As Crônicas de Caledônia escrita por Fani Fics


Capítulo 1
O Quadro


Notas iniciais do capítulo

Bem Vindos, Luminas!
Espero que gostem da fanfic, fiz com amor e carinho.
Qualquer critica construtiva, elogio ou se quiserem só bater um papo mesmo são mais que bem vindos.
Boa Leitura!



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Merida odiava acordar cedo.
Ela chegou a essa conclusão por estar com vontade de socar a cara do vocalista de uma de suas bandas favoritas, da qual a musica servia de despertador. Ela culpava sua mãe por isso. Estudar no período da manhã havia sido ideia de Elinor, e embora Merida tivesse usado todos os argumentos que pudesse, Elinor ainda vencia a maioria das discussões.
Por morar em uma cidade pequena, as escolas eram dividas por ensinos, as crianças do ensino fundamental tinham o período da tarde para estudar, e nesse horário a escola ficava ocupada com crianças desde a primeira serie até o oitavo ano. A partir do primeiro colegial, ensino médio, os agora adolescentes tinham duas opções, podiam ir para o período da manhã ou para a noite. Merida implorou para estudar á noite, pois sabia que seu corpo muito preguiçoso não iria se acostumar com a rotina de acordar cedo. Mas Elinor foi incisiva em sua decisão e Merida não pode estudar á noite, como algum de seus colegas.
Agora, às seis da manhã, Merida sentia uma vontade imensa de se rebelar e não ir à escola, mas conhecendo bem sua mãe, isso nunca funcionaria.
Merida abriu os olhos azuis, e ficou encarando o teto por longos minutos, enquanto seus olhos se adaptavam a escuridão. O dia não havia clareado, e com a janela fechada e a luz apagada, o quarto permanecia na escuridão.
Merida suspirou profundamente e tateou a cômoda atrás do celular a fim de desligar o aparelho. Com a pressa de uma preguiça, Merida se sentou na cama e ficou ali por vários minutos, estralando os ossos e colocando as juntas no lugar. Só quando teve certeza de que tudo havia sido estralado é que a ruiva saiu da cama.
Ascendeu a luz e observou o cabelo pelo espelho do guarda-roupa, sem duvida não seria fácil domar aqueles fios, que pareciam ter vida própria. Olhando em volta, percebeu que seu quarto, assim como seu cabelo também tinha vida própria. Haviam peças de roupas jogadas pelo chão, pares de sapato espalhados pelo aposento, os livros da escola estavam espalhados no tapete. Se sua mãe visse o estado de seu quarto, com certeza renderia uma bronca por mais de um mês.
Merida não havia puxado a organização da mãe, que separava as contas em pastas, dobrava as meias em pares e arrumava os livros por ordem alfabética. Aquela desorganização havia sido herdada do pai, tal como os cabelos desgrenhados.
Quinze minutos mais tarde, ela apareceu na cozinha, aonde a mãe o pai e os três irmãos caçulas tomavam café.
Durante todos os anos anteriores, Merida sempre tomava café sozinha, uma vez que a mãe o pai e os trigêmeos saiam cedo, o pai aproveitava pra deixar os meninos na creche e a esposa no trabalho, isso muito antes de Merida acordar.
Porém, desde que Merida passou a estudar no período da manhã, ela tomava café com a família, que saíam quase todos juntos para seus afazeres do dia.

— Bom dia! Nossa! - assustou-se a mãe, olhando os cabelos da menina - Brigou com a escova hoje?

— Mãe! - indignou-se Merida, embora seu cabelo não tivesse visto o brilho da escova naquela manhã.

Fergus riu, maldosamente por detrás do jornal, enquanto Merida sentava-se à mesa, ao lado dos irmãos.

— A Casa da Cultura foi uma ideia de gênio do prefeito. - comentou Fergus - Rendeu empregos pras pessoas, e os jovens não vão ficar de bobeira por aí.

— Do que estão falando? - quis saber Merida, comendo uma maçã.

— O casarão vai ser aberto, pensei que as escolas já haviam avisado. - explicou Elinor.

— A Casa dos Assassinatos? - perguntou Merida - Jura? - animou-se a garota, olhando para o pai.

— Merida, não houve assassinatos naquela casa. - disse Elinor, servindo-se de café - Isso é um boato do povo, bem clichê na verdade.

— Isso é verdade Merida, não existem registros de nenhuma morte no casarão - Fergus disse, olhando para a filha - Mas talvez o caso tenha sido abafado. E os espíritos ainda estejam naquela casa... - sussurrou o homem, e Merida riu da carinha dos irmãos.

