The High School escrita por ShisuiONagato


Capítulo 30
Horrores do Passado


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo genteeeee! Desculpem a demora para postar, as aulas voltaram e está sendo difícil achar tempo novamente, porém não vou parar.

Comentem por favor, me ajuda demais!

Boa leitura a todos :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/728958/chapter/30

Logo pedi para o diretor Steven a permissão para sairmos, além do endereço dos Miller, queria saber a qualquer custo o motivo de Dylan ter ficado daquele modo. Rua Emerald, número 764. Não era tão longe. Ele permitiu que Chloe e eu fossemos até lá, para procurar pelo garoto novato e ir atrás de respostas.

— Estamos chegando? - murmura Chloe. - Odeio ter de andar a pé.

— Quase. - digo ofegante.

Como estávamos sem meio de transporte, e não se esqueçam do fato de eu ainda estar de muletas, o caminho não foi tão curto como pensava.

Viramos uma esquina que dava para uma rua em forme de "T", e logo avistamos a casa ocre que o Sr. Steven nos falou. Na caixa de correio localizada no centro do jardim verde musgo, estava o nome dos moradores: Família Miller. Bem tradicionais, admito. Bato na porta.

— Por quê esta fazendo isso mesmo? - pergunta Chloe respirando fundo para descansar.

— Não sei na verdade. Eu apenas me vi nesse garoto, como se fossemos iguais. Senti que devia ajudá-lo, assim como fui ajudado por Mel e Carter.

— Cada um com suas loucuras, mas o que eu não faço por você. Sabe, agora que mencionou, já namoramos a mesma pessoa, parou pra pensar nisso?

— Na verdade não.

— Deixe de se envergonhar menino.

— O que foi? Não estou envergonhado.

— Ata. Então essas bochechas vermelhas são só respingos de tinta né? - pergunta fazendo uma expressão de gozação.

Não digo nada, ainda não aceitava direito a ideia de que namorava um garoto.

A porta finalmente se abre depois de mais uma batida.

— Posso ajudá-los? - diz uma senhora com uma voz rouca. Provavelmente a mãe de Dylan.

— Olá, primeiramente desculpe o incômodo. Na verdade isso é bem estranho, eu vindo até aqui.

— Pode dizer mocinho. - sua simpatia causa uma ótima primeira impressão.

— Sou um aluno do colégio Delarriva, segundo ano. Seu filho ingressou lá hoje não foi?

— Sim, isso mesmo. Ele está bem? - fica assustada e ofegante de repente.

— Na verdade ele fugiu. Por isso vim aqui. Quando fui apresentar a escola para alguns alunos, incluindo seu filho. Dylan ficou inquieto e acabou se afastando dos demais. Fiquei e o ajudei, disse que estava com alguma espécie de receio de as pessoas não o aceitarem por ser de uma família rica, algo assim. Depois disso consegui fazer com que continuasse. Porém, pouco tempo atrás saiu correndo sem mais nem menos. Quero saber se posso fazer algo pra ajudar.

Aliás, Dylan disse ter vindo de uma família nobre, mas pela casa (sem preconceito, claro), não era o que parecia.

— Não é nada disso. - ela suspira fundo, mudando para uma expressão triste. - Ele vai ficar bem, não é a primeira vez que isso acontece.

— Sei que pode ser pessoal, mas se não for de muito incômodo, poderia me dizer o que acontece com ele? O motivo disso tudo.

— Claro, claro. Entrem.

Ela nos acomoda no pequenino sofá azul de veludo na sala de visitas.

— Novamente peço desculpas pelo incômodo. - gosto de ser educado.

— Não é nada. Aliás, obrigado por se importar com meu filho, ele precisa disso.

Nesse momento Robert Miller, um senhor alto e bem magro, (seu pai), chega na sala.

— Eu escutei a conversa. Dylan me ligou. Vou buscá-lo no parque aqui perto de casa. - diz o senhor com sua voz extremamente grossa.

— Tudo bem querido. Não seja duro com ele.

Ele sai fechando a porta lentamente. Escuto o destravar da porta do carro vermelho, também parado em frente ao gramado.

— Essa história pode ser bem confusa, digo desde já.

— Sem problemas. - digo.

— Tudo começou quando meus pais morreram. Eles já eram bem idosos. Assassinaram os avós de Dylan a sangue frio em um assalto. Desde então tudo foi difícil, principalmente para meu irmão, que morava com eles ainda, e para meu filho, que era bem novinho quando aconteceu.

— Eu sinto muito. - à interrompo sem perceber.

