Sakura escrita por Milla Senpai


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Eu também não sei o que to fazendo aqui, não me perguntem.

Mas depois da Mirys e a Panzoca ficarem falando sobre alguma oneshot pro aniversário da rainha, aqui estoy. E simplesmente fluiu, fazia muito tempo que tenho ideias UN na cabeça e não as executo, então como a data é especial, aqui vai uma fic especial ♥

Espero que gostem.
~boa leitura



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Uma lenda conta que a palavra “Sakura” surgiu com a princesa Konohana Sakuya Hime, que caiu do céu perto do Monte Fuji, tendo se transformado em um bonita flor.

Sakura também é chamada de a “flor da alma”.

Sasuke deixou um sorriso escapar pelo canto dos lábios, antes de levar a caneca de café até a boca, enquanto observava o céu limpo que fazia lá fora, ainda era cedo - sete da manhã - mas já previa que a temperatura se manteria baixa naquele início de primavera, mesmo assim as sakuras balançavam seus galhos pelo vento que a chuva da noite passada deixará.

O calendário marcava o dia com uma caneta vermelha, os corações infantis em volta da data, deixavam claro que aquele não era somente mais uma terça-feira na casa do clã Uchiha de Konohagakure. Era, como estava escrito no papel pela letra de Sarada, o “aniversário da mamãe”.

Terminou seu café preto já desperto e pronto para subir até o segundo andar da casa, onde suas duas maiores vitórias repousavam, quando ouviu os passos delicados e silenciosos - como esperado de um ninja, mesmo em pouco tempo de treinamento já possuísse -  e logo os pés descalços de Sarada estavam a vista com os olhos desiguais.

— Gomen, otou-san. — ela parou em sua frente, coçando os olhos pequeninos ainda pelo sono. — Ohayo.

— Ohayo. — respondeu, numa atitude que surpreendeu a filha e bagunçou os cabelos curtos e negros, roubando um sorriso da pequena. — Ainda é cedo.

— Precisamos ser rápidos, papa!

E assim passaram quase meia hora na cozinha, movimentos silenciosos, pois a senhora Uchiha poderia despertar caso os dois fizessem muito barulho. Apenas auxiliou a filha, que sorria contente vendo a bandeja ficando pronta da maneira que ela mesmo planejou antes de pedir sua ajuda, para que conseguisse arrumar a surpresa para Sakura.

Pegou a bandeja talhada em madeira de bambu e acenou com o queixo para Sarada subir em sua frente. Suco de morango, a bowl com o arroz cozido, tamagoyaki, fatias de pães e queijos e contrariando uma alimentação matinal, seis bolinhas coloridas e doces de dango que provavelmente seriam atacados pela esposa antes do final do desjejum.

Em absoluto silêncio, Sarada abriu a porta do quarto principal da casa, onde Sakura dormia emaranhada entre os edredons e, para o alívio de Sasuke, vestida com a camisola de seda vermelha - mesmo depois da noite passada. Os cabelos rosados e curtos espalhavam-se pelos travesseiros brancos formando um delicado desenho natural.

Colocou a bandeja ao lado da cama que Sakura não ocupava, ela abraçava seu travesseiro, um costume que descobriu que ela havia herdado enquanto estava fora de casa e mesmo agora, um ano após sua volta definitiva para casa, ela ainda mantinha. Era só ele afastar-se da cama que a Uchiha procurava pelo travesseiro que mantinha seu perfume.

Afastou-se, encostando o ombro no batente da porta, o único braço acomodado no bolso da calça do pijama, enquanto observava Sarada pensar na melhor forma de acordar a mãe. Sakura surpreendeu os dois, virando-se, agora para a porta onde estava, mas ainda adormecida, fazendo Sarada suspirar de alívio.

Observou o rosto da esposa e prestes a completar treze anos de casamento.

Treze anos de matrimônio, mas uma vida todo juntos e de sentimentos tão profundos quanto aos que sua falecida família mantinha em seu coração e alma. Já não se perguntava o que os pais pensariam de Sakura, caso fossem vivos na época em que decidiu voltar e assumir seus sentimentos para a, na época, Haruno Sakura.

Como alguém poderia não adorá-la?

Como ele não poderia amar Sakura?