— Por favor, Fergus. Olhe os meninos. - repreendeu Elinor - Meninos vão pegar suas mochilas.

Rapidamente os três ruivinhos saíram da mesa, correndo e empurrando uns aos outros, como era de costume. Os trigêmeos tinham quatro anos, e eram verdadeiros pestinhas. Adoravam aprontar todo tipo de travessura que pudessem, seja a pessoa que for ninguém nunca escapava daqueles pestinhas.

— Não houve nenhum assassinato naquela casa Merida. - disse Elinor, quando os meninos saíram - Não há registro de mortes na casa, é apenas uma casa antiga que quase foi saqueada por bandidos algumas vezes e ficou fechada por muito tempo.

— Ainda prefiro a versão assombrada. - sorriu Merida.

— Claro que prefere. - sorriu Elinor - Você nunca foi medrosa.

Sair de casa pela manhã era sempre um enorme transtorno. Eleanor, que não gostava de se atrasar, era uma pilha de nervos pela manhã. Após o café, era quando a verdadeira tempestade começava. Era necessário pegar as mochilas dos garotos, as lancheiras, arruma-los nas cadeirinhas do banco traseiro do carro, retirar a mesa, pegar suas pastas para seu trabalho, lembrar Merida de pegar os livros e enfim, todos se enfiarem no carro e seguirem para seus caminhos. Fergus, ia dirigindo, deixando cada um de seus passageiros em seu destino. A primeira pessoa a descer era Elinor, em seu trabalho na prefeitura, depois ele largava os meninos na creche e por ultimo deixava Merida em frente à escola.
A construção da escola Hedersen Junqueira Franco era no mínimo, diferente. Enquanto muitas escolas se pareciam penitenciarias, cheias de muros e grades, a escola Hedersen, que era municipal, trazia uma construção simples e ampla, começando por um grande portão branco que precisava de uma mão de tinta.
Ao lado esquerdo após a entrada havia um gramado com pedras de diversos formatos aqui e ali.
De frente ao portão de entrada havia um pátio, onde se seguia três lances de escadas.
Merida estudava na ultima sala do primeiro corredor depois da entrada, de frente para sua sala havia um pequeno gramado onde os alunos do 1°D se sentavam antes do inicio das aulas e no intervalo.
Assim que chegou ao gramado, Merida pode ver Soluço sentado na grama com as costas em uma pedra lendo um livro. Jack estava jogado na grama como um cadáver com os fones de ouvido, Mavis estava estendida na amurada, sem encostar-se à grama e Rapunzel estava sentada ao lado de Mavis.

— Línguas Mortas e Símbolos perdidos no Tempo. - leu em voz alta, Merida, observando a capa do livro de Soluço.

— Leitura leve... - cantarolou Mavis, virando-se para o magricelo encostado na pedra.

— Mavis, só porque não tem o BTS na capa não significa que não seja interessante. - respondeu Soluço, indicando a capa do livro.

Merida e Mavis trocaram um olhar, enquanto Jack fingia uma tosse onde dizia "cdf". Soluço revirou os olhos e continuou lendo seu livro, enquanto Merida jogava a bolsa na grama e se sentava ao lado de Jack.

— Brigou com o pente é? - brincou Jack, com um sorriso malicioso olhando Merida.

— Nossa, Jack você parece mais velho! - ironizou Merida, ao fazer menção ao cabelo branco do menino, tirando uma careta feia do rapaz.
Há algumas semanas, Jack e Merida haviam feito uma aposta na qual, aquele que perdesse pintaria os cabelos e ficaria com a coloração por três meses. Os cabelos macios e amendoados de Jack eram sua marca registrada e seu xodó, e Merida adorou ver a cara dele quando coloriu o cabelo do rapaz para um branco grisalho.
Merida nunca perdia uma aposta, mesmo que tenha lhe rendido um bom sermão da parte da mãe e um mês inteiro de castigo, ela não perderia. Não pra Jack.

— Entrem agora. - gritava uma voz - Vocês são surdos, o sinal já tocou.

O home grandão com voz de trovão descia as escadarias, aos berros, fazendo todos os alunos entrarem para suas respectivas salas. O inspetor Stabbengton era um homem grande, de cabelos louros queimados de sol, sobrancelhas grosas e umas costeletas sinistras. O homem era assustador, com o queixo quadrado e uma cicatriz do lado esquerdo da boca, que ia da ponta do queixo fazendo uma leve curva até o canto do lábio inferior.
O nariz era grande, as bochechas eram proeminentes, e o homem era todo músculos. Ele era o inspetor da escola desde que Merida entrara na mesma, isso há mais de nove anos, e embora ele sempre tenha sido um grande mal humorado, naquele ano em particular ele estava se superando.

