O Primeiro Desafiante escrita por Darth Zuko


Capítulo 1
O Plano de Sozin


Notas iniciais do capítulo

Olá, estou em minha primeira fic no Nyah! E espero que gostem :D Desculpem qualquer erro e boa leitura!



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— Direcione o ataque para longe de você, use sua velocidade e agilidade, desvie. Você é mais rápido que a maioria das pessoas, use isso ao seu favor. — Zuko dizia a seu irmão mais novo enquanto treinavam em uma das salas de treino dos soldados da Nação do Fogo.

— Estou tentando, Zuko! — Raku, um esguio jovem de quatorze anos dizia, enquanto dava saltos e usava as mãos para escapar dos poderosos ataques do irmão mais velho.

— Contra-ataque agora. — Zuko falou antes de chutar uma meia-lua de fogo na altura do peito de Raku. Com certa facilidade, o mais novo desviou por baixo do ataque e lançou duas bolas de fogo com os punhos, enquanto corria na direção do irmão. Zuko desfez os ataques com maior facilidade e lançou uma rasteira de fogo no jovem quando ele já estava a poucos metros. Raku passou por cima dela com um salto mortal, já usando os pés para atacar, lançando um forte ataque de fogo bem na frente de Zuko. Esse juntou as palmas das mãos e passou pelo meio das chamas, para ficar de frente com o adversário. Raku tentou lançar um ataque com sua mão direita, entretanto estavam tão perto que Zuko facilmente empurrou seu punho para o lado, antes de soca-lo no abdômen, dá-lo uma rasteira sem chamas e lançar uma bola de fogo ao lado da cabeça do irmão, indicando que o treino havia acabado.

— Quase te pego dessa vez. — Raku sorriu, orgulhoso.

— Você nunca esteve tão longe. — Zuko brincou com o irmão. Ofereceu a mão para ajudá-lo a levantar, entretanto Raku colocou as mãos ao lado da cabeça e usou a dobra de fogo para se propulsionar para cima, já atacando Zuko de surpresa, com os pés. Zuko se surpreendeu com o ataque, mas com um salto mortal para trás, usou as pernas para desviar as chamas para cima e depois vira-se rapidamente para o irmão e lançar uma grande bola de fogo em sua direção usando as duas mãos. Pegou em cheio no garoto, que caiu dois metros longe. Deu uma risada nasal e falou: — Boa tentativa.

— Ei, calma aí. — Raku levantou, esfregando a parte de trás da cabeça que provavelmente havia pegado no chão. — Acho que por hoje a gente terminou, mesmo. Vamos comer. — Ele disse, pegando uma toalha para enxugar o suor e se dirigindo ao refeitório, Zuko fez o mesmo. O refeitório comum dos soldados era gigantesco, uma instalação que ficava no meio dos dez complexos que continham alguns dormitórios, salas de treino e arenas de combate. O palácio do Senhor do Fogo ficava em uma parte mais elevada, virado para o outro lado. Era como se os complexos ficassem nos fundos do palácio, o Senhor do Fogo Sozin as vezes visitava os soldados, para promover alguns torneios entre eles, disputas valendo prêmios valiosíssimos. Zuko e Raku não moravam nos dormitórios, eles tinham seu quarto no próprio palácio do senhor do fogo desde a morte de sua mãe, três anos antes.

— Eu ouvi dizer que o General Kangi virá dar algum comunicado aos soldados. — Zuko ouviu Raku comentar enquanto esperava a fila avançar para poder ter sua comida em seu prato. — Algo sobre nos prepararmos para uma luta em breve. — Zuko franziu o cenho, olhando para seu irmão.

“Nos prepararmos”? Você não é um soldado, Raku, pela última vez. Nenhum de nós dois é, o Senhor do Fogo Sozin nos proibiu disso, se você não se lembra. — Desde pequenos, ambos visitavam muito o palácio do Senhor do Fogo, por causa da sua mãe, Lu Tai, que era camareira e melhor amiga da Senhora do Gogo. Lu Tai havia morrido já faziam três anos, quando Zuko tinha dezenove e Raku onze, desde então moravam no palácio por afeição que a Senhora do Fogo tinha por eles e em respeito à antiga amizade que Sozin tinha com o pai de ambos. O pai deles havia morrido há doze anos, quando Raku tinha apenas dois anos de idade. Ele mal se lembrava do pai, Zuko sabia, entretanto, o mais velho o havia conhecido e até mesmo convivido um pouco com ele durante as escassas visitas que ele fazia à sua mãe. Para a infelicidade de Lu Tai, o pai de Zuko e Raku era casado há anos quando se conheceram, sendo assim ambos eram filhos ilegítimos, bastardos. Somente o Senhor e a Senhora do fogo sabiam disso, além de obviamente Zuko, Raku e seus pais. Mesmo sendo casado, Lu Tai amava o pai de seu filho Zuko e não conseguia dizer um “não” a ele quando ele a procurava, foi assim que Raku nasceu tantos anos depois de Zuko. Ela passou a vida toda amando um homem casado.