— Não se preocupe. - dá um leve sorriso para continuar.

— Pode prosseguir.

— Depois desse alvoroço todo, meu irmão veio morar aqui, conosco. Ele era a pessoa preferida de Dylan, assim como Dylan era para ele. Brincavam todos os dias, e não me preocupava em deixá-los sozinhos para que meu marido e eu fossemos trabalhar. Até aquele dia chegar. Dylan tinha apenas 8 anos de idade, cheguei mais cedo do trabalho aquele dia porque havia terminado tudo rapidamente, trabalhava em uma fábrica de brinquedos, aonde ainda estou por sinal. Acontece que quando abri a porta me deparo com meu filho e meu irmão completamente nus, meu menino chorando e ele com uma faca na mão, ameaçando-o caso não fizesse sabe-se lá o que aquele louco queria. Felizmente depois de algum tempo morando mas ruas, aquele desgraçado foi preso. Mesmo sendo meu irmão, o que ele fez foi imperdoável.

— Que horror. - espanta-se Chloe. - Que homem podre.

— Meu deus, horrível. - digo também assustado.

— No fim da contas, Dylan cresceu com esse trauma. Demorou vários meses para conseguir falar com alguma pessoa que não fossem seu pai e eu. De vez em quando essas imagens ficam passando em sua cabeça, então fica descontrolado, sem saber direito o que faz. Por isso ele deve ter saído daquele jeito, fiquei assustada, já fazia uns dois meses que ele não tinha essas visões. é muito complicado, sempre tem que mudar de escola, diz não se encaixar.

— Eu não sabia. Sinto muito mesmo.

— Não precisa se desculpar. Agradeço novamente por toda a preocupação com meu filho.

— Vou ajudá-lo, não vou desistir.

— Faria isso por ele?

— Claro que sim. Passei por coisas horríveis também, pode acreditar que estarei ao lado dele.

— Não imagina o quanto estou feliz. Obrigada. - exclama.

Nesse momento a porta de entrada se abre. Eram Dylan e seu pai.

— O que está fazendo aqui? - pergunta diretamente para mim.

— Estava preocupado. Vim ver se voltou a sua casa.

— Como descobriu onde eu moro?

— Foi o diretor Steven.

Ele pode parecer um homem muito sem humor, mas é uma ótima pessoa quando não está estressado. Do contrário é o cúmulo de rabugento.

— E por quê veio até aqui?

— Apenas fiquei preocupado com você.

— Todos dizem isso. Nessa altura do campeonato minha mãe já contou minha trágica história para você. Diga logo que sente pena, já estou acostumado.

— Mas não é nada disso.

— Vou pro meu quarto, prefiro ficar sozinho.

Depois disso eu tive a certeza de que esse garoto se pareça muito comigo. E isso não era nada bom.

Dylan sobe as escadas sem olhar para trás. Mesmo tentando ficar sério, vi em seu rosto o abalo emocional. Mais que nunca sentia que devia ajudá-lo. Isso mesmo, uma obrigação!

— Desculpe pelo meu filho. - diz Sr. Miller.

— Sem problema nenhum. - digo.

— Ele vai melhorar. - sua mãe tem toda a esperança do mundo.

— Sei que vai. - concordo para apoia-la.

— Adan, infelizmente precisamos ir. O diretor não vai gostar se demoramos mais tempo. - afirma Chloe.

— Tudo bem. Muito obrigado por nos receber. - digo aos dois. - Vou fazer de tudo para que nos tornemos amigos, e assim ajudar Dylan.

Eles ficam animados. Provavelmente ele não tinha nenhum amigo. Outro fator que me fazia pensar que poderíamos ser a mesma pessoa.

— Até mais. - agradeço mais uma vez antes de sair para o lado de fora.

Fico o caminho todo de volta pensando naquela horrível história. Ficava imaginando como Dylan havia sofrido desde então, e o seu medo de que algum colega descobrisse e ficasse o zoando. Principalmente no ensino médio, maldito período escolar.

Faltava pouco tempo para acabar mais aquele dia, estávamos atrasados, dissemos para o senhor Steven que não iríamos demorar muito tempo. Faz parte.

Olho no meu celular antes de passar pela enorme porta de vidro pela segunda vez no dia, coisa que nunca havia feito duas vezes. Cinco ligações perdidas de Carter. Olho para Chloe assustado.

— O que foi Adan.

— Tinha combinado de almoçar fora do colégio com Carter. ELE VAI ME MATAR!

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

é isso s2



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The High School" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.