— Jack Frost, você é surdo? - disse o homem se aproximando do menino - Vão. Levantem! Pra sala!

— Mas o segundo sinal nem tocou ainda, tio. - falou Jack, enquanto batia as mãos no corpo para tirar a grama.

— Eu não tenho nenhum parentesco com você rapaz, não sou seu tio. Me chame de Inspetor Stabbengton. - murmurou o homem por entre dentes.

— Mas você nunca ligou de nenhum de nós te chamarmos de tio. - se intrometeu Rapunzel, olhando o homem com seus doces olhos verdes.

— Vocês não são mais crianças. VÃO! - gritou.

Rapidamente, Jack, Soluço, Mavis, Rapunzel e Merida se encaminharam para sua sala, aonde iam entrando e sentando-se em seus lugares.

— Impressão minha, ou ele está mais mal humorado que o normal? - perguntou Rapunzel, obviamente magoada pela maneira com a qual o inspetor havia gritado com eles.

— Ele precisa de uma namorada. - falou Jack, se jogando em sua cadeira, no fundo da sala.

— Cuide da sua vida, Jack Frost. - irrompeu Stabbengton, aparecendo na frente de toda a sala.

 Merida soltou uma risada baixa, e fez um sinal de "se ferrou" para Jack, que a mandou calar a boca. Soluço parecia um pouco mais pálido que o normal, e Rapunzel tinha os olhos verdes arregalados, Mavis observava tudo em silencio até que finalmente todos os alunos entraram e sentaram em seus lugares. O inspetor Stabbengton pegou algumas folhas e passou a entrega-las de mesa em mesa.

— O que é isso? - perguntou Moana, uma morena exótica, lendo a folha.

— Como vocês sabem o Casarão, agora Casa da Cultura foi aberto para trabalhos como, artesanatos, musicas, lutas e outros tipos de atividades para vocês, miolos moles, ocuparem seus tempos. - explicou o homem, enquanto entregava as folhas - Esse folheto mostra todas as atividades e vocês têm até semana que vem para se inscreverem.

Finalmente acabado de entregar os papeis, ele saiu sem dizer mais nenhuma palavra.

— Ele é tão animado. - brincou Mavis.

Mavis era de uma peculiaridade enorme. Embora sua aparência fosse de uma garota gótica, com lápis e delineador pretos, batom roxo e cabelos curtos e tão pretos que beiravam o azul, a áurea de Mavis era mais colorida que um arco íris. A garota era um poço de animação.

— "Ocuparem seus tempos" como se a escola já não fizesse isso. - resmungou Jack, ignorando o folheto.

— Você vai fazer alguma coisa, Jack? - perguntou Rapunzel, observando o garoto.

— Se eu quiser ver uma casa assombrada por espíritos antigos que morreram no lugar eu assisto American Horror Story. - respondeu o garoto, entediado.

— Ah, qual é pessoal. É uma historia real de um assassinato na nossa cidade, isso não é legal? - agitou-se Mavis, sorrindo.

— Isso é bem mórbido. - respondeu Rapunzel, não concordando de fato.

— Além disso, não há registros de que houve um assassinato na casa, eu pesquisei. - manifestou-se Soluço, desgrudando os olhos do livro.

Mavis ponderou um pouco.

— Pode ser uma conspiração. - sorriu Merida, sentando-se na pedra para encarar os amigos. - Não havia internet como hoje, as coisas se tornam viral em segundos, antigamente os poderosos controlavam tudo. Poderiam ter abafado o caso.

— Dizem que ele foi achado dentro da banheira do banheiro do segundo andar. Ela deu um tiro na testa dele e depois atirou na própria cabeça. - intrometeu-se Jack, com um sorriso de canto. - Historia de Horror Brasileira! - falou o menino imitando a voz de introdução de uma famosa serie.

Eles caíram na gargalhada.

— Jack, você precisa parar de ver series! - disse Mavis, entre uma risada e outra.

— Bom dia, classe. - disse o professor Gru entrando na sala com sua voz anasalada. - Todos quietos. - pediu, colocando seus materiais em cima da mesa. Olhando um por um dos livros, ele suspirou - Porcaria. Merida vá até a sala dos professores pra mim, pegue minha caderneta.

