chorou no colo do irmão. Ele sentia que sua mãe estava acordada e fingia que dormia. E assim que se acalmou um pouco Finn o levou para a cafeteria do hospital.

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— Delly! Deu certo. Aquela mulherzinha foi embora.

— Que bom sogra, pensei que não conseguiria. Ele estava tão do lado dela que fiquei até com medo.

— Pelo visto ele gostava muito dela mesmo, ficou aqui no quarto chorando no ombro do Finn durante meia hora. Estou preocupada com ele.

— Deixa a poeira abaixar que vou consola-lo.

— Seja esperta e tente engravidar dele dessa vez. Meu filho é super político não vai deixar um filho dele ser taxado de bastardo.

— Vou me esforçar, daqui a pouco vou te visitar. Dê um jeito de segurar o Peeta aí...

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— Seu filho da puta, estava extremamente preocupado com você. E você fazendo cena, tem certeza que a mamãe estava acordada?

— Você é muito tapado, claro que estava, quando cheguei a vi com um olho aberto, espiando quem estava chegando na porta. O que o médico te disse?

— Que ela está fora de perigo, que os exames não deram nenhuma alteração e que a saúde dela é de ferro.

— É como você disse, ela está querendo tirar a minha atenção da Katniss e pôr nela, só que eu tenho um plano para aceitar a Kat e você vai me ajudar.

— Não quero me envolver nas suas loucuras... Mentira quero sim, fala aí o que você tem em mente. Quero ver o bicho pegar!

— Mamãe precisa ver como eu sou dependente do amor da Kat. Vou deixar a barba crescer, ficar uns dias sem banho. Me fingir de bêbado e ficar encafifado no meu AP.

— Mamãe vai mandar a Delly te consolar, até parece que não sabe.

— Sim vai mandar, só que já deixei avisado no prédio. Delly não pode entrar no meu prédio e se aparecer por lá, é para chamar a polícia, como fiz um B.O contra ela, não pode estar perto de mim e sabe muito bem disso.

— E se, mesmo assim ela conseguir entrar lá?

— Tem a Johanna que, está como meu cão de guarda e a Sae que agora vai ficar morando no apartamento. É importante a mamãe não ir para a casa dela.

— Você é um vagabundo, vai ficar esse tempo todo fora do escritório?

— O que eu puder fazer pelo notebook em casa, vou fazer. E já deixei muita coisa ajeitada pra Effie. Haymitch vai para o Distrito 12. Não se preocupe está tudo no esquema.

— E quem vai cuidar da mamãe enquanto você está num buraco e eu trabalhando?

— Annie!

— A amorinha sabe desse seu esquema? Por que tenho certeza que ambas vão se matar e eu não quero minha esposinha triste com as grosserias da sua mãe!

— Anne já pegou umas aulas com a Joh e está mais forte, vai dar tudo certo se todos nós colaborarmos.

— Ai de você se não der! Agora vai lá continuar seu show que eu vou trabalhar seu traste.

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Peeta entrou no quarto e encontrou sua mãe acordada. Alma se assustou ao ver seu filho com a barba, de um dia sem fazer, com olheiras profundas, os olhos encharcados, nariz escorrendo. Com certeza aquele homem que estava em sua frente era um fantasma do que seu "bebê".

— Meu amor, o que você tem? - Peeta correu para o colo de sua mãe e tentou explicar a ela, mas seus soluços eram tantos que Alma não compreendia nada. - Calma meu amor, respira filho, conte pra mamãe com calma o que aconteceu.

— E-e..eu...conheci...eu...a amo...mãe, eu não consigo! - Peeta soluçava, Alma ficou em pânico.

— Meu amor, mamãe quer te ajudar, mas assim fica difícil.

— Katniss, eu a amo mãe!

— Como você tem certeza meu anjo, faz pouco tempo que você a conhece.

— Eu me sinto sem ar quando ela está longe mãe, meu peito dói tanto. Eu não posso viver sem ela mãe, eu não consigo. - Peeta sentia que quase estava amolecendo o coração da sua mãe.

— Meu amor não fale assim, mamãe está aqui e vai cuidar de você...

Naquela tarde quando Alma teve alta, Annie foi buscar a sogra, como Peeta ficou todo o momento com Alma no quarto ela não conseguiu avisar Delly e solicitar uma visita no hospital. O que mais surpreendeu Alma foi que Annie não a levou para sua casa, mas sim para o apartamento do filho mais velho.

— Por que você me trouxe pra cá, quero ficar na minha casa.

— Eu vou cuidar da senhora, e aqui é mais perto do apartamento do Peeta e se algo acontecer, Mags prontamente vai me avisar na escola.

— Na minha casa tenho meus empregados, não preciso ficar aqui, ainda mais com uma mosca morta como você.

— Ô sua velha, não foi eu quem deu chilique e fingiu um derrame, e nem foi eu que tomei essa decisão, me ajude a te ajudar. Quanto menos tempo a senhora passar aqui melhor para mim, então se recupere logo e saia da minha casa. - Annie deixou Alma bufando no quarto de hóspedes.

— Sua mãe já está mostrando suas garrinhas, de doente só tem o caráter.

— Ei cunhada, não fale assim!

— Desculpe, já tem notícias da minha amiga?

— Ela já chegou, vou dar espaço para ela.

— E você está um lixo. Como consegue ficar assim?

— Vou ficar pior, não consigo ficar longe da minha Kat. Agora que conheço o sabor do céu, não me contento com mais nada. Vou ficar aqui até anoitecer.

— Vai lá ficar com a sua mãe amorosa, vou trabalhar. Ah, vou avisar na portaria que Delly também não pode entrar aqui.

— Você é a melhor cunhada do mundo. Obrigado. Annie se foi, e Peeta foi ficar mais um pouco no colo da mãe, sustentando seu papel de coitadinho abandonado.