Assim que a maldição da Fera se quebrou, todo o povo comemorou. Os habitantes do castelo estavam na mais pura alegria. Havia quem não estivesse tão contente, como Cogsworth, mas, no total, todos estavam festejando.

Todos, menos, Lefou.

Ele encarava a vala que Gaston caiu, os olhos baixos e o coração em pedaços.

Era óbvio que, mesmo sendo um carrasco, Gaston era seu amor.

Aquele que ele seguiu como um fiel cachorrinho, idolatrou como se fosse um deus e apoiou em suas mentiras - mesmo que, no fundo, soubesse que o que fazia não era certo.

Mas no final, Gaston se tornara um monstro. Irrefreável, impossível. Sem coração, infiel.

Usou-o como escudo para receber os ataques, e, quando precisou, Lefou foi abandonado.

Gaston nem sequer olhou para trás, absorto em sua fissura por Bela e na ideia de desposá-la. E, claro, ele queria matar a Fera. Quem matasse a horrível besta seria idolatrado, exaltado como um rei. Era isso que Gaston queria: atenção.

E ele tinha. A de Lefou, pelo menos. A atenção de Lefou era totalmente dele. Era doentia a forma como Lefou o amava.

Havia momentos em que Lefou via, nem que seja apenas um relance, que Gaston se importava com ele. Mas, pelo jeito, era apenas coisa de sua mente.

— Oh, Gaston… — Reprimiu um soluço, limpando as lágrimas que insistiam em cair. — Por que, Gaston? Eu não era suficiente? Agora olhe você… Nem um corpo terei para enterrar. Não há igual a Gaston nem melhor que Gaston… — Cantou a última parte em um sussurro, dando as costas e seguindo até a saída do castelo.

Teria um baile e ele iria comparecer, mas, no momento, Lefou só queria sentir a perda de Gaston.