Merida suspirou, saiu da cadeira e caminhou porta á fora. Ainda era sete e cinco da manhã, mas ela não via a hora de poder ir pra casa. O dia estava claro e sendo ainda tão cedo já estava quente. Pelo menos, ainda tinha o vento da manhã, que balançava os cabelos de Merida, bagunçando-os ainda mais, se isso for possível.
Subindo as escadas de três em três degraus, Merida passa pelos enormes corredores, agora ouvindo apenas os ruídos dos alunos dentro de suas salas. Finalmente, chegando ao final do corredor do ultimo andar da escola, Merida abre a porta da sala dos professores.

— Oi, eu vim pegar a caderneta do professor Gru. - disse entrando, porém não havia ninguém na sala - Ótimo! - resmungou a menina, ao ver vários livros espalhados pela mesa dos professores.

Rapidamente, Merida começou a mexer nos livros, procurando pela pasta que continham as notas e números de chamada de Gru, seria um pouco difícil, uma vez que a sala dos professores era ainda mais bagunçada que seu quarto. Fuçando pela mesa extensa, Merida procurava pela caderneta de Gru, e já estava desanimando quando a encontrou debaixo de vários livros.

— Achei! - gritou Merida puxando a caderneta com força para sair debaixo dos livros, porém com a força que fez Merida tropicou para trás esbarrando o braço em um quadro na parede. Largando a caderneta no chão em um rápido reflexo, Merida tentou equilibrar o quadro antes que ele caísse no chão e se partisse em milhares de pedaços. Rapidamente, a ruiva de cabelos bagunçados tenta arrumar o quadro na mesma posição na parede. - Isso.

Observando o quadro, para ver se não tinha chances dele cair, Merida fita a fotografia a sua frente. Eram todos os funcionários da escola, merendeiras, faxineiras, inspetores, coordenadores, professores e o diretor. Todos juntos e sorridentes com a única exceção do Sr. Stabbengton. Chegando mais perto do quadro Merida observa como as pessoas haviam mudado nos últimos três meses, enquanto os alunos estavam de ferias. O diretor tinha emagrecido, e a professora de biologia havia cortado o cabelo. O inspetor Stabbengton não tinha as costeletas assustadoras e o cabelo estava mais curto. Mas a cara fechada era a mesma.

— Ele realmente precisa de uma namorada. - sussurrou Merida, abaixando-se para pegar a caderneta que havia jogado no chão. Olhando mais uma vez para o quadro ela percebe algo que havia passado despercebido, a cicatriz no rosto do Sr. Stabbengton estava do lado errado. Merida achou que estava louca, mas aproximando-se mais do quadro ela viu que não era uma ilusão ótica, a cicatriz estava realmente do lado errado.
Enquanto que a cicatriz do inspetor Stabbengton ficava do lado esquerdo da boca, fazendo uma leve curva do queixo até chegar ao lábio inferior, na foto a cicatriz dele estava do lado direito!
Merida se aproximou ainda mais do quadro, observando a cicatriz, que ao invés de curva era reta e se encontrava do lado oposto.

— O que está fazendo aqui, Merida? – perguntou uma voz atrás dela.

Virando-se rapidamente, Merida observa o rosto do inspetor Stabbengton, e a enorme cicatriz do lado esquerdo de seu queixo, e confusa olha do homem para a foto e de volta para o homem.

— Eu vim pegar a caderneta do professor Gru. – respondeu a menina, levantando a caderneta para o campo de visão de Stabbengton, que olha para a mão de Merida e depois para seus olhos.

— Dê o fora daqui! – disse ele.

Como um jato, Merida desaparece da sala dos professores, sumindo da vista de Stabbengton. Estreitando os olhos, o homem caminha pela sala dos professores, aonde havia uma enorme mesa com livros e cadernos jogados, além de algumas prateleiras para guardar os pertences dos funcionários da escola. Caminhando a passos lentos, e analisando o local o olhar de Stabbengton repousa sobre o quadro na parede ao qual Merida analisava.
Coçando a costeleta, ele se aproxima mais do quadro, observando mais de perto o retrato tirado no ano anterior.

—---*----

— Você está zoando. – disse Soluço na hora do intervalo.

Depois de sair da sala dos professores rapidamente, Merida chegou à classe contando para os amigos o estranho quadro que viu do inspetor Stabbengton, e de como ele havia expulsado ela do lugar.

— Eu só acredito vendo. – falou Rapunzel sem crer muito em Merida.

— É verdade, vocês tinham que ver. – continuou Merida – A cicatriz está maior, está curva e com certeza está do lado errado.

