Don't you dare forget about the sun - Sherlolly escrita por DudaCampoS


Capítulo 7
Mrs Potato Head


Notas iniciais do capítulo

Música da vez: Mrs Potato Head - Melanie Martinez



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Durante o domingo inteiro, Jim fazia perguntas sobre os alunos na escola e como tudo funcionava. As perguntas, no geral, se focavam em Sherlock. Achei estranho, mas não fiz perguntas
O campus estava deserto por causa da chuva torrencial que caia.
Eu e Jim estávamos na biblioteca. Éramos dois adolescentes sentados em almofadas no chão e cercados de livros
A combinação de livros e o som da chuva batendo na janela criava um ambiente perfeita
—Quer dar uma volta no campus? -perguntou Jim, fechando o livro abruptamente e olhando para mim com o sorriso travesso e o olhar pidão
—Mas está um temporal!
—É por isso que está perfeito! -ele se levantou e estendeu a mão para que eu levantasse
Aceitei sua ajuda e ele começou a correr pelos corredores da escola. Jim não soltou meu braço, me forçando a correr também
O pátio, obviamente, estava vazio. Tínhamos ele apenas para nós
***
Depois de devidamente ensopados e de ter a certeza que ficaríamos doentes acabamos com a festa
Enquanto andávamos, já dentro do prédio destinado aos dormitórios femininos, deixávamos um caminho de água no chão
—Vão nos descobrir -comentei
—Tem, no total, 930 alunos nessa escola. Por que suspeitariam da gente? Existem pessoas mais culpadas -ele deu uma piscadela -Mas é melhor tomarmos um banho para não suspeitarem
Ele acenou com a cabeça como forma de despedida e se foi
—Brincando na chuva? -uma voz feminina falou atrás de mim. Irene
Me virei na direção em que sua voz vinha. Ela estava apoiada em uma pilastra com os braços cruzados e um olhar acusatório
—Acho que peguei um pouco de chuva enquanto vinha do outro prédio
—Aham, sei -ela arqueou uma sobrancelha -Sabe, Sherlock me falou de você. Molly o seu nome, né? E, sinceramente, não sei o que é pior suas desculpas ou sua aparência
A minha expressão não deve ter uma das melhores, pois ela revirou os olhos impaciente e continuou a falar
—Por favor, né? Não haja como se não fizesse ideia do que eu estou falando. Suas roupas são mais bregas que as da minha avó, seu cabelo é a coisa mais sem graça que eu já vi na vida, seus seios são menores que o número de alunos que gostam de química e, por tudo o que é mais sagrado, um pouco de maquiagem faz bem às vezes
Nó na garganta. Punhos cerrados. E ela não parou
—O gato comeu sua língua, fofa? -ela sorriu sarcasticamente e mil respostas passavam pela minha cabeça, mas eu não verbalizei nenhuma -Foi o que eu pensei. O mais puro e inocente silêncio
—Irene? -outra voz. Nós tínhamos companhia. A companhia de Sherlock Holmes -O que está acontecendo?
—Sherlock! Não está acontecendo nada de mais, estou apenas... dando umas dicas para minha parceira Molly -ela olhou para mim e eu cerrei os olhos -Não é?
Não
—Mais ou menos -meu olhos continuavam cerrados
Fale a verdade, sua idiota. Diga que essa vadia está tirando uma com a sua cara e, se um minuto a mais estivesse passado você teria a socado
Meus olhos se voltaram para o garoto. Ele não parecia convencido
—Enfim, Hooper... -ele olhou para mim -tire essas roupas molhadas. Não quero que minha dupla fique doente. Não se sabe quais males isso pode me trazer na aula sr. Mott
Ele alternou seu olhar entre nós duas e, sem dizer mais nada, foi embora
Ela sorriu cinicamente para mim e foi na direção oposta à de Sherlock
Eu fiquei olhando para os meus pés. Só me movi quando espirrei pela primeira vez
***
Dei graças a Deus por Mary não estava no quarto. A última coisa que eu precisava eram suas perguntas
Liguei a água quente e entrei no chuveiro

