- Ele não fez isso. – Olhei o jornal novamente para ter certeza que tinha visto direito. Sim, estava certo. Quer dizer, errado. Ou melhor, eu só não acredito que ele tenha feito isso.

- Se acalme, B., já convoquei uma coletiva para você explicar toda essa história. – Serena sempre foi minha melhor amiga. Hoje, ela também ocupava o lugar de empresária. Eu tinha que dar um jeito naquele garoto. Ele estava começando a ficar totalmente neurótico. Eu não sabia que ia ser assim da primeira vez que fiquei com ele. Quer dizer, eu estava meio bêbada, vi aquele cara que, mesmo não gostando de admitir, era um verdadeiro gato e fiquei com ele. Não vejo ele faz quase um ano, só vejo as várias mentiras que ele publica em jornais, sites, revistas, etc. Ódio? Não, eu apenas queria cortar ele bem devagar e depois jogá-lo em uma piscina de álcool. Ou álcool e sal. É também parecia bom. Chuck Bass. Um cara que me persegue há um ano. Ou 12 meses. Ou 48 semanas. Ou 365 dias. Ou 8.760 horas. Ou 525.600 minutos. Ou... quer saber, vocês me entenderam.

Sou Blair Waldorf, mas obviamente você já sabe disso. A música é minha vida. Compor é meu hobby e fazer show para milhões de pessoas é meu passatempo. Sempre lidei bem com a impressa, com os paparazzi e nunca me importei com os eu publicam nos jornais. Isso até um ano atrás. Ou 12 meses... ok, parei.

Desci do carro e passei pelos fotógrafos. Entrei na sala da coletiva e encarei os repórteres da maneira que sempre fazia. Hoje, eles estavam realmente agitados. Pareciam com sede de sangue. Do meu sangue.

- E então, Blair, queria ser o porta voz de todos que estão aqui e fazer a pergunta da noite: você realmente não tem nada com Chuck Bass? – resolvi me fazer de desentendida.

- Desculpe? Chuck quem...? Ah, é claro, o Bass. Vou repetir pela milionésima, e com sorte última vez: eu não tive, não tenho nem nunca terei nada com Chuck Bass. Não posso ter algo com uma pessoa que sequer conheço. – Dei de ombros. O pior das coletivas era não poder entrar lá dentro de óculos escuros. Os flashes das câmeras eram realmente cegantes. Tive mais umas 500 perguntas desse tipo. Respondi todas praticamente da mesma maneira. O resto delas foi fácil. A maioria foi sobre minha turnê mundial. Algumas sobre o novo CD e é claro, várias sobre outro aspectos da minha vida pessoal.

- Blair, eu tenho uma noticia boa e ruim para você. – vi a Serena correndo no meio dos fios dos bastidores da coletiva na minha direção.

- Então fale. Preferencialmente, só a parte boa. – Chega de notias ruims, meu Deus!

- Você foi convidada para apresentar o International Singers Meeting. – OMFEDSG!

- Fala sério, você só pode estar brincando! – ela não parecia tão animada quanto deveria estar. Afinal, era o ISM! Uma conferencia de 5 dias com os maiores músicos do mundo! Quer dizer, só estar lá já é uma honra, apresentar é praticamente impagável. - Você não parece muito animada.

- É que, bem, tem a parte ruim. – alerta vermelho. Ela cruzou os braços. A coisa deveria ser mais séria o que eu imaginava. – Quem vai apresentar com você é o Chuck Bass. – Cho-quei.

- Blair, quer uma água? – quando eu conseguir me mexer talvez.

- Não, que tal veneno? – Ela me encarou completamente espantada. Adorava fazer isso.

- Calma Blair vai ter câmeras e várias pessoas, você pode fazer isso. – é claro que eu podia. Veneno não parecia uma má idéia se pensar bem.

 - Quais são minhas opções? – além de me matar, é claro.

- Segundo os produtores da ISM, aceitar ou não. – Nossa, quantas alternativas.

(  ) Aceitar

(  ) Recusar

(X) Me Matar

Eu tinha 7 dias para decidir se eu encontraria o Diabo ou Chuck Bass. Decisão difícil, muito difícil.

- B., chegou isso para você. – Serena chegou, sem bater na porta, me estendendo um papel. Quando vi as letras CB no canto, realmente pensei que o Diabo poderia não ser tão ruim assim. Peguei o papel e fiz sinal para S. sair. Ela não precisava ficar ali, já tinha lido.

“Eu sabia que não aceitaria o convite da ISM. Tudo isso é medo de não resistir a mim? Eu não mordo. Só se você pedir, é claro.

C.”