— Ela tá inventando isso. – comentou Jack, deitado na grama como sempre fazia. – Não tão vendo que ela aproveitou a historia do casarão e tá tentando assustar vocês?

— Não, é verdade mesmo. – falou Merida, já impaciente – Acredita se quiser também.

— Tem certeza que era ele? – continuou Mavis. – Poderia ser outra pessoa.

— Eu acho que conheço bem o Stabbengton, obrigada. – ofendeu-se Merida.

— Eu tenho uma ideia. – disse Jack – Você vai até lá e tira um foto para nós. – sugeriu o rapaz.

— O que? – perguntou Soluço e Rapunzel em uníssono.

— É bem simples, se o que você disse é verdade você vai até lá e tira uma foto pra gente ver, do seu celular. – explicou Jack.

— O que você quer Jack? – desconfiou a ruiva, estreitando os olhos.

— Simples, se você não conseguir a foto me libera da aposta. – sorriu o rapaz.

— Nem pensar, você vai ficar grisalho pelos próximos dois meses. – retrucou Merida

— O que você tem a perder? – protestou Jack, se sentando na grama.

— Ver você ridículo com esse cabelo? – sorriu Merida.

— Mas se é verdade que você está falando, não tem porque temer, não é?

Jack e Merida se encaram por alguns segundos, até que Merida suspira.

— Ok. Mas se eu trouxer a foto, você fica mais um mês com esse cabelo. – contra propôs Merida, estendendo a mão.

— Feito. – Jack sorri ao apertar a mão de Merida.

O restante do intervalo ocorreu normalmente, e enquanto os amigos discutiam sobre a voz anasalada de Gru, ela pensava em um plano para voltar à sala dos professores. O intervalo não era o momento certo, uma vez que todos os professores estavam lá naquele momento, então teria que ser enquanto os professores estavam em aula. Mavis estava sentada na amurada, e Rapunzel estava deitada ao lado de Mavis, olhando as nuvens enquanto Soluço estava encostado na pedra e Jack estava jogado no chão. Eles estavam muito tranquilos, e tinham esquecido o fato do que Merida tinha visto. Ela não só queria provar agora que alguma coisa estava acontecendo, como também queria ver Jack com aquele cabelo branco ridículo por mais um mês.
Para Merida, era sempre um prazer atrapalhar a vida de Jack, afinal eles se conheciam desde a primeira serie, e sempre foram travessos um com outro. Soluço havia chegado a Caledônia apenas na segunda serie e Rapunzel sempre morou na cidade, mas só na quarta serie é que a garota passou a dividir a sala com Merida, Jack e Soluço. Mavis também sempre havia morado em Caledônia, mas sempre estudou em salas diferentes todos os anos, o que a fez ter uma amizade inseparável com Violeta. Infelizmente, a seleção de salas às vezes separava alguns amigos, e às vezes une outros, então desde a quarta serie Rapunzel, Merida, Jack e Soluço estudavam juntos, Mavis havia sido separada da sala de Violeta, mas ainda preferia ficar com sua amiga no intervalo, aquela manhã era uma das poucas exceções, pois Violeta havia faltado.
Quando o primeiro sinal tocou, indicando o fim do intervalo, Merida se misturou no meio do pessoal e se infiltrou no banheiro.
Sentada com os pés na tampa do vaso e com a porta fechada ela esperou por cerca de vinte minutos, enquanto as coisas se acalmavam.
Saindo do banheiro, Merida olha para os dois lados e vendo que o caminho está liberado a garota corre rapidamente pelos corredores, atenta.
Chegando a sala dos professores ela da uma espiada pala fresta para ver se tem alguém ali.
Com a sala vazia, Merida entra na bagunçada sala dos professores e pega seu celular colocando na câmera. Porém, ao chegar à parede onde estava o quadro pela manhã, ela encontra um prego solitário em uma parede vazia.

— O que? – murmura a garota, procurando pelo quadro em cima da mesa, sem sucesso. Indo até as prateleiras, Merida procura pelo quadro que ela quase havia derrubado mais cedo naquele mesmo dia, e que agora havia desaparecido.

— Mas o que você pensa que está fazendo? – gritou Stabbengton assustando Merida, que ao se virar esbarra em um dos troféus da escola, derrubando o mesmo no chão que se partiu em dois.

Merida encara o troféu e depois olha pra Stabbengton parado a porta, que a olhava como se soubesse o que ela estava procurando.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e quero muito vê-los aqui no próximo capitulo.
Beijos, Luminas ♥



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