Talvez, por orgulho, dizia que não haviam muitas coisas que se arrependia de ter feito em sua vida. Mas, talvez o que mais remoeu em sua mente foi o porque não tê-la aceitado antes, porque fazer ambos sofrerem por tantos anos? Quando ainda eram meros genins, crianças sozinhas e assombradas cada uma por seus fantasmas, porque anos depois ele entendeu que até mesmo a menina alegre e amorosa, a flor do time sete, também tinha seus próprios medos e demônios para enfrentar.

Alguns que ele mesmo trouxe.

Mas, depois de todos esses anos, lá estava ela. Cumprindo sua promessa, aquela mesma que fez aos doze anos de idade, quando gritou para ele que ela o faria feliz, que ele não se sentiria mais sozinho… Nunca mais.

 

Dizem, que as flores de sakura florescem no meio do inverno para anunciar que a primavera está próxima. E ele não poderia nunca contrariar aquele antigo ditado, que ouviu em uma de suas viagens, ainda antes de voltar e reivindicá-la para si. Sakura apareceu em sua vida e desde então nunca mediu esforços para livrá-lo do seu próprio inverno, do frio que sua alma estava afogada.

Sempre, mesmo que negasse na adolescência, sempre soube que o calor dos braços dela eram únicos. Sempre em seus sonhos e pensamentos quando desperto, sempre perguntando-se quando poderia estar novamente naquele calor, que durante as primaveras passadas procurava quando deitava-se sob o sol, deixando o aroma das cerejeiras o embalar para casa.

Que criou a filha deles por quase dez anos sozinha, enfrentando mais aquela distância que o destino impôs contra eles, ignorando o olhar julgador de pessoas da vila, boatos maldosos, noites em claro para cuidar de Sarada adoecida e tudo que só ela mesmo sabia e guardara para ela.

Completando seus trinta e três anos naquele dia, ele ainda via muito da menina que conhecera, os traços pouco tomados pelos anos, apenas o rosto mostrava-se maduro, mas o brilho nos olhos verdes permaneceria o mesmo, o aconchego que eles transmitiam e a ferocidade quando os seus estavam em perigo.

Sentia-se como um mero espectador na vida dela, a menininha chorona que escondia a testa com os cabelos, a garota irritante que fazia de tudo para conseguir sua atenção, a genin que amadureceu duramente na floresta da morte e abriu mão de tudo para proteger a si quando ele estava desacordado, a sucessora de Tsunade que, para salvá-lo da loucura, decidiu que o pararia e com isso quase perdeu sua vida.

A que gritou por seu nome em meio ao campo de guerra quando Kaguya foi selada e a mulher para quem voltou, procurando pelo lar ao qual ele sempre pertenceu.

Ali, pouco mais de dois metros a sua frente e, em sua cama, estava a menina que se transformou em guerreira, mulher, esposa e mãe.

— FELIZ ANIVERSÁRIO!

Sarada abriu os braços e pulou sobre o corpo da mãe, abraçando Sakura e enchendo o rosto da mulher com beijos. Sakura, que de início demorou a responder, logo entendeu o que se passava à sua volta e abraçou a filha a apertando em seus braços.

— Surpresa! —  Sarada levantou, com falta de ar pelas risadas e apontou para a bandeja com o café da manhã. —  Eu e o papai que preparamos.

Os olhos dela foram até si, podia ver as lágrimas se acumularem entre o verde tão belo, ela segurava as mãos contra o peito - sempre fazia isso quando estava emocionada. Recebeu o sorriso cheio de amor e carinho, sabia que ele não precisava falar tudo aquilo para ela, pois ela era quem o compreendia, quem o amava apesar de tudo e que estaria ao seu lado todas as manhãs como prometera.

Aquela que simboliza o amor, felicidade, a renovação e a esperança.

 


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Notas finais do capítulo

Em meio a bloqueios mentais e rotina tão pesadas, vocês não imaginam como ter escrito isso me fez bem.
Sabe quando tu se lembra o "porque" que tu escreve fanfic? ~Senpai pensativa~

Bom, deixa eu voltar pra Dogma porque Mirys me arranca o fígado se não terminar T_T

Um beijo a todos e até breve.