Happier escrita por


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Pensando no sequestro de Jane e Oliver e querendo (muito, muito mesmo) juntar Jeller, imaginei uma cena e aí está.

PS: o nome Happier era/é uma referência à musica do Ed, porém enquanto escrevia resolvi não fazer nada angust como era minha idéia inicial, mas algumas referências ainda podem ser encontradas ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/729204/chapter/1

São necessárias cerca de 5 cervejas para levar um homem a ir até a casa da mulher que ama, e assim que abriu a quarta, Kurt Weller sabia o caminho que seus pés estavam tomando naquela noite.

* * * * * *

− Acho que ainda não agradeci o suficiente por tudo o que fez por nós hoje. − diz Oliver respirando fundo, aliviado por estarem bem afinal de contas. − Você foi incrível.

− É apenas o meu trabalho, e o team foi incrível. − emenda Jane sorrindo brevemente. − E você com certeza já agradeceu o suficiente. Umas 3 vezes, contando com essa.

− Obrigado − começa ele imediatamente recebendo um olhar de Jane, mas continuando mesmo assim. − .. por todos os jantares e momentos divertidos. E ah, só mais uma coisa. − diz Oliver colocando a mão no bolso e tirar algumas tiras de tickets. − Pegue aquele tubarão. − ele entrega os tickets para ela. − Você merece.

− Obrigada. − Jane sorri mexendo os tickets em sua mão. − E tente não se meter em mais nenhuma encrenca por ai. − completa rindo levemente.

− Ter o número de uma agente do FBI na discagem rápida me garante algum privilégio? − pergunta Oliver em tom de brincadeira, que ao ganhar um olhar de censura, levanta as mãos em sinal de rendimento.

− Não que eu estivesse pensando em me aproveitar disso, é claro. − justifica-se ele, sorrindo e dando de ombros com uma falsa cara de decepcionado, o que faz Jane rir.

− Nos vemos por aí? − diz Oliver quebrando um curto momento de silêncio e Jane confirma com a cabeça, concordando com ele. − E tente não se meter em nenhuma encrenca você também. − ele diz repetindo a frase que ela havia dito a ele, fazendo-a rir, enquanto assente novamente com a cabeça, concordando.

Jane observa o carro e a medida que se afasta, lembranças do tempo que passaram juntos, invadem sua mente. Todas as noites jogando Skee-ball afim de conseguir tickets o suficiente para trocar por aquele tubarão de pelúcia, fizeram Jane se divertir e de alguma forma se desligar mesmo que por pouco tempo de toda a turbulência que enfrenta todos os dias no FBI.

Haviam sido momentos realmente ótimos, mas o que faz a cabeça de Jane subitamente balançar em sinal negação enquanto um sorriso nasce em seus lábios, não é Oliver e nenhum momento com ele, mas a constatação de algo que sempre insistiu em surgir e não sair de sua cabeça. Pensamentos esses, que muitas vezes levaram Jane a se culpar, pois mesmo estando com Oliver, ela não estava 100% ali, porque por mais que tentasse, o homem que não saia de seus pensamentos, era aquele que há alguns dias atrás, havia se mostrado preocupado (ou seria ciúmes?) com quem ela estava se envolvendo, mas que ao mesmo tempo, não queria impedi-la de nada e nem que ela mudasse seu jeito de ser pelas desconfianças dele.

“Você sempre procura o melhor nas pessoas.
É uma das coisas que mais gosto em você”

Sem nenhum motivo aparente, o olhar de Jane divaga para o outro lado da rua e no mesmo momento, uma brisa leve e fresca bagunça os cabelos dela, preenchendo o ar com um perfume familiar que sente toda manhã quando se reúne com o team no FBI. Aquele que muitas vezes havia feito seu coração palpitar e que no momento, estava fazendo borboletas se agitarem em seu estômago.  

−  Kurt? −  pergunta Jane para a silhueta do homem parado do outro lado da rua. Ao ouvir sua voz, ele se vira para ela. −  O que está fazendo aqui?

− Queria me certificar de que você estava bem. − responde ele atravessando a rua. − De que chegou bem em casa e ninguém te raptou no caminho. − sorri ele ironicamente.

Após serem resgatados, Oliver havia pedido para conversar com Jane, então os dois haviam ido jantar e Kurt não havia tido muito tempo com ela.

− Há quanto tempo está aqui? − questiona Jane com um meio sorriso curioso nos lábios.

− Alguns minutos. − mente ele, fazendo um sorriso surgir nos lábios de Jane por percebendo a desculpa que ele estava tentando formar. − Ok, talvez um pouco mais. − completa Kurt, levando ambos a rir.

− Obrigada. − agradece Jane, referindo-se a tudo, desde a busca que o team havia feito por eles até a preocupação de Kurt com o bem estar dela.

É apenas o meu trabalho. − ele sorri ao repetindo a frase que ela havia dito ao Oliver, fazendo-a ficar surpresa por ele ter ouvido. − E eu faria tudo de novo, mas sou obrigado a concordar com seu namorado, tente não se meter em nenhuma encrenca. − diz com um sorriso tentando disfarçar o nó em sua garganta. − Por favor, chega de sequestros.

− Não posso prometer, mas farei o possível. − diz Jane exibindo um sorriso sincero e continuando após alguns instantes. − E Oliver e eu-- − Kurt a interrompe impedindo-a de continuar.

− Você não precisa explicar... − começa ele sentindo o nó se fechar ainda mais em sua garganta porque embora estivesse realmente feliz por vê-la feliz, encarar o fato de que agora o sorriso no rosto de Jane não era por sua causa, doía. − Você parece feliz e ele está te fazendo bem, espero que-- − antes que ele continue, é a vez de Jane de interrompê-lo.