— Se não iremos lutar em coisas importantes, por que o Senhor do Fogo nos daria um treinamento tão forte, com os melhores mestres da Nação do Fogo? Para você ficar ganhando todos os torneios de Agni Kai dos soldados? — Raku quase gritava. Zuko olhou ao redor, esperando que ninguém tivesse prestado atenção no que o garoto havia falado. Não era tão bom divulgar aos sete ventos as “mordomias” que dois garotos que não tinham nada de importantes recebiam do Senhor do Fogo.

— Cale-se! — Ele repreendeu. — Quer que todo mundo fique sabendo disso? O Senhor do Fogo já pediu a maior descrição do mundo quanto a esse assunto. Desde crianças ele nos falava que um dia precisaria de nós dois prontos para ajuda-lo, não se lembra? Até por isso ele nunca deixou que divulgassem quem era nosso pai, mesmo depois da morte dele. O momento certo chegará, e todos saberão quem é nosso pai e nós saberemos para que fomos treinados todos esses anos.

— O Senhor do Fogo nos preza muito, aposto que é somente por sermos filhos de quem somos. — Desde sempre ambos falavam com muita discrição de seu pai, a pedido de Sozin.

— Talvez, mas não sei se você percebeu pelos inúmeros torneios de Agni Kai que eu ganho desde que tinha a sua idade, ou pela sua rápida evolução nos treinamentos, ao que parece nós puxamos o poder da dobra de fogo de nosso pai. Talvez ele esteja nos treinando para estar junto a ele caso algo venha a acontecer. Nós dois somos fortes, Raku, e ele também sabe disso. — Ele se orgulhava muito de ser filho de quem era e da força que tinham herdado. Queria muito provar seu valor ao seu pai, mesmo que ele o estivesse acompanhando do mundo espiritual, e também ao Senhor do Fogo que o acolheu tão bem.

— Não foram tantos assim, não seja arrogante. — Raku falou em relação aos torneios. — Espero que ele saiba mesmo, espero que tudo isso não seja pra nada.

— Dezenove em oito anos é muito? — Ele riu. — Tenha paciência, não quer apressar a maior autoridade da Nação do Fogo, né? — Raku apenas discordou, com uma cara de “tanto faz”.

 A fila andou, o cozinheiro colocou a comida em suas bandejas e eles se dirigiram aos assentos. Por ganhado tantos torneios em pouco tempo, Zuko era reconhecido e respeitado entre os soldados. Ele conhecia vários e mantinha amizade com eles, contudo Tahoh era seu melhor amigo, desde sempre. Filho do General Kangi, ele vivia com seu pai na cidade, mas na parte mais próxima ao palácio do Senhor do Fogo. Quando crianças, corriam pelas vielas da cidade, treinavam nas salas de treino, competiam nos torneios de Agni Kai na adolescência e se mantiveram amigos até a idade adulta. Encontrou Tahoh sentado à mesa com alguns outros soldados. Tahoh era um ano mais velho que Zuko, dois centímetros menor, com um e oitenta, cabelos longos amarrados em um coque. Era mais forte fisicamente do que Zuko, tinha braços e pernas mais musculosas, além de peito e ombros mais largos. De nariz afilado e boca grande, tinha olhos furtivos e confiantes, esteva sempre com um sorriso no rosto e uma piada na ponta da língua para caçoar dos amigos.

— Tahoh! — Ele falou, se aproximando com um sorriso no rosto. Tahoh virou-se para ele e devolveu o sorriso.

— Zuko. Tudo bem?

— Sim, claro. Soube que seu pai vem aqui nos falar algo, é verdade? Você sabe do que se trata? — E expressão dele mudou para dúvida.

— Sim, eu também ouvi dizer isso, mas ele não comentou nada comigo e eu nem perguntei nada. — Ele se fez pensativo.

— Talvez seja algo confidencial, entre ele e o Senhor do Fogo. — Raku sugeriu.

— Sim, talvez. — Tahoh concordou. — A propósito, quando você vai entrar nos torneios de Agni Kai, Raku? Zuko tinha sua idade quando ganhou o primeiro de mim na final. — Tahoh também era um grande lutador, embora Zuko ainda fosse melhor.

— No próximo eu já participarei. — O garoto anunciou, entusiasmado.

— Veremos se está pronto, ainda. — Zuko cortou. — Você ainda tem que passar por alguns...

