Tentando conquistar Min Yoonji escrita por Mizuki Shimizu


Capítulo 4
Chapter 3 - Library




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Qualquer estudante da Bangtan High School podia parar e apreciar o belo casal que caminhava pelos corredores do prédio escolar. O garoto ruivo sorridente exibia uma postura bonita, seu corpo, seu rosto e seu jeito pareciam gritar: modelo escolar. Um estudante que os homens gostariam de ser e as mulheres iriam querer.

Por outro lado, a menina morena que andava seu lado tinha uma expressão arrogante no rosto. Ela era incrivelmente linda, o rosto muito delicado e a pele quase tão clara como a neve faziam com que a garota parecesse uma pequena boneca de porcelana, frágil e sensível a qualquer toque. Ela ajeitava o cabelo algumas vezes enquanto caminha ao lado do ruivo e isso a tornava ainda mais bonita.

Poderiam ser considerados o casal vinte da escola. Isto é, se fossem um casal.

Porém, ninguém prestava atenção nas mãos de Jung Hoseok e em como elas estavam suando. Ele escondia muito bem seus sentimentos, pelo menos quando envolviam nervosismo e ansiedade. Andava desconcertado, sem seguir em linha reta, olhando para qualquer aluno que passasse, sem dar a menor atenção para Yoonji, o que, em circunstâncias muito antigas, a deixaria irritada. Hoje, contudo, ela não dava a mínima.

Durante todo o caminho até a sala 22 do terceiro andar da escola, Yoonji ignorou todos os alunos. Algumas garotas falavam nas suas costas, e a morena pescava frases como: “Ela já está com outro? E o Jimin?”; “Não pode roubar o Hobi também, não vou deixar”; “Quem é essa mesmo? Mal chegou e já se acha a rainha da escola?”. Ela sorria quando ouvia algo do tipo, pois sorrir é o melhor caminho para atingir aqueles que te consideram inimigo (ou inimiga, neste caso), e não apresentam real ameaça. Isso parecia deixá-las ainda mais furiosas, o que trazia muita alegria à morena.

Quando pararam em frente à gigantesca porta de acesso à sala 22, Hoseok a olhou, finalmente. Ele não conseguia mesmo disfarçar quando estava ansioso, e Yoonji achava aquilo o máximo. O ruivo procurou algo nos bolsos.

— Não estou encontrando. — murmurou ele.

Yoonji não sabia o que devia fazer, tentou achar alguma resposta.

— Encontrar o quê? — Ele parecia cada vez mais preocupado.

Hoseok a olhou, sorrindo. Achara a solução do problema.

— Não saia daqui — pediu ele. — Eu esqueci a chave dessa porta na sala. Vou correr até lá e voltarei em breve. Não saia daqui, por favor.

Depois de Yoonji assentir algumas vezes, o garoto disparou para o caminho em que os dois tinham acabado de andar. Ela respirou fundo, sentindo-se cansada de repente, e sentou-se no chão, ao lado da porta. Colocou a mochila ao lado e ficou olhando para o teto. Conseguia ver uma e outra teia de aranha, mas nenhum animal estava por lá.

Exausta de esperar pelo que pareceu uma eternidade – e na verdade foram só alguns minutos – ela se colocou de pé. Esticou os braços, espreguiçando-se.

Alguém esbarrou nela e, por pouco Yoonji não caiu. Ela foi de encontro à porta, quando alguém segurou seu braço e impediu seu rosto, que estava a centímetros de lá, bater no lugar. A morena ficou atordoada por alguns segundos, e quando recobrou a consciência sobre o que estava acontecendo, esquivou-se da mão que a segurava, ficando em posição de luta.

O rapaz que tinha empurrado a garota e depois a segurado era... lindo. Seu corpo esbelto era alto, bem mais alto do que Yoonji. Seus olhos tinham um jeito doce, mas o conjunto do rosto apresentava uma expressão chocada, e, se fosse mais além, horrorizada. Ele não usava o uniforme do colégio, como todo mundo. Vestia um sobretudo preto por cima de um moletom rosa bebê. As calças eram da mesma cor da primeira vestimenta, e estavam cortadas na direção do joelho. Os tênis eram muito limpos, como se ele tivesse recém comprado e vindo para o Infernato. Os cabelos castanhos estavam impecáveis.