− Oliver não é meu namorado. − Jane ri levemente de como a palavra namorado, referindo-se a Oliver havia soado estranha na boca de Kurt. − Não mais. − completa ela sorrindo ao lembrar dos pensamentos sobre ele que haviam invadido sua mente e das borboletas que se agitaram em seu estômago apenas por vê-lo parado do outro lado da rua.  

A revelação pega Kurt de surpresa, deixando-o sem palavras. O sequestro e a possibilidade de um acontecimento ruim, haviam sido o choque que ele precisava para tomar uma atitude. Ficar sem notícias dela o fez lembrar da agonia que sente toda vez que o pensamento de nunca mais voltar a vê-la o assombra. 3 meses ou 3 horas, a agonia e o medo de perdê-la, é sempre o mesmo.

Algumas cervejas também o ajudaram a criar coragem para vir até sua casa e quem sabe, se abrir com Jane, mesmo que ela estivesse saindo com outra pessoa. Encarar a possibilidade de perdê-la (em todos os sentidos) o apavorava de forma assustadora, e saber que outra pessoa estava sendo responsável pelo sorriso que ele tanto amava ver no rosto dela, também o empurrou a tomar uma atitude e a perceber que o que mais queria, era fazer o possível e o impossível para manter tal sorriso nos seus lábios da dona de seu coração.

− O que deu errado? − questiona ele tentando esconder seus sentimentos e soar indiferente.

− Apenas decidimos que seria melhor assim. − responde Jane. − Talvez ele não fosse o cara certo.

− Acha que existe o cara certo? − pergunta Kurt cruzando os braços e fixando seu olhar no dela.

− Eu não sei. − Jane cruza os braços também, sustentando a imensidão azul que era o seu olhar − O que eu sei é que existe alguém que vem até a minha casa a essa hora da noite sem nenhum motivo aparente, apenas para se certificar que estou bem.

Kurt ri fechando os olhos enquanto Jane morde o lábios tentando conter o riso.

− Meu plano era vir aqui e se eu conseguisse, me declarar para você. − confessa ele fazendo uma careta.

− Você pode tentar. − Jane diz exibindo um olhar curioso e um sorriso nos lábios.

Kurt abaixa a cabeça e por alguns instantes Jane pensa que ele não dirá nada, até que Kurt quebra o breve silêncio que havia se formado.

− Um dos últimos conselhos de Rich, foi “pegue Jane antes que alguém a pegue…” − diz ele imitando o tom de voz de Rich − E isso me fez perceber quanto tempo eu perdi sendo orgulhoso, teimoso e arrogante, sendo cruel quando eu poderia ter sido gentil e mesquinho quando eu poderia ter mostrado compaixão e não ter sido tão ruim com você. − Kurt faz uma pausa, sorri brevemente e continua. − Saber que você estava saindo com outra pessoa e que essa pessoa estava sendo e fazendo o que eu deveria fazer, me atingiu como um tiro de canhão. Eu tive medo que você realmente seguisse em frente. − confessa ele fixando o olhar no dela.

− Não acho que seja possível seguir em frente deixando o meu ponto de partida para trás. − sorri Jane encarando aqueles olhos azuis que muitas vezes já estiveram presentes em seus sonhos e que mesmo na noite escura, exibiam um brilho especial.

− Que sorte a minha. − murmura Kurt com um enorme sorriso nos lábios.

− Sorte nossa. − corrige Jane sorrindo. − Aliás, acha que daríamos certo? − pergunta ela. − Dizem que misturar trabalho e vida pessoal pode não ser uma boa combinação.

− Com a vida e o trabalho que temos, eu diria que as estatísticas e padrões não se aplicam a nós. − Kurt ri se aproximando dela.

− Não, nem um pouco. − concorda Jane rindo levemente.

− Acho que nada nem ninguém daria mais certo que nós, Jane. − afirma Kurt tomando a mão dela entre as suas e entrelaçando os dedos nos dela.

Sentir a mão quente de Kurt contra a sua faz uma sensação boa percorrer seu corpo, como se ali fosse o seu lugar no mundo.

− Quer entrar? − pergunta ela indicando a porta. − Acho que ainda tenho uma pizza de ontem na geladeira. E algumas cerveja também.

− Pizza gelada com cerveja parece ótimo. − Kurt ri recebendo um empurrão de leve de Jane que  começava a subir os degraus que levam a porta. − Mas primeiro eu gostaria de fazer isso. − finaliza Kurt segurando a mão dela, fazendo-a parar e num movimento rápido, puxando-a para um beijo.

− Agora podemos entrar e comer aquela pizza. − diz ele abrindo a porta e dando passagem a ela, que o puxa para dentro da sua casa, irradiando felicidade por tê-lo ali e em sua vida, enchendo seu coração de esperança. Kurt entra atrás dela e fecha a porta, sorrindo ao perceber que, ao contrário do que pensava, o sorriso que ela acabou de lhe dar, era duas vezes maior que o que viu em seus lábios enquanto ela estava com Oliver.

* * * * *

São necessárias cerca de 5 cervejas para levar um homem a ir até a casa da mulher que ama... Mas para fazê-lo atravessar a rua e talvez se declarar para ela, é necessário apenas um pouco de coragem e a certeza de que sem aquela mulher ao seu lado, sua vida já não faz o menor sentido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, gostaram?
Seria meu sonho que BlindspotRoom fizesse algo assim? seria sim senhor.

Comentem, me digam o que acharam, aqui ou no twitter, tanto faz, adoro ler os comentários de vocês. ❥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Happier" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.