Era uma vez uma ave ao vento,

Passando em silencioso lamento,

Por não poder retornar para o Beruna

E para seus irmãos.

 Pois está presa no Palácio de Mármore.

Era uma vez um lobo na neve,

Uivando para a lua como uma prece,

Por não poder correr pelo Ermo do Lampião,

Olhando a beleza exuberante desta.

Pois está preso no Palácio de Mármore.

Era uma vez uma pantera na sombra,

Desistindo perante a entidade que a assombra,

Pois já não pode mais mostrar a pelagem de ébano,

Nem os olhos quase tão dourados quanto à coroa dos reis de Cair Paravel,

Pois está presa no Palácio de Mármore.

Era uma vez um centauro olhando os astros,

Procurando esperança e reposta para o enigma onde apenas há rastros,

Pois já não sabe mais o que pensar,

Liberdade para ele não se pode falar,

Pois está preso no Palácio de Mármore.

Era uma vez um grande leão,

Olhando tudo de não sabe onde,

Já retornou e está entre nós,

Agora ele se prepara para a batalha,

Pois vai libertar todos presos no Palácio de Mármore.

Era uma vez quatro crianças filhas de Eva e Adão,

Pedro o Magnífico,

Susana a Gentil,

Edmundo o Justo

e Lúcia a Destemida.

Todos eles escolhidos pelo destino de seus corações

Para salvar Nárnia de suas depravações.

Era uma vez uma bruxa de outro mundo,

Mora num castelo de gelo longe de tudo,

Dedicada a espalhar num inverno impiedoso,

Agora jaz num campo de batalha,

Derrotada pelas crianças

E morta pelo leão.

Pois eles soltaram seus prisioneiros do Palácio de Mármore.