— Foi mal — falou o homem, sem realmente ser sincero. Yoonji quis sufocá-lo com o sobretudo escuro, mas se conteve.

— O que você pensa que está fazendo? — questionou ela, ainda sem se mover. Cuidava dos movimentos dele, preparada para desferir um murro no rapaz a qualquer instante.

Ele parecia surpreso, mais ainda.

— Espere um pouco — Ele ergueu as mãos em um gesto de rendição. — Você não está me reconhecendo?

— Você está me estranhando? — Ela estava começando a ficar muito irritada.

— Ah, bem — Ele continuou com as mãos para o alto. — Essas fãs estão cada vez mais excêntricas. Agora até fingem que não me reconhecem? — Ele deu de ombros. — Eu sou Kim Seokjin, o melhor e mais glamoroso cantor da Bangtan High School.  

A morena abaixou os braços e deixou de cerrar os punhos. Respirou fundo. Algumas vezes sentia como se ninguém naquela droga de colégio fosse normal além dela. Se bem que, parando para refletir, nem ela era. O pior é que a culpa de ela estar ali era do pai. Será que ele não havia se enganado e colocado ela em um sanatório, onde todos fingem ser um internato para que todos fiquem bem?

O outro rapaz seguiu o movimento, parando de se render. Ele deu um assovio.

— Por essa eu não esperava. Achei que fosse me bater. — disse Seokjin.

— Eu ainda posso. — alertou Yoonji.

Seokjin olhava de um lado para o outro, em busca de ajuda, provavelmente. Não tinha ninguém ali além dos dois.

— Ahn, você quer um autógrafo? Eu costumo separar meu trabalho dos estudos, mas posso fazer uma exceção. — Ele jogou um beijo para a morena, que o encarou com repulsa. Que garoto mais anormal.

— Sinceramente, se poupe. — Ela ergueu uma mão, gesticulando para que ele se afastasse. — Eu não conheço você.

— Como assim você não me conhece? — Kim Seokjin, durante toda a conversa não estivera tão em choque quanto naquele momento.

— Não conhecendo. — Yoonji respondeu, cruzando os braços.

Seokjin passou as mãos no cabelo castanho. Ele transpirava e encarava a porta, buscando uma saída discreta para bem longe daquele lugar, onde uma aluna não o conhecia. Teria falhado como cantor? Como artista? E como assim ela não corou quando ele jogou seu típico “beijo voador”? Esteve fora durante tanto tempo que os alunos esquecerem da existência do rapaz mais fabuloso daquele colégio? Não podia ser.

A morena pesou os prós e contras de ir embora e deixar o louco. Prós: Ela não teria mais que aturar aquele cara, não teria de lidar com literatura nem com Jung Hoseok, e o principal: poderia ir para o seu quarto. Ela queria mesmo tirar um cochilo, talvez até ignoraria o jantar para poder dormir direto.

Antes que ela pudesse “abandonar” o tal Kim Seokjin, Jung Hoseok voltou correndo. Yoonji quis rir do rapaz, ele parecia um cavalo quando corria. Não que isso fosse ruim, era só um tanto diferente. Excêntrico.

O ruivo parou e deu um enorme sorriso para o suposto cantor. Seokjin ignorou a presença do outro completamente, olhando para algum ponto fixo e pensando em alguma coisa aleatória.

— Jin! Você finalmente voltou! — Hoseok ignorou o fato de Seokjin tê-lo ignorado e apenas pegou uma chave velha, colocando-a na porta.

— Ah! Eu nem tinha te visto — Seokjin finalmente se recuperou do choque. — Como é mesmo o seu nome? Jeon Ho? — Yoonji se impressionou tamanha a cara de pau de Jin. — Ou era um nome estrangeiro? John?

Hoseok virou a chave e abriu a porta. Ele mostrou o caminho para Yoonji, antes de responder ao Jin.

— É Jung Hoseok — Ele não parecia se importar com Seokjin confundindo seu nome. — Ou Hobi, que é mais fácil.

— Ouça, Hobi — Jin não tinha nem mesmo um pingo de vergonha por ter errado o nome de Hoseok mais de uma vez. — Você já sabe se o jantar está servido? Que horas são? Eu saí do aeroporto e vim direto para cá.