Sinceramente, não sei o que é pior suas desculpas ou sua aparência

Minhas roupas são tão ruim assim?
Quase não percebi que estava chorando. Afinal, qual era o meu problema? Por que eu apenas fiquei quieta enquanto podia confronta-lá? Por que eu fui tão fraca a ponto de deixá-la falar isso? Porque, no fundo, sei que é verdade. É que, por mais que eu odeie admitir, sei que não posso discordar completamente dela
Pelo estado dos meus dedos, demorei mais que deveria no banho
Quando sai do banheiro, Mary já estava no quarto, deitada em sua cama, lendo um livro
—O que aconteceu com você? -perguntou ela, quando me viu -Parece que vai ficar doente
—Devo ficar mesmo. Peguei um pouco de chuva -disse enquanto deitava na minha cama
Ela não tirou os olhos do livro, apenas deu um sorriso mínimo
Não demorou muito para que eu dormisse. O sono que sentia não condizia com o horário: 16:30, mas eu só pensava em fechar os olhos. Antes de apagar completamente, senti Mary me cobrindo com o lençol da minha cama
***
Quando acordei, já estava completamente escuro. Devo ter dormido mais que deveria
Olhei no relógio. Sete horas
Com certeza dormi mais que deveria
Eu sentia mas frio que quando fui dormir e estava com um pouco de dor de cabeça. Talvez eu estivesse doente
Fui até o banheiro para lavar o rosto e espantar o resto do sono
Encarei meu reflexo no espelho. Meu rosto estava com algumas marcas do travesseiro e o cabelo, bagunçado
Apesar do frio, molhei o rosto com água gelada e fiz o coque mais frouxo que consegui
Coloquei um casaco e sai do dormitório. A luz do corredor sempre foi tão forte assim?
O barulho das pesados falando e dos passos me incomodava um pouco e, quando eu cheguei no refeitório, o cheiro de comida fez o meu estômago revirar
—Molly. Senta aqui com a gente -Mary me chamou. Ela e John estavam sentados um do lado do outro
—O que aconteceu com você? Parece estar abatida -comentou ela
—Acho que estou resfriada
—Você deveria ir para a enfermeira -falou John -Com certeza a enfermeira vai te dar algo para melhorar
—Melhor eu ir mesmo. Já fui avisada por uma certa pessoa sobre as consequências do resfriado
Levantei da mesa, me despedi dos dois e sai do lugar. Apenas depois de alguns minutos andando percebi que não sabia onde era a enfermaria
Hooper, você é um jumento
—Suponho que não saiba onde é a enfermeira
Esse garoto de novo?
—Como você é observador -comentei, sarcasticamente
—Já que estou extremamente bondoso hoje. Te levarei até lá
—Não é necessário. Apenas me diga onde é
—E correr o risco da minha dupla ir para o chão e levar a minha nota junto? Não obrigado
Revirei os olhos. Como é possível que ele se importe apenas consigo mesmo?
—Certo, que seja
Durante o trajeto, nós dois ficamos quietos. De vez enquanto eu olhava de soslaio para ele. Sua expressão era sempre séria
A enfermeira era bem espaçosa. Com várias macas que era separadas por cortinas
A enfermeira, que estava de costas para a porta anotando algo, olhou para nós logo que entramos
—Pode sentar na maca, minha jovem -ela deu um sorriso amistoso
Eu me aproximei da maca que estava mais perto de mim. Ela era alta e não havia escada
Merda
Sherlock deve estar rindo de mim nesse momento
Foi então que eu senti duas mãos na minha cintura e, literalmente, meus pés não estavam mais no chão
—De nada -falou Sherlock, com um sorriso sarcástico
—Obrigada
Ele apenas se virou para a enfermeira e disse
—É apenas um resfriado
Ele deu um sorriso e ele se foi
—Você tem um bom namorado


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado



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