— Silêncio! — Um soldado gritou, da entrada do refeitório. — O General Kangi quer falar. — Após isso, o General entrou, imponente. Kangi parecia uma versão mais velha de Tahoh. Tinham a mesma altura, o mesmo tipo físico e quase o mesmo rosto, se não fosse pela aparência mais severa, enrugada, velha e forte do general. Até o corte de cabelo era o mesmo. Quando foi anunciado, todos os soldados ficaram de pé e colocaram as mãos atrás do corpo. O General andou pelos soldados até chegar ao outro lado do refeitório. De lá, virou-se e começou a falar:

— Como vocês podem perceber, há anos a Nação do Fogo vem passando por um tempo de paz e prosperidade, mais que todas as outras três nações. E um dos grandes responsáveis é o nosso Senhor do Fogo Sozin. Depois de muito pensar, durante anos ele vem com esta ideia em mente e decidiu pô-la em ação. Durante trinta e sete anos ele investiu em navios de guerra, lagartos escaladores, vários campos de treinamento militar espalhados por toda Nação do Fogo e muito mais coisas relacionadas ao exército da Nação do Fogo. Ele até criou postos avançados no Reino da Terra, conquistando algumas terras para a Nação. Vocês devem estar se perguntando o porquê de ele ter feito isso já que o real propósito nunca saiu da mais alta classe da Nação do Fogo, então lhes direi agora. Como vocês bem sabem, daqui três meses o cometa que faz com que a dobra de fogo fique várias vezes mais forte estará passando pelo nosso planeta. E com a força dele, seremos de longe os seres mais fortes de todas as quatro nações, ninguém será páreo contra a Nação do Fogo. Com nosso poder bélico, o nosso poder aumentado e a liderança de nosso Senhor do Fogo, poderemos conquistar o mundo para a nação do fogo. — Ele falava com amor e lealdade ao Senhor do Fogo, o maior e mais leal soldado de Sozin. Ele venerava o Senhor do Fogo como ninguém na Nação, daria a vida pela de Sozin, chegava a ser um fanático. — Esse é o plano dele e ninguém pode impedi-lo, além do Avatar. — Os olhos de Zuko se arregalaram em surpresa. Ele olhou para Raku que tinha a mesma expressão. — Com a morte do Avatar Roku há quase doze anos, de acordo com o ciclo dos elementos o próximo Avatar a nascer será um Nômade do Ar. Nosso Senhor do Fogo Sozin planeja exterminar os Nômades do Ar por isso. — Zuko estava atônito. Ele jamais pensara em algo como aquilo vindo de Sozin. Conhecia aquele homem desde criança, ele foi como um segundo pai para Zuko e agora ele queria matar a próxima vida de seu verdadeiro pai. — Iremos quebrar o ciclo Avatar, extinguindo assim sua existência. Sem o Avatar em nosso caminho, poderemos conquistar todo um mundo para Sozin, ele será o supremo governante do mundo! — Ele já falava com certa vibração, passando isso para os soldados que vibravam juntos, com a possibilidade da soberania de sua Nação. — Não mais existirá Reino da Terra, não mais existirá Tribos da Água e principalmente Nômades do Ar, apenas a Nação do Fogo, a raça soberana, perfeita, forte e triunfante sobre o mundo! — Alguns soldados já começavam a levantar os braços e gritar em concordância com aquela loucura. O que Sozin queria era um genocídio, um atentado contra a humanidade, iria tirar o equilíbrio de todo o mundo, algo que seu pai havia lutado e buscado durante toda sua vida. Algo que todo Avatar busca. Não poderia simplesmente ir contra tudo que seu pai representava. Sua conduta não permitia, seus valores não permitiam, ele não poderia matar gente a troco de nada, somente pela ambição de um homem, quem quer que ele fosse. Ele não participaria daquilo. Ele sabia que Sozin esperou até a morte de seu pai para que pudesse agir com seu plano sem a interferência do Avatar Roku, mas Zuko faria de tudo para continuar com o propósito de seu pai.

Em meio à gritaria dos soldados, inflamados pelo discurso de superioridade inexistente de Kangi, Zuko fechou seu punho com um misto de sentimentos passando pela sua cabeça. Um dos homens que mais admiravam estava planejando tomar o mundo há trinta e sete anos. Era loucura, Sozin era louco. Todavia Zuko não participaria daquilo, não iria trair o maior homem que já conheceu. Não trairia o Avatar Roku, seu pai. Não participaria daquilo. Não farei parte disso, Sozin, não importa o quão você tenha me treinado para ficar ao seu lado. Não participarei disso e o que eu puder fazer para te impedir, eu farei.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :D



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