O ruivo procurou algo no bolso. Ele tirou uma grande barrinha de chocolate e entregou a Seokjin. Os olhos do rapaz brilharam.

— O jantar ainda não está pronto, mas pode ficar com isso. — Hoseok sorriu e acenou para algumas pessoas que chegavam. Elas só podiam ser do clube, deduziu Yoonji.

Jin não pensou duas vezes e aceitou o que o outro oferecera. Agarrou a barrinha.

Yoonji observou o garoto saindo de perto deles. Era um cara de pau dos maiores. Alguns alunos chegaram, todos entraram antes de Yoonji, que calculou se conseguia fugir agora que Hoseok tinha de dar atenção aos outros. Porém, o ruivo continuou esperando.

— Está pensando em desistir? — Ele perguntou.

Ela deu de ombros. Maldito ruivo.

Pegou sua mochila e entrou na sala.

O lugar era quase idêntico a uma sala de aula. Havia um quadro negro ocupando quase uma parede inteira. As carteiras estavam enfileiradas. Yoonji conseguia sentir o cheiro de giz. Os alunos que a morena não conhecia tinham pego algumas almofadas – ela não sabia de onde haviam tirado aquelas – e sentavam-se no chão.

O ruivo sentou de frente para os alunos, apontou uma almofada cor de rosa localizada ao lado dele e deu um sorriso sugestivo para a morena. Ela não sabia se queria bater nele com a almofada ou simplesmente ir embora. Acabou não escolhendo nenhuma das opções que tinha se dado e sentou-se no lugar indicado.

As pessoas pareciam, para Yoonji, vindas de outro lugar. Não que elas estivessem morado no Infernato desde sempre, só Park Jimin, talvez, mas não eram como nenhum grupo de adolescentes que a garota tinha visto em suas outras escolas. Eles eram diferentes. Não no sentido negativo.

Para começar, derrubavam todo o estereótipo de “nerd” que a maioria pensava. Sim, seus rostos adquiriam um ar intelectual quando vários deles abriam livros diversos. Porém, não possuíam arrogância nem um jeito de superioridade, muito menos pareciam fracos ou indefesos. Eram... normais. Mais normais que Yoonji, até.

A garota olhou para os lados e sua atenção se voltou para Jung Hoseok, o qual estava folheando um exemplar apressadamente, em busca de algo que Yoonji não fazia ideia do que era. A capa vermelha chamava a atenção se destacando naquele mar de azul e preto, as cores de grande parte das capas ali presentes.

— Ouça — Ela decidiu perguntar depois de um certo tempo ponderando se devia ou não questionar algo inútil assim. — Vocês não se juntam e discutem sobre um só livro?

O ruivo não a respondeu enquanto não achou a página que queria. Ele estava concentrado e sério. Quando a encontrou, virou-se para a garota com um sorriso gigantesco.

— Nós fazemos isso nas reuniões de sábado. Hoje nós apenas trazemos livros diversificados e lemos juntos. — Ele falou baixo.

Yoonji olhou para todas aquelas pessoas com um certo desprezo agora. Será que tinham lido tanto que ficaram malucos? Não era mais fácil simplesmente ir para a biblioteca e ler?

Ela cerrou os punhos. Sua própria menção à biblioteca a deixou irritada. Park Jimin era tão insuportável. O pior, com certeza. Só mesmo aquele loiro insuportável para querer fazer um trabalho chatíssimo no dia em que passaram. Quis berrar novamente. Tão estúpido!

Lembrou-se que estava no “clube do livro” quando Hoseok mostrou rapidamente a folha do livro que ele custara a encontrar. Seu gesto foi tão rápido e ágil que a garota nem teve tempo de ler o que estava escrito.

Hoseok pigarreou.

— Eu separei este poema para você, Min Yoonji — disse.

— Você fez o quê? — Yoonji estava chocada.

— “Junto ao crisântemo”, de So Jong Ju. — Ele começou, ignorando-a.

“Terá sido para abrir este crisântemo

que o cuco chorou tanto

desde a primavera…”

O ruivo abriu uma garrafinha de água e despejou um tanto do conteúdo no rosto, encharcando-o. Os outros alunos o ignoraram como se aquilo fosse algo de rotina. Yoonji o encarou, embasbacada. Aquilo não podia ser sério. Ela estava ficando maluca, ou cega, ou qualquer coisa.

“E terá sido para abrir este crisântemo

que o trovão chorou tanto

dentro das nuvens negras…”

Hoseok agora soluçava. As lágrimas falsas caindo em sua calça deixava tudo mais ridículo. Yoonji se beliscou. Era sério mesmo?

“Flor, pareces a minha amada irmã

de volta agora diante do espelho,

após a longa juventude de longínquas sendas

de peito aflito de saudade e anseio”

Yoonji olhava como Hoseok ficava feio cheio de água no rosto, este em uma careta retorcida, os olhos em um aspecto feio. Ele segurou suas mãos antes de recitar a última estrofe.

“Terá sido para as tuas douradas pétalas se abrirem

que na noite passada a geada gelou tão fria

e eu não pude nem pegar no sono…”

A morena já não podia mais aceitar aquilo. Ela desprendeu suas mãos das dele e pegou a garrafinha de água do ruivo. Sem piedade, jogou um pouco no rosto dele, que bufou, surpreso. Um pouco respingou no rosto de Yoonji, que apenas o olhou irritada. Ela se levantou e saiu da sala antes que ele pudesse fazer qualquer outra coisa.

Atravessava os largos corredores frustrada. Não esperava que nenhum clube fosse bom de qualquer maneira, mas Hoseok se comportando daquela maneira estranha, imprevisível e idiota a deixava... a deixava... Yoonji parou de andar. Ela realmente estava desapontada com ele? Por quê? Eles nem eram amigos. Como seria de se supor, garotos só trazem problemas. Qualquer tipo deles, e, a morena começou a pensar que talvez ruivos emos que gostam de literatura poderiam ser enquadrados na mesma categoria que presidentes de classe.

Ela suspirou. O que deveria fazer agora? Aquela encenação toda a deixou sem fome. Talvez devesse dormir.

Estava quase seguindo em direção ao dormitório quando lembrou de um certo loiro. Yoonji balançou a cabeça negativamente várias vezes, tentando livrar-se do pensamento incômodo e sem futuro. Porém, a imagem de que alguém estava a aguardando fazia com que ela recuasse. Ninguém nunca a esperava. Não sabia qual era a sensação de saber que uma pessoa aguardava sua presença, mesmo que essa fosse Park Jimin, o garoto mais inconveniente da classe.

Querendo se bater, Yoonji foi à procura da biblioteca.

Em sua cabeça, não poderia haver nada de bom naquele Infernato. A partir do momento em que seu pai havia largado a morena no local, afirmando que aquela era sua última chance, Yoonji não pensou duas vezes antes de amaldiçoar a escola, querendo que talvez ela pegasse fogo, e tudo cairia em chamas durante a explosão. Quis, muitas vezes no primeiro dia de aula, ela mesma incendiar a escola, porém, aquilo iria contra o que seu pai tinha combinado. Era frustrante ter de ser uma pessoa controlada no meio de um lugar maluco como aquele.

Contudo, depois das tempestades surgem os arco-íris, não é algo assim? Yoonji não sabia mais. Quem vivia lhe dizendo provérbios e ditados era sua amada avó, a quem a morena não visitava há algum tempo. Nunca acreditava nos ditos de sua vó, apesar de que, quase sempre, eles se tornavam realidade de uma maneira ou de outra, por mais que ela detestasse admitir aquilo.

Vendo as gigantescas prateleiras que cobriam as paredes da biblioteca, talvez sua avó não estivesse errada novamente. Provavelmente, se havia algum arco-íris naquele bendito lugar, além das refeições, era aquele lugar. Por mais que negasse, Yoonji assistira a Bela e a Fera vezes o suficiente para comparar o local à biblioteca da Fera.

Não que Yoonji amasse ler. Ela adorava quadrinhos, mangás e webtoons, porém, livros não eram o ponto que a garota gostasse de verdade. Preferia jogar CS, arrumar briga e dormir. Como qualquer garota não leitora de livros possivelmente faria. No entanto, olhar para aquelas estantes gigantescas de madeira incitavam a garota a conhecer mais do que pensou que pudesse fazer. Ela queria se sentar em alguma daquelas cadeiras espalhadas pelo lugar e jogar vários exemplares nas mesas retangulares gigantescas onde muitos alunos deixavam seus notebooks e folhas de estudos.

Por um breve momento, Yoonji esqueceu de tudo. De sua raiva com o suposto cantor, da decepção causada por um certo ruivo, do estresse sempre que Park Jimin rondava sua mente. Sua atenção foi toda e exclusiva aos inúmeros livros encontrados ali, tão coloridos e vívidos que traziam um universo completamente novo para a garota. Sem notar, sorriu, perguntando-se se poderia ficar até meia-noite lendo um exemplar qualquer, pois o paraíso ficava aberto até esse horário.

Então alguém espirrou e Yoonji voltou ao mundo real. Ela piscou os olhos escuros algumas vezes antes de olhar em volta procurando uma mesa onde o presidente da classe estaria. Só via algumas pessoas fazendo trabalhos e o balcão da bibliotecária. Seguiu a passos lentos por corredores formados por mais estantes. Observava mais os títulos que o procurava de fato, até que, quando estava quase desistindo, encontrou-o na última mesa, localizada à direita, quase ofuscada completamente pela sombra das prateleiras em três dos quatro espaços.

Afinal de contas, ele não tinha blefado. Ressonava suavemente sobre um livro aberto. As mãos na mesa antiga, a camisa não tão passada assim, o subir e descer de seu peito, os olhos fechados por estarem dormindo e não por sorrir, os lábios carnudos parecendo ressecados. Park Jimin era, naquele instante, alguém indefeso. Algo que poucos viam e veriam.

Em circunstâncias recorrentes, Yoonji pegaria seu aparelho celular, tiraria muitas fotos dele e depois faria memes para zombar do garoto, mostrando-os. Porém, talvez pelo dia mais incomum que o usual e seu estresse evidente, ela puxou uma cadeira com muito cuidado para não o acordar, e sentou-se ao seu lado. Cruzou as pernas e observou o respirar do garoto, sentindo quase como se ele pudesse transmitir seu sono para ela.

Vendo desse ângulo, até que ele não é de se jogar fora, pensou Yoonji, ignorando o que ela mesma havia concluído. Não poderia se dar ao luxo de elogiar seu inimigo simplesmente por ele ter esperado a garota na biblioteca, nem mesmo por parecer tão fofo e inocente enquanto dormia. Ela havia visto garotos dos piores tipos em suas escolas anteriores e com certeza não gostaria de nenhum deles. Principalmente se fossem como Park Jimin, presidentes de classe, esnobes, exibidos e com cabelo tingido de um loiro tão bonito de dar inveja a qualquer garota que se importasse em pintar o cabelo daquela cor.

Sem pensar, Yoonji colocou sua mão pálida e fina em cima da pequena mão fofa e cheinha do garoto. A morena analisou como as duas ficavam juntas, sem chegar a nenhuma conclusão clara, decidindo apenas deixar que ela aquecesse a outra. Estava bem frio na biblioteca e Park Jimin parecera ter se esquecido de algo que o protegesse. Não que fizesse diferença agora, pois eles estavam de mãos dadas. Ele dormindo e ela, quase.

Sonolenta, agarrou a outra mão do garoto e apertou as duas, na tentativa de aquecê-las mais rapidamente. Ela deitou a cabeça sobre a mesa, piscando os olhos pesadamente. Continuou o que estava fazendo mesmo depois de dormir um pouco.

Acordou em um sobressalto, apavorada por um sonho esquisito que tivera. Abriu seus olhos em busca do sossego de seu quarto e se deparou com os grandes olhos castanhos do presidente de classe bem pertos dos seus e a fitando intensamente. Ele parecia tão surpreso quanto ela, dando a entender que despertaram juntos.

Na mesma hora, Yoonji largou as mãos do rapaz e pulou para fora da cadeira, tropeçando e quase caindo em cima de uma das prateleiras. Ela olhou para Park Jimin que ainda a encarava, surpreso demais para reagir, e disse, fria como um iceberg:

— Apenas esqueça — ordenou. — Eu posso acabar com a sua raça se você ousar fazer alguma brincadeira.

A morena se afastou da mesa, apressada. Queria sair daquele lugar o mais rápido possível. Ela começou a dar passos largos em direção à saída. Só pensava em uma coisa: Adiantar trabalhos nunca